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1 
 
 
 
 
 
Professora: Selva Maria Guimarães Barreto 
EMENTA 
Conceitos de anatomia e cinesiologia. Conhecimentos do corpo 
humano em nível micro e macroscópico: células, tecidos, órgãos e 
sistemas. Identificação e classificação dos ossos, músculos e 
articulações. Planos, eixos e complexos articulares. 
 
PROGRAMA DA DISCIPLINA 
CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA E 
CINESIOLOGIA 
1.1) CONSIDERAÇÕES GERAIS. 
1.2) VARIAÇÃO ANATÔMICA E NORMAL. 
1.3) NOMENCLATURA ANATÔMICA. 
1.4) POSIÇÃO ANATÔMICA. 
1.5) DIVISÃO DO CORPO HUMANO. 
1.6) PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO. 
 
 
2 
 
 
OBSERVAÇÕES: lembramos que devido à densidade dos conteúdos aqui 
explanados o estudo, a assimilação e o aproveitamento profissionalda 
disciplina BaseAnátomoCinesiológicas do Movimento (Humano) só serão 
devidamente maximizados se você (estudante) se reportar,a todo o 
momento de estudo ou de dúvida, ao Atlas de Anatomia que está 
disponibilizado na plataforma. 
Tal condição se deve ao fato deste livro se ater à exposição, 
explicação e aplicação dos conhecimentos referentes à disciplina em 
foco no âmbito da Licenciatura em Educação Físicasem se utilizar de 
imagens, uma vez que o referido Atlas as apresenta de forma 
adequadíssima às nossas exigências e necessidades docentes. 
3 
 
 
CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA E 
CINESIOLOGIA 
 
1.1) CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 O produto esperado de um curso de licenciatura (formação 
profissional em nível superior para a Educação Básica) é a transmissão, 
a assimilação ea(re)construção de conhecimentos, de conteúdos, de 
habilidades, de procedimentos e de atitudes culturais, científicas, 
sociais e corporais que permitam a ação eficiente e eficaz do educador 
nos setores em que atua. 
 Esta constatação se baseia no fato de que não basta ao graduado 
dominar um conjunto de habilidades que, no caso da Licenciatura em 
Educação Física, está relacionado aos jogos, aos exercícios, aos 
esportes, às ginásticas, às atividades lúdicas e às danças. Ele também, 
e necessariamente, deve ser capaz de transformar, de forma ética e 
política, conteúdos como teorias, conceitos, regras e métodos em 
instrumentos conceituais de análise e solução de problemas edilemas 
que permeiam nossa realidade (LIBÂNEO, 2001). 
Sendo assim, a formação do Licenciado em Educação Física é 
claramente de orientação multidisciplinar e normalmente constituída por 
três esferas gerais do estudo acadêmico, ou como prefere Tani (1996), 
por três diferentes e complementares “tipos de conhecimentos”, 
apresentados a seguir: 
a)conhecimentos de orientação acadêmica ou de formação ampliada, 
derivados das ciências humanas e biológicas, com ênfase nas relações 
interdisciplinares entre eles e a área de estudo da Educação Física; 
b)conhecimentos de orientação às atividades ou identificadores da 
Educação Física, que abrangem as dimensões da cultura corporal e dos 
aspectos técnicos instrumentais; e 
4 
 
