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Enferm. Nusrsing Activities

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UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
FERNANDA C. DE OLIVERIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENTENDENDO A APLICAÇÃO E PRÁTICA DO NURSING ACTIVITIES SCORE 
(NAS) NA ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINAS GERAIS 
2018
UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
FERNANDA C. DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENTENDENDO A APLICAÇÃO E PRÁTICA DO NURSING ACTIVITIES SCORE 
(NAS) NA ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) 
 
 
 
Artigo Científico Apresentado à Universidade Candido 
Mendes - UCAM, como requisito parcial para a obtenção 
do título de Especialista em Enfermagem em UTI. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINAS GERAIS 
2018
3 
 
ENTENDENDO A APLICAÇÃO E PRÁTICA DO NURSING ACTIVITIES SCORE 
(NAS) NA ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) 
 
 
 
Fernanda C. de Oliveira 
 
RESUMO 
O enfermeiro intensivista lida com cuidados críticos e momentos graves em que o paciente está entre 
a vida e a morte. Embora tenha à mão inovações tecnológicas precisa tomar decisões assertivas. O 
objetivo deste estudo é descrever as características do Nursing Activities Score (NAS) e sua 
funcionalidade como, instrumento para mensurar o tempo de assistência direta e indireta de 
enfermagem em UTI e dimensionamento de pessoal de enfermagem. Os resultados deste estudo 
contribuíram para compreender a importância do NAS frente ao conjunto de atividades desenvolvidas 
por uma equipe de enfermagem intensivista. 
 
Palavras-chave: Nursing Activities Score. Enfermagem. Unidade de Terapia Intensiva. 
 
 
Introdução 
Para que enfermeiros na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) possam 
desenvolver um acolhimento livre de danos, instrumentos de avaliação devem 
dimensionar adequadamente as condutas estabelecidas e as tomadas de decisões, 
diretamente relacionadas à vida e à morte de pessoas. Para essa finalidade, é de 
suma importância prover a UTI com profissionais de enfermagem capacitados para 
desenvolver a assistência com qualidade e segurança para o paciente. 
 Dentre os instrumentos indicados para mensurar condutas e analisar a carga 
de trabalho de enfermagem destinada ao paciente critico, o Nursing Activities Score 
(NAS), é um método de análise indicado para contabilizar o tempo de procedimentos 
e intervenções terapêuticas realizadas pelo enfermeiro nos turnos de trabalho e 
também contemplar as atividades administrativas e de suporte aos familiares. 
Este trabalho teve como objetivo descrever sobre o uso do Nursing Activities 
Score (NAS), instrumento que visa medir o tempo de assistência de enfermagem em 
UTI. Investiga-se a aplicação desse instrumento como método para medira carga de 
trabalho de enfermagem na UT e sua relação com o cuidado prestado. 
4 
 
O que justifica produzir conhecimento sobre a utilização do NAS é a 
mudança ambiente das UTIS influenciadas pelo desenvolvimento tecnológico e 
recursos terapêuticos à disposição dos pacientes, que por sua vez, necessitam de 
atendimento de profissionais mais qualificados concentrados no atendimento 
humanizado, devendo dedicar atenção também às necessidades emocionais do 
paciente e dos familiares. 
Outro fator relevante para investigar sobre a aplicação do NAS, é que as 
publicações de estudos descrevendo sua aplicabilidade, afirmam que esse método 
como medida de carga de trabalho de enfermagem em UTI é seguro e 
recomendável. Isso desperta interesse, pois, muitas vezes os profissionais de 
enfermagem, possuem pelo menos dois vínculos empregatícios para alcançar 
retorno financeiro. Alguns, aumentam seu vencimento mensal com jornadas 
exaustivas de horas extras, sendo este um fator preocupante que pode prejudicar a 
saúde do enfermeiro e seu o rendimento profissional, tornando-o limitado pra 
promover uma atenção mais humanizada. 
Trata-se de um estudo que adota abordagem qualitativa para descrever as 
características do NAS e variáveis relacionadas à contribuição do método para os 
profissionais de enfermagem da UTI e, tão somente proporcionar uma nova visão 
sobre esta realidade já existente e sua importância. A coleta de dados foi realizada 
nas bases de dados na National Library of Medicine and Nattional Institutes of Health 
(PUBMED); Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde 
(LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SICELO), utilizando descritores em 
Ciências da Saúde (DeCS): Enfermagem, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 
Nursing Activities Score (NAS). 
 
