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Cerâmicas odontologicas

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Cerâmicas odontológicas
As cerâmicas, também conhecidas como porcelanas, são materiais muito utilizados na prática odontológica. Essa classe de materiais é considerada excelente como material definitivo restaurador em razão de suas desejáveis propriedades funcionais e estéticas. Por ser usada com sucesso há muitos anos, a cerâmica designada para odontologia sofreu muitas alterações e evoluiu muito, gerando diferentes tipos e ampliando muito suas indicações.
Um dos exemplos dessa evolução são as restaurações popularmente conhecidas como metal-free, que dispensam o uso de uma estrutura de metal por serem muito resistentes. 
Atenção! O termo “porcelana” refere-se à família dos materiais cerâmicos compostos essencialmente por caolim, quartzo e feldspato, também queimados em altas temperaturas. Pode-se dizer que toda porcelana é uma cerâmica, mas o contrário nem sempre é verdadeiro. O termo “cerâmica” parece ser o mais adequado para descrever os materiais usados atualmente em odontologia, em virtude de suas diferentes composições.
Elas são conhecidas pela sua excelente propriedade em reproduzir as características dos dentes naturais, por ser altamente durável, de ampla aceitação tanto do profissional quanto do paciente, biocompatibilidade, natureza refratária, inércia química, friabilidade e baixa resistência à tração, sendo que diversos estudos realizados visam melhorar a resistência à fratura das cerâmicas, destacando-se a união a metais (restaurações metalcerâmicas), adesão direta à estrutura dentária (facetas, onlays e inlays).
Vantagens:
Estética e longevidade 
Baixa condutividade térmica e elétrica 
Alta resistência ao desgaste e à compressão 
Radiopacidade semelhante à do dente natural 
Biocompatibilidade 
Quimicamente inerte 
Lisura superficial 
Não reage com a maioria dos líquidos, gases, substâncias ácidas e alcalinas
Desvantagens:
Friabilidade 
Potencial de desgaste do dente antagonista 
O custo é uma desvantagem relativa em razão da estabilidade no meio bucal e da durabilidade 
Técnica de difícil execução tanto para a produção de uma peça protética similar ao dente humano por parte do técnico em prótese quanto por parte do cirurgião-dentista no preparo do elemento dental. No processo de fabricação da prótese, podem ocorrer inúmeras falhas.
As cerâmicas odontológicas são fundamentalmente estruturas inorgânicas, constituídas primariamente por oxigênio (O) com um ou mais elementos metálicos ou semimetálicos, tais como: alumínio (Al), boro (B), cálcio (Ca), cério (Ce), lítio (Li), magnésio (Mg), fósforo (P), potássio (K), silício (Si), sódio (Na), titânio (Ti) e zircônio (Zr).
Composição:
A composição de uma cerâmica odontológica pode variar muito de acordo com seus diferentes tipos, mas uma cerâmica feldspática ou convencional tem basicamente a seguinte composição:
feldspato – 75 a 85%; 
sílica ou quartzo – 12 a 22%; 
caolim – 3 a 5%; 
pigmentos;
corantes.
Os vários componentes das cerâmicas combinados resultam em duas fases principais: a fase vítrea ou matriz de vidro e a fase cristalina ou mineral.
Fase vítrea: é formada durante o processo de cocção e possui propriedades típicas de um vidro, como friabilidade, padrão de fratura não direcional e alta tensão superficial no estado fluido.
Fase cristalina: inclui sílica ou quartzo e alguns óxidos metálicos. A evolução das cerâmicas se deu por modificações nesta fase, visando a um aumento da tenacidade. 
Essa variação na composição se dá principalmente pelo maior conteúdo de cristais de leucita (K2. Al2O3.4SiO2), cristais de dissilicato de lítio (Li2O.2SiO2), alumina (Al2O3), spinel de magnésio-alumina (MgO.Al2O3) e zircônia (ZrO2).
Classificação:
As cerâmicas odontológicas podem ser classificadas de diversas formas, em razão da enorme variedade de sistemas cerâmicos disponíveis. A seguir, serão apresentadas algumas dessas classificações e posteriormente os tipos de cerâmicas disponíveis.
De acordo com a temperatura de fusão:
Durante muitos anos, esse tipo de classificação foi utilizada principalmente para as cerâmicas compostas basicamente de quartzo, feldspato e caolim. 
As temperaturas de fusão são ditadas basicamente pela quantidade relativa de cada componente. Atualmente essa classificação não contempla todos os tipos de cerâmicas existentes, mas é interessante pelo fato de que diversos tipos de próteses cerâmicas são produzidos por queimas sucessivas de camadas, o que exige pontos de fusão diferentes para que as camadas inferiores não sejam influenciadas e modificadas durante o processo de cocção. Desse modo, elas podem ser classificadas em porcelanas de:
alta fusão (1.315 a 1.370°C); 
média fusão (1.090 a 1.260°C); 
baixa fusão (860 a 965°C) 
ultrabaixa fusão (650 a 859°C).
De acordo com os constituintes da fase cristalina:
Feldspática: Essas cerâmicas são compostas basicamente de feldspato de potássio (K2O.Al2O3.6SiO2) e quartzo. Esses componentes são misturados e aquecidos a 1.200°C, temperatura na qual o feldspato se decompõe para formar uma fase vítrea amorfa e uma fase cristalina (mineral), consistindo de leucita (KAlSi2O6 ou K2O. Al2O3.4SiO2). Essa mistura é então resfriada rapidamente e fragmentada para a obtenção das partículas. Os pigmentos são adicionados nesse estágio. Forma-se um pó que é aplicado sobre a estrutura desejada, no formato do dente que se deseja construir, e levado ao forno para sinterização.
Sua indicação visa à confecção de coroas de jaqueta de diversos tipos (camada de opaco, corpo de dentina, dentina gengival, overlay de esmalte e esmalte incisal), restaurações metalocerâmicas e totalmente cerâmicas com baixo conteúdo de leucita (coroas, inlays, onlays e facetas laminadas).
Porcelana Feldspática reforçada por leucita:
Contém cerca de 45% em volume de leucita tetragonal. É utilizada em restaurações de cerâmica pura sinterizada, como cerâmica de estratificação ou cobertura, da mesma forma que a porcelana feldspática convencional. A leucita funciona como uma base de reforço, pois o maior conteúdo de leucita em relação às feldspáticas convencionais resulta em maior resistência flexural.
Alumizada:
Em razão da alta resistência à fratura e do alto módulo de elasticidade (cerca de 350 Gpa), a dispersão de alumina em uma matriz vítrea resulta em um aumento significativo da resistência flexural, que fica em torno de 140 MPa.
