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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MAR E PETRÓLEO ENGENHARIA DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DE PETRÓLEO ALEX ALBINO CORREA ANA KAROLINA LACERDA LOBO BEATRIZ DOS SANTOS SANTANA LORENA CARDOSO BATISTA TIAGO DA SILVA SANTIAGO ENCONTRO DE DOIS CORPOS EM MRU COM SENTIDOS OPOSTOS Salinópolis, Pará Julho, 2018 Alex Albino Correa Ana Karolina Lacerda Lobo Beatriz Dos Santos Santana Lorena Cardoso Batista Tiago Da Silva Santiago ENCONTRO DE DOIS CORPOS EM MRU COM SENTIDOS OPOSTOS Relatório referente ao quinto experimento no Laboratório de Física do curso de Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo, como requisito avaliativo da disciplina de Física Experimental I, sob a orientação do Dr. Cledson Santana Lopes. Salinópolis, Pará 2018 Laboratório de Física I O encontro de dois móveis em MRU em sentidos opostos 3 1. Introdução O Movimento Retilíneo Uniforme (MRU) é considerado a forma mais simples de deslocamento, uma vez que o movimento realizado é, apenas, ao longo de uma reta horizontal ou vertical. Já que este tipo de movimento acontece em apenas uma dimensão, é possível desprezar a análise vetorial mais aprofundar e analisarmos em termos de grandezas escalares; dando prioridade para a análise dos sentidos de velocidades e as mudanças de sinais que são recorrentes quando redefinimos o eixo referencial. Dentro do MRU, Galileu Galilei (1564-1642) determinou a primeira lei de Newton como sendo relativa à inércia. A lei define: “Na ausência de forças, um corpo em repouso continua em repouso, e um corpo em movimento, continua em movimento retilíneo uniforme (MRU)”. Desse modo, tornou-se possível afirmar que um corpo pode movimentar-se sem a necessidade de uma força atuando sobre ele. Assim, no Movimento Retilíneo Uniforme ocorre o deslocamento de um corpo em linha reta em relação a um dado referencial, não apresentando qualquer variação do módulo da velocidade, portanto, o corpo percorre caminhos iguais em tempos iguais. Com isso, este relatório tem como objetivo expor o funcionamento do mecanismo que demonstra a posição e o instante de encontro de dois móveis que estão em MRU sobre a mesma trajetória, porém em sentidos opostos, envolvendo, assim, a questão física do Movimento Retilíneo Uniforme. Portanto, o referente experimento teve seu processo de realização no laboratório de Física Experimental I, trazendo os conhecimentos da primeira lei da mecânica Newtoniana. 2. Objetivos Determinar por meio do experimento a posição e o instante em que dois móveis se encontram em MRU, sobre a mesma trajetória; Calcular a velocidade média de um móvel em MRU; Constatar a função horária de um móvel em MRU; Laboratório de Física I O encontro de dois móveis em MRU em sentidos opostos 4 Demostrar um sistema de equações para a colisão de dois móveis ao mesmo tempo, um de encontro ao outro, em MRU e sobre a mesma trajetória; Resolver as equações que indicam a posição e o instante do encontro. 3. Fundamentos Teóricos Para localizar um objeto, determinamos a sua localização a partir de um ponto de referência, que é na maioria dos casos, a sua origem, ou seja, o ponto 0. Em movimento retilíneo uniforme quando dois corpos ocupam a mesma posição no espaço chamamos este instante exato de ponto de encontro, podemos encontrar esse ponto a partir da função da velocidade: Eq. (1) Sendo: V = velocidade média X = posição final 𝒙𝟎= posição inicial t = tempo final 𝒕𝟎= tempo inicial, considerando 𝑡0 igual a 0. Reorganizando as incógnitas, teremos a função horária da posição: Eq. (2) Essa função permite determinar a posição de um corpo, em um certo instante de tempo. Sendo assim, para calcular o ponto de encontro de dois corpos distintos que se movimentam uniformemente em uma trajetória retilínea, igualamos as funções horarias da posição de ambos, ou seja, 𝑉𝑡1 + 𝑥01 = 𝑉𝑡2 + 𝑥02, e calculamos o tempo de encontro isolando a incógnita t, em seguida substituímos o t na função horaria da posição de um dos moveis, 𝑥 = 𝑉𝑡 + 𝑥0, 𝑽 = 𝒙 − 𝒙𝟎 𝒕 − 𝒕𝟎 𝒙 = 𝑽𝒕 + 𝒙𝟎 Laboratório de Física I O encontro de dois móveis em MRU em sentidos opostos 5 pelo tempo de encontro, assim poderemos calcular também a posição de encontro (x) de ambos. 