Desenvolvimento 
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é uma estrutura hospitalar reservada a 
cuidados complexos, que visa atenção criteriosa de pacientes em situação de 
doença crítica, potencialmente grave ou, descompensação de um ou mais órgão. De 
acordo com o item com a Portaria 3.432/1998, as UTI's estão classificadas em três 
tipos sendo Tipo I - atendem grupos, neonatal (pacientes de 0 a 28 anos); Tipo II - 
pediátrico (de 28 dias a 14 ou 18 anos) e Tipo III para pacientes adultos (BRASIL, 
1998). 
5 
 
No ambiente de uma UTI, concentram-se recursos humanos e tecnológicos 
altamente especializados para atender a demanda de cuidados intensos requeridos 
pelos pacientes internados, sendo a equipe de enfermagem a maior. De acordo com 
Cartalan (2009, p.1420): 
Na maioria das instituições de saúde, a equipe de enfermagem representa o 
percentual quantitativo e orçamentário mais significativo, o que torna os 
enfermeiros os profissionais mais visados quando se trata de redução de 
custos. Nessa direção, a Enfermagem vem trabalhando para comprovar de 
forma fundamentada que a inadequação numérica e qualitativa dos 
recursos de enfermagem prejudica o direito dos clientes em relação à 
assistência à saúde livre de riscos. 
Tal constatação aponta para a importância do uso de instrumentos que 
considerem as diversas atividades de enfermagem, devendo incluir carga horária e 
dimensionamento de pessoal, assim como a quantidade de leitos que compõe o 
atendimento de cada plantão. 
 Destaca-se que o dimensionamento de pessoal de enfermagem, é um 
processo que visa a previsão da quantidade e qualidade por categoria (enfermeiro, 
técnico e auxiliar de enfermagem) necessária para atender e demanda de cuidados 
requeridas pelo paciente. 
O dimensionamento do pessoal de enfermagem, portanto, fundamenta o 
planejamento e a avaliação do quantitativo e qualitativo de pessoal para 
prover cuidados de enfermagem que garantam a qualidade, previamente 
estabelecida, a um grupo de pacientes, de acordo com a filosofia, a 
estrutura da instituição e, também, com a singularidade de cada serviço 
(INOUE; MATSUDA, 2010, p. 380). 
 
Na busca da melhoria da relação custo-benefício na assistência à saúde, 
profissionais preocupados em quantificar a real carga horária de trabalho de 
enfermagem, passaram a desenvolver alguns instrumentos em diferentes UTIs 
dentre eles: o Nine Equivalents of Nursing Manpower Use Score (NEMS); Nursing 
Activities Score (NAS); Comprehensive Nursing Intervention Score (CNIS) e o 
Intensive Care Nursing Scoring System (ICNSS) (INOUE;KURODA; MATSUDA, 
2011). 
O Nursing Activities Score, instrumento de medida de carga de trabalho de 
enfermagem em UTI e dimensionamento de pessoal de enfermagem, é um método 
que visa mensurar o tempo de assistência de enfermagem em UTI, desenvolvido a 
partir do Therapeutic Intervention Scoring System (TISS 28) (GALVÃO, 2015). 
6 
 
 Os especialistas desenvolveram o NAS a partir de ajustes feitos ao modo de 
avaliação realizados pelo TISS-28 (Therapeuti cInterventi on Scoring System), uma 
vez que esse instrumento não contemplava o conjunto das atividades desenvolvidas 
pela enfermagem como assistência ao doente, suporte à família e atividades 
administrativas. O instrumento final validado em português por Alda Ferreira Queijo 
em 2002, denominado Escore de Atividades de Enfermagem (EAE), manteve-se 
abreviatura NAS do título em inglês, com vistas a facilitar a comunicação com 
autores estrangeiros. (QUEIJO, 2002; QUEIJO; PADILHA, 2009). 
De acordo com Queijo (2002), o NAS, quando comparado ao TISS-28, ao 
medir carga de trabalho de enfermagem em UTI, apresenta três vezes mais 
precisão, passando a ser confiável e válido. Todo processo do NAS tem a finalidade 
de medir a real carga de trabalho de enfermagem na UTI, de forma abrangente, 
visando quantificar todo o conjunto de atividades desenvolvidas pela equipe de 
enfermagem no decorrer da jornada de trabalho (QUEIJO, 2002). 
A avaliação da carga de trabalho de enfermagem é de fundamental 
importância, visto que uma equipe mal dimensionada, pode gerar mais custos pela 
queda da eficácia e da qualidade da assistência ao paciente, podendo, inclusive 
prolongar a internação e gerar maior custo no tratamento dos pacientes. 
Assim, o uso do NAS oferece subsídios para discussões entre a gerência e 
os enfermeiros, além de proporcionar novas investigações direcionadas aos 
processos de avaliação, planejamento e adequação do quadro de pessoal 
de enfermagem em UTI, com o escopo de melhorar ou manter a qualidade 
do cuidado prestado ao paciente crítico, visto que o cuidado humano é a 
essência e foco da enfermagem (FERREIRA; SANTOS; ESTRELA, 2016, 
p.66). 
Construído para classificação de pacientes e avaliação de carga de trabalho 
o NAS é composto por 7 categorias: (1) Atividades básicas: (2) suporte ventilatório; 
(3) suporte cardiovascular; (4) suporte renal; (5) suporte neurológico; (6) suporte 
metabólico e (7) intervenção específica. Cada categoria é constituída de itens 
específicos resultantes da concentração de alguns existentes e acrescidos de novos 
itens, totalizando uma versão de 28 itens (QUEIJO, 2002). 
 De acordo com Galvão (2015), o item de uma categoria descreve uma 
situação, um quadro, uma conduta ou, um conjunto de ações aplicáveis (ou um 
conjunto de condutas), aplicáveis pelo enfermeiro a um paciente e, para cada item é 
atribuída uma pontuação (score). Para aplicação do NAS, considera-se o quadro 
mais crítico do paciente nas últimas 24 horas. Pode ser calculado uma vez ao dia, 
7 
 
