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TRABALHO DE EXECUCAO

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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS 
DISCIPLINA: DIRIETO PROCESSUAL CIVIL – EXECUÇÃO 
PROFESSOR: GUSTAVO HENRIQUE PACHECO BELUCCI 
TRABALHO: EXECUÇÃO 
ALUNO: ELAINE DE ALMEIDA SERAFIM - RA: 8436101 Nº Lista: 49 Turmas: 
003205B02 
Numa execução de título executivo extrajudicial, o juiz de direito da 2ª Vara Cível determinou 
a penhora de 30% dos vencimentos do executado, sob o argumento de que tal penhora 
preserva o suficiente para a manutenção do executado e da sua família. Considerando que o 
crédito não tem natureza alimentar e que a penhora não incidiu sobre o excedente a 50 
salários-mínimos mensais, analise a decisão judicial à luz do art. 833 do CPC e da ponderação 
entre os interesses envolvidos, especialmente o direito do exequente à satisfação do crédito e a 
proteção da dignidade do executado e de sua família. 
O Aluno deverá inserir o trabalho que consistirá na análise do julgado. 
ANÁLISE DO JULGADO 
Em resposta ao exercício proposto para este trabalho, segue a analise do julgado: 
Trata-se de uma execução de titulo extrajudicial na qual o Juiz da 2ª Vara Civil determinou a 
penhora de 30% dos vencimentos do executado, sobre o argumento de que tal penhora 
preserva o suficiente para a manutenção do executado e de sua família. 
De acordo com artigo 833 inciso IV do Novo Código de processo Civil, são bens 
impenhoráveis : 
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as 
pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao 
sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, 
ressalvado o § 2º; 
Dispositivo correspondente ao artigo 649, IV do CPC de/73: 
Art. 649. São absolutamente impenhoráveis: 
IV - os vencimentos dos magistrados, dos professores e dos funcionários públicos, o soldo e os salários, 
salvo para pagamento de prestação alimentícia; 
No rol dos casos em que, via de regra, encerram situações de impenhorabilidade que visa 
resguardar um patrimônio mínimo do devedor, assegurando-lhe certa dignidade. São 
ominosos ao direito contemporâneo por exemplo hipóteses de responsabilidade pessoal do 
devedor tais como previstas na Lei das XII Tábuas, que permitia dividir o devedor em 
quantos fossem os credores, ou mesmo seu acorrentamento. 
Tábua III - Normas contra os inadimplentes; aquele que for devedor terá 60 dias para pagar, se não o 
credor poderá fazer o que quiser, desde vendê-lo, ou até mesmo cortar o corpo em quantos pedaços forem 
os credores. 
Como se percebe, a regra é a impenhorabilidade da remuneração, detentora de natureza 
alimentar e, portanto, destinada a proporcionar ao seu recebedor garantias mínimas de 
habitação, transporte, alimentação, vestuário, educação, saúde, lazer etc. 
Todavia, por força da própria lei estão fora da regra da impenhorabilidade: 
Art. 833 
a) a cobrança de o débito alimentar, independentemente da sua origem; e 
b) a cobrança do débito de qualquer origem, incidente sobre o valor que exceder a remuneração 
superior a 50 (cinquenta) salários-mínimos. 
Para além dessas expressas previsões legais, a jurisprudência firmou posições no sentido de 
mitigar as regras de impenhorabilidade, enaltecendo assim os princípios da dignidade da 
pessoa humana (art. 1º, III da CF/88). Temos por dignidade da pessoa humana a qualidade 
intrínseca e distintiva de cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e 
consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo 
de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de 
cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas 
para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa co-responsável 
nos destinos da própria existência e da vida em comunhão dos demais seres humanos. 
A dignidade da pessoa humana, prevista no artigo 1º, inciso III da Constituição Federal, 
constitui um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito, inerente à República 
Federativa do Brasil. Sua finalidade, na qualidade de princípio fundamental, é assegurar ao 
homem um mínimo de direitos que devem ser respeitados pela sociedade e pelo poder 
público, de forma a preservar a valorização do ser humano. 
 
