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LEGISLAÇÃO APLICADA DIRETRIZES DE TRNASPORTES

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AULA DE DIREITO APLICADO NA LOGÍSTICA – 05
MATÉRIA: 	Ordenação dos Transportes – Lei 10.233 de 5 de junho de 2001
DIRETRIZES PARA OS TRANSPORTES AQUAVIÁRIO E TERRESTRE NO BRASIL 
		Dentre as diretrizes que norteiam o gerenciamento da infra-estrutura e de operação de transportes aquaviários e terrrestres no Brasil, temos a de descentralizar as ações, sempre que possível, promovendo sua transferência a outras entidades públicas, mediante convênios de delegação, ou a empresas públicas ou privadas, através outorgas de autorização, concessão ou permissão, conforme dispõe o inciso XII do art. 21 da Constituição Federal.
		Assim, podem os órgãos próprios criados pela Lei, através dos meios jurídicos próprios, outorgar a particulares:
a exploração de infra-estrutura de transporte público, que poderá nelas fazer ou não obras,
a prestação de serviços de transportes explorando infra-estrutura viária, 
a prestação regular de serviços de transporte terrestre coletivo de passageiros desvinculado da exploração da infra-estrutura, 
a prestação não regular de serviços de transporte terrestre coletivo de passageiros, 
a prestação de serviço de transporte aquaviário, ou de exploração de infra-estrutura de uso privativo. 
Os meios jurídicos para a outorgar são efetivados através de concessão, permissão ou de autorização.
Analisemos esses meios:
Concessão: Contrato entre a administração e o particular, no qual a administração delega ao particular a execução remunerada de um serviço ou de obra pública, ou lhe cede o uso de um bem público, para que o explore, por sua conta e risco, pelo prazo e nas condições regulamentares e contratuais. A remuneração dos gastos com o empreendimento será pela cobrança de tarifa aos usuários,
Diz o artigo 14, da Lei 10.233, que depende de concessão:
- a exploração das ferrovias, das rodovias, das vias navegáveis e dos portos organizados que compõem a infra-estrutura do Sistema Nacional de Viação;
- o transporte ferroviário de passageiros e cargas associado à exploração da infra-estrutura ferroviária;
Importante frisar que as outorgas de concessão poderão estar vinculadas a contratos de arrendamento de ativos e a contratos de construção, com cláusula de reversão ao patrimônio da União, conforme previsto na Lei, no § 3, do artigo 14.
Autorização: é ato administrativo unilateral, consistente na execução de serviços para atender interesses coletivos instáveis ou emergência transitória, como, por exemplo, para construção de uma residência, normalmente se dá através de um Alvará de Licença.
O inciso III, do artigo 14, diz que depende de autorização:
- o transporte rodoviário de passageiros, sob regime de afretamento;
- a construção e operação de terminais de uso privativo, conforme disposto na Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993; (A lei 8.630/93 trata do regime jurídico de exploração dos portos organizados e das instalações portuárias).
- o transporte aquaviário; (Incluída pela Medida Provisória nº 2.217-3, de 4.9.2001)
- o transporte ferroviário não regular de passageiros, não associado à exploração da infra-estrutura. 
- a construção e exploração de Estações de Transbordo de Cargas; 
- a construção e exploração de Instalação Portuária Pública de Pequeno Porte; 
Permissão: é o ato administrativo discricionário e precário, pelo qual o Poder Público faculta ao particular a execução de serviços de interesse coletivo ou o uso especial de bens públicos, a título gratuito ou remunerado, nas condições estabelecidas pela administração. Difere da concessão, pois enquanto aquela é um contrato administrativo bilateral, essa é um ato administrativo bilateral. A administração estabelece os requisitos, como prazo e condições, como por exemplo, fixar tarifas e controlá-lo, para sua prestação ao público, para garantir a rentabilidade e assegurar a recuperação de investimento, visando a atrair particulares, que terão a permissão se demonstrarem capacidade para o desempenho, que podem ser modificadas e cassada . 
No inciso IV, temos os casos que dependem de permissão:
- o transporte rodoviário coletivo regular de passageiros;
- o transporte ferroviário regular de passageiros não associado à infra-estrutura. 
Importante, ainda, conhecer que a referida lei impõe o seguinte:
- Que as outorgas de concessão ou permissão serão sempre precedidas de licitação, conforme prescreve o art. 175 da Constituição Federal.
Licitação é um procedimento obrigatório para a Administração Pública, para selecionar a proposta mais vantajosa para que realize um contrato de seu interesse com um particular, seja pessoa jurídica ou física.
- Diz a lei que é proibida a prestação de serviços de transporte coletivo de passageiros, de qualquer natureza, que não tenham sido autorizados, concedidos ou permitidos pela autoridade competente.
Quanto ao transporte rodoviário de cargas não há previsão de consentimento de exploração através de concessão, autorização, mas existe uma previsão que foi criada por uma medida provisória, de número 2.217-3, de 4 de setembro de 2001, que introduziu um artigo 14-A, na lei 10.233, obrigando a inscrição dos transportadores rodoviários de carga para terceiros na ANTT, no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga, como se vê abaixo:
 
Art. 14-A O exercício da atividade de transporte rodoviário de cargas, por conta de terceiros e mediante remuneração, depende de inscrição do transportador no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga - RNTRC. 
Parágrafo único. O transportador a que se refere o caput terá o prazo de um ano, a contar da instalação da ANTT, para efetuar sua inscrição.

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