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Puerpério e Modificações

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Puerpério 
Sobreparto ou pós-parto 
- É o intervalo entre o parto e a volta do corpo da mulher ao estado pré-gravídico; 
- Modificações gravídicas locais e sistêmicas vão regredir. 
- Ajustes fisiológicos e psicológicos rápidos começam logo após o parto e 
permanecem em torno de 6 semanas (pode durar 8 meses até um ano após o parto). 
 
Classificação puerpério 
- P. imediato: após a dequitação até o 10º dia pós-parto; 
- P. tardio: 11º dia ao 45º dia pós-parto; 
- P. remoto: 46º dia a completa recuperação das alterações e volta do ciclo 
menstrual. 
 
ADAPTAÇÃO FISIOLÓGICA 
- Desequilíbrio emocional e humor são comuns devido a atividade hormonal, 
cansaço, insegurança e papel materno. 
 
Síndrome da tristeza pós-parto (Blues) 
- Dura 15 dias pós-parto, “choram por tudo”; 80-90% passa por essa fase; 
- Precisa ser conversado com família e mulher; 
- Tristeza, mas responde aos elogios; 
- Satisfação em cuidar da criança. 
 
Depressão 
- Pode ser desenvolvido até 6 meses pós-parto; 
- Choro; desânimo; cansaço; s/ disposição; 
- Pode chegar ao suicídio. 
 
Psicose Puerperal 
- Aversão ao RN; 
- Alucinações; 
- Pode surgir entre o 2º-15º dia pós-parto. 
 
Fatores de risco para depressão e psicose (doença psíquica familiar): 
- Estresse 
- TPM exacerbada (principal); 
- História depressiva familiar (principal): baixo nível econômico; cesária; falta de 
apoio social (quando identificar um desses, encaminhar para psiquiatria). 
 
Obs: Prevenção > orientar a mãe que ela é capaz, cada dia é um aprendizado; > 
conversar com a família. 
 
MODIFICAÇÕES LOCAIS 
 
ÚTERO 
- Av. do fundo uterino diariamente: tangencia a cicatriz umbilical; pedir a puérpera 
para esvaziar a bexiga, pois quando a bexiga está cheia pode sentir o útero acima da 
cicatriz umbilical; 
- Involução uterina regride 1cm até o 3º dia e 0,5cm até o 12º dia – o fundo uterino 
tangencia a borda inferior da sínfise púbica (altura média de 20cm , 9cm de largura 
e 4cm de espessura no início; após 40 dias: altura de 7-8cm); 
- Acompanhado de tortos: cólicas pós-partos (bom sinal, significa que o útero está 
regredindo). 
- Amamentação: apressa o processo involutivo; cólicas devido à liberação de 
ocitocina durante a sucção. 
- Medida: de cima pra baixo; impressão de palpar melão solto; dedo mindinho 
encosta na parte de baixo com fita e outra mão na sínfise púbica. 
 
LOQUIAÇÃO 
- Odor semelhante ao da menstruação; odor fétido é sugestivo de infecção. 
- Resto ovular, placentário, coágulos, exsudato. 
- Manter troca de absorvente regular. 
*Vermelho ou rubros: 3-4º dia > constituem-se de sangue, resto de decídua, células 
epiteliais, muco e cristais de colestrina. 
*Róseo / serosanguinolento: 4-10º dia > resultam de alterações da hemoglobina, 
redução do número de hemácias e aumento dos leucócitos. 
*Seroso / amarelo / branco: após 10º dia > aspecto purulento. 
*Posteriormente pode confundir com secreção cervicovaginal normal. 
- 225 – 500ml na primeira semana, as lactantes eliminam um volume maior. 
 
Obs: 
Sangramento: *parto vaginal > coágulos eliminados; lóquios; primípara > contrai 
mais rápido e dura menos tempo. 
*Parto cesárea: intraparto (bem menos sangue que o PN). 
 
COLO UTERINO 
- Após o parto é flácido, violáceo, lacerado nas comissuras. 
- Até 3º dia pós-parto permeável ao dedo indicador e dentro de 6 semanas o colo 
apresenta características pré-gravídicas. 
- Formato puntiforme (parto cesáreo ou nulípara) ou fenda (parto vaginal) 
> Medir altura do fundo uterino e perguntar sobre lóquios. 
 
VULVA / VAGINA 
- Carúnculas mirtiformes: são retalhos de membrana himenal devido à compressão 
cefálica fetal em parto transvaginal de primigesta – perde hímem; 
- Vagina com aparência edemaciada e arroxeada, após 3ª semana possui aparência 
ao estado anterior da gestação. 
 
