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Direito do Consumidor Disposições gerais e direitos básicos do consumidor

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Breves aspectos históricos
A evolução do mercado de consumo;
 A “sociedade de massa” e a produção em larga escala;
 Contrato de adesão x pacta sunt servanda;
 O desequilíbrio quando aplicado o Código Civil e a necessidade de lei específica para tratar das relações de consumo.
Base constitucional
Artigo 5º, inciso XXXII, da Constituição da República: “o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor.”
Artigo 170 da Constituição: “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) V – defesa do consumidor.”
Artigo 48 das Disposições Constitucionais Transitórias: “O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do consumidor.”
Código de Defesa do Consumidor
Foi em obediência ao comando constitucional que veio a Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990, com vigência a partir de 11 de março de 1991.
A referida norma, que passou a ser chamada de Código de Defesa do Consumidor, instituiu um verdadeiro “microssistema jurídico” ao estabelecer normas específicas para os casos onde presente relação de consumo.
Importante: a Lei n. 12.291/10 determina que os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços são obrigados a manter, em local visível e de fácil acesso ao público, um exemplar do Código de Defesa do Consumidor, sob pena de multa no valor de até R$ 1.064,10.
Consumidor
Artigo 2º do CDC: “Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.”
Parágrafo único: “Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.”
Para a “Teoria Maximalista”, grosso modo, destinatário final é todo quem adquire produto ou serviço, independente da sua efetiva destinação econômica. Já para a “Teoria Finalista”, em linhas também gerais, destinatário final é quem está no fim da linha de produção, consumindo o produto ou serviço em proveito pessoal.
Consumidor
“A jurisprudência do STJ se encontra consolidada no sentido de que a determinação da qualidade de consumidor deve, em regra, ser feita mediante aplicação da teoria finalista, que, numa exegese restritiva do art. 2º do CDC, considera destinatário final tão somente o destinatário fático e econômico do bem ou serviço, seja ele pessoa física ou jurídica.
Pela teoria finalista, fica excluído da proteção do CDC o consumo intermediário, assim entendido como aquele cujo produto retorna para as cadeias de produção e distribuição, compondo o custo (e, portanto, o preço final) de um novo bem ou serviço. Vale dizer, só pode ser considerado consumidor, para fins de tutela pela Lei nº 8.078/90, aquele que exaure a função econômica do bem ou serviço, excluindo-o de forma definitiva do mercado de consumo.”
(STJ, REsp 1195642/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/11/2012, DJe 21/11/2012).
Consumidor
Exemplo 1: Zeca compra uma cerveja para tomar mais tarde assistindo ao jogo do Flamengo. Zeca é consumidor deste produto?
Exemplo 2: Zeca compra uma caixa de cerveja para ele e os amigos tomarem mais tarde assistindo ao jogo do Flamengo. Os amigos de Zeca, caso tomem as cervejas, serão consumidores destes produtos?
Exemplo 3: Zeca compra algumas caixas de cerveja para comercializá-las no seu bar. Zeca é consumidor destes produtos?
Exemplo 4: Zeca compra um freezer horizontal para refrigerar as cervejas que vende no bar. Zeca é consumidor deste produto? 
Fornecedor
Artigo 3º do CDC: “Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados (massa falida e espólio, por exemplo), que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.”
A “atividade” é palavra-chave para caracterizar o fornecedor. Não basta que a venda, por exemplo, seja em caráter excepcional. A “atividade”, aqui, tem que revelar certa habitualidade, sem a qual inexistirá um dos polos da relação de consumo e, por consequência, também não haverá a própria relação de consumo.
Fornecedor = palavra chave = atividade tem que ter habitualidade.
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Fornecedor
Exemplo 1: Depois de muita insistência, Magali vende um dos seus vestidos usados para a amiga Mônica. Há relação de consumo?
Exemplo 2: Magali há anos compra vestidos direto de fábrica e os revende por meio de anúncios lançados na página pessoal que mantém em conhecida rede social. Magali é fornecedora?
Exemplo 3: Jair vê Ciro com problemas mecânicos em determinada rodovia e vai auxiliá-lo. Empregando os seus conhecimentos domésticos de mecânica, Jair consegue resolver o problema. Ciro, muito agradecido, entrega certa quantia a Jair. Há relação de consumo? E se Jair fosse mecânico profissional?
Produto e serviço
Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial (artigo 3º, parágrafo primeiro, do CDC).
Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista (artigo 3º, parágrafo segundo, do CDC).
Súmula 297 do STJ: “O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras.”
Súmula 608 do STJ (revogou a súmula 469): “Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão.”
Política Nacional das Relações de Consumo
Artigo 4º do CDC: “A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
(...)
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo;
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores;
(...)”
Política Nacional das Relações de Consumo
Artigo 5º do CDC: “Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos, entre outros:
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor carente;
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério Público;
III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo;
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo;
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de Defesa do Consumidor.”
