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filosofia direito aula 1

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Filoso�a do Direito
Aula 1 - O que é Filoso�a do Direito?
INTRODUÇÃO
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Neste primeiro momento importa investigar o conceito de Filoso�a do Direito, apresentar sua importância para a re�exão sobre a experiência jurídica, a clássica divisão
e, em síntese, o caminhar na história do pensamento.
OBJETIVOS
Identi�car o conceito de Filoso�a do Direito;
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Reconhecer a diferença entre Filoso�a do Direito e Ciência do Direito;
Reconhecer a utilidade da Filoso�a do Direito.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Você sabe o que signi�ca �loso�a do direito? 
O que diferencia a �loso�a de outras disciplinas?
Não são poucos os autores em Direito que nos advertem que para compreendermos os debates contemporâneos, bem como as contradições que existem no mundo da
sociabilidade, precisamos �losofar um pouco.
philos + sophia = Filoso�a
Amizade ou amor pela sabedoria, pelo conhecimento.
Como preleciona Miguel Reale (2002, p. 5-6):
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Segundo Del Vecchio (1979), a �loso�a voltada para a realidade jurídica pode ser muito útil, pois a partir de seu olhar poderemos perceber dois elementos importantes, a
saber:
• conhecer a nossa história para compreender o presente na sua relação com o passado;
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• desenvolver um olhar crítico-re�exivo sobre as teorias e institutos presentes na esfera jurídica.
E acrescenta que não há como se desvincular direito de �loso�a, sob pena de uma visão empobrecida, imediatista e meramente utilitária da experiência jurídica.
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A Filoso�a do Direito é, por conseguinte, o campo de investigação da Filoso�a que tem por objeto de pesquisa o Direito, ou melhor, a experiência jurídica. Esta área de
saber pode ser estudada do ponto de vista �losó�co, por �lósofos de formação ou por juristas, destacando temas como Justiça, Liberdade, Igualdade, entre outros.
EM BUSCA DE UMA CONCEITUAÇÃO
Elaborar um conceito para esta área do conhecimento não é tarefa fácil, mas precisamos considerar algumas de�nições:
PAULO NADER (2003, P. 11)
“A Filoso�a Jurídica [�loso�a do direito] consiste na pesquisa conceitual do Direito e implicações lógicas, por seus princípios e razões mais elevados, e na re�exão crítico-valorativa das
instiuições jurídicas.”
JOÃO BAPTISTA HERKENHOFF (2010, P. 16)
“A Filoso�a do Direito procura captar a realidade jurídica por meio de sua relação com as causas primeiras e os princípios fundamentais. Debruça-se sobre o estudo da natureza do
Direito e de sua signi�cação essencial”.
MIGUEL REALE (2002, P. 9)
“A Filoso�a do Direito, esclareça-se desde logo, não é disciplina jurídica, mas é a própria Filoso�a enquanto voltada para uma ordem de realidade, que a ‘realidade jurídica’. Nem mesmo
se pode a�rmar que seja Filoso�a especial, porque é a Filoso�a, na sua totalidade, na medida em que se preocupa com algo que possui valor universal, a experiência histórica e social
do direito”.
ALYSSON LEANDRO MASCARO (2010, P. 16)
“A Filoso�a do Direito investiga o sentido de justo, por isso investiga as relações sociais mediadas pelo Direito, o justo é a legitimação �losó�ca e ética do direito”.
EDUARDO C. B. BITTAR E GUILHERME ASSIS DE ALMEIDA (2004, P. 50)
“A Filoso�a do Direito é um saber crítico a respeito das construções jurídicas erigidas pela Ciência do Direito e pela própria práxis do Direito. Mais que isso, é sua tarefa buscar os
fundamentos do Direito, seja para cienti�car-se de sua natureza, seja para criticar o assento sobre o qual se fundam as estruturas do raciocínio jurídico, provocando, por vezes, �ssuras
no edifício que por sobre as mesmas se ergue”.
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Fonte: Shutterstock
Considerando as de�nições sugeridas, podemos concluir que Filoso�a do Direito é uma área da Filoso�a que investiga a experiência jurídica em todas as suas nuances.
Investiga o que é Direito, analisa a relação entre direito e moral, problematiza o conceito de justiça, a efetividade social das normas, as ideologias que fundamentam as
teorias e institutos jurídicos, identi�ca as contradições e paradoxos típicos das sociedades contemporâneas, dentre outras possibilidades.