Alto teor de alumina infiltrada por vidro:
A representante desse tipo de cerâmica é a VITA In-Ceram Classic Alumina, que é composta por óxido de alumínio sinterizado e infiltrado com vidro, combinando estética e resistência. O conteúdo de alumina é da ordem de 90%, o coping poroso de alumina é infiltrado por um vidro de lantânio, produzindo um material com resistência flexural da ordem de 500 MPa, o que torna o material passível de ser indicado para produzir subestruturas de coroas e até pontes anteriores de três elementos, uma vez que o produto tolera alta tensão funcional.
Espinélio infiltrada por vidro:
Trata-se de óxido de alumínio e magnésio sinterizado e infiltrado com vidro, o que produz um material altamente translúcido, especialmente indicado para dentes anteriores. Ele pode ser indicado em inlays, porém com atenção ao detalhe de que, em razão de sua composição, as cerâmicas à base de magnésio têm a menor resistência flexural dos sistemas infiltrados por vidro.
Zircônia infiltrada por vidro:
As cerâmicas com núcleo de zircônia são as mais resistentes utilizadas atualmente. Elas contém zircônia tetragonal e alumina com resistência flexural da ordem de 600 MPa. Entretanto, esses materiais apresentam alta opacidade, o que, em certos casos, reduz a qualidade estética. A representante desse sistema é a VITA® In-Ceram Classic Zircônia, composta por óxido de alumínio e zircônia sinterizados e infiltrados por vidro.
Cerâmica vítrea,vitrocerâmica ou vidro ceramizado:
São materiais cerâmicos submetidos a tratamentos térmicos específicos, a fim de induzir uma desvitrificação parcial. Nesse processo são formados núcleos cerâmicos reforçados por disilicato de lítio ou leucita, proporcionando um material com alta resistência e ótima adaptação. A técnica de utilização é a da cera perdida, ou seja, executa-se um padrão de cera (construção do dente em cera para fundição) que é inserido em um anel com revestimento e queimado, para posterior injeção do vidro cerâmico liquefeito (fundido). Por usarem uma técnica de injeção, essas cerâmicas também são denominadas cerâmicas injetadas. Os principais representantes atuais desse tipo de cerâmica são os sistemas IPS Empress e Emax press® (Ivoclar-Vivadent).
Alumina densamente sinterizada:
Esses materiais contêm 99,9% de alumina e estão entre os materiais cerâmicos com maior dureza entre as cerâmicas odontológicas. Em geral, são utilizados como cerâmica de infraestrutura em pontes fixas e copings, frequentemente em sistemas CAD/CAM, sobre os quais são aplicadas cerâmicas feldspáticas de cobertura. O mais conhecido representante desse sistema é o Procera®.
Zircônia pré-sinterizada e estabilizada por ítrio:
Da mesma forma que a alumina densamente sinterizada, esses materiais são usados geralmente em infraestruturas pelo sistema CAD-CAM, figurando entre os materiais mais resistentes dentre as cerâmicas.
Sistemas metalocerâmicos:
porcelanas associadas a metais, coroas e pontes fixas metalocerâmicas foram e são ainda utilizadas com muita eficiência na reabilitação de pacientes que perderam seus dentes. Elas possuem a capacidade de repor adequadamente a estética e a função, tendo sucesso clínico comprovado ao longo dos anos. Esse sucesso só foi possível a partir da utilização de cerâmicas capazes de aderir ao metal e compatível termicamente a ele. Os métodos pelos quais essa porcelana adere ao metal podem ser mediados por adesão química por meio dos óxidos formados na superfície do metal, mas também por imbricamento micromecânico e principalmente por tensões formadas durante a queima da porcelana.
Atenção! Não é tarefa fácil obter uma estética adequada com peças metalocerâmicas, pois isso exige técnicos de laboratório extremamente hábeis para opacificar o metal sem que a peça cerâmica perca vida e riqueza de detalhes que imitem a estrutura natural. Essa desvantagem, aliada a uma crescente rejeição quanto ao uso de metal em boca, contribui para que as próteses metalocerâmicas pouco a pouco percam sua popularidade. Mesmo assim, ainda é muito grande o uso desses sistemas, graças à sua reputação de sucesso, principalmente quanto à longevidade.
Lembrete! As cerâmicas metal-free são atualmente as melhores opções para substituição de dentes, tendo em vista suas capacidades de mimetização de estrutura dentária e durabilidade.
Técnicas de produção de peças protéticas:
As técnicas de produção das peças protéticas de cerâmica foram aprimoradas ao longo dos anos, passando de uma forma altamente artesanal, na qual apenas técnicos experientes tinham a capacidade de produzir peças altamente estéticas, até os sistemas mais atuais, em que o computador passou a ter espaço na fabricação de peças mais resistentes e com ótima adaptação. Desse modo, pode-se agrupar didaticamente as cerâmicas de acordo com a técnica de confecção das peças protéticas, como é feito a seguir.
Condensação ou sinterização:
As porcelanas usadas para essa técnica em geral são as porcelanas de cobertura, ou seja, as feldspáticas convencionais e as reforçadas por leucita, assim como as aluminizadas ou reforçadas por alumina. Essa técnica envolve a construção gradual das restaurações cerâmicas, geralmente utilizada para a cobertura de estruturas metálicas e de estruturas cerâmicas de reforço, como os copings de alumina, zircônia, infiltrados por vidro e até mesmo os de cerâmica prensada. São exemplos desse tipo de porcelana os sistemas Noritake® E.max ceram®).
Injeção ou prensagem por calor:
Nessa técnica, o laboratorista recebe o modelo e produz um enceramento do dente a ser restaurado (padrão de cera). Esse enceramento é incluído em um revestimento e posteriormente queimado completamente. As pastilhas ou lingotes cerâmicos são fundidos e injetados sob pressão no molde deixado pela cera perdida no revestimento. Remove-se então a peça do revestimento, que é acabada, polida e recoberta com uma porcelana fina de glazeamento. São exemplos desse tipo de cerâmica os sistemas IPS Empress e E.max press® (Ivoclar-Vivadent).
Fundição:
A cerâmica de fundição Dicor é um vidro com aproximadamente 45% de mica tetrasílica com flúor, que está descontinuado devido ao avanço de outras tecnologias. Esse sistema foi introduzido na década de 1980 e foi o primeiro a utilizar a técnica da cera perdida e fundição de pastilhas e lingotes, o qual resultava em certo grau de contração, mas com estética satisfatória e resistência flexural da ordem de 90 MPa. Apesar da baixa resistência flexural, o material apresentava bons resultados clínicos quando a espessura da peça era adequada.
