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Anat. superfície - Moore - Membro inferior - Ossos do membro inferior


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Membro inferior – Ossos do membro inferior
Anatomia de superfície
Moore
	 Pontos de referência ósseos são úteis durante exames físicos e cirurgia porque podem ser usados para localizar estruturas como nervos e vasos sanguíneos. Quando suas mãos estão nos quadris, repousam sobre as cristas ilíacas, as margens superiores curvadas das asas dos ossos ílios. O terço anterior destas cristais é facilmente palpável porque é sub-cutâneo. Os dois terços posteriores das cristas ilíacas, frequentemente são difíceis de palpar porque normalmente encontram-se cobertos com gordura. O plano supra-cristal, através do nível mais alto das cristas ilíacas, passa através do disco inter-vertebral L4/L5. Clinicamente, este nível é usado como um ponto de referência para inserção de uma agulha no espaço sub-aracnoideo quando se realiza uma punção lombar para obtenção de líquido cérebro-espinal.
	 As cristas ilíacas terminam anteriormente na espinha ilíaca ântero-superior arredondada, que é fácil de palpar seguindo a crista ilíaca ântero-inferiormente. Ela é frequentemente visível nas pessoas magras. Nas pessoas obesas estas espinhas são cobertas com gordura e podem ser difíceis de localizar; entretanto, são fáceis de palpar quando a pessoa está sentada e os músculos fixados ás espinhas relaxados. O tubérculo ilíaco, 5 a 6cm posterior á espinha ilíaca ântero-superior, marca o ponto mais largo da crista ilíaca. Para palpar o tubérculo ilíaco, coloque o polegar sobre a espinha ilíaca ântero-superior e mova os dedos posteriormente ao longo do lábio externo da crista ilíaca. O tubérculo ilíaco situa-se no nível do processo espinhoso da vértebra L5.
	 A aproximadamente a largura de uma mão abaixo do umbigo os corpos e ramos superiores do púbis podem ser palpados. A crista púbica, a margem anterior rugosa do corpo do púbis, pode ser palpada através da bainha do músculo reto do abdome e do próprio músculo. A sínfise púbica situa-se na linha mediana entre os corpos do púbis; pode ser difícil de palpar porque é coberta com gordura. O tubérculo púbico situa-se anteriormente de cada lado, á largura de um polegar (2,5cm) a partir da sínfise púbica. O pequeno tubérculo púbico na extremidade anterior da crista púbica é um guia para o anel inguinal superficial e é um importante ponto de referência no diagnóstico e reparo de hérnias inguinais e femorais. O tubérculo púbico também pode ser palpado nos homens por invaginação da pele da parte lateral do escroto com o dedo do examinador.
	 A crista ilíaca termina posteriormente na aguda espinha ilíaca póstero-superior, que pode ser difícil de palpar; entretanto, sua posição é fácil de localizar porque se situa no fundo de uma covinha cutânea, aproximadamente 4cm lateral á linha mediana. A covinha existe porque a pele e a fáscia subjacente se fixam á espinha ilíaca póstero-superior. Uma linha que conecta as covinhas se situa no nível do processo espinhoso S2 rudimentar e passa também no centro das articulações sacro-ilíacas. As covinhas cutâneas são pontos de referência úteis quando se palpa a área das articulações sacro-ilíacas na busca de edema (tumefação) ou hiper-sensibilidade local. Estas covinhas também indicam a terminação das cristas ilíacas a partir das quais a medula óssea e pedaços de osso para enxertos podem ser obtidos (e.g., para reparar uma tíbia fraturada). A articulação sacro-ilíaca não é fácil de palpar por causa da saliência do ílio e da presença de fortes ligamentos.
	 O túber isquiático é facilmente palpado na parte inferior da nádega quando a coxa é fletida. O espesso músculo glúteo máximo e a gordura na nádega cobrem e escondem o túber quando a coxa é estendida. A “prega infra-glútea”, uma prega cutânea proeminente contendo gordura, coincide com a margem inferior do músculo glúteo máximo. O sulco glúteo, a dobra cutânea inferior á “prega infra-glútea”, indica a separação entre a nádega e a coxa.
 O centro da cabeça do fêmur pode ser sentido profundo a um ponto, aproximadamente, a largura de um polegar, inferior ao ponto médio do ligamento inguinal. O corpo do fêmur é tão coberto por músculos que normalmente não é palpável. Apenas as extremidades superior e inferior do fêmur são palpáveis. O trocânter maior do fêmur, situado lateralmente, se projeta acima da junção do corpo com o colo do fêmur e pode ser palpado no lado lateral da coxa, aproximadamente, 10cm abaixo da crista ilíaca. O trocânter maior forma uma proeminência anterior á depressão no lado lateral do quadril. A proeminência dos trocânteres maiores é responsável pela forma da pelve feminina. A margem posterior do trocânter maior é relativamente descoberta e facilmente palpável. As partes anterior e lateral do trocânter são cobertas por fáscia e músculo e assim não são fáceis de palpar. Como se situa próximo da pele, o trocânter maior causa desconforto quando se deita de lado sobre uma superfície dura. Na posição anatômica, uma linha que une as pontas dos trocânteres maiores normalmente passa através dos tubérculos púbicos e do centro das cabeças dos fêmures. O trocânter menor é indistintamente palpável acima da extremidade lateral da “prega infra-glútea”. 