 
c)conhecimentos de orientação pedagógica ou do campo de intervenção 
da Educação Física, que enfocamos aspectos relativos à elaboração, 
implantação e avaliação das ações acadêmico-profissionais que 
constituem os processos de ensino-aprendizagem próprios da Educação 
Física. 
 No tocante à disciplina a ser aqui enfatizada, Base 
AnátomoCinesiológicas do Movimento, esta se constitui na junção de 
duas áreas pertencentes ao primeiro grupo de conhecimentos: 
a)a primeira se constitui na Anatomia, do grego ana (em partes) e tomein 
(cortar), definida por Dângelo e Fattini (2009, p.01) como“aciência que 
estuda macro e microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento 
dos seres organizados”ou, como elegem Castro (1985) e Souza (2001), é 
a ciência que estuda a forma e a estrutura dos seres vivos. 
 Ressaltamos que o presente texto abordará exclusivamente a 
Anatomia Funcional Humana, tendo em vista as várias áreas de interesse 
constituintes dessa ciência e por ser foco de nosso interesse o 
conhecimento e a capacidade de análise dos movimentos gerados pelos 
seres humanos e não apenas a localização dos músculos ou 
grupamentos musculares utilizados para tais fins. 
 Somado a isso esclarecemos que apesar do método usual para o 
ensino e aprendizagem da Anatomia Funcional Humana se fazer valer do 
estudo via exame de peças anatômicas fixadas e dissecadas, atualmente 
estão sendo utilizados modelos de material plástico e acesso on-line a 
bibliotecas e centros anatômicos virtuais, lembrando que os 
conhecimentos próprios dessa área também podem ser obtidos 
diretamente no corpo humano vivo, por meio da inspeção e/ou palpação 
e também via análise de radiografias, tomografias e imagens de 
ressonância magnética (SOUZA, 2001); 
b) Já a segunda área, contemplada pela Cinesiologia, palavra 
constituída pelos verbosgregoskinein (mover) e logos (estudar), é 
apresentada por Hamilton, Weimar e Luttgens (2013, p. 02) como 
“o estudo do movimento humano do ponto de vista da física”,etem 
por objetivo o conhecimento e a análise das forças internas (tensão 
5 
 
 
muscular, por exemplo) e externas (força da gravidade e atrito) que 
afetam as ações motoras realizadas pelo ser humano, de modo a 
favorecer a minimizaçãoda ocorrência de lesões e à 
maximizaçãodo desempenho apresentado pelo executor. 
 Desta forma, a disciplinaBaseAnátomoCinesiológicas do 
Movimento, objetiva apresentar ao Licenciando em Educação Física 
conhecimentos e entendimentos referentes ao corpo humano, de suas 
partes constituintes e suas relações, dos sistemas que o integra, suas 
funções, divisões e componentes; e dos complexos articulares e das 
relações destes com as ações humanas voluntárias. Tal situação se deve 
aos seguintes motivos: 
a disciplina em foco se constitui de conhecimentos imprescindíveis para 
a identificação, localização e, principalmente, para o entendimento do 
movimento humano, como explicitam Hamill e Knutzen (2012, p. 05): 
a abordagem da anatomia funcional utilizada na análise de 
uma elevação lateral do braço com um haltere, identifica os 
músculos deltóide, trapézio, levantador da escápula, 
rombóide e supraespinhal como contribuidores para a 
rotação para cima e elevação do cíngulo do membro 
superior e para a abdução do braço. 
 
 Este entendimento é essencial na organização e no 
sequenciamento dos conteúdos a serem apresentados nas aulas de 
Educação Física, seja no Ensino Fundamental, seja no Ensino Médio, 
assim como do conhecimento potencial de lesão de uma determinada 
ação motora esportiva,ou não, durante a sua realização; 
o entendimento de como, quando e onde as forças internas e externas 
atuam em relação às posições e movimentos realizados, é essencial 
para que o Licenciado em Educação Física saiba estruturar ações 
educativas que possam viabilizar a capacidade de produção, estudo, 
ensino-aprendizagem e alteração das ações realizadas por seus alunos. 
 A partir dessas colocações, apresentaremos a seguir os conteúdos 
que compõem nossa disciplina, sendo estes expostos da maneira que 
nos pareceu mais compreensível e semqualquerpretensão de esgotar as 
6 
 
 
temáticas abordadas, devido não só à amplitude destas como também 
pelas limitações espaço-temporais aqui vivenciadas. 
 