Infiltração:
Essa técnica de produção de peças cerâmicas reforçadas consiste na aplicação de uma massa de vidro sobre um coping de alumina. O nome In Ceram provém de infiltrado cerâmico, pois o vidro de lantânio infiltra-se no coping feito de cerâmica, reforçando-o substancialmente. São exemplos desse tipo de cerâmica os sistemas In ceram alumina, zircônia e spinell® (VITA-Zahnfabrik).
Torneamento ou fresagem:
Nessa técnica, o modelo de trabalho (ou mesmo o preparo diretamente em boca) é escaneado, sendo os dados inseridos em um programa de computador que processa as informações e permite a construção de uma peça protética digital. Com o desenho pronto, os dados são enviados a uma unidade fresadora, a qual produz a peça a partir de um bloco cerâmico de altíssima resistência mecânica. Esses sistemas muitas vezes são conhecidos como sistemas Computer Assisted Design – Computer Assisted Machined (CAD-CAM). Zircônia, zircônia Y-TZP, Procera, Cercon, Procera All Ceram, E.max CAD são alguns dos principais produtos disponíveis no mercado.
Complementando:
Sistema cerâmico ips empress:
Em 2005, foi lançado o sistema IPS E.max®, baseado em uma cerâmica de di-silicato de lítio de alta densidade. O sistema apresenta excelentes propriedades mecânicas e resistência flexural da ordem de 360 a 400 MPa, sem comprometer as características ópticas do material. Em 2006, esse sistema foi acrescido de mais dois componentes: o IPS E.max ZirCAD® (blocos de óxido de zircônia para sistema CAD/CAM) e o IPS E.max ZirPress® (lingotes de fluorapatita para injeção sobre zircônia).
O IPS E.max® é um sistema cerâmico que consiste em uma cerâmica vítrea (ou seja, uma vitrocerâmica) de di-silicato de lítio utilizada especialmente para restaurações unitárias e de um óxido de zircônia altamente resistente para as pontes de grande extensão. Esse sistema cobre todas as indicações de cerâmicas livres de metal, podendo ser indicado para laminados cerâmicos (facetas) e até para extensas reabilitações protéticas de até dez elementos. Os materiais que o compõem são altamente estéticos e resistentes e podem ser usados em restaurações por injeção, CAD/CAM e também pela técnica estratificada (a base é de vitrocerâmica, mas a cobertura é de porcelana feldspática). Além disso, as técnicas de confecção das próteses podem ser combinadas; por exemplo, uma cerâmica IPS E. max Ceram pode ser estratificada sobre uma subestrutura de IPS E.max ZirCAD. 
Esse sistema é indicado para a confecção de coroas de cerâmica puras unitárias anterior e posterior, inlays, onlays, facetas e, mais recentemente, a utilização do sistema IPS Empress II para a confecção de PPF de 3elementos para dente anterior até 2o pré-molar.
Sistema cerâmico in ceram vita-zahfabrik:
Vita in ceram alumina:
Síntese de estética e resistência, pode ser usada para coroas anteriores e próteses fixas livres de metal de até três elementos na região anterior. O tamanho das partículas varia entre 0,5 e 3,5 μm, e a contração de sinterização de 0,3%, o que permite ótima adaptação marginal. O elevado conteúdo de alumina confere um aspecto branco-opaco à infraestrutura, que neste momento tem baixa resistência (cerca de 18 Mpa). Nesse sistema, o coping de óxido de alumínio poroso, com espessura de 0,5 a 1,0 mm, é depois infiltrado por um vidro, diminuindo a porosidade e elevando a resistência flexural para aproximadamente 400 MPa. Existem cores de vidro para infiltrar o casquete de óxido de alumínio (Al1, Al2, Al3 e Al4). Sobre o coping infiltrado com vidro, uma cerâmica feldspática convencional (Vitadur Alfa) é aplicada para reproduzir a forma final da restauração e conferir maior estética. 
Vita in ceram spinell:
Possui a translucidez mais elevada de todas as cerâmicas de óxidos, em razão de seu índice de refração da fase cristalina se aproximar do vidro, sendo ideal para regiões em que a exigência estética é maior. É um óxido misto de magnésio e alumínio (MgAl2O4) que precisa ser sinterizado em ambiente a vácuo. Também existem quatro cores de vidro para infiltrá-la (S1, S2, S3, S4). As propriedades estéticas desse sistema são superiores às dos demais, porém há diminuição de cerca de 30% nas propriedades físicas. A resistência flexural é de aproximadamente 150 a 250 MPa.
Vita in ceram zircônia:
A mais opaca das cerâmicas de óxidos, com maior poder de mascarar fundos escuros, indicada para dentes com grandes alterações de cores. Esse material combina a alta resistência à fratura da zircônia com a elevada resistência flexural da alumina, sendo, portanto, indicada para coroas e pontes de três elementos anteriores e posteriores.
Porcelana noritaki: 
A empresa está no mercado de cerâmicas desde 1904 e é especialista em porcelana feldspática para cobertura de estruturas, sejam elas metálicas, de alumina, zircônia ou até titânio. Um dos exemplos de porcelana da fábrica Noritake é a Cerabien, que foi desenvolvida exclusivamente para aplicação sobre casquetes de alumina, espinélio e zircônia infiltrados por vidro (In Ceram VITA), além de alumina densamente sinterizada (Procera- Nobel Biocare). Possui coeficiente de expansão térmica de 6,8 x 10 e excelente adesão às estruturas em alumina. A porcelana Ex-3 é uma porcelana feldspática convencional para aplicação sobre estruturas metálicas. O sistema de porcelanas Noritake conta ainda com cerâmica para fusão com titânio puro (Super Porcelain Ti-22), desenvolvida especificamente para ter excelente adesão a onlays, overlays, estruturas para coroas e pontes fixas, provisórios, a partir do bloco do material de escolha e de um prévio escaneamento do preparo diretamente em boca.
Ele é composto por uma unidade de escaneamento chamada de CEREC Aquisition Unit, que consiste em uma câmera 3D acoplada a uma unidade de processamento de imagens. Ela fotografa os preparos realizados no dente do paciente diretamente na boca ou em um modelo articulado. Da mesma forma, o antagonista é fotografado, e as imagens são processadas em computador de alto desempenho, possibilitando ao próprio dentista ou ao técnico em prótese executar o trabalho de construção da restauração. O programa permite que a anatomia oclusal seja trabalhada e que os contatos sejam previamente analisados, inclusive em sua intensidade, permitindo ainda a seleção do melhor bloco disponível para a produção da peça.