PERÍNEO 
- Musculatura distendida e fraca; 
- Trabalhar contração do períneo. 
 
PAREDE ABDOMINAL 
- Musculatura distendida e flácida. 
- Auxílio de cinta e exercícios. 
 
MODIFICAÇÕES GERAIS 
No pós-parto imediato (devido à exaustão física da parturição): 
- Calafrio: após o parto é devido a hipotermia, manifestações de bacteremia; após 
24h se persistir ou houver + febre = infecção; 
- Sudorese: eliminar excesso de líquidos acumulados na gestação. 
- Sinais vitais: 
*temperatura: após 24h, acima de 38ºC e por 2 dias seguidos; 
*pulso: diminui FC 50-60 devido ao maior retorno venoso (6-8 dias pós-parto); 
*P.A: estável; 
*respiração: diminuição FR e o padrão, antes torácico, agora toraco-abdominal. 
 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
- Volume sanguíneo retorna ao normal dentro de 6 semanas, logo após o parto 
declina-se devido à dequitação; 
- Diminuição da vascularização; sangue perdido por excreção urinária, sudorese, 
sangramento; 
- Diminuição da pressão venosa nos MMII devido a descompressão das veias ilíacas 
e cava inferior, atenuando varizes existentes; 
- DC aumenta devido ao aumento da circulação e retorno venoso; 
- Complicações tromboembólicas, pelo aumento do fibrinogênio e aumento do fator 
VIII da coagulação nas duas primeiras semanas do puerpério; orientar deambulação 
precoce; 
- De imediato: leucocitose; 
- Anemia fisiológica devido perda sanguínea. 
 
SISTEMA URINÁRIO 
- Diurese aparece até 24h do puerpério; 
- Retenção urinária pode ocorrer pela bexiga estar edemaciada, traumatizada, 
flácida, sensibilidade diminuída à pressão exercida pela urina (devido à anestesia), 
edema no meato urinário, incapacidade de urinar na posição horizontal. 
 
SISTEMA DIGESTIVO / GASTRINTESTINAL 
- O funcionamento fisiológico retorna 3-4 dias pós-parto; 
- Motilidade normaliza: flatulência (mov. intestinal retornando); usar cinta auxilia na 
compressão abdominal; 
- Evacuação sem risco de romper pontos. 
- Fatores que podem dificultar a exoneração intestinal: diminuição da motilidade TGI, 
efeitos da analgesia e anestesia, relaxamento da musculatura abdominal, enema no 
TP, desidratação, dor no períneo. 
 
SISTEMA OSTEOARTICULAR E MUSCULAR 
- Aumento da cavidade pélvica (quadril), alarga costelas e pés devido ao relaxamento 
e dilatação para acomodar o feto. 
*Parede abdominal 
-Reto abdominal abre, mas não há hiperplasia; 
- Realizar exercícios que auxiliam na recuperação da força e tônus muscular; 
- Usar cinta. 
*Dor lombar após ganhar RN devido à mudança da gravidade e marcha anserina. 
 
SISTEMA TEGUMENTAR 
- Hiperpigmentação de face, abdome. 
- Cai cabelo, pele seca, linha abd clareia, unhas quebradiças; 
- Face (manchas não desaparecem totalmente; não tomar sol). 
 
SISTEMA ENDÓCRINO 
- Aumento: progesterona, HCG; HPL; Estrogênio; LH; FSH > induzido pela placenta e 
pelo feto, diminui no pós-parto, se estabilizando. 
- Aumento dos níveis de prolactina (lactação). 
- A volta da menstruação para mães que amamentam é variável, algumas não 
menstruam, tempo médio de 3-6 meses; 
- Período menstrual geralmente maior que o normal; 
- Mulheres que não amamentam voltam a menstruar entre 6-12 semanas. 
 
MUDANÇA NO PESO CORPORAL 
- Perca de 4,5-5,5 após nascimento; 
- Puerpério imediato 2,5kg por diurese e sudorese; 
- 2,3 – 3,2kg estimulados pela lactação > emagrece por perda calórica, mas pode 
engordar porquê sente mais fome. 
- O ideal é ganhar 10-12kg na gestação. 
 