Partindo dessa ideia, podemos ressaltar que a Filoso�a do Direito apresenta algumas características conforme preleciona Eduardo C. B. Bittar e Guilherme Assis de
Almeida, na obra Curso de Filoso�a do Direito, 2004, p. 50-54), a saber:
1
“É um saber crítico a respeito das construções jurídicas e práticas do Direito”;
2
“Apresenta como tarefa buscar os fundamentos do Direito”;
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3
“É uma re�exão atenta às modi�cações no mundo jurídico e seus institutos”;
4
“Oferece suporte re�exivo ao legislador”;
5
“Desvela as ideologias que fundam certas práticas jurídicas”.
QUEM É O FILÓSOFO DO DIREITO OU JURISFILÓSOFO?
Fonte da Imagem: Brandon Bourdages / Shutterstock
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De acordo com Nader (2003, p.3), “se é verdade que a condição de �lósofo não se adquire por título universitário, senão pela constância do pensamento dialético,
também é certo que somente atinge a situação de juris�lósofo o jurista que exercita, como hábito, a atitude �losó�ca”.
Deve-se destacar, neste ponto, a �gura do �lósofo do direito ou juris�lósofo. Trata-se daquele que conhece as correntes �losó�cas, bem como as categorias lógicas do
Direito, com o objetivo de avaliar o rigor lógico dos conceitos jurídicos e a adequação do Direito Positivo às necessidades sociais atuais. Miguel Reale (2002, p. 10), por
exemplo, nos sugere algumas indagações típicas dos juris�lósofos:
Fonte: Irina Qiwi / Shutterstock
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, Oque podemos inferir desta passagem de Miguel Reale? Podemos inferir que a Filoso�a do Direito investiga os fundamentos do Direito sem se preocupar com questões de ordem
prática e, por isso, o que pode ser óbvio para o aplicador do Direito, não o é para o �lósofo do direito que indagará de maneira crítica e investigará seus pressupostos e ideologias. Por
quê? Porque todo conhecimento é perspectivo e o Direito como construção humana é fenômeno cultural, como a arte, por exemplo.
DIVISÃO DA FILOSOFIA DO DIREITO
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Fonte da Imagem: Lane V. Erickson / Shutterstock
A Filoso�a do Direito é um estudo re�exivo sobre o Direito, ou nos dizeres de Reale (2002, p. 10) “crítica da experiência jurídica” e se divide em:
Parte geral - Ontognoseologia Jurídica;
Parte especial - Epistemologia Jurídica e Deontologia Jurídica.
Para Reale, existe uma terceira área da parte especial que é denominada de Culturologia Jurídica que investiga o Direito como fenômeno da cultura.
O plano da Ontognoseologia estuda a experiência jurídica na relação entre sujeito e objeto. Na perspectiva do objeto, analisa-se o que é o Direito e na dimensão do
sujeito, como esse objeto - o Direito -, se apresenta para a subjetividade na experiência jurídica do mundo da sociabilidade. Nos dizeres de Reale (2010, p. 301):
No plano da re�exão epistemológica (glossário), entendendo epistemologia como uma teoria da ciência, investiga-se a o Direito como ciência. “Compete-lhe, outrossim,
delimitar o campo da pesquisa cientí�ca do Direito, em suas conexões com outras ciências humanas” (REALE, 2010, p. 306). Nesta área, indaga-se qual a natureza e o
papel da dogmática jurídica; como ocorrem a sistematização e integração dos institutos jurídicos, entre outras possibilidades.
O plano deontológico ou axiológico (glossário) promove uma re�exão valorativa. Sendo o termo axiológico entendido como estudo dos valores. Segundo Reale (2010, p.
308), “a Deontologia Jurídica é a indagação do fundamento da ordem jurídica e da razão da obrigatoriedade das normas de Direito, da legitimidade da obediência às leis,
o que quer dizer indagação dos fundamentos ou dos pressupostos éticos do Direito e do Estado.”
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Assim, indagar “O que é o Direito? ”, por exemplo, é uma preocupação do juris�lósofo e provoca outras pesquisas importantes sobre norma jurídica como expressão do
Estado, bem como sobre o conceito de coação, a ideia de justiça ou a relação entre validade e efetividade (NADER, 2003).