Direitos básicos do consumidor
O artigo 6º do CDC arrola os direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificaçãocorreta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; 
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
Direitos básicos do consumidor
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
 IX - (Vetado);
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
A informação de que trata o inciso III deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto em regulamento das agências reguladoras.
Inversão do ônus da prova
AGRAVO DE INSTRUMENTO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ALEGADA OCORRÊNCIA DE AGRESSÃO FÍSICA POR SEGURANÇAS DE CASA NOTURNA. INTERLOCUTÓRIO QUE DEFINE A RELAÇÃO ENTRE AS PARTES COMO DE CONSUMO E INVERTE O ÔNUS PROBATÓRIO. INSURGÊNCIA DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL APENAS QUANTO À INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. INACOLHIMENTO. HIPOSSUFICIÊNCIA TÉCNICA E VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES EVIDENCIADAS. RELAÇÃO DE CONSUMO. EXEGESE DO ART. 6º, VIII, DO CDC. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA DEVIDO. RECURSO DESPROVIDO. (TJSC, Agravo de Instrumento n. 4000634-55.2018.8.24.0000, de São José, rel. Des. André Luiz Dacol, Sexta Câmara de Direito Civil, j. 21-08-2018).
Inversão do ônus da prova
AÇÃO ANULATÓRIA. CONTRATO DE CONSÓRCIO. PROMESSA DE CONTEMPLAÇÃO. TESE DE ERRO SUBSTANCIAL INACOLHIDA. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. RECURSO DOS AUTORES. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA INDEFERIDA NA SENTENÇA. RELAÇÃO DE CONSUMO QUE, POR SI SÓ, NÃO IMPÕE A MODIFICAÇÃO DA REGRA PREVISTA NO ART. 333 DO CPC/73. O reconhecimento da existência de uma relação de consumo não implica sumariamente na inversão do ônus da prova. VÍCIO DE CONSENTIMENTO NÃO VERIFICADO. CONTRATO CLARO QUANTO ÀS CIRCUNSTÂNCIAS DO NEGÓCIO. ADEMAIS, NATUREZA OCULTA DA PROMESSA QUE REVELA O SEU CARÁTER ILEGAL. A formalização dos contratos busca dar segurança às partes acerca dos termos que integram a tratativa que pretendem entabular, afastando justamente a subjetividade e a falta de clareza que engendram as avenças de caráter verbal. Nesse contexto, não há como desejar que supostas informações transmitidas pelo preposto da ré, de confiabilidade altamente duvidosa, se sobreponham àquilo que ficou acordado de forma clara no contrato. (TJSC, Apelação Cível n. 0000380-05.2012.8.24.0084, de Descanso, rel. Des. Helio David Vieira Figueira dos Santos, 2ª Câmara de Enfrentamento de Acervos, j. 13-09-2018).
Questão de concurso
(Analista Securitário – BANESTES – 2018) Quanto aos sujeitos da relação de consumo, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, analise as afirmativas a seguir.
I. Equipara-se a consumidor apenas a coletividade determinável de pessoas que haja intervindo nas relações de consumo.
II. Empregador e empregado são sujeitos da relação de consumo, porque qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as decorrentes das relações de caráter trabalhista, é considerada como serviço.
III. Os entes despersonalizados que desenvolvem atividade de produção, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços são reputados fornecedores.
Está correto o que se afirma em:
a) somente I; b) somente III;  c) somente I e II;
 d) somente II e III; e)  I, II e III.
Questão de concurso
(Procurador Municipal – PR – 2018) Assinale a alternativa correta de acordo com o Código de Defesa do Consumidor e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:
 a) Para os fins de proteção consumerista define-se produto como qualquer bem, móvel ou imóvel, desde que material.
b) Considera-se consumidor toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final, não podendo um condomínio de adquirentes de edifício em construção equiparar-se a consumidor.
c) A hipossuficiência para o direito consumerista é um conceito jurídico, fundado em uma disparidade ou discrepância notada no caso concreto. Assim sendo, todo consumidor é vulnerável e hipossuficiente. 
d) Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
e) Nas relações jurídicas internas, de natureza dominial, estabelecidas entre condomínio e condôminos, incide o Código de Defesa do Consumidor.
Questão de concurso
(Procurador Jurídico – SP – 2017) A respeito das relações jurídicas previstas e reguladas pelo Código de Defesa do Consumidor, é correto afirmar que
a) se equipara a consumidor a coletividade de pessoas, desde que determináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
b) fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, excepcionando-se os entes despersonalizados.
c) produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
d) serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, exceto as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária.
e) se o serviço público for cedido para uma empresa permissionária, esta não é mais obrigada a fornecer os serviços essenciais de forma contínua.
Questão de concurso
(Procurador Jurídico – SP – 2017)

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