 
1.2) VARIAÇÃO ANATÔMICA E NORMAL 
 É fácil verificarmos a diversidade humana. Basta que nos olhemos 
ao espelho e depois visualizemos nossa mãe, pai, irmãos e amigos. 
Somos muito parecidos, mas ao mesmo tempo muito diferentes na 
estatura, na estruturação corporal e também na forma que alguns de 
nossos órgãos internos se apresentam já que, por exemplo,o estômago 
do indivíduo A pode ser mais alongado e com grande eixo vertical 
quando comparado ao estômago do indivíduo B, que se apresenta mais 
horizontalmente.Entretanto, estes indivíduos não apresentam problemas 
digestórios, como afirmam Dângelo e Fattini(2009). 
 Como a Anatomia Funcional Humana apresenta como objeto de 
estudo o nosso corpo, as diferenças morfológicas existentes entre as 
pessoas, que em nada prejudicam ou auxiliam funcionalmente os 
indivíduos, são denominadas de variação anatômica e normal, sendo 
classificadas como externas ou internas segundo os exemplos 
anteriores. 
 De forma complementar, Souza (2001) afirma que em anatomia o 
aspecto morfológico tido como normal é aqueleque se apresenta de 
forma mais frequente e que permite a realização adequada das funções 
preconizadas para uma determinada estrutura. Um exemplo que ilustra 
essa afirmaçãoestá vinculado à localização da divisão da artéria do 
braço, normalmenteencontrada na altura do cúbito (cotovelo), mas que 
em alguns indivíduos pode estar presente em um nível mais baixo ou 
mais alto do braço sem, contudo, apresentar prejuízo para a função. 
 Salientamos que fatores como idade cronológica, gênero, grupo 
étnico e biótipo são condições que podem condicionar o aparecimento 
de variações anatômicas, sendo que Souza (2001) apresenta os 
seguintes exemplos: 
7 
 
 
-nossos órgãos apresentam características distintas no “correr” do 
nosso processo de desenvolvimento, como no caso de nossa pele facial 
e de nossa estrutura ocular (e, por consequência, de nossa capacidade 
visual); 
-as evidentes diferenças de sexo vinculadas ao sistema genital e também 
ao menor tamanho da laringe da mulher quanto comparada à do homem; 
-as variações quanto aos formatos dos olhos em indivíduos de origem 
ocidental e oriental; 
-as conformidades corporais apresentada pelos indivíduos longilíneos 
(pessoas altas, magras, com pescoço longo e membros longos em 
relação ao tronco) e brevilíneos (sujeitos mais baixos, atarracados, com 
pescoço curto e com membros mais curtos em relação ao tronco). 
 Por outro lado, quando nos deparamos com um desvio anatômico 
que gera perturbação da função, como no caso da falta do polegar em 
uma das mãos, diz-se que se trata de uma anomalia, e quando esta é 
muito acentuada e incompatível com a vida, como no caso da agenesia 
(não formação) do encéfalo, esta diferença recebe o nome de 
monstruosidade (DÂNGELO; FATTINI, 2009). 
 Dessa forma, somente essa última impossibilita o processo de 
desenvolvimento do indivíduo. 
 
 
1.3) NOMENCLATURA ANATÔMICA 
 
 Assim como as demais áreas do conhecimento, a área da saúde 
possui uma linguagem própria e incluída nela podemos citar a chamada 
Terminologia Anatômica, entendida como o conjunto de termos oficiais e 
convencionados usados na descrição do organismo humano e seus 
componentes. Por ser uma linguagem padronizada ela permite a 
comunicação clara entre os profissionais de diversas partes do 
mundo,sendoAndreasVersalius, um belga,o primeiro a utilizá-la de forma 
ampla, no livro De HumaniCorporisFabric, datado de 1573(CASTRO, 
1985; DÂNGELO; FATTINI, 2009) 
8 
 