Terminado o desenho da peça no computador, é escolhido o bloco de cerâmica ou mesmo de cerômero (no caso de provisórios) para a confecção das peças protéticas em duas unidades fresadoras disponíveis: a CEREC MC XL, geralmente usada em laboratórios de prótese, ou a CEREC 3 Milling Unit, mais compacta, usada em consultórios odontológicos.
Sistema procera:
O sistema Procera® AlICeram surgiu em 1994 utilizando um material com alumina densamente sinterizada, formado por mais de 99,5% de alumina. É um sistema cerâmico que utiliza a tecnologia CAD/CAM para a produção de copings e estruturas de próteses fixas, laminados cerâmicos e pilares personalizados em alumina, zircônia ou titânio. Baseia-se no escanemento tridimensional do modelo de trabalho ou padrão de cera. Após o escaneamento e a leitura das coordenadas, os dados são enviados ao centro de produção Procera® para a manufatura. Essas infraestruturas retornam para o laboratório de origem, onde a cerâmica de recobrimento é finalmente aplicada, e o trabalho é finalizado. Esses trabalhos são altamente precisos e estéticos, além de resistentes. A resistência flexural biaxial é de aproximadamente 700 MPa.
Ácidos sensíveis (a matriz vítrea da cerâmica se degrada na presença do ácido fluorídrico):
Feldspáticas
Leucíticas
dissilicato de lítio (e-max)
As cerâmicas vítreas são translúcidas apresentando reflexão de luz muito próxima à estrutura dental, denotando desta forma excelente qualidade ótica favorecendo as restaurações estéticas.
As cerâmicas vítreas são passíveis ao condicionamento do ácido fluorídrico classificando-se como cerâmicas ácidosensíveis, onde associada à aplicação do agente silano (agente de união) no interior da peça, possibilita altos índices de adesividade ao substrato dental, ganhando também em resistência à flexão. 
Sendo assim, a combinação entre adesividade ao substrato cerâmico e boa resistência flexural entre os sistemas vítreos, favorece a indicação do sistema cerâmico de dissilicato de lítio (ex. IPS e.max – Ivoclar vivadent) para resolução estética de casos envolvendo coroas totais, laminados cerâmicos, fragmentos cerâmicos.
Ácidos resistentes (cerâmicas que não são afetadas pelo tratamento de superfície por apresentarem baixo ou nenhum conteúdo de sílica, consequentemente sofrem pouca ou nenhuma degradação superficial na presença do ácido fluorídrico):
Reforçadas por zircônia
Reforçadas por alumina
Atenção! Por serem cerâmicas ácido-resistentes, ou seja, não serem passíveis de condicionamento ácido e não apresentarem união química de técnicas adesivas, são pouco indicadas para próteses ou restaurações com preparos sem princípios retentivos, como no caso de laminados cerâmicos.
Uma das indicação dos óxidos cerâmicos são para casos que exigem preparos mais amplos, sempre com ângulos arredondados e respeitando as inclinações das paredes do remanescente dental, conferindo retenção puramente mecânica entre dente e restauração, compensando a ausência da união química que seria dada pelo sistema adesivo.
Importante! Os óxidos cerâmicos, tais como a alumina e a zircônia, devido as suas propriedades mecânicas, permitem a utilização em infra- estrutura das restaurações cerâmicas, como por exemplo, os coppings e abutments. Essas infraestruturas podem ser confeccionadas com a mesma espessura de um copping metálico, pois a incorporação desses óxidos gera um aumento na resistência. Por apresentarem um alto conteúdo cristalino, as cerâmicas a base de alumina e zircônia apresentam baixa translucidez, aparecendo relativamente opacas à luz visível fazendo com que seja necessário o recobrimento das infra-estruturas com cerâmicas mais estéticas.
Classificação das cerâmicas odontológicas quanto à sua sensibilidade ao ácido hidrofluorídrico 10% e tempo de condicionamento:
Grupos cerâmicos, caracteristícos, representantes, indicações e cimentação:
Tratamento da superfície da cerâmica:
O tratamento da superfície cerâmica promove alterações na topografia, criando microporosidades e rugosidades, o que por sua vez permite o aumento da área superficial disponível para adesão, favorece o embricamento mecânico para retenção do agente de união (silano) e ainda possibilita um melhormolhamento, pelo aumento da energia de superfície.
Dentre os métodos existentes para este fim tem-se:
Jateamento: Este é um recurso que consiste em levar de encontro à superfície interna da restauração, substâncias capazes de criar rugosidades. O óxido de alumínio é a substância utilizada há mais tempo para este fim. Recentemente incorporou-se a ele um ácido sílico. Isto permitiu que fosse depositada uma camada de sílica na área jateada e por isso este processo é chamado silicatização. Para diversos pesquisadores a grande vantagem desta última é sua capacidade em penetrar na superfície cerâmica (15 μm) além de aumentar em 76% a concentração de silício, possibilitando união mecânica e química, pois o agente de união que posteriormente é pincelado na superfície cerâmica é a base de sílica.
Laser: é considerado como outra opção de tratar a superfície cerâmica. No entanto ainda não está bem explicado como age. Acredita-se que ele não é efetivo na criação de rugosidade, contudo é capaz de aumentar a força adesiva. Isto devido à criação de microtrincas na superfície e automaticamente microretenções. 
soluções ácidas: O uso de uma solução ácida como o fluorídrico também vem sendo sugerido por alguns pesquisadores. 
Descontaminação da restauração:
A manipulação da restauração no processo de adaptação ao pilar propicia contaminação da mesma com saliva, substâncias orgânicas, e agentes evidenciadores. Uma negligência nesta etapa pode levar a uma diminuição da energia de superfície da cerâmica, bem como comprometimento da adesão.
Sistemas cerâmicos industriais:
São sistemas de manuseio de pós e blocos cerâmicos que dependem de processamentos industriais alimentados por desenhos gerados no computador. Mais conhecidos como sistemas CAD/CAM (CAD: computer-aided design e CAM: computer-aided manufacturing), os sistemas industriais ganharam espaço na Prótese Odontológica por permitirem a confecção em larga escala de peças cerâmicas, com mais precisão, adaptação e qualidade. Essa tecnologia aprimorou a confecção de peças cerâmicas à base de zircônia, porque seu emprego tem permitido a confecção de infraestruturas unitárias e fixas com baixo grau de porosidade e, consequente mente, menor índice de falhas catastróficas.
