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trab vanessa

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SUMÁRIO
I- Resumo.................................................................................................................5
II- Introdução...........................................................................................................6
III- Epidemiologia (anomalia de Pelger-Huët)........................................................7
IV- Pseudo (ou adquirida) pelger-huët....................................................................7
V- Distribuição dos lobos nucleares dos neutrófilos...............................................8
VI- Modificações hematológicas.............................................................................8
VII- Manifestações clínicas.....................................................................................8
Caso 1........................................................................................8
Caso 2........................................................................................9
VIII- Conclusão......................................................................................................10
IX- Referências......................................................................................................11
X- Anexos..............................................................................................................12
RESUMO
A anomalia de Pelger-Huët mostra uma limitação da segmentação nuclear dos granulócitos sem perda da função celular. A anomalia foi descrita pela primeira vez por Pelger em 1928, que considerou uma manifestação de tuberculose. Huet considerou que a anomalia seria hereditária e seria transmitida de forma autossômica dominante. Os indivíduos afetados raramente possuem neutrófilos ou eosinófilos com mais de dois lobos. Nos heterozigotos, o núcleo dos neutrófilos é não-segmentado, na forma de um haltere ou bilobado. Nos homozigotos, a grande maioria dos neutrófilos tem núcleos redondos, ela é rara e pode ser letal, sendo, portanto, importante diferenciação de outras alterações infecciosas. Essa anomalia afeta aproximadamente um em cada 6000 indivíduos. (Marcano, E; Martinez, D; Gudiño, O; Ramírez, P; Medina, M, 2007). A migração celular pode ser levemente alterada, mas a função dos granulócitos é normal e os indivíduos com essa anormalidade hereditária não sofrem efeitos adversos. A pseudo-anomalia pode ocasionalmente ser observada em casos de leucemia granulocítica, doenças mieloproliferativas, algumas infecções e após exposição dos medicamentos determinados (Patrícia H. O. CalderanI; Dimas J. CampioloI; Omar S.G. SaavedraII; Cláudia R. Bonini-DomingosIII).
INTRODUÇÃO
A anomalia de Pelger-Huët é uma alteração autossômica dominante, que envolve a diferenciação terminal de leucócitos, em que se observa a segmentação incompleta do núcleo dos granulócitos, descrita pela primeira vez por Pelger em 1928, estudos citogenéticos revelaram que a alteração está associada a um defeito no braço curto do cromossomo 22 (22p+). A forma heterozigota é assintomática e sua freqüência varia de 1:1.0003,4,5 até 1: 10.000.3. Em heterozigotos, observam-se neutrófilos com cromatina mais densa, núcleos em forma de bastão, de halteres, bilobuladas, "pince-nez" e poucas formas com três lóbulos. Em homozigotos, situação de rara freqüência, os neutrófilos apresentam núcleos ovais ou arredondados. Apesar das alterações nucleares, as atividades enzimáticas e fagocíticas dos neutrófilos são aparentemente normais. A forma adquirida, algumas vezes denominada pseudo-anomalia de Pelger-Huët, pode ser ocasionalmente observada em casos de leucemia granulocítica, doenças mieloproliferativas e algumas infecções, em que as células apresentam núcleos ovais, característicos dos casos de homozigose. A presença dos achados morfológicos característicos nos esfregaços sanguíneos de outros membros da família é fundamental para estabelecer a origem hereditária da anomalia de Pelger-Huët. Sua correta identificação consiste na diferenciação entre o "desvio à esquerda", comum em algumas infecções e a alteração hereditária. Em humanos, a anomalia ocorre por mutação no gene que codifica o receptor da lâmina B, que é uma proteína interna de membrana nuclear capaz de integrar de forma estrutural a lâmina nuclear, a membrana nuclear e a heterocromatina. Essa anomalia foi relatada em humanos, coelhos, cães e gatos. O estado heterozigoto da anomalia não apresenta alterações clinicas não estando essa forma da doença associada a imunodeficiências, predisposição a infecções e anormalidades da função dos granulócitos. Foi observada condrodisplasia e braquignatia em Samoiedas. O estado homozigoto da anomalia foi descrito em coelhos e em um gato natimorto e é geralmente letal, sendo que os animais morrem ainda no útero e, se sobrevivem ao parto, morrem com um mês de vida. Os animais que sobrevivem ao estado homozigoto apresentam deformidades esqueléticas e suscetibilidade a infecções. Foi observada condrodisplasia em um gato natimorto apresentando o estado homozigoto desse distúrbio, (Roberta Delessa Faria, Alessandra Coelho Zanella, Brenda Calmon Tavares, Guilherme Ferreira Bretas, Marcelo Renan de Deus Santos, Betania Souza Monteiro, 2012).