 
 Entretanto, como não havia meios de difundir o conhecimento em 
massa na Idade Média, os centros científicos de cada país começaram a 
elaborar seus livros na língua de origem, o que gerou várias realidades e 
possibilidades linguísticas.Desta forma, até o final do século XIX, quando 
os conhecimentos adquiridos através de estudos e trabalhos das 
“escolas anatômicas” (principalmente da França, Inglaterra, Alemanha e 
Itália) da época já eram qualitativa e quantitativamente significativos, as 
estruturas do corpo recebiam diferentes nomes e denominações em 
cada um desses centros de estudo, sem um padrão, o que dificultava em 
muito a comunicação entre os anatomistas (DÂNGELO; FATTINI, 2009). 
De acordo com Castro (1985), foi somente no ano de 1895 que 
ocorreu a primeira tentativa de se criar uma nomenclatura anatômica 
internacional, sendo formada, então, a BasleNominaAnatomica (B.N.A), 
na Basileia. Durante o século XX várias atualizações e revisões foram 
feitas, sendo a que ocorreu no Congresso de Paris, em 1955, marcante 
para a unificação da nomenclatura, tendo em vista a aprovaçãoda Paris 
Nomina Anatomica (P.N.A). 
Um pouco mais tarde, no ano de 1980, durante o Congresso 
Federativo Internacional da Anatomia (CFIA), foi criada a 
FederativeCommiteeonAnatomicalTerminology (FCAT), que tem como 
objetivo promover a revisão anual da nomenclatura anatômica, já que 
esta pode ser sempre alterada, desde que haja argumentos válidos que 
justifiquem as mudanças, e que estas sejam aprovadas nos Congressos 
Internacionais de Anatomia realizados quinquenalmente. 
Ressaltamos que a última versão da Terminologia Anatômica foi 
estruturada em Roma e aprovada pela Assembleia Geral da Federação 
Internacional de Associações de Anatomistas, em 1999, sendo sua 
tradução no Brasil realizada no ano2000. 
De acordo com Dângelo e Fattini (2009), entre os princípios que 
caracterizam a Terminologia Anatômica vigente, pode-se citar a 
abolição dos epônimos (nomes de pessoas), determinada pelo Comitê 
Internacional de Nomenclatura Anatômica, em 1955, sendo que tal 
exclusão se deveu à imprecisão científica desse uso. 
9 
 
 
Assim, a terminologia atualmente utilizada prioriza termos que 
indicam forma, localização, trajeto, função, relação com órgãos e/ou 
sistemas, posição, ou mesmo uma mistura desses critérios, ou seja, 
evidencia termos que contenham alguma informação sobre a estrutura 
do corpo que nomeiam. 
Tal relação, segundo Dângelo e Fattini (2009), facilita a 
memorização e a aplicação dos termos, e como exemplos citamos: ducto 
pancreático (que indica localização); músculo trapézio(que indica 
forma), e músculo levantador da escápula (que indica função). 
Também algumas abreviações são utilizadas pela nova 
Terminologia: A. – artéria; Aa. – artérias; Lig. – ligamento; Ligg. – 
ligamentos; V. – veia; Vv. – veias; N. – nervo; Nn. – nervos etc., 
lembrando que o latim é a língua oficial, já que não pode sofrer 
alterações na sua forma escrita, já que é uma língua “morta” e, por isso, 
é a mesma em qualquer lugar do mundo. Lembramos queé possível 
traduzir os nomes oficiais para o vernáculo de cada país, sendo que, no 
nosso caso, como o português é uma língua latina, a tradução desses 
nomes difere pouquíssimo do original em latim (DÂNGELO; FATTINI, 
2009; SIEGFRIED, 2010, SOUZA, 2001). 
 
 
1.4) POSIÇÃO ANATÔMONICA 
 
Posição Anatômica é uma posição específica e de referência que 
dá significado aos termos direcionais utilizados na descrição das partes 
e regiões do corpo. Assim, quando se fala do corpo humano em textos, 
por exemplo, os autores consideram como se estivesse sempre na 
posição padronizada. 
Pode-se descrever a Posição Anatômica como um indivíduo em pé 
(posição ereta ou ortostática), com a cabeça e olhos direcionados para 
frente; membros inferiores justapostos e com os dedos direcionados 
anteriormente (para frente); e membros superiores estendidos aplicados 
10 
 
 
ao tronco, sendo que as palmas das mãos devem estar voltadas para 
frente (CASTRO, 1985; DÂNGELO; FATTINI, 2009; SIEGFRIED, 2010). 
 