Cerâmicas usinadas:
No sistema CAD/CAM, blocos cerâmicos são usinados com discos e brocas diamantadas. A restauração é esculpida em blocos de cerâmica não porosos (podendo variar a sua composição em vítreas ou óxidas), resultantes de processos industriais de compactação em alta temperatura e a vácuo. Uma leitura digital do preparo é realizada através de um scanner a laser (unidade CAD). Esses scanners existem na versão intrabucal, obtendo a imagem digitalizada do preparo diretamente na boca, ou na versão laboratorial, onde existe a necessidade de executarmos moldes e modelos para a obtenção do troquel que será digitalizado. A imagem resultante da leitura é enviada para o computador, onde o desenho da infraestrutura, as áreas de conexões e a espessura utilizada são definidos. De posse do desenho digital da futura peça, o bloco cerâmico escolhido é posicionado na unidade CAM e submetido a um processo de desgaste (usinagem), realizado com brocas que trabalham paralela e simultaneamente com refrigeração abundante. O tempo do processo depende do tamanho da peça e do material escolhido, durando cerca de 10 a 30 minutos. A usinagem pode ser realizada em blocos pré sinterizados ou totalmente sinterizados. As peças resultantes de blocos présinterizados são usinadas em um tamanho 20 a 30% maior que o ideal, prevendo a contração de sinterização a que serão submetidas. Já as peças resultantes de blocos totalmente sinterizados são usinadas no tamanho real, porém sofrem o estresse do processo de usinagem. 
Restaurações cerâmicas
São restaurações indiretas de áreas dentais perdidas ou comprometidas, onde a confecção de restaurações diretas já não é mais possível. Essas peças estéticas são confeccionadas em laboratório e fixadas ao remanescente dental por meio de um agente de cimentação adesivo.
Vantagens:
Resultados anatômicos e estéticos superiores.
Melhores propriedades mecânicas e físicas. 
Lisura superficial. 
Radiopacidade similar à estrutura dental.
Desvantagens:
Fragilidade inerente à cerâmica antes de serem cimentadas.
O preparo expulsivo exige a remoção de mais estrutura dentária.
Necessidade de mais sessões clínicas. 
Confecção de moldes e modelos. 
Necessidade de ajustes após a cimentação.
Classificação:
Inlay: Não envolve cúspides
Onlay: Uma ou mais cúspides
Overlay: Quando envolve todas as cúspides
Preparo dos dentes:
O preparo de dentes é uma etapa do tratamento protético que consiste em reduzir a estrutura coronal por meio de desgastes seletivos de esmalte e dentina, na quantidade e na forma predeterminadas, com a finalidade de criar espaço para que o material restaurador possa viabilizar a reabilitação da estética, da forma e da função de uma ou mais coroas dentárias. 
Os preparos podem ser parciais ou totais, e são indicados em função das características do dente e do tipo de prótese que será confeccionada. A forma do preparo deve propiciar características mecânicas e estéticas ao material empregado (liga metálica e/ou cerâmica).
O preparo com término dentro do sulco gengival deve respeitar a homeostasia da área e preservar a saúde do tecido gengival, de modo a facilitar a realização dos procedimentos de moldagem, adaptação da infraestrutura e cimentação. 
Para que uma PPF não sofra qualquer tipo de movimentação, seja axial ou oblíqua, o preparo deve apresentar quatro requisitos: 
Retenção 
Estabilidade 
Rigidez estrutural 
Integridade marginal
Lembrete! No preparo para coroa total, deve-se levar em conta a anatomia do dente que será preparado, pois a inclinação de cada terço do dente é diferente. 
(A) As paredes axiais devem apresentar inclinação entre 5° e 10°. 
(B) Paredes axiais com angulação maior do que 10° diminuem a retenção da coroa.
Retenção:
A retenção é obtida pelo contato das paredes internas da coroa com as superfícies do dente preparado, determinando uma área que propicia retenção friccional à prótese e que impede seu deslocamento no sentido gengivo-oclusal, quando é submetida à ação de forças de tração. 
A retenção é dependente de aspectos relacionados com a área preparada, a altura, a largura e a conexidade das paredes do preparo: quanto maior a área de contato entre a superfície preparada e a prótese e quanto mais paralelas forem essas paredes, mais retentivo será o preparo e, consequentemente, maior será a retenção da prótese . 
Entretanto, paredes muito paralelas dificultam o assentamento da prótese, causando desadaptação oclusal e marginal. Quando se realiza um preparo para coroa total, é importante ter em mente a forma da anatomia do dente que será preparado, com suas áreas côncavas próximas à margem gengival, planas no terço gengival e convexas no terço oclusal/incisal. 
O preparo no terço gengival não pode ter áreas retentivas; o terço médio deve apresentar-se plano; e o terço incisal/oclusal, com uma inclinação semelhante a que essa face apresentava antes do desgaste.
Isso significa que as paredes axiais devem apresentar duas inclinações: a 1a inclinação na metade inferior e a 2a inclinação na metade superior. Ou seja, a coroa de um dente preparado deve ser uma miniatura da coroa íntegra. 
Isso significa que as paredes axiais devem apresentar duas inclinações: a 1a inclinação na metade inferior e a 2a inclinação na metade superior. Ou seja, a coroa de um dente preparado deve ser uma miniatura da coroa íntegra. 
(A) Vistas vestibular 
(B) proximal da 1a e da 2a inclinação em um molar inferior. 
Dentes com coroas longas apresentam uma grande superfície de contato entre a coroa e o preparo, e dessaforma podem ser preparados com inclinações maiores que 10°, para não criar áreas de retenção friccional acentuada e que podem dificultar o assentamento da coroa.
Dentes com coroas curtas devem ser preparados mantendo-se as paredes axiais mais paralelas (no máximo 5°). Para melhorar a retenção, podem ser confeccionados sulcos ou canaletas nessas paredes para aumentar a área de superfície do preparo. Também se pode criar um plano de inserção definido, reduzindo as possibilidades de deslocamento da coroa, especialmente quando a prótese é submetida a forças laterais.
 A confecção de sulcos/ canaletas em dentes com coroas curtas cria um guia de inserção único para a prótese e aumenta a área de contato com o dente, auxiliando na retenção da prótese. Devem ser confeccionados nas faces proximais por serem mais eficientes para evitar o deslocamento da PPF quando recebe forças oclusais que são direcionadas no sentido vestibulolingual.
No caso de preparos curtos ou com conicidade acentuada, a confecção de canaletas ou sulcos nas paredes axiais – ou de uma caixa oclusal, quando houver cáries ou restaurações nessas áreas – cria uma segunda área de resistência ao deslocamento, o que dificulta a rotação da prótese.