EPIDEMIOLOGIA (ANOMALIA DE PELGER-HUËT)
A anomalia de Pelger-Huët é uma anormalidade qualitativa benigna dos leucocitos, herdada como um traço dominante e não ligada ao sexo. A incidência desta anomalia varia, conforme diferentes levantamentos, desde 1:10.000 até 1:1.000. As células Pelger-Huët têm sido demonstradas ser funcionalmente normais, sendo aptas a fagocitar e destruir microorganismos, e possuem sobrevida em circulação análoga à dos leucócitos normais. Ela é caracterizada pelo aspecto peculiar do núcleo dos leucócitos, que apresentam cromatina grosseira e número reduzido de segmentações. Estas alterações são melhor observadas no núcleo dos neutrófilos, pois nos indivíduos normais, cerca de 20% dos neutrófilos possuem núcleos bilobados, 50% são trilobados e há um número significante com quatro e mais lobos. Nos indivíduos homozigotos, que são muito raros, os núcleos de todos neutrófilos são ovalados ou arredondados e sem segmentação. Do mesmo modo, os eosinófilos, basófilos e megacariocitos apresentam núcleos arredondados e cromatina nuclear densa. Nos heterozigotos, que são relativamente freqüentes, há uma porcentagem elevada de neutrófilos não segmentados (núcleos com aspecto de mielocito, metamielocito e bastonete), 70% ou mais de neutrofilos bilobados (com aspecto que lembra um pince-nez) e raros (menos de 10%) possuem núcleos com três lobos.A importância de se identificar esta anomalia, reside no fato da fórmula leucocitária destes indivíduos Pelger-Huët heterozigotos, poder ser confundida com a de indivíduos normais que estejam apresentando um “desvio a esquerda”, como aquele que é decorrente de processos infecciosos.Para estabelecer o diagnóstico de Pelger-Huët , é útil pesquisar anormalidades semelhantes em outros membros da família, bem como excluir a possibilidade de processo infeccioso vigente no momento da coleta do sangue.
PSEUDO (OU ADQUIRIDA) PELGER-HUËT
Em algumas eventualidades podem ser encontradas células com alterações morfológicas análogas àquelas descritas no Pelger-Huët, que podem ser designadas como "pelgeróides". Durante a evolução das leucemias mielóides, em especial depois de tratamento quimioterápico, é comum a ocorrência destas células. De modo muito ocasional, estas alterações também podem acompanhar algumas outras patologias, como mielodisplasias, mixedema, mieloma múltiplo, leucemia linfocítica crônica ou sensibilidade a drogas.
DISTRIBUIÇÃO DOS LOBOS NUCLEARES DOS NEUTRÓFILOS
	 
	1 lobo
	2 lobos
	3 lobos
	4 lobos
	5 lobos
	normal
	0-6 %
	16-28%
	49-60%
	10-25%
	1-5%
	Pelger-Huët homozigoto
	100%
	0
	0
	0
	0
	Pelger-Huët heterozigoto
	22-40%
	53-73%
	1-10%
	0
	0
MODIFICAÇÕES HEMATOLÓGICAS
Em homozigotos, situação de rara frequência,os neutrófilos apresentam núcleos ovais ou arredondados. Apesar das alterações nucleares, as atividades enzimáticas e fagocíticas dos neutrófilos são aparentemente normais, em homozigose, os neutrófilos terão um núcleo oval ou arredondado. Neste caso, o indivíduo poderá apresentar atraso no desenvolvimento, epilepsia, alterações cardíacas e anormalidades esqueléticas podendo ser fatal em animais e suscetibilidade a infecções. A migração celular pode ser levemente alterada, mas a função dos granulócitos é normal e os indivíduos com essa anormalidade hereditária não sofrem efeitos adversos. É do sexo masculino que, após algumas horas de vida, apresenta icterícia neonatal, dificuldade respiratória e hepatoesplenomegalia.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
CASO 1
Com o objetivo de caracterizar a anomalia de Pelger-Huët e definir o diagnóstico laboratorial, analisamos um grupo familiar de Cuiabá-MT, com suspeita da alteração após avaliação morfológica inicial. Foram coletados 4 mL de sangue venoso em tubo com EDTA como anticoagulante (BD Vacutainer™-Becton Dickinson UK) de uma gestante, negróide, com 17 anos, encaminhada para realização de hemograma completo. A amostra foi processada em aparelho automatizado (Cell Dyn 3.200, Abbott) e o esfregaço sangüíneo corado segundo Leishman. Após estabelecimento da suspeita de anomalia de Pelger-Huët, foi solicitada a análise dos outros dez membros da família, com idades entre 04 e 45 anos, de ascendência negróides, não apresentando sinais e sintomas clínicos de infecção, após consentimento informado. Os resultados do hemograma da paciente apontaram discreta leucocitose e eosinofilia. Na contagem diferencial de leucócitos foram observados 27% de neutrófilos em forma de bastão e 19% de neutrófilos com núcleos bilobulados "pince nez". Verificou-se a ausência de segmentação nuclear nos eosinófilos e não foram observadas formas com três lóbulos, sugerindo a anomalia de Pelger-Huët. Destaca-se que não foram verificadas alterações morfológicas nos neutrófilos e nem a presença de formas em bastão, pela metodologia automatizada, amplamente utilizada em nosso país por laboratórios de grande porte. Para elucidar a origem hereditária ou adquirida da anomalia de Pelger-Huët, foram analisados os 11 membros da família, incluindo a paciente em estudo (Figura1). Dentre estes, seis (54,5%) apresentaram alterações compatíveis com a anomalia de Pelger-Huët. As características morfológicas dos neutrófilos, que apresentaram núcleos sem segmentação, bilobulados ou em forma de bastão, além da ausência de segmentação nuclear nos eosinófilos, caracterizaram a forma heterozigota da anomalia de Pelger-Huët observada em todos os membros afetados.5 A importância do estudo familiar neste caso consistiu em diferenciá-la de um verdadeiro "desvio à esquerda", evitando-se assim interpretações errôneas do hemograma e condutas clínicas e terapêuticas desnecessárias.