4. Experimentos e Atividades De início o plano foi inclinado em 20° de acordo como o que foi pedido. Em seguida, a esfera, que estava no interior do tubo, foi posicionada, com o auxílio do imã, uns 0,02 m à direita da marca 0 m da escala. Foi cronometrado os instantes desde que a esfera passou pela posição 0 mm até as seguintes posições expostas na tabela a seguir (tabela 1). Tabela 01 – Instantes de tempo transcorridos pela esfera. S (m) t (s) 0 0,00 0,1 1,31 0,2 2,31 0,3 3,69 0,4 5,01 Desse modo, o gráfico que imprime S vs T é: Gráfico 01 – Espaço pelo Tempo. 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0 1,31 2,31 3,69 5,01 Laboratório de Física I O encontro de dois móveis em MRU em sentidos opostos 6 Em cada ponto do gráfico, a declividade da função mede a taxa de variação instantânea, ou simplesmente, a taxa de variação dessa função em relação à variável independente. A declividade da reta tangente é capaz de fornecer a velocidade instantânea do móvel. A declividade da reta entre os seguintes pontos são: Unidade de medida da grandeza física representada pela declividade da reta declividade é m/s. da reta muda nas posições na primeira posição a declividades estava em 0,7 m/s. Por conseguinte, determinando a função horária do movimento da esfera e identificando os parâmetros S0 e v, tem o seguinte processo: 1.) Calculando a velocidade média, temos: Vm = ∆s ∆t = 0,4m − 0m 5,01s − 0s = 0,07m/s 2.) A função horária do MRU é: S = v. t + S0 Onde: S é a posição final ocupada pelo móvel; V é constante; 𝐒𝟎 é a posição inicial ocupada pelo móvel. 3.) Portanto, substituindo os valores na equação, fica: S = 0,07. t + 0 = 0,07t S0 e S1 = 0,7 S0 e S1 = 0,7 S0 e S3 = 0,8 S0 e S4 = 0,8 Laboratório de Física I O encontro de dois móveis em MRU em sentidos opostos 7 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 0,35 0,3 0,2 0,1 0 Te m p o ( s) Espaço (m) Em outra parte do experimento, a esfera foi colocada em repouso uns 0,02 m à direita da margem, pois ela não irá participar do próximo experimento. Ademais, ocorreu a inclinação do conjunto, de modo que a bola de ar fique 0,02 m à esquerda da margem 0,4 m da escala. A partir disso, o conjunto foi colocado novamente na base horizontal e houve a cronometragem dos instantes (t) em que a bolha passou pelas posições expostas na tabela a seguir (tabela 2), lembrando que a contagem ocorre desde o momento em que a bolha passa pela posição inicial S0 = 0,35m. Tabela 02 – Espaço peloTempo com posição inicial diferente S (m) t (s) 0,35 0,00 0,30 0,86 0,20 2,01 0,10 3,07 0,00 4,45 Abaixo, tem-se o gráfico do deslocamento vs tempo, do movimento da bolha. Gráfico 02 – Espaço pelo tempo. Laboratório de Física I O encontro de dois móveis em MRU em sentidos opostos 8 Gráfico 03 – Sobrepondo os dois gráficos. De acordo com dados abaixos, obtidos durante as aulas experimentais no laboratório de Física, campos salinópolis, seguem tabelas abaixo, com informações alusivas ao Encontro de dois Móveis em MRU com sentidos opostos e sobre mesma trajetória. Tabela 03 - Média de encontro dos corpos do ponto 0. MEDIDA ESFERA BOLHA 1 Δt1 = 5,03 V1 = 69,58 Δt1 = 4,53 V1 = 77,26 2 Δt2 = 5,07 V2 = 69,03 Δt2= 4,44 V2 = 78,82 3 Δt3 = 4,99 V3 = 70,14 Δt3= 4,40 V3 = 79,54 Média Δt= 5,03 Vt = 69,58 Δt= 4,45 Vt = 78,54 Tabela 04 – Média de encontro do corpo saindo 400. ESFERA BOLHA t0 = 0 s X0 = 0 t0 = 0 s X0 = 350 t = 5,03 s X = 350 t = 4,45 s X = 0 Laboratório de Física I O encontro de dois móveis em MRU em sentidos opostos 9 Para o movimento uniforme define-se uma