sempre no mesmo horário, considerando-se as atividades das últimas 24 horas, ou, 
pode ser aplicado a cada turno (8 ou 12 horas), nesse último, deverá ser 
considerado o valor mais elevado de cada item identificados nos turnos e não a 
média entre os turnos. 
De acordo com o Quadro 01, as divisões de cada categoria e seus itens e 
pontuações são estudados nas seguintes formas: 
 
Quadro 01 - itens de cada categoria do NAS e pontuações 
ATIVIDADES BÁSICASCORE 
Sinais vitais, cálculo e registro do balanço hídrico 4,5 
Presença à beira do leito e observação contínua ou ativa por 2 horas ou mais em algum 
plantão por razões de segurança, gravidade ou terapia 12,1 
Presença à beira do leito e observação contínua ou ativa por 4 horas ou mais em algum 
plantão por razões de segurança, gravidade ou terapia 19,1 
Investigações Laboratoriais: Bioquímicas e Microbiológicas 4,0 
Medicação, Exceto Drogas Vasoativas 5,6 
Procedimento de higiene, tais como: curativo de feridas e cateteres intravasculares, troca 
de roupa de cama, higiene corporal do paciente em situações especiais (incontinência, 
vômito, queimaduras, feridas com secreção, curativos cirúrgicos complexos com irrigação) 
e procedimentos especiais (p. ex.: isolamento) (4,1) 4,1 
Realização de procedimentos de higiene que durem mais do que 2 horas em algum 
plantão (16,5) 23,2 
Realização de procedimentos de higiene que durem mais do que 4 horas em algum 
plantão (20,0) 20,0 
Cuidados com Drenos. Todos (Exceto Sonda Gástrica) 18,0 
 Mobilização, realização do(s) procedimento(s) até três vezes em 24 horas 5,5 
Mobilização, realização do(s) procedimento(s) mais do que 3 vezes em 24 horas ou com 2 
enfermeiros em qualquer frequência (12,4) 12,4 
Mobilização, realização do(s) procedimento(s) com 3 ou mais enfermeiros em qualquer 
frequência 17,0 
Suporte e cuidado aos familiares e pacientes que requerem dedicação exclusiva por cerca 
de 1 hora em algum plantão, tais como: explicar condições clínicas, lidar com a dor e 
angústia e lidar com circunstâncias familiares difíceis 4,0 
Suporte e cuidados aos familiares e pacientes que requerem dedicação exclusiva por 3 
horas ou mais em algum plantão, tais como: morte, circunstâncias especiais (p. ex.: grande 
número de familiares, problemas de linguagem e familiares hostis) 32 
Realização de tarefas de rotina, tais como: processamento de dados clínicos, solicitação 
de exames e troca de informações profissionais (p. ex.: passagem de plantão e visitas 
clínicas) 4,2 
Realização de tarefas administrativas e gerenciais que requerem dedicação integral por 
cerca de 2 horas em algum plantão, tais como: atividades de pesquisa, aplicação de 
protocolos, procedimentos de admissão e alta 23,2 
Realização de tarefas administrativas e gerenciais que requerem dedicação integral por 
cerca de 4 horas ou mais de tempo em algum plantão, tais como: morte e procedimentos 
de doação de órgãos, coordenação com outras disciplinas 30,0 
SUPORTE VENTILATÓRIO SCORE 
Suporte Respiratório – Qualquer Forma de Ventilação Mecânica/Ventilação Assistida Com 
ou Sem Pressão Expiratória Final Positiva, Com ou Sem Relaxantes Musculares; 
Respiração Espontânea Com ou Sem Pressão Expiratória Final Positiva (CPAP ou 
BIPAP), Com ou Sem Tubo Endotraqueal; Oxigênio Suplementar por Qualquer Método 1,4 
Cuidado com Vias Aéreas Artificiais. Tubo Endotraqueal ou Cânula de Traqueostomia 1,8 
Tratamento para Melhora da Função Pulmonar. Fisioterapia Torácica, Espirometria 
Estimulada, Terapia Inalatória e Aspiração Endotraqueal 4,4 
8 
 