	 Os côndilos do fêmur estão sub-cutâneos e facilmente palpados quando o joelho é fletido ou estendido. O côndilo lateral do fêmur é superficial e pode ser palpado na face lateral do joelho. O côndilo medial do fêmur pode ser palpado através da extensão aponeurótica do músculo vasto lateral. No centro da cada côndilo está um epicôndilo proeminente que é facilmente palpável. A face patelar do fêmur é onde a patela desliza durante a flexão e extensão da perna na articulação do joelho. As margens lateral e medial da face patelar podem ser palpadas quando a perna é fletida. O tubérculo do adutor, uma pequena proeminência do osso, pode ser sentido na parte superior do côndilo medial do osso. O tubérculo do adutor pode ser palpado empurrando-se o polegar, inferiormente, ao longo do lado medial da coxa até encontrar o tubérculo.
	 A tuberosidade da tíbia, uma elevação oval na face anterior da tíbia, é facilmente palpada aproximadamente 5cm distal ao ápice da patela. A face ântero-medial da tíbia, sub-cutânea e plana, é também fácil da palpar. A pele que cobre esta face é livremente móvel. Os côndilos da tíbia podem ser palpados, anteriormente, nos lados do ligamento da patela, especialmente quando o joelho é fletido. A cabeça da fíbula pode ser facilmente palpável no nível da parte superior da tuberosidade da tíbia porque a cabeça, em forma de calombo, é sub-cutânea na face póstero-lateral do joelho. A cabeça da fíbula pode ser palpada imediatamente distal ao lado lateral da cabeça.
	 O maléolo medial – a proeminência no lado medial do tornozelo – também é sub-cutâneo e fácil de palpar. Observe que sua extremidade inferior é obtusa e que não se estende distalmente como o maléolo lateral. O maléolo medial situa-se aproximadamente 1,25cm proximal ao nível da ponta do maléolo lateral. Apenas o quarto distal do corpo da fíbula é palpável. Sinta seu maléolo lateral, observando que ele é sub-cutâneo e que sua extremidade inferior é aguda. Observe que a ponta do maléolo lateral estende-se mais distal e posteriormente do que ocorre com a ponta do maléolo medial.
	 A cabeça do tálus é palpável ântero-medial á parte proximal do maléolo lateral quando o pé é invertido e anterior ao maléolo medial quando o pé é evertido. A eversão do pé torna a cabeça mais proeminente á medida que se afasta do navicular. A cabeça do tálus ocupa o espaço entre o sustentáculo do tálus e a tuberosidade do navicular. Se a cabeça do tálus estiver difícil de palpar, puxe uma linha da ponta do maléolo medial até a tuberosidade do navicular; a cabeça do tálus situa-se profunda ao centro dessa linha. Quando o pé é dobrado para baixo (flexão plantar), a face superior do corpo do tálus pode ser palpada na face anterior do tornozelo, anterior á extremidade inferior da tíbia.
	 O tubérculo medial do calcâneo, que sustenta peso na face planta do pé, é largo e grande,mas normalmente não é fácil de palpar por causa da pele sobrejacente e do tecido sub-cutâneo. O sustentáculo do tálus – uma extensão medial do calcâneo em forma de prateleira que ajuda a sustentar o tálus – pode ser sentido como uma pequena proeminência, aproximadamente, a largura de um dedo transverso distal á ponta do maléolo medial. A tróclea da fíbula, uma pequena extensão lateral do calcâneo, pode ser detectável como um pequeno tubérculo na face lateral do calcâneo, ântero-inferior á ponta do maléolo lateral.
	 Normalmente, a palpação das proeminências ósseas na face plantar do pé é difícil por causa da pele espessa, fáscia e dos coxins de gordura. Os ossos sesamoides, medial e lateral inferiores á cabeça do metatarsal, podem ser sentidos deslizar quando o dedão do pé é movido passivamente. As cabeças dos metatarsais podem ser palpadas colocando-se o polegar suas faces plantares e o dedo indicador sobre suas faces dorsais. Se houver calosidades (calos) ou espessamentos da camada de queratina da epiderme, as cabeças dos metatarsais são difíceis de palpar.
	 A tuberosidade do 5º metatarsal forma um ponto de referência proeminente na face lateral do pé que pode facilmente ser palpado no ponto médio da margem lateral do pé. Os corpos dos metatarsais e falanges podem ser sentidos sobre o dorso do pé entre os tendões extensores. O cuboide pode ser sentido na face lateral do pé, posterior á base do 5º metatarsal. O cuneiforme medial pode ser palpado entre a tuberosidade do navicular e a base do 1º metatarsal. A cabeça do 1º metatarsal forma uma proeminência na face medial do pé. A tuberosidade do navicular é facilmente vista e palpada na face medial do pé, ínfero-anterior á ponta do maléolo medial. O cuboide e os cuneiformes são difíceis de identificar individualmente por palpação.