função horária do espaço que é expressa por: X = X0+ Vt, em que X e X0 representam o espaço final e inicial ocupados pelo móvel, V(mm/s) a velocidade e t (s) o tempo. Com isso, identificamos os seguintes parâmetros da esfera e da bolha: Esfera X0 = 0 m V = 0,06958 m. A função horária do movimento da esfera é representada pela equação: X = 0,069b58 t. Bolha X0 = 0,350 m V = 0,07854 m A função horária do movimento da bolha é representada pela equação. X = 0,0350 – 0,07854 t. A resolução do sistema de equação nos informa a posição de encontro dos dois móveis e o instante de encontro entre eles: Instante de encontro Xesf. = Xbolha 0,06958 = 0,0350 – 0,07854 t. Tempo = 2,36s Posição de encontro X= 0,06958t X= 0,06958 x 2,36 X= 0,1642 metros. Laboratório de Física I O encontro de dois móveis em MRU em sentidos opostos 10 Para compararmos os parâmetros que foram gerados pelo nosso experimento, tornaremos a esfera até a posição 0 mm, inclinando a base do plano para conduzir abolha de ar até a posição 350 mm. Apoiando o plano sobre a mesa, ao mesmo tempo em que libera a esfera, os dois móveis passaram a se mover um de encontro ao outro. Ao cronometrar o tempo transcorrido até o cruzamento dos dois móveis, observamos o instante e a posição de encontro destes, conforme descrito abaixo: Tempo = 2,84 s Espaço = 0,190 m Comparando com os resultados algébricos obtidos anteriormente com o gráfico abaixo, percebemos que não foram os mesmos, devido a margem de erros (paralaxe, início do cronômetro, etc). Para determinar a função horária do movimento da bolha, é necessário saber a velocidade média da mesma (Vm). Esta pode ser calculada da seguinte maneira. Vm = ∆s ∆t = 0m − 0,35m 4,45s − 0s = −0,08m/s Então, substituindo na fórmula da função horária do MRU, determinamos a função horária do movimento da bolha como: S = vt + S0 = −0,08t + 0,35 A terceira forma experimental se caracteriza pela execução simultaneamente da esfera e da bolha. Dessa forma, a esfera foi posicionada, com o auxílio do imã, 0,02m à direita da marca 0m da escala e o conjunto foram inclinados, fazendo a bolha de ar ficar 0,02m à esquerda da marca 0,4m da escala. O andamento ocorreu no memento em que os dois foram soltos de modo que eles a mesma trajetória em sentidos opostos, passando respectivamente pela marca 0m e 0,35m no mesmo instante, considerado como inicial. Foi cronometrada a execução do movimento simultâneo ao experimento anterior, anotando a posição do encontro dos dois corpos. Instante do encontro: 2,84 s Posição do encontro: 0,19 m Laboratório de Física I O encontro de dois móveis em MRU em sentidos opostos 11 Os resultados obtidos graficamente tiveram uma margem de erro pequena em relação aos resultados obtidos de forma empírica. O espaço teve um desvio e o tempo também. 5. Conclusão O encontro de dois corpos em movimento acontece quando ambos ocupam a mesma posição (a partir do mesmo referencial) no mesmo instante de tempo. Comparando os gráficos para as médias dos pontos de encontro calculado a partir de dois experimentos individuais, com aquele construído a partir da média dos dados obtidos em um único experimento simultâneo, observamos que a variação do ponto de encontro foi mínima (decimal), diferença essa, que pode ser atribuída principalmente ao erro humano na realização dos experimentos. Por tanto, com base no experimento realizado, podemos concluir que, a função horaria da posição, nos permite calcular o ponto de encontro em experimento individual, obtendo valores próximos ao experimento realizado simultaneamente. Laboratório de Física I O encontro de dois móveis em MRU em sentidos opostos 12 6. Referências Bibliográficas RAMOS, Luiz Antonio Macedo. Física Experimental. Porto Alegre, editora Mercado Aberto, 1984. HALLIDAY, RESNICK E WALKER J. Fundamentos de física 1. 8ª edição. Rio de Janeiro: LTC 2009.
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