Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 1 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa Língua Portuguesa Professora: Daniela Tatarin Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 2 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa SUMÁRIO 1. Apresentação.......................................................................................................... 03 2. Compreensão e interpretação de textos, tipologia textual..................................... 04 3. Ortografia, acentuação e classes de palavras...................................................... 24 4. Sintaxe da oração e do período............................................................................ 72 5. Sintaxe de concordância e regência.................................................................... 92 6. Crase, Pontuação, Significado das palavras ..........................l.......................... 112 Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 3 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa LÍNGUA PORTUGUESA Apresentação Há 12 anos assumi minha paixão pela Língua Portuguesa. Cursei Letras na Universidade Federal do Paraná e me especializei em Construção de texto. Passei por diferentes níveis de ensino, de fundamental a superior, e há dois anos tenho me dedicado aos concursos. Poder passar adiante conhecimentos para que diferentes pessoas entendam a dinâmica da língua e resolvam – com tranquilidade – diferentes provas é algo muito especial e, com certeza, faço com carinho e dedicação. Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 4 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa 1. Compreensão e interpretação de textos, tipologia textual Teoria Compreensão e interpretação de textos É bastante comum ouvirmos relatos de pessoas sobre as dificuldades em