SUPORTE CARDIASCULAR SCORE 
Medicação Vasoativa, Independente do Tipo e Dose 1,2 
Reposição Intravenosa de Grandes Perdas de Fluídos, Independente do Tipo de Fluído 
Administrado 2,5 
Monitorização do Átrio Esquerdo. Cateter de Artéria Pulmonar Com ou Sem Medida do 
Débito Cardíaco 1,7 
Reanimação Cardiorrespiratória nas Últimas 24 Horas (Excluído Soco Precordial) 7,1 
SUPORTE RENAL SCORE 
Técnicas de Hemofiltração/ Técnicas Dialíticas 7,7 
Medida Quantitativa do Débito Urinário (p. ex.: por Sonda Vesical de Demora) 7,0 
SUPORTE NEUROLÓGICO 
Medida da Pressão Intracraniana (PIC) 1,6 
SUPORTE METABÓLICO SCORE 
Tratamento da Acidose/Alcalose Metabólica 1,3 
Nutrição Parenteral Total 2,8 
Alimentação Enteral por Sonda Gástrica ou Outra Via Gastrointestinal (p. ex.: 
Jejunostomia) 1,3 
INTERVENÇÕES ESPECÍFICAS SCORE 
Intervenções especificas na UTI. Intubação Endotraqueal, Inserção de Marcapasso, 
Cardioversão, Endoscopias, Cirurgia de Emergência, Lavagem Gástrica, auxílio na 
passagem de cateter central pela equipe médica (em emergência), sondagem gástrica ou 
vesical, nas Últimas 24 Horas. Arteriais 2,8 
Intervenções específicas Fora da UTI (diagnósticos, exames, terapias, cirurgias) 1,9 
 Fonte: Galvão (2015),com adaptações feitas pela Autora (2018). 
 
 Conforme mostrado no quadro 01, cada item possui uma pontuação (score). 
A pontuação total do NAS representa a porcentagem de tempo gasto por enfermeiro 
em cada jornada na assistência direta ao paciente, podendo alcançar o limite 
máximo de 176,8%. O Score atribuído a determinado paciente, representa quanto 
tempo o enfermeiro dedicou ao paciente, ou seja, correspondea soma das 
pontuações dos itens que foram requeridos para o atendimento direto e indireto, 
necessário ao paciente. Assim, 100 pontos equivalem a 100% do tempo do 
profissional, nas últimas 24 horas (GALVÃO 2015). 
De maneira geral, dos estudos selecionados para a elaboração desse 
trabalho, as pesquisas de campo que avaliaram a aplicação do NAS, mostraram que 
os resultados estão associados a: dados demográficos (idade, sexo, estado civil e 
procedência); gravidade dos pacientes; tipo de internação (clinica, cirúrgico, pós 
operatório cirurgia eletiva, pós cirurgia emergencial); procedência dos pacientes 
(Centro cirúrgicos, Unidade de Pronto Atendimento, Unidade de Internação). 
Ouro fator de suma importância 
A Pesquisa de Conishi e Gaidzinski (2007), para avaliar o NAS como medida 
de carga de trabalho de enfermagem realizada em UTI geral/ adultos com 10 leitos, 
de um hospital privado do município de São Paulo, observou durante 14 dias de 
9 
 