Resistência ou estabilidade:
A forma do preparo deve prover resistência e estabilidade para minimizar a ação das forças oblíquas que incidem sobre a prótese e que podem causar sua rotação e deslocamento. A altura e a angulação das paredes axiais do preparo são essenciais para impedir o deslocamento da prótese.
Altura do preparo: a altura do preparo tem de ser igual ou superior à sua largura. Dentes com largura maior do que a altura são mais suscetíveis à rotação da prótese e, consequentemente, ao seu deslocamento.
Angulação das paredes do preparo: quanto menor a angulação das paredes axiais do preparo, maior é a estabilidade da prótese. Paredes com inclinações mais próximas do paralelismo dificultam o deslocamento da prótese quando é submetida à ação de forças oblíquas. Esse aspecto é particularmente importante para os dentes com coroas curtas.
Os preparos com forma adequada de paralelismo entre as paredes axiais determinam um plano único de inserção que favorece a inserção da prótese e a obtenção de retenção e estabilidade. (B) Preparos com paredes divergentes impedem o assentamento completo da prótese.
Rigidez estrutural:
A rigidez estrutural é dependente do tipo do material da infraestrutura, do tipo de término e da quantidade de desgaste dentário. A quantidade de desgaste do preparo deve ser suficiente para acomodar adequadamente a espessura do material restaurador selecionado (liga metálica e/ou cerâmica).
Essa redução deve ser específica para cada material, uma vez que preparos com desgastes reduzidos comprometem a estética e a longevidade da prótese perante os esforços mastigatórios, ao passo que os desgastes acentuados comprometem a saúde pulpar.
(A) Coroa submetida à ação de forças laterais, que tende a realizar movimento de rotação em torno de um fulcro. Preparos com largura (linha verde) menor do que a altura criam um arco de rotação curto (arco em azul) em relação à altura da parede axial. Assim, quando a coroa recebe a ação das forças oblíquas, o restante da face axial (terço médio-oclusal) impede a rotação da coroa. 
(B) Preparos com largura maior do que a altura criam arcos iguais ou maiores do que a altura das faces axiais (arco em vermelho), facilitando o deslocamento da coroa devido ao fato de as paredes axiais não apresentarem área de resistência ao deslocamento. 
(C) Preparos curtos também apresentam um arco de rotação desfavorável. Para minimizar os efeitos da redução da altura, indica-se a confecção de sulcos/canaletas/caixas que criam dois arcos de rotação menores sobre o preparo e, consequentemente, melhoram a estabilidade da coroa. 
(D) Vista oclusal de preparo com canaletas nas faces proximais.
Localização do término cervical:
O término cervical pode estar localizado em três níveis em relação à margem gengival:
Supragengival: está indicado em regiões não estéticas e sua localização deve ser de aproximadamente 2 mm acima da margem gengival. Essa localização permite uma melhor visualização do término nos procedimentos de moldagem, adaptação da coroa provisória e da infraestrutura e um melhor controle da higiene, por expor a interface prótese-dente. Entretanto, pode comprometer a retenção e a estabilidade da prótese se as paredes axiais do dente preparado não apresentarem altura maior do que a largura.
No nível da gengiva marginal: posicionar o término ao nível gengival não é recomendado, pois essa é a região que mais acumula placa. Como consequência disso, pode ocorrer recidiva de cárie, inflamação gengival, recessão gengival e exposição da cinta metálica, nos casos de próteses metalocerâmica.
Subgengival: o término deve ser localizado 0,5 mm no interior do sulco gengival para se obter melhor estética – por esconder a interface entre a restauração e o dente preparado no interior do sulco –, aumentar a retenção em preparos de dentes com coroa curta e também preservar a homeostasia da área. 
Tipos de termino cervical:
Existem diferentes desenhos de términos, cada um com suas indicações. São apresentadas as características dos tipos de términos cervicais mais utilizados em PPFs.
Princípios estéticos:
O preparo de um dente com desgastes adequados é fundamental para a estética, pois a redução da estrutura dentária deve ser suficiente para permitir uma espessura correta dos materiais utilizados na confecção da prótese.
Atenção! Desgaste insuficiente influencia as propriedades ópticas da restauração, alterando a percepção da cor e a translucidez da cerâmica, além de interferir no formato da restauração, na resistência da infraestrutura e na saúde dos tecidos periodontais. 
Para evitar preparos com falta ou excesso de desgaste, deve-se utilizar uma técnica de preparo que assegure a redução padronizada da estrutura dentária, de acordo com as necessidades estéticas e funcionais de cada região e dos materiais empregados para a confecção da prótese. Pode-se também empregar uma matriz de silicone ou de plástico obtida do enceramento diagnóstico ou do próprio dente, se este estiver bem posicionado no arco. Esse guia, quando posicionado sobre o preparo, serve de referência para avaliar a quantidade de desgaste, minimizando os riscos anteriormente comentados.
 Desenho esquemático de preparos. (A) Um desgaste dentário adequado permite uma restauração com espessura homogênea. (B) Em casos de desgaste incisal e palatino reduzidos, ocorre a presença de áreas frágeis para a cerâmica (seta vermelha). (C) Um desgaste vestibular reduzido é compensado pela aplicação do material restaurador com excesso de volume para compensar a falta de espaço (sobrecontorno). Observe o contorno que a prótese adquiriu em relação ao preparo ideal (linha azul). 
Princípio biológico:
Como os procedimentos de preparo dentário são invasivos, o volume de estrutura que será removido deve ser o mínimo necessário para atingir os requisitos mecânicos e estéticos da prótese e com o menor prejuízo biológico ao órgão pulpar. 
Para isso, as espessuras exigidas pelo material restaurador específico (metal+cerâmica ou somente cerâmica) devem guiar a quantidade necessária para o desgaste. A redução da estrutura dentária per se é um agente em potencial de irritação à polpa. A remoção de esmalte e dentina promove exposição dos canalículos dentinários, ou seja, pequenas comunicações do tecido pulpar com a cavidade bucal, os quais são suscetíveis à ação de agentes químicos e mecânicos. 
Atenção! Os desgastes excessivos podem deixar uma camada muito fina de dentina, insuficiente para proteger o órgão pulpar, ou mesmo levar àexposição pulpar com consequente necessidade de tratamento endodôntico. 
Atente-se ao fato de que preservar tecido dentário em dentes polpados reduz as chances de alterações pulpares. Outro aspecto é o calor produzido durante o preparo pela utilização de pontas diamantadas e turbina de alta rotação, que pode provocar danos à polpa. Para minimizar esse efeito e para assegurar uma boa capacidade de corte, é recomendado utilizar turbinas com irrigação e pontas diamantadas novas. Por fim, a saúde periodontal pode ser alterada durante o posicionamento subgengival do término cervical. 