1 Imagem — Posição Anatômica. 
 
 
 
 
 
1.5) DIVISÃO DO CORPO HUMANO 
 
 Segundo Siegfried (2010), o corpo humano é classicamente dividido 
em: 
a)cabeça: subdividida em face e crânio; 
b)tronco: constituído pelo pescoço, tórax e abdome; 
11 
 
 
c)membros: superiores (direito e esquerdo), segmentados em ombro, 
braço,antebraço e mão, e inferiores (também direito e esquerdo), 
formados pelo quadril, coxa, perna e pé. 
 Outra divisão também bastante utilizada é a seguinte: 
a)cabeça e pescoço: constituídos por toda a área acima da abertura 
torácica superior; 
b) tórax: composto pela região compreendida entre a abertura torácica 
superior e o diafragma torácico; 
c)abdome: secção do tronco entre o tórax e a pelve; 
d)costas: compostas pela coluna vertebral e seus constituintes, as 
vértebras e os discos intervertebrais; 
e)membro superior (direito e esquerdo): constituído pelas regiões 
escapular e peitoral, axila, ombro, braço, antebraço e mão; 
f)membro inferior (direito e esquerdo): compreende a região abaixo do 
ligamento inguinal, constituída pela articulação do quadril, coxa, perna e 
pé; 
g)pelve e períneo: área de transição entre o tronco e membros 
inferiores. 
 
 Alguns outros termos descritivos anatômicos também muito 
utilizados de acordo com Siegfried (2010): 
 anterior ou ventral: na parte da frente ou dianteira do corpo; 
 posterior dorsal: atrás ou próximo da parte detrás do corpo. 
 decúbito ventral (ou em pronação): deitado de bruços, com o rosto 
virado para baixo; 
 decúbito dorsal (ou em supinação): deitado de costas, com o rosto 
virado para cima; 
 caudal: próximo ou na direção do cóccix; 
 central: próximo ao centro (mediano) do corpo ou no centro de um 
determinado órgão; 
 periférico: distante do centro do corpo ou de um determinado 
órgão. 
 lateral: de lado ou próximo a parte lateral do corpo; 
12 
 
 
 medial (ou mediano): no centro do corpo; 
 proximal: mais próximo do tronco ou de um ponto de referência 
indicado; 
 distal: mais distante do tronco ou de um ponto de referência 
explicitado; 
 superficial: próximo à superfície corporal; 
 profundo: mais distante da superfície corporal; 
 superior: localizado mais alto ou acima de uma parte do corpo 
indicada; 
 inferior: localizada embaixo ou mais abaixo de uma determinada 
parte corporal indicada; 
 cefálica: referente à cabeça; 
 cervical: diz-se com relação ao pescoço; 
 frontal: referente à testa; 
 occipital: parte posterior da cabeça; 
 oftalmológico: orbital, olhos; 
 oral: com relação à boca; 
 nasal: nariz; 
 braquial: parte superior do braço; 
 cárpica: punho; 
 cubital: cotovelo ou cúbito; 
 palmar: palma da mão; 
 femoral: coxa; 
 pedal; pé; 
 poplíteo: parte posterior do joelho; 
 celíaco: abdome; 
 glúteo: nádegas; 
 virilha: área do abdome perto da coxa; 
 perineal: área entre o ânus e os órgãos sexuais externos; 
 sacral: parte final da coluna vertebral. 
 
 
 
13 
 
 
 OBSERVAÇÕES: 
 
1)Raízes de termos anatômicos mais comuns em latim, segundo 
Siegfried (2010, p.19). 
______________________________________________________________________ 
Raiz em latim Significado Exemplo 
 
Aden- glândula adenopatia (doença numa glândula) 
 
Angi- vaso angioplastia (técnica para abrir o 
 tecido que reveste o vaso 
 sanguíneo) 
 
Art- articulação artrite (inflamação na articulação) 
 
Bronco- traqueia bronquite (inflamação do tubo que 
 leva o oxigênio da traqueia ao 
 pulmão) 
 
Carcin- câncer Carcinógeno (substância que causa 
 câncer) 
 
Cardi- coração parada cardíaca (parada do 
 batimentodocoração) 
 
Carp- punho síndrome do túnel do carpo (condi- 
 ção dolorosa causada pela compre- 
 sãodo nervo entre os ossosdo 
 punho) 
 
Col- bílis colesterol (produzido no fígado 
 junto com o bílis) 
 
Derm- pele dermatite (inflamação da pele) 
 