Evita-se, com isso, que ao devedor seja concedido um odioso "salvo-conduto" incentivado 
pela lei, como bem explica MÁRCIO MANOEL MAIDAME: 4 
“se o devedor não possui outra atividade ou outros bens que lhe convertam renda mensal, e vive apenas do 
salário, a presente situação equivale a dizer que este cidadão tem um salvo-conduto para não pagar nenhuma das 
suas dívidas judiciais”. 
A Lei também garante direito ao exequente conforme artigo abaixo: 
Art. 904. A satisfação do crédito exequendo far-se á: 
I – pela entrega do dinheiro; 
II _ pela adjudicação dos bens penhorados 
O principio da satisfação do crédito exequendo prevê a execução deve ser realizada no 
interesse do exequente, pois de nada adiantaria uma execução menos gravosa ao executado , 
mas inútil ao credor 
O dispositivo trouxe apenas duas hipóteses de satisfação do crédito, sendo a entrega do 
dinheiro propriamente dita ou pela adjudicação dos bens penhorados. 
Diante do que foi aqui exposto, percebe-se que tanto o CPC/73 como o CPC/15 deram a 
devida normatização à impenhorabilidade do salário, sem deixar arestas interpretativas para o 
aplicador do direito 
O que se vê, tanto no CPC/73 quanto no CPC/15, foi a vontade do legislador em estabelecer 
duas regras, a partir do conteúdo das normas que disciplinam a impenhorabilidade de salário: 
1º) o salário é impenhorável (regra geral); 2º) excepcionalmente, pode haver a penhora, nos 
termos da lei (regra específica de aplicação ocasional). 
Não deixou o legislador espaço para que o juiz, a seu critério, determinasse a penhora, diante 
da situação do caso concreto. 
Inexistente, assim, qualquer autorização legal, ou mesmo razoável, num sentido material-
processual, para se afirmar, como propôs o aresto, que “cabe à instância de origem verificar se 
a penhora é possível sem afetar o mínimo existencial”. 
Virgílio Afonso da Silva, em uma análise da jurisprudência do STF de 2005, já bradava sobre 
o uso excessivo da dignidade da pessoa humana como princípio fundamentador de toda e 
qualquer situação: 
“No Brasil, no entanto, em decorrência de uma banalização do uso da garantia da dignidade da pessoa humana, 
muitos casos de restrição a direitos fundamentais – às vezes, nem isso – tendem a ser considerados como uma 
afronta a essa garantia. Uma breve análise da jurisprudência do STF indica um cenário que dá indícios para a 
confirmação dessa hipótese. Apenas nos seis primeiros meses de 2005, ao menos nove decisões apontaram para 
algum tipo de ofensa à dignidade humana. Diante disso, pode-se dizer que ou a dignidade humana é, no Brasil, 
constantemente desrespeitada, ou tal garantia tem servido como uma espécie de enorme “guarda-chuva”, 
embaixo do qual diversas situações, que poderiam ser resolvidas por meio do recurso a outras garantias 
constitucionais e até mesmo infraconstitucionais, acabam sendo amontoadas em busca de proteção.” 
Desta forma a decisão proferida pelo Juiz foi ponderada, visto que o executado pode ter uma 
renda superior a uma renda básica ou uma renda perfeitamente possível de se viver com 
dignidade humana. 
Se analisarmos uma pessoa que tem uma renda mensal de R$ 25.000,00 ( Vinte cinco mil 
reais), podemos facilmente perceber que é perfeitamente possível conviver com 70% deste 
valor. 
Temos que pensar nestes casos na dignidade humana do exequente e de sua famíliaque pode 
em razão dos valores não percebidos não conseguir manter o seu sustento e da sua família e 
preservar o principio da dignidade humana. 
Em uma pesquisa pelas decisões tomadas pelo STF pude ver casos em que o Juiz como do 
caso concreto apresentado proferiu a sentença em favor do executante , conforme caso abaixo 
: 
Mantida penhora de 30% do salário para saldar dívida de natureza não alimentar 
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o recurso de um policial civil 
de Goiás e manteve a decisão do tribunal estadual que possibilitou a penhora de 30% de seu 
salário para o pagamento de uma dívida de natureza não alimentar. 
 
No caso analisado, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) flexibilizou a regra prevista no 
artigo 649 do CPC/73, a respeito da impenhorabilidade das verbas salariais. O entendimento 
do TJGO é que a penhora de 30% não comprometeria o mínimo indispensável para a 
sobrevivência do policial, motivo pelo qual a penhora foi autorizada. 
 