A integridade do periodonto depende da preservação de suas distâncias biológicas, que em um periodonto normal são as seguintes: 
Inserção conjuntiva – 1,07 mm; 
Epitélio juncional – 0,97 mm; 
Epitélio do sulco – 0,69 mm; 
Área aproximada total – 3 mm 
A integridade desses tecidos representa uma barreira de defesa entre a atividade da placa bacteriana e a crista óssea subjacente. Para que um procedimento restaurador não cause danos aos tecidos periodontais, o término do preparo deve estar localizado no início do sulco gengival (aproximadamente 0,5 mm), preservando assim o epitélio juncional e a inserção conectiva. Se o preparo invadir essa área, ocorrerá uma resposta inflamatória que poderá resultar na formação de bolsa periodontal com hiperplasia gengival e/ ou reabsorção óssea. 
 (A) Distâncias biológicas: inserção conjuntiva (IC), epitélio juncional (EJ), sulco gengival (SG), osso alveolar (OA), ligamento periodontal (LP) e junção cemento-esmalte (JCE). (B) O término do preparo deve estar localizado aproximadamente 0,5 mm dentro do sulco gengival. (C) Se o término subgengival for aprofundado além do SG, ocorrerá invasão dessas distâncias biológicas. 
Lembrete! Além da técnica do preparo mal executada, cáries e fraturas subgengivais podem invadir as distâncias biológicas, comprometendo a integridade do periodonto. Nesses casos, para devolver a saúde periodontal, será necessária a realização de cirurgia periodontal e/ou extrusão do dente com a finalidade de restabelecer as distâncias biológicas. 
Técnica de preparo:
Existem diferentes técnicas de preparo de dentes descritas na literatura. Este resumo descreverá a técnica da silhueta, por ser uma forma segura e prática de obter os princípios citados anteriormente.
Além da técnica do preparo mal executada, cáries e fraturas subgengivais podem invadir as distâncias biológicas, comprometendo a integridade do periodonto. Nesses casos, para devolver a saúde periodontal, será necessária a realização de cirurgia periodontal e/ou extrusão do dente com a finalidade de restabelecer as distâncias biológicas. 
Atenção! O preparo dentário deve respeitar a anatomia do dente original, idealmente mantendo o máximo possível de suas características. Porém, caso o dente esteja mal posicionado, o preparo deve corrigir essa deficiênci
Como cada tipo de material empregado na confecção da prótese exige quantidades diferentes de desgastes e tipos de término cervical, é importante conhecer as características das pontas diamantadas, como diâmetro, inclinação (cilíndrica ou cônica) e forma da ponta ativa (plana, arredondada ou ogival). Erros na seleção do tipo da ponta diamantada podem criar inclinações inadequadas, com muito ou pouco desgaste, ou com término gengival incorreto.
Preparo para coroa total de dente anterior:
Sulco cervical. (A) Posicionamento da ponta diamantada esférica com 1,4 mm de diâmetro, em ângulo de 45° em relação ao longo eixo do dente, para a confecção do sulco marginal cervical. Deve-se aprofundar a metade do diâmetro da broca, e o sulco deve ser realizado no nível da margem gengival nas faces vestibular e palatina/lingual. Na ausência de dente vizinho, o sulco deve também incluir a face proximal. É importante posicionar a broca e realizar o sulco corretamente, pois nessa fase já se inicia o delineamento do término gengival. (B-C) Vistas dos sulcos vestibular e palatino realizados. Dependendo da altura da coroa clínica, não é necessária a confecção do sulco marginal.
Desgastes proximais. (A) A eliminação dos contatos proximais e da curvatura das faces proximais tem como objetivo criar acesso para a broca indicada para o preparo dessas faces. Para isso, emprega-se uma ponta diamantada troncocônica fina, protegendo o dente vizinho com uma matriz metálica de aço. (B) Dente 21 após os desgastes proximais. (C) Posicionamento da ponta na face proximal do dente 23, mantendo o paralelismo com as faces proximais do dente 21.
Confecção dos sulcos axiais. A confecção dos sulcos é feita com broca cilíndrica com extremidade plana e bordas arredondadas em uma das metades do dente. São confeccionados dois sulcos nas faces vestibular e palatina/lingual e em duas inclinações; a primeira corresponde ao terço médio cervical, e a segunda, ao terço médio incisal. 
A ponta diamantada deve ser aprofundada em todo o seu diâmetro (1 mm) na região do término e de 1,5 A mm nas faces axiais. Na face palatina (terço médio cervical), o desgaste deveser de 1 mm. (A-B) Imagens mostrando a relação entre a profundidade dos sulcos e o diâmetro da ponta diamantada nos terços médio cervical e médio incisal.
(C) No terço cervical da face palatina/ lingual, o sulco axial é realizado com a ponta cilíndrica, levando em consideração a forma de paralelismo com a inclinação da face vestibular, para não comprometer a forma de retenção e a estabilidade do preparo
 (A-B) Confecção dos sulcos incisais. Com a mesma ponta diamantada, são feitos dois sulcos de orientação na face incisal com 2 mm de profundidade – aproximadamente duas vezes o diâmetro da ponta diamantada –, acompanhando a anatomia da face. Esses sulcos devem seguir os sulcos vestibulares. O desgaste dessa região é feito levando-se também em consideração a quantidade de incisal dos dentes vizinhos e/ou a idade do paciente. O desgaste natural que ocorre nos dentes ao longo dos anos causa diminuição da face incisal.
 (A-B) União dos sulcos de orientação. Os sulcos são unidos com a mesma ponta diamantada cilíndrica. Nessa fase é possível avaliar a metade do dente preparado em relação à metade íntegra.
 Desgaste da concavidade. (A-C) O desgaste é feito com uma broca com forma de pera, e a quantidade de desgaste (1, 5 mm) é determinada comparando-se com a metade íntegra e com o dente antagonista. O desgaste deve seguir a anatomia da face.
 Desgaste da metade íntegra. (A) Após o preparo da primeira metade, são feitos os sulcos de orientação na parte íntegra, da mesma maneira como havia sido feito na primeira metade. (B-C) Após a união dos sulcos, deve-se avaliar a forma do preparo e o espaço com os dentes antagonistas.
 Preparo subgengival. Para a colocação do término cervical a 0,5 mm no interior do sulco gengival, emprega-se a mesma ponta utilizada na confecção dos sulcos. Esse desgaste deve ser feito em baixa rotação e com muito cuidado para não traumatizar o epitélio sulcular. Quanto mais traumatizado o epitélio sulcular, maior é a possibilidade de ocorrer recessão gengival e exposição das margens do preparo.