Eritro- vermelho eritrócito (glóbulo vermelho do 
 sangue) 
 
Gastr estômago suco gástrico (ácidos e enzimas que 
 digerem a comida quimicamente) 
 
Hemat- sangue hematrócito (volume de hemácias 
 presentesnumaamostra) 
 
Histo- tecido histocompatibilidade 
 (compatibilidade entre o tecido de 
14 
 
 
 um doador e o receptor) 
 
Pato- doença patógeno, patologia 
 
Sept- contaminação choque séptico (queda da pressão 
 causadapelacontaminação do 
 sangue) 
______________________________________________________________________ 
 
2) De acordo com Souza (2001, p. 06-07): 
Os membros são os superiores e inferiores. Cada membro 
compreende uma parte que fixa o membro no tronco, a 
cintura do membro e uma parte livre. 
O membro superior fixa-se ao tronco pelo cíngulo do 
membro superior e a parte livre é dividida em braço, 
antebraço e mão. Em cada uma dessas partes, consideram-
se regiões anteriores e as posteriores. No caso da mão, a 
região anterior é a região palmar ou palma da mão e a 
região posterior é o dorso da mão. 
O ombro é a parte de transição ente a cintura escapular e o 
membro superior. A região do cotovelo é a região de 
transição entre o braço e o antebraço e o punho ente este e 
a mão. 
A parte que fixa o membro inferior ao tronco é o cíngulo do 
membro inferior. A transição entre esta e o membro inferior 
é o quadril. A parte livre do membro inferior compreende a 
coxa, a perna e o pé. No membro inferior, também 
consideram-se regiões anteriores e posteriores. No pé, 
temos a planta e o dorso do pé. A região de transição da 
coxa à perna é o joelho, e deste ao pé é o tornozelo. 
 
 Não se desesperem com tantos nomes...você irá assimilá-los à 
medida que se dedicar à disciplina. 
1.6) PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO 
 
O corpo humano em sua posição anatômica pode ser delimitado 
pelos seguintes planos (superfícies bidimensionais planas) imaginários: 
 
a)oplano sagital mediano ou vertical, que divide o corpo em duas 
metades: direita e esquerda, sendo que planos paralelos a esse são 
denominados de planos sagitais. 
15 
 
 
Os movimentos no plano sagital ocorrem em torno de 
um eixo médio lateral, avançando de um lado para 
outro através do centro de massa do corpo. Os 
movimentos no plano sagital que envolvem a rotação 
de todo o corpo em torno do centro de massa incluem, 
cambalhotas, saltos mortais (com o uso das mãos) 
para trás e para frente e flexão para a posiçãocarpada 
nos saltos ornamentais (HAMILL; KNUTZEN, 2012, 
p.19); 
 
 
 
 
b)oplano frontal ou coronal,quesepara o corpo nas partes ventral 
(anterior) e dorsal (posterior), sendo denominado de eixo 
anteroposterior aquele em torno do qual ocorrem os movimentos, e 
 
 
c)oplano transversal ou horizontal,que demarca o corpo em parte 
superior e inferior, sendo as rotações em torno do eixo longitudinal os 
movimentos que basicamente ocorrem nesse plano. 
 
2 Imagem — Planos do corpo humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
De forma semelhante, três eixos são utilizados para descrever os 
movimentos humanos. São eles: 
 eixo sagital, anteroposterior ou dorsoventral,formado pela união 
do centro do plano anterior ao centro do plano posterior, sendo 
um eixo heteropolar visto que suas pontas atingem partes 
diferentes do corpo; 
 
 eixo longitudinal ou craniocaudal, eixo que liga o centro do plano 
superior ao centro do plano inferior, sendoheteropolar como o 
eixo sagital; 
 
 eixo transversal ou latero-lateral, eixo que liga o centro do plano 
lateral direito ao centro do plano lateral esquerdo. Diferentemente 
dos outros dois eixos, é homopolar, ou seja, suas extremidades 
atingem os pontos equivalentes de ambos os lados do corpo. 
 