D.E 
- Risco de depressão pós-parto; 
- Ansiedade; 
- Risco ou Baixa Autoestima 
- Papel da mãe prejudicado; 
- Conhecimento diminuído sobre cuidados com RN; 
^ Sist. Endócrino 
- Dor na região lombar – marcha; 
- Auto imagem prejudicada; 
- Ingesta de líquidos diminuída; 
- Ingestade alimentos prejudicada; 
- Distensão abdominal; 
- Flatulência; 
- Constipação. 
 
ORIENTAÇÃO / PLANO DE CUIDADOS 
- Orientar sobre importância da alimentação, amamentação, repouso, nutrição e 
relação sexual; 
- Ensinar a supervisionar o bebê; 
- Orientar a comer de 3/3h, alimentos saudáveis (ingesta de folhas escuras: brócolis, 
rúcula, espinafre, couve); 
- Aumento da ingesta hídrica por causa da amamentação e bexiga (aumento da 
circulação e diminuição do risco de estase urinária) > deambular para melhorar 
edema; 
- Flexionar o pé, contar até 10 e relaxar; contrair panturrilha > risco de edema. 
- Orientar a estimular deambulação e amamentação; 
- Perguntar como se sente e como foi o parto; 
- Explicar as alterações emocionais fisiológicas e cuidados com as mamas. 
 
Síndromes hemorrágicas puerperais 
- Imediata até 24h e após, tardia. 
- Perda de sangue maior que 500ml. 
 
Causas principais: lacerações produzidas por um parto espontâneo, por tecidos que 
não descolaram adequadamente e que não foram expelidos durante o parto (em 
geral parte da placenta) ou por uma concentração sanguínea baixa de fibrinogênio, 
um importante fator de coagulação do sangue. 
- Pode ocorrer quando o útero não contrai adequadamente por ter sido distendido 
excessivamente, pelo trabalho de parto prolongado ou anormal, pelas múltiplas 
gestações, por volume excessivo de líquido amniótico ou pela administração de um 
anestésico miorrelaxante durante o trabalho de parto, entre outros. 
 
Hemorragia precoce ou imediata: 
Atonia uterina: exaustão do músculo, 90% dos casos; em geral por partos 
precipitados e prolongados, anestesia geral, hiperdistensão do útero por gravidez 
múltipla, macrossomia fetal e polihidrâmico. 
- Uso inadequado de Ocitocina. 
 
Lacerações: pode romper grandes vasos sanguíneos; uso de fórceps. 
Hemorragia tardia 
- Causas: retenção de restos ovulares e placentário, impedindo involução uterina 
fisiologicamente (principal). 
- Sintomas: perda sanguínea pela vagina, hipotensão arterial, palidez, vertigem, 
inquietação, ansiedade, sudorese fria, dispneia, respiração rápida e costal, pulso 
fraco e rápido, choque. 
 
Como prevenir: TP adequado; tratar no PN; estimular amamentação. 
 
Fatores de risco (4 Ts): tônus, tecido, trauma, trombina. 
- Atonia ou hipotonia: quando não é capaz de contrair-se o suficiente; 
- Tecidos retidos: restos fetais, placenta, membrana; 
- Trauma: laceração da cérvice, vagina, períneo, episiotomia; 
- Trombina: anormalidades ou coagulação que podem causar perda excessiva de 
sangue; ex: hemofilia, trombocitopenia; 
 
TIPOS DE RETENÇÃO PLACENTÁRIA 
- Acreta: adere ao miométrio mais superficial; 
- Increta: aderida as camadas mais profundas do miométrio; 
- Percreta: ultrapassa o útero e pode invadir órgãos vizinhos, como bexiga. 
 
 
Curetagem: 
 
Infecção puerperal 
- Maiores causas de morte puerperal: HA, infecção puerperal (IP), hemorragia. 
- IP é qualquer infecção no aparelho genital no pós-parto recente e favorecida pelas 
alterações locais e gerais do organismo puerperal. 
- Temperatura 38ºC ou mais por 2 dias quaisquer após o parto dentro dos 10 
primeiros dias, excluídas as 24h iniciais; deve-se medir a temperatura por via oral, no 
mínimo 4x ao dia; 
- Sintomas: lóquidos purulentos e com odor fétido; útero amolecido e doloroso; colo 
permeável e manipulado escoa secreção purulenta; febre 38,5ºC – 39ºC; 
- Tratamento: antibioticoterapia e controle das complicações; 
- OBS: infecção da parede abdominal ou sítio cirúrgico da cesárea; infecção 
no períneo > lavar sutura com água e sabão, usar antibiótico; 
- D.E: infecção no pós-parto; hemorragia no pós-parto.

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