Trata-se de uma investigação �losó�ca norteada pelos princípios éticos, mormente pelo valor Justiça. Um bom exemplo está nos debates contemporâneos sobre
eutanásia, aborto de anencéfalos, tortura, preconceito, racismo etc. que extrapolam os limites teóricos da ciência jurídica.
VOCÊ SABIA?
A Culturologia Jurídica é uma área da Filoso�a do Direito que, segundo Reale (2010), investiga o Direito como fenômeno cultural. Há uma experiência jurídica que só é
possível no plano da historicidade marcada por momentos culturais distintos e que se perpetuam ou não; que se prolongam ou não de geração em geração. Um
exemplo interessante pode ser percebido na área do Direito de Família em que estamos ressigni�cando conceitos em razão de mudanças valorativas ao longo das
gerações.
EXISTE UMA HISTÓRIA DA FILOSOFIA DO DIREITO?
Autores estrangeiros como Giorgio Del Vecchio (1878-1970), Gustav Radbruch (1878-1949) e autores nacionais como Miguel Reale (2002), Bittar e Almeida (2004) e
Alysson Mascaro (2010) observam que existe uma história da �loso�a do direito, o que signi�ca dizer que a preocupação com a liberdade, justiça, lei, igualdade,
legitimidade e bem comum, por exemplo, são tão antigas quanto a história do pensamento racional. E, nesta concepção, a�rma-se que existiu uma Filoso�a do Direito
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implícita inaugurada com o pensamento dos �lósofos pré-socráticos e que se estende até o �lósofo moderno Immanuel Kant (1724-1804). E uma História da Filoso�a
do Direito de Hegel (1770-1831) até os tempos atuais.
 
 
Parece-me, pois que cabe distinguir entre uma �loso�a jurídica
implícita, que se prolonga, no mundo ocidental, desde os pré-
socráticos até Kant, e uma Filoso�a Jurídica explícita, consciente da
autonomia de seus títulos, por ter intencionalmente cuidado de
estabelecer as fronteiras de seu objeto próprio nos domínios do
discurso �losó�co. O surgimento da Filoso�a do Direito como
disciplina autônoma foi resultado de longa maturação histórica,
tornando-se uma realidade pienamente spiegata (glossário) (para
empregarmos signi�cativa expressão de Vico) na época em que se
deu a terceira fundação da Ciência Jurídica ocidental, isto é, a
cavaleiro dos séculos XVIII e XIX (REALE, 2002, p. 286).
 
, Por que implícita? Porque a re�exão sobre a experiência jurídica estava presente no interior das re�exões sobre a Filoso�a prática, em textos sobre ética. A própria obra República de
Platão apresenta uma bela re�exão �losó�ca sobre uma sociedade justa, seja no livro I que indaga o que é justiça, seja no Mito de Er, no Livro X, que desvela o sentido de justiça
retributiva no transcendente. A experiência jurídica era analisada no interior da re�exão sobre ética, sobre o justo e o bem comum., , A ideia de uma História da Filoso�a do Direito
explícita decorre do advento de re�exões sobre o Direito de maneira autônoma com o surgimento de expoentes que se dedicaram a pensar a experiência jurídica sob o ponto de vista
�losó�co (BITTAR; ALMEIDA, 2004). O que signi�ca dizer que surgiram obras especí�cas sobre o Direito, como por exemplo, a obra de Hans Kelsen, A teoria pura do direito., , Nesse
sentido, podemos observar que existiu uma Filoso�a do Direito antiga e medieval, uma Filoso�a do Direito Renascentista e Moderna e uma Filoso�a do Direito contemporânea que,
segundo Del Vecchio (1979, p. 31), nos oportunizam através de seus expoentes um “repositório de observações, de raciocínios, de distinções (...). No caso particular da Filoso�a do
Direito, a história dela mostra-nos sobretudo que em todas as épocas se meditou sobre o problema do Direito e da Justiça”.
QUAL A CONTRIBUIÇÃO DA FILOSOFIA DO DIREITO?
Segundo Nader (2011, p.19),
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Fonte da Imagem:
Que papel a Filoso�a do Direito possui no universo jurídico?
Como podemos problematizar o lugar que o Direito ocupa no mundo da sociabilidade?