A relatora do recurso no STJ ministra Nancy Andrighi, afirmou que a flexibilização da regra 
prevista no CPC é uma construção jurisprudencial e que, em tais casos, o que importa analisar 
é se os valores a serem penhorados comprometem ou não a subsistência do endividado. 
 
“A jurisprudência desta corte vem evoluindo no sentido de admitir, em execução de dívida não alimentar, a 
flexibilização da regra de impenhorabilidade quando a hipótese concreta dos autos revelar que o bloqueio de 
parte da remuneração não prejudica a subsistência digna do devedor e de sua família”, justificou a relatora. 
 
Princípios balanceados 
 
Nancy Andrighi destacou que em situações como a analisada é necessário harmonizar duas 
vertentes do princípio da dignidade da pessoa: o direito ao mínimo existencial e o direito à 
satisfação executiva, o que deve ser feito analisando as provas dos autos. 
 
“Em tendo a corte local expressamente reconhecido que a constrição de percentual de salário do recorrente não 
comprometeria a sua subsistência digna, inviável mostra-se a alteração do julgado, uma vez que, para tal mister, 
seria necessário o revolvimento do conjunto fático-probatório dos autos”, afirmou a ministra, lembrando que a 
Súmula 7 do STJ impede a reapreciação de provas em recurso especial. 
 
Segundo o recorrente, o salário mensal de R$ 3.600 já era comprometido com uma pensão de 
R$ 1.100 para sua filha, bem como pagamentos fixos de plano de saúde, financiamento de 
imóvel e veículo, sobrando R$ 1.000 para suas despesas alimentares. 
 
Os ministros da Terceira Turma observaram que não houve comprovação de todas as despesas 
alegadas junto ao TJGO, o que inviabilizou a tese de que o restante de seu salário seria 
impenhorável. A relatora ressaltou que a impenhorabilidade prevista no CPC é relativa, e cabe 
à instância de origem, nesses casos, verificar se a penhora é possível sem afetar o mínimo 
existencial. 
 
3. Conclusão 
Existe um dilema entre a necessidade de satisfação do credor e o respeito à dignidade do 
devedor é atual e sempre estará em ênfase no processo de execução ou no cumprimento de 
sentença. 
Se por um lado deve-se garantir ao devedor um mínimo que lhe garanta a subsistência, por 
outro não se deve deixar à míngua o credor. 
A luz do artigo 833 do CPC inciso IV de fato não há brechas na lei que permita o penhor do 
salario em exceto para alimentos , desta forma acredito que na analise e decisão o juiz de 
averiguar caso a caso , pois dentro de um cenário é possível varias possibilidades. 
Como citado acima existe o direito fundamental da garantia da dignidade da pessoa humana , 
esse direito não está reservado apenas para o executado, o direito é para todas , não podemos 
utilizar desta garantia que a nossa CF /88 permite sem uma analise minuciosa de cada caso. 
No caso concreto apresentado não é citado valores dos vencimentos do executado, mas é 
citado que o valor restante da penhora é suficiente para preservar o sustento e a manutenção 
de sua família, desta forma não há motivos para deixar de garantir a satisfação do crédito do 
exequente e também a sua dignidade humana e manutenção de sua família. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
https://brasil.mylex.net/pltsearch.html?core=PLTSentence&articleId=59934&fullText=susten
to&epigId=40683 
http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/Comunica%C3%A7%C3%A3o/noticias/Not%C
3%ADcias/Mantida-penhora-de-30%25-do-sal%C3%A1rio-para-saldar-d%C3%ADvida-de-
natureza-n%C3%A3o-alimentar 
5
 SILVA, Virgílio Afonso da. Direitos Fundamentais: conteúdo essencial, restrições e 
eficácia, 2ª edição. São Paulo: Malheiros editores, 2010, p. 193. 
http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/Comunica%C3%A7%C3%A3o/noticias/Not%C
3%ADcias/Mantida-penhora-de-30%25-do-sal%C3%A1rio-para-saldar-d%C3%ADvida-de-
natureza-n%C3%A3o-alimentar 
http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/Comunica%C3%A7%C3%A3o/noticias/Not%C
3%ADcias/Mantida-penhora-de-30%25-do-sal%C3%A1rio-para-saldar-d%C3%ADvida-de-
natureza-n%C3%A3o-alimentar

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