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FADIGA HUMANA II

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SEMINÁRIOS INTEGRADOS DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS 
Aluno (a): Alícia Emmerick Veras e Alessandro Carvalho 
Turno: Manhã Turma: 1001 
 
FADIGA HUMANA 
 
Objetivo: Apresentar o conceito de Fadiga e seu impacto na Segurança Operacional, a fim de 
motivar a reflexão da necessidade do estabelecimento de medidas mitigadoras do risco. 
A fadiga pertence à categoria dos fatores humanos que são os líderes dos contribuintes para 
acidentes aeronáuticos. 
No panorama da aviação brasileira 2006-2015, do Centro de Investigação e Prevenção de 
Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), por exemplo, o “julgamento” figura em 58,5% na incidência 
de fatores contribuintes dos acidentes. 
O julgamento do piloto pode ser influenciado por diversos fatos, entre eles a condição de 
fadiga. 
 
SUMÁRIO 
A NATUREZA DA FADIGA; 
A FADIGA NA AVIAÇÃO; 
SITUAÇÃO GERADORAS DE FADIGA; 
AS ORGANIZAÇÕES E A FADIGA; 
O GERENCIAMENTO DE RISCO DA FADIGA; 
 
 
A NATUREZA DA FADIGA 
A fadiga é uma condição restritiva para a continuidade do trabalho e embora a fisiologia 
apresente variadas hipóteses para explica-la, ainda não existe um conhecimento consolidado, 
vez que a fadiga parece sofrer interferências em duas frentes, uma física e a outra mental ou 
psicológica (Kube, 2010). 
A Federal Aviation Administration (FAA) conceitua fadiga como: 
Um estado fisiológico em que há uma diminuição da capacidade para realizar tarefas 
cognitivas e maior variabilidade do desempenho em função da falta de energia, desmotivação, 
letargia, depressão e sonolência. 
A International Civil Aviation Organization (ICAO) definiu a fadiga como: 
O estado fisiológico de redução da capacidade de desempenho físico ou mental resultante de 
falta de sono, vigília estendida, fase circadiana ou carga de trabalho, que pode prejudicar o 
estado de alerta e a habilidade de operar com segurança uma aeronave ou desempenhar 
tarefas relativas à segurança. 
No Brasil, A Agencia Nacional de Aviação Civil (ANAC) adota os termos da ICAO, enquanto a 
Força Aérea Brasileira define fadiga como “a condição caracterizada por uma diminuição da 
eficiência do tripulante no desempenho da atividade aérea, relacionada com a duração ou 
repetição de vários estímulos ligados ao voo”. 
 
SONO 
 Diversos processos fisiológicos são realizados durante o sono, de modo que sua restrição pode 
provocar mudanças de humor, sonolência aumentada, fadiga, irritabilidade, dificuldade de 
concentração e desorientação. Dependendo do tempo de privação do sono, da carga de 
trabalho e de demandas visuais impostas, são relatadas distorções de percepção e alucinações, 
principalmente de natureza visual, em até 80% dos indivíduos normais. Além dos sintomas 
citados, a restrição de sono em longo prazo sugere risco de obesidade, problemas 
gastrointestinais (úlceras pépticas, indigestão, azia, flatulência, estômago embrulhado ou 
prisão de ventre), depressão e ansiedade, diabetes tipo 2, e doenças cardiovasculares (ICAO, 
2011). 
A VIGÍLIA PROLONGADA 
A vigília prolongada associa-se à disfunção mental progressiva e tarefas comportamentais 
anormais do sistema nervoso. O pensamento mais lento e a irritabilidade ocorrem ao final de 
um período muito estendido mantendo-se acordado, podendo até mesmo, se forçada a vigília, 
ocorrer atitudes psicóticas (Guyton & Hall, 1996). 
 
 
 
 
 
CARGA DE TRABALHO 
Denota-se relevância à carga de trabalho na ocorrência da fadiga do piloto, pois sua a jornada, 
em geral, começa muito antes da decolagem com a preparação da aeronave e o planejamento 
e, normalmente, termina bem depois do pouso (Kanashiro, 2005). 
RITMO BIOLÓGICO CICARDIANO 
Os ritmos biológicos mais conhecidos são os circadianos – em torno de um dia ou 24 horas 
(Mena-Barreto, 2004). A organização temporal dos seres vivos, especialmente do homem, 
possibilita sua adaptação a fatores recorrentes ambientais. 
 
A FADIGA NA AVIAÇÃO 
Na aviação, a fadiga é considera um dos principais fatores humanos de risco porque afeta 
diversos aspectos da habilidade da tripulação em exercer sua atividade, e portanto, tem 
implicações na segurança (ICAO, 2011). 
Condições desfavoráveis, distúrbios de sono, problemas de saúde, aliados as escolhas pessoais 
inadequadas, podem conduzir o aeronavegante a quadros agudos de fadiga, que, se comuns 
em face de escalas de serviço sem critérios, conduzem a fadiga acumulativa e/ou crônica 
(KANASHIRO, 2005). 
 
 SITUAÇÕES GERADORAS DE FADIGA 
 
 
 
 
AS ORGANIZAÇÕES E A FADIGA 
A doutrina de segurança da organização é fator preponderante na prevenção de acidentes, no 
entanto se não estiver bem sedimentada, normatizada, ou se é ineficaz, concorre para que os 
tripulantes não se resguardem. 
 
O GERENCIAMENTO DE RISCO DA FADIGA 
A necessidade de gerenciar o risco da fadiga tem revelado sua importância a partir das 
significativas perdas, tanto humanas, quanto econômicas, havidas em acidentes e incidentes 
pelo mundo. 
Avanços promovidos em pesquisas aplicadas, desenvolvidas a partir de 1980 pela NASA Ames 
Research Center, já demonstravam cientificamente que a fadiga traz prejuízos ao desempenho 
do piloto e propunham que fossem adotadas contramedidas (ROSEKIND, 2001). 
 O CENIPA criou um grupo de trabalho com especialistas em 2014 com a finalidade de propor 
metodologia de Investigação da Fadiga Humana nas ocorrências aeronáuticas, baseada em 
pesquisas seguindo as melhores práticas utilizadas no National Transportation Safety Board 
(NTSB), Transportation Safety Board (TSB – Canada) e International Civil Aviation Organization 
(ICAO). 
 
BIBLIOGRAFIA: 
CARMO, Oscar Ferreira O Estudo da Fadiga na Pilotagem de Helicópteros da Polícia Militar do 
Estado de São Paulo. Centro de Altos Estudos de Segurança Cel PM Nelson Freire Terra. São 
Paulo: 2013 
 
“Porém em contra partida o homem não vem acompanhando ao mesmo passo este 
desenvolvimento, se compararmos o homem de 1906 com o atual, observamos que pouco 
desenvolvimento ocorreu, ou seja, o homem continua o mesmo em seu complexo físico e 
psicológico”. (Santi,2009, apud CARVALHO, 2014)

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