Existem muitas pro�ssões importantes para a vida em sociedade, o Direito é apenas uma delas. Considerando esse lugar da experiência jurídica, como podemos
analisar a contribuição da Filoso�a do Direito?
Podemos partir da ideia segundo a qual a experiência social de cada um de nós revela as di�culdades e paradoxos que temos que enfrentar na vida. Percebemos a
efetividade das normas jurídicas? A prioridade do bem comum e do justo?
Há justiça social?
É nesse ponto que a Filoso�a do Direito poderá nos oportunizar um olhar mais atento e e�ciente para enfrentar os grandes paradoxos das sociedades modernas.
Segundo Herkenhoff (2011, p. 20),
“a Filoso�a possui um duplo papel:
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Na universidade, lugar da pesquisa, se a�gura como elemento provocador de novas pesquisas;
Na vida pro�ssional, preside o pensamento e a prática jurídica”.
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Fonte: Shutterstock
O Direito como fato ou fenômeno cultural (RADBRUCH, 1997) está sujeito a diversos olhares, o olhar �losó�co é apenas um deles ao lado do senso comum, do discurso
religioso, do saber cientí�co. O Direito como fenômeno cultural pode ser estudado sob a ótica da História, da Antropologia, da Psicologia, da Filoso�a, da Economia e,
também, da arte.
COMO POSSO DIFERENCIAR FILOSOFIA DO DIREITO E CIÊNCIA DO DIREITO?
Segundo Bittar e Almeida (2004) são áreas distintas que não se confundem porque fazem movimentos em direções opostas. A Nesse sentido, Del Vecchio (1979, p.
304) também observa:
A Ciência do Direito tem seu marco inicial na norma jurídica em direção à sua aplicação no mundo da sociabilidade e suas consequências.
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Filoso�a do Direito, ao contrário, para além da norma jurídica, investiga seus fundamentos, princípios, causas, em uma re�exão que considera o caminhar histórico, as
ideologias, o pensamento político, as teorias �losó�cas, entre outros aspectos que estão na base da norma jurídica ou instituto jurídica em questão - um exercício do
pensar que não se esgota e que nos ajuda a compreender o que está ocorrendo.
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, A diferença entre a Filoso�a e a Ciência do Direito reside, pois, no modo pelo qual cada uma delas considera o Direito:, ,
A primeira, no seu aspecto universal;
A segunda, no seu aspecto particular.
UMA CURIOSIDADE!
Fonte da Imagem: http://www.jornalgrandebahia.com.br/2014/06/a-lei-e-os-dramas-humanos-2/
Segundo Herkenhoff (2010, item 2.4), por ocasião da fundação dos cursos jurídicos no Brasil, especi�camente nas cidades de Olinda e São Paulo, em 11 de agosto de
1827, o currículo do curso apresentava a disciplina sob o nome de “Direito Natural” no sentido de uma disciplina propedêutica, o que perdurou até 1891 até a reforma do
positivista Benjamim Constant (glossário).
Com essa reforma, a disciplina passou a ser designada como “Filoso�a e História do Direito”, ministrada no primeiro ano do curso. Em 1895, a disciplina foi desdobrada
e passou a ser “Filoso�a do Direito”. Todavia em 1931, ocasião da organização da Universidade do Rio de Janeiro, a disciplina foi substituída pela “Introdução à Ciência
do Direito” e passou a integrar o currículo do Doutoramento em Direito. Atualmente, a “Filoso�a” e a “Filoso�a do Direito” são disciplinas obrigatórias nos cursos de
Direito.
Para nossa re�exão terminamos este primeiro momento com os dizeres do ilustre professor João Baptista Herkenhoff (2010, p.5), a saber:
A visão depreciadora da Filoso�a não tem fundamento. Pelo contrário, o conhecimento �losó�co é a base do saber. Além disso, a Filoso�a nos dá um norte, um
horizonte.
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ATIVIDADES
Vamos fazer uma atividade!