CASO 2
Forma homozigótica anomalia de leucócitos Pelger-Huët no homem. É apresentado um relato de um novo caso de anomalia leucocitária de Pelger-Huet (PH) na forma homozigótica em uma menina de 18 meses de idade.Clinicamente, o probando não apresenta sintomas especiais dependentes da anomalia leucocitária, mas a polidactilia afeta ambas as mãos (seis dedos em uma mão) e pés (seis dedos em ambos os pés).
Seu pedigree revela a existência de três casais nos quais marido e mulher são portadores heterozigotos da anomalia de HP. O estudo da linhagem familiar sugere que a transmissão da anomalia leucocitária é predominantemente dominante na natureza, com penetração completa e expressão variável (Aznar J, Vaya A.).
CONCLUSÃO
A anomalia de Pelger-Huët é um achado acidental na rotina clínica e geralmente é detectada quando se observa um desvio à esquerda degenerativo persistente sem a presença de infecção, neoplasia associada à medula ou a exposição a medicamentos O diagnóstico baseia-se no aparecimento de granulócitos, especialmente neutrófilos, maduros com núcleos com cromatina condensada, irregular, sem segmentação, lembrando metamielócitos e mielócitos. O citoplasma sofre maturação normal Uma base hereditária para a anomalia pode ser comprovada clinicamente quando células de Pelger-Huët são encontradas em esfregaços de sangue dos parentes, o reconhecimento dessa anomalia é importante para prevenir uma associação incorreta com doenças que produzem um desvio à esquerda evitando-se a realização de testes diagnósticos e tratamento desnecessários e não é necessário tratamento, pois não está associado à doença clínica.
REFERÊNCIAS
1- Roberta Delessa Faria, Alessandra Coelho Zanella, Brenda Calmon Tavares, Guilherme Ferreira Bretas, Marcelo Renan de Deus Santos, Betania Souza Monteiro, ANOMALIA DE PELGER-HUËT – RELATO DE CASO, Archives of Veterinary Science ISSN 1517-784X, 2012.
2- Marcano, E; Martinez, D; Gudiño, O; Ramírez, P; Medina, M, Anomalía de Pelger-Huet: reporte de un caso / Pelger-huet anomaly: a case report, Col. med. estado Táchira;16(2):52-53, abr.-jun. 2007.
3- Patrícia H. O. CalderanI; Dimas J. CampioloI; Omar S.G. SaavedraII; Cláudia R. Bonini-DomingosIII, Estudo da anomalia de Pelger-Huët em núcleo familiar (Pelger-Huët anomaly study in a Family), Rev. Bras. Hematol. Hemoter. vol.30 no.1 São José do Rio Preto Jan./Feb. 2008
4- IACS Instituto de Análises Clínicas de Santos, Anomalia de Pelger-huët, Nº 141 Mar – 2005.
5- Aznar J, Vaya A. Homozygous form of the Pelger-Huët leukocyte anomaly in man. US National Library of Medicine National Institutes of Health, Acta Haematol. 1981;66(1):59-62.
6- Kuriyama K, Tomonaga M, Matsuo T, Ginnai I, Ichimaru M Diagnostic significance of detecting pseudo-Pelger-Huët anomalies and micro-megakaryocytes in myelodysplastic syndrome. US National Library of Medicine National Institutes of Health, Br J Haematol. 1986 Aug;63(4):665-9.
ANEXOS
Anomalia Pseudo-Pelger-Huet.
Referência; google.com/Pelger-Huet
Anomalia Pelger-Huet.
É uma alteração hereditária autossômica dominante rara, que se caracteriza pelo achado de neutrófilos hipossegmentados, sem que, no entanto, ocorra alteração da função da célula. Os neutrófilos aparecem na periferia com discreta segmentação (bilobulados) ou mesmo sem segmentação (como bastões). Como não leva a alterações funcionais, não apresenta repercussões clínicas. Seu diagnóstico assume importância para evitar sua interpretação como um desvio à esquerda. Pode também ser encontrada nos eosinófilos. Existe, ainda, um quadro chamado de Pseudo-Pelger-Huet, no qual essa alteração pode ser adquirida, sendo causada por reações a drogas e em alguns casos de mielodisplásicas e leucemias.
BIOMEDICINA

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