3 Imagem — Eixos do corpo humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
De forma complementar, os movimentos humanos podem ser 
classificados em: 
A) Movimentosde deslizamento:Realizados pelas articulações sinoviais, 
ocorre em superfícies de contato planas ou ligeiramente curvas, tendo 
como exemplo as articulações intercuneiformes (no pé). 
 
B) Movimentos angulares:São movimentos onde ocorre a diminuição ou 
aumento do ângulo existente entre as partes que se articulam. 
B.1) Flexão e extensão:Ocorrem em plano sagital cujo eixo é látero-
lateral. O primeiro movimento está relacionado à diminuição do ângulo 
entre os ossos e o segundo, ao aumento. 
B.2) Adução e abdução:São movimentos executados em eixo ântero-
posterior cujo segmento é aproximado ou afastado do plano mediano. 
B.3) Circundação (circundução):é a combinação dos movimentos de 
adução, abdução, flexão e extensão em um único segmento, onde sua 
extremidade distal descreve um círculo, e o corpo desse, um cone, cujo 
vértice se localiza na articulação que realiza o movimento. 
B.4) Rotação:movimento realizado ao redor do eixo longitudinal do osso 
em movimento (vertical), podendo ser classificado como rotação medial 
ou rotação lateral. 
 
 Chamamos a sua atenção para outros fatos que merecem destaque 
na “construção” do corpo humano: os princípios da antimeria, da 
metameria, da paquimeriaedaestratigrafia, segundo DângeloeFattini 
(2009). 
 Aantimeriase relaciona ao fato de nosso corpo ser formado por 
duas metades direita e esquerda (antímeros) não simétricas, já que tanto 
externa como internamente a metade direita não apresenta imagens 
especulares das partes que a constitui quando comparada com as 
partes da metade esquerda. Como exemplos temos: comprimentos dos 
membros superiores, diferenças na forma, peso e posição dos dois rins, 
o fato de só termos um baço e um fígado, entre outros. 
18 
 
 
 Já a metameriadiz respeito ao fato de alguns animais, como as 
minhocas, serem constituídos por partes semelhantes e justapostas, o 
que só acontece de forma evidente nos seres humanos durante o 
período embrionário. No ser humano adulto, exemplos da permanência 
desse princípio podem ser notados na coluna vertebral e nas artérias 
intercostais. 
 A paquimeria se relaciona ao fato do corpo humano ser dotado de 
duas grandes cavidades: uma anterior (paquímero ventral e dividida em 
cavidades torácica, abdominal e pélvica) e uma posterior (paquímero 
dorsal, compreendendo a cavidade craniana e o canal vertebral). 
 E, finalizando, a estratigrafia, que diz respeito ao fato do corpo 
humano ser formado por camadas sobrepostas, da superfície à 
profundidade: pele, tela subcutânea, fáscia lata(membrana fibrosa), 
camadas musculares e osso, no caso de observação de um corte 
transversal da coxa da superfície para o interior. 
 A seguir apresentaremos o segundo capítulo intitulado “O todo é 
maior que a soma das partes”, mas antes responda as seguintes 
questões de revisão: 
1)Por que o estudo das bases anátomocinesiológicas do movimento 
humano se faz necessário para a formação do Licenciado em Educação 
Física? Cite e explique pelo menos dois motivos. 
2)Como diferenciar variação anatômica e normal de anomalia? 
3)Descreva a posição anatômica normalmente utilizada nos estudos 
anatômicos e cinesiológicos e explique o porquê de sua utilização. 
4)Escolha um movimento e o descreva considerando os planos sagital 
mediano, frontal e transversal e todas as ações corporais envolvidas 
segundo exemplo a seguir, apresentado por Hamill e Knutzen (2012, p. 
20): 
19 
 
 
Numa corrida (...) o membro inferior parece se movimentar 
predominantemente no plano sagital, enquanto os membros 
oscilam para frente e para trás ao longo do ciclo do passo. Com um 
exame mais cuidadoso dos membros e articulações, constataremos 
a ocorrência de movimentos em todos os planos. Nas articulações 
do quadril, por exemplo, a coxa realiza flexão e extensão no plano 
sagital, abdução e adução no plano frontal e rotação medial e 
lateral no plano transverso.