Sobre os fundamentos da Justiça
O que funda a justiça? Seus fundamentos estariam na razão, na linguagem, na transcendência divina, ou na consciência? Eis algumas das linhas de discussão que
envolvem a questão dos fundamentos da justiça da qual nos ocuparemos agora. Antes de tudo, chamemos a atenção para o fato de que o senso comum tende sempre
a confundir justiça com o Poder Judiciário. O termo “acesso à justiça”, tão propalado nos nossos dias, não diz nada além da possibilidade de acesso ao Poder
Judiciário, no sentido do rompimento das barreiras que separam o cidadão da instituição destinada a proteger os seus interesses. Não diz do acesso à justiça, mas do
alcance do órgão estatal que, por de�nição, é o lugar das lamentações em torno dos con�itos humanos gerados a partir da obrigatoriedade da coexistência a que todos
estamos condenados por sentença dos deuses, desde as nossas obscuras origens. Portanto, deixamos claro que os fundamentos da justiça que buscamos jamais se
comprometeram com as instituições destinadas à efetivação da sua e�cácia, ressalvada a con�guração aproximativa do ideal de justiça. A pergunta pelos fundamentos
da justiça vai muito além da crença na sua realizabilidade institucional, uma vez que esta se mostra apenas na órbita dos possíveis e não na esfera fundante disso que
nominamos justiça na milenar trajetória da vida do espírito. Começar a entender os fundamentos da justiça implica entender esse �uir da vivência na sua mais primitiva
manifestação, pois é nesse campo primitivo, do atemático, da ausência de quaisquer categorias que se instaura o apelo à justiça. Mas o que é a justiça? De onde vêm e
quais são os seus indicadores? Eis a questão!
(Fonte: GUIMARÃES, Aquiles Côrtes. Pequena introdução à �loso�a política. A questão dos fundamentos. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007. p. 87-
90.)
Diante do texto apresentado, responda:
É possível dizer que o texto apresenta uma re�exão �losó�ca sobre o Direito?
Resposta Correta
MÚLTIPLA ESCOLHA
Questão 1:
À pergunta “Que é �loso�a do direito?” Deve-se responder, portanto:
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Um saber que investiga a norma jurídica, sua validade e efetividade;
Um saber que analisa o direito sob o ponto de vista não valorativo;
Uma investigação sobre o direito na sua universalidade, segundo o ideal de justiça;
Uma exposição dogmática sobre a norma jurídica;
Uma exposição sobre as condições legais e constitucionais da norma jurídica.
Justi�cativa
Questão 2:
Aquele que conhece as correntes �losó�cas, bem como as categorias lógicas do Direito, com o objetivo de avaliar o rigor lógico dos conceitos jurídicos e a adequação
do Direito às necessidades sociais contemporâneas é denominado de:
Jurista
Sociólogo do direito
Operador jurídico
Filósofo do Direito
Técnico de jurisprudência
Justi�cativa
Questão 3:
Segundo Miguel Reale, a Filoso�a do Direito divide-se em parte geral e parte especial. Nesse sentido, assinale a opção que apresenta as áreas que integram a parte
especial da Filoso�a do Direito.
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Ontognoseologia, Epistemologia e Culturologia.
Sociologia, Axiologia e Ontognoseologia.
Epistemologia, Deontologia e Culturologia.
Filoso�a, Sociologia e Culturologia.
Gnosiologia, Axiologia e Metodologia.
Justi�cativa
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Glossário
GUSTAVO VON HUGO
Para saber um pouco mais sobre este jurista alemão acesse: https://pt.wikipedia.org/wiki/Gustav_Hugo (https://pt.wikipedia.org/wiki/Gustav_Hugo)
25/10/2018 Disciplina Portalhttp://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2342074&classId=979730&topicId=2424725&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum=S&enableMessage=S&enableClassMate=S#course… 24/24
EPISTEMOLÓGICO
Fil. Ref. ou inerente à epistemologia, à teoria do conhecimento (concepção epistemológica); EPISTÊMICO. [F.: Do gr. episteme, és 'ciência, conhecimento' +- logo + - ico2].
Fonte: http://www.aulete.com.br (http://www.aulete.com.br/epistemol%C3%B3gico).
AXIOLÓGICO
Refere-se à axiologia. Fil. Qualquer das teorias, avaliações, análises e estudos que abordam a questão dos valores, esp. valores morais. [F.: axi(o)- + -logia ou do fr. axiologie.]
Fonte: http://www.aulete.com.br/axiologia (http://www.aulete.com.br/axiologia).
PIENAMENTE SPIEGATA
Tradução livre do italiano “plenamente explicadas”.
BENJAMIM CONSTANT
Benjamim Constant Botelho de Magalhães (1836-1891), militar brasileiro que participou da guerra do Paraguai e adepto do positivismo.

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