estudos um total de 33 pacientes, sob os cuidados de tão somente técnicos de 
enfermagem, assistindo no máximo 2 pacientes. Nesse estudo as autoras 
constataram que a coleta de dados para compor o Score das atividades previstas no 
NAS ficou comprometida, por perceber que os profissionais relatavam várias 
atividades como uma necessidade e não como um cuidado prestado. 
 Compreende-se que o estudo de Conishi e Gaidzinski (2007), mostrou o 
quanto é importante divulgar a aplicação do NAS entre os profissionais de 
enfermagem de forma consciente, expor que o NAS busca quantificar a carga de 
trabalho, identificar o tempo de assistência direta e indireta de enfermagem em UTI 
, dimensionar o pessoal em UTI e orientar a qualidade assistencial. 
Os estudos de Inoue (2009), realizado no período entre novembro de 2007 e 
maio de 2008, para analisar através do NAS, o dimensionamento do pessoal de 
enfermagem da UTI de adultos, com 8 leitos, em um hospital de ensino público, com 
uma equipe de 28 profissionais (10 enfermeiros, 17 Técnicos de Enfermagem e um 
auxiliar de enfermagem), dividida em 5 equipes com jornada semanal de trabalho de 
36 horas, mostrou que, com a aplicação do NAS, ao comparar a quantidade real de 
trabalhadores com o quadro estimado, seria necessário, pelo menos, 4,8 e, no 
máximo, 10,1 trabalhadores, por turno. Isso representa em média aproximada, 7 
profissionais de enfermagem por turno. 
Na pesquisa de campo de Kakushi e Évora (2014), realizada para identificar 
o tempo de assistência direta e indireta de enfermagem em uma UTI com 20 leitos, 
dos quais quatro são reservados para pacientes que necessitam de algum tipo de 
isolamento, os dados foram coletados no período de março a junho de 2011, com 25 
técnicos de enfermagem e 21 auxiliares de enfermagem escalados nos turnos da 
manhã, tarde e noite. O Score dessa pesquisa, transformado em unidade tempo, 
mostrou que naquela unidade, o tempo de assistência de enfermagem foi maior 
durante os finais de semana e feriados, com maior predomínio do uso do prontuário 
eletrônico no período noturno. 
 Ao analisar os resultados dos estudos de Kakushi e Évora (2014) e Inoue 
(2009), fica evidente a importância de estimar a quantidade de cuidados requeridos 
para um paciente no próximo turno, e assim, mensurar a carga de trabalho, 
cumprindo exigências estabelecidas em Resoluções do Conselho nacional de 
Saúde. Entretanto, ficou claro que o uso de qualquer instrumento para avaliação, 
requer coleta de dados de forma adequada e, depende de evidencias e 
10 
 
principalmente, do esforço da equipe para especificar as exigências do modelo a ser 
implantado. 
Conclusão 
A realização deste estudo possibilitou compreender o quanto é importante 
mensurar o tempo da assistência direta e indireta da equipe de enfermagem ao 
paciente na UTI como forma de identificar alta carga de trabalho da equipe. A 
avaliação do quantitativo e qualitativo dos profissionais de enfermagem das 
instituições hospitalares, constitui uma mensuração de suma importância para 
qualificar de forma objetiva as condições dos recursos humanos existentes. 
Os autores mostram em diversos tipos de intervenções que na UTI, que o 
NAS é um instrumento gerencial, muito importante para avaliar os cuidados que 
serão requeridos para o paciente no próximo turno, além de mensurar a carga de 
trabalho e dimensionar de maneira mais eficaz a gestão de pessoas, para garantir 
que os profissionais de enfermagem possam desenvolver um conjunto de atividades 
livres de danos. 
Apesar de o uso do NAS ter sido validado à cultura brasileira e muitos 
estudiosos já terem mostrado o quanto é eficaz a sua aplicação, ainda é preciso 
maior divulgação sobre esse instrumento de grande importância para a enfermagem 
intensiva, que está sempre diante de atividades que sofrem alterações de acordo 
com nível de dependência do paciente, das gravidade da doença e, também 
depende das condições organizacionais da instituição, onde muitas vezes o 
profissional de enfermagem acaba se desdobrando para manter a qualidade de 
segurança e os processos de trabalho necessários. 
Ao considerar que inadequação da qualidade e do dimensionamento de 
profissionais de enfermagem pode prejudicar o equilíbrio da jornada de trabalho, 
conclui-se que a adoção de métodos para mensurar a carga de trabalho é tão 
importante quanto para dimensionar a quantidade de profissionais para que a 
organização das equipes ocorra de acordo com a gravidade e prognóstico. 
Embora esse trabalho ainda apresente algumas limitações, posto que seria 
interessante investigar sobre como recomendar a implantação do NAS, o que aqui 
se apresenta foi suficiente pra refletir sobre a importância promover aprendizagem e 
buscando comparar padrões de referências do NAS entre UTIS que utilizam essa 
ferramenta. 
11 
 
REFERÊNCIAS 
 
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