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Trabalho Sintaxe

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LETRAS – PORTUGUÊS (LICENCIATURA) 
POLO FORTALEZA 
 
 
 
MARIA ALVES LIMA 
RA 8042944 
 
 
 
ATIVIDADE PORTFÓLIO – CICLO 3 
 
Atividade apresentado à disciplina de 
Sintaxe, Modalidade e Estilistica, sob a 
orientação do(a) Prof.(ª) Marília 
Valencise Magri, como requisito parcial 
para aprovação na disciplina. 
 
 
 
 
 
 
Fortaleza - 2018
1. INTRODUÇÃO 
Levando em conta que todo discurso se forma a partir de um outro já existente e que, 
neste procedimento, não podemos ponderar que haja neutralidade nos discursos elaborados, 
pois um discurso evoca o outro e equivale a um signo ideológico que, representando uma 
formação discursiva, define o que pode e o que deve ser dito, no momento em que aquela 
enunciação se concretiza. 
A presente atividade tem por finalidade analisar a construção predominante na 
elaboração do poema “Instantes”, supostamente escrito pelo argentino Jorge Luís Borges 
considerando o contexto de produção. Esta análise está pautada nas categorias apresentadas 
pela análise do discurso, como a heterogeneidade, o dialogismo, a interdiscursividade e a 
intertextualidade. 
 
2. POEMA: INSTANTES 
 
Se eu pudesse novamente viver a minha vida, 
na próxima trataria de cometer mais erros. 
Não tentaria ser tão perfeito, 
relaxaria mais, seria mais tolo do que tenho sido. 
 
Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério. 
Seria menos higiênico. Correria mais riscos, 
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, 
subiria mais montanhas, nadaria mais rios. 
Iria a mais lugares onde nunca fui, 
tomaria mais sorvetes e menos lentilha, 
teria mais problemas reais e menos problemas imaginários. 
 
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata 
e profundamente cada minuto de sua vida; 
claro que tive momentos de alegria. 
Mas se eu pudesse voltar a viver trataria somente 
de ter bons momentos. 
 
 
Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos; 
não percam o agora. 
Eu era um daqueles que nunca ia 
a parte alguma sem um termômetro, 
uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um paraquedas e, 
se voltasse a viver, viajaria mais leve. 
 
Se eu pudesse voltar a viver, 
começaria a andar descalço no começo da primavera 
e continuaria assim até o fim do outono. 
Daria mais voltas na minha rua, 
contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, 
se tivesse outra vez uma vida pela frente. 
Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo" 
 
No poema “Instantes” o eu–lírico é uma pessoa idosa, o que é evidenciado no 
penúltimo verso “Mas vejam, tenho 85 anos”. Nesta obra há o predominância dos verbos 
condicional simples. 
Se eu pudesse novamente viver a minha vida, 
na próxima trataria de cometer mais erros. 
Não tentaria ser tão perfeito, 
relaxaria mais, seria mais tolo do que tenho sido. 
 
Nesse poema, a maior parte dos verbos estão na condicional simples, o que representa 
uma situação irreal, improvável, não se pode voltar no tempo. O eu-lírico, após tanto tempo 
vivido, reflete sobre seus erros cometidos e se arrepende, “Se eu pudesse novamente viver a 
minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros”, ele, nesse poema se arrepende de pecar 
pelo excesso, pois, não valeu apena ser tão “certinho”. 
 
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata 
e profundamente cada minuto de sua vida; 
 
No poema “Instantes”, o eu-lírico apresenta características de arrependimento e não se 
pode voltar no tempo para desfazer os erros, pois encontra-se com a idade bastante avançada. 
Ao comparar os seguintes versos abaixo, é percebida uma espécie paráfrase que 
segundo Orlandi (2001, p.36) os processos perifrásticos são aqueles pelos quais em todo dizer 
há sempre algo que se mantém. Dessa forma, pode-se dizer que a paráfrase é o retorno aos 
mesmos dizeres. 
É percebida no poema “Instantes” que o autor encontrava-se num momento de grande 
inspiração. Este se baseia na sua sociedade, nos problemas reais de sua época. Evidenciando 
conflitos existenciais daquele período. A condição essencial da subjetividade lírica consiste, 
portanto, na assimilação total do tema dado. A poesia serve de ferramenta para nortear pessoas 
menos experientes, pois “o poema é mediação entre a sociedade e aquele que a funda” (PAZ, 
1982, p.50). 
 
 
3. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA 
AUTHIER-REVUZ, J. Heterogeneidades enunciativas. In: Cadernos de Estudos 
Lingüísticos, nº 19, p. 25-27. Campinas: Unicamp, 1990. 
BARROS, Diana Luz Pessoa de.: Dialogismo, polifonia e intertextualidade. In BARROS, 
Diana L. Pessoa de. FIORIN, José Luis (org). Dialogismo, polifonia, intertextualidade. São 
Paulo: USP, 2003. 
BARROS, Diana Luz Pessoa de. Contribuições de Bakhtin às teorias do texto e do 
discurso In FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristovão; CASTRO, Gilberto de. Diálogos 
com Bakhtin. Curitiba. UFPR, 2001. 
BRANDÃO, H. Introdução à análise do discurso. Campinas: Unicamp. 1992. 
BORGES, Jorge Luis. Esse ofício do verso. São Paulo. Companhia das Letras 2000. 
FIORIN, José Luiz. Polifonia textual e discursiva. In BARROS, Diana L. Pessoa de.; FIORIN, 
José Luis (org). Dialogismo, polifonia, intertextualidade. São Paulo: USP, 2003. 
JENNY, Lurent. A estratégia da forma. In: POÉTIQUE: revista de teoria e análise 
literárias. Intertextualidade. Trad. Clara Crabré Rocha. Coimbra, 1978. 
KRISTEVÁ, Julia. Introdução à semanálise. São Paulo, Perspectiva, 1974. 
PAZ, O. O arco e a lira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.

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