(A) Vista do posicionamento da ponta diamantada para executar corretamente o desenho geométrico do término com forma de ombro com borda arredondada (seta verde). (B) Se, nessa região, o desgaste axial é maior do que o diâmetro da broca, o aprofundamento do término no interior do sulco gengival pode causar a formação de uma terminação conhecida como “cabo de guarda-chuva”, com bordas frágeis e suscetíveis à fratura (seta vermelha), que prejudicará os procedimentos de moldagem, adaptação da coroa e cimentação.
 (A) Acabamento do preparo – todos os ângulos devem ser arredondados com a mesma ponta diamantada ou com broca multilaminada, em baixa rotação, para o acabamento e a regularizaçãodo término cervical, eliminando prismas de esmalte sem suporte. (B) Observe a uniformidade de desgaste e a forma de paralelismo obtida entre os preparos dos dentes pilares.
Atenção! É importante que a profundidade do sulco seja feita tendo como referência o di:imetro da ponta diamantada. Não pode haver dúvidas a respeito da quantidade do desgaste realizado, pois a tendência é sempre desgastar a mais o dente, com prejuízo para a biologia pulpar.
Preparo para coroas metaloceramicas em dentes posteriores:
Desenho esquemático mostrando as características de preparo para coroa total cerâmica para dentes posteriores.
Os preparos para coroas cerâmicas em dentes posteriores seguem a mesma sequência técnica e são realizados com as mesmas pontas diamantadas descritas anteriormente. Devem apresentar as características mostradas na imagem. 
Os princípios mecânicos, biológicos e estéticos desta técnica sâo os mesmos descritos anteriormente em relação ao preparo para coroa total cerâmica. As diferenças estão na quantidade de desgaste e no tipo do término gengival.
Sulco cervical. (A) Posicionamento em 45º da broca esférica após a confecção do sulco marginal cervical. O sulco cervical nas faces vestibular e lingual é realizado com a metade da ponta d/amontada esférica com 1,4 mm de diâmetro. (B) Imagem após a obtenção dos sulcos. (C) O posicionamento correto da broca esférica possibilita a determinação do chanfrado nessa fase do preparo. 
 (A·B) Desgaste proximal. O desgaste é feito com uma ponta diamantada tronco cônica fina, tem a finalidade de tornar proporcional o espaço com o vizinho para a realização do desgaste nessa face, e deve ser feita protegendo os dentes vizinhos com um filo metálico. Quando há dois ou mais dentes pilares. os desgostes proximais têm de ser realizados procurando-se obter uma formo de paralelismo entre essas faces. A forma de paralelismo é mais fácil de ser obtido se a inclinação dos dentes pilares for determinada previamente no modelo de estudo.
 (A·B) Confecção dos sulcos axiais. Os sulcos das faces axiais vestibulares devem ter profundidade de 1. 2 mm e são confeccionados com uma ponta diamantada cilíndrica com esse diâmetro e ponta ativa com forma ogival. São realizados dois sulcos em uma metade do dente. Como as inclinações das paredes axiais são importantes para a retenção friccional da prótese. especialmente a primeira inclinação, ele deve ter entre 2º e 5º. A segundo inclinação deve apresentar de 5• a 10º. Como comentado anteriormente. essas inclinações podem variar, dependendo da altura da coroa.
Confecção dos sulcos oclusais. Os sulcos oclusais devem seguir os sulcos vestibulares e ter profundidade correspondente a 2 mm, ou seja. aproximadamente uma vez e meio o diâmetro da ponta diamantada. Os sulcos devem respeitar a morfologia do face oclusal. (A·B) Observe a relação entre a profundidade de sulco e o diâmetro do ponta diamantada.
 (A) O desgaste do face oclusal sem seguir a inclinação das cúspides (linho azul) causa a redução de espaço para o material restaurador na região do sulco principal (seta vermelho). (B) O posicionamento correto da broca (linha verde) proporciona espaço necessário para o material restaurador (seta verde). sem que se façam desgastes desnecessários, os quais podem comprometer a saúde pulpar.
 Confecção dos sulcos linguais. Devem ser realizados aprofundando-se a metade do diâmetro da ponta no terço médio cervical, pois nessa área a prótese deve ser de metal. No terço médio oclusal, em que o Infraestrutura deverá ser recoberto por cerâmica, o desgaste deve ser correspondente ao diâmetro do ponto diamantado. 
(A-B) Vistas vestibular e oclusal dos sulcos realizados nas metades dos dentes.
União dos sulcos de orientação. (A-B) Com a mesma ponta diamantada, são feitos a união dos sulcos de orientação e os desgastes das faces proximais, obtendo-se a forma de “silhueta”. Neste momento, a metade íntegra permite avaliar se o preparo do dente foi bem conduzido, devendo ser analisada a uniformidade da espessura da parte preparado.
Desgaste da metade íntegra. Os sulcos de orientação do dente seguem as mesmas orientações dos desgastes realizados na outra metade.
(A-B) Imagens após união dos sulcos. Observe que as faces axiais das faces vestibulares e a metade das faces proximais apresentam maior desgaste, de forma a poder acomodar na prótese a infraestrutura metálica e a cerâmica de revestimento, sem sobrecontorno. (C) Nesta fase, deve-se observar a inclinação das paredes axiais para verificar se possibilitam a obtenção de um eixo de inserção adequado para a PPF. Essa visualização é facilitada por meio da obtenção de modelo de gesso, que poderá ser utilizado futuramente para a confecção dos casquetes de resina para a realização da moldagem. (D) Deve-se também avaliar o espaço interoclusal nas posições de MIH e de lateralidade.
 Preparo subgengival. (A) Linhas demarcadas que correspondem às duas inclinações e posicionamento da broca para a realização do preparo subgengival. Como a forma do chanfrado é determinada pela metade da ponta diamantada, esta deve ser posicionada com a metade da ponta no sulco e a outra metade na parede gengival, sem encostá- la na parede axial. O apoio da broca na parede axial pode acarretar excesso de desgaste e/ou, muitas vezes, a formação de áreas retentivas na parede axial e/ou gengival, como mostrado na Figura 3.20. (B) O preparo deve ser feito em baixa rotação com a mesma ponta diamantada ou com broca laminada acoplada a um adaptador para brocas de alta rotação. Pode também ser feito em alta rotação, mas controlando a velocidade da broca.
(A-B) Acabamento do preparo e preparos concluídos. O acabamento do preparo pode ser realizado com a mesma ponta diamantada acoplada ao adaptador para baixa rotação ou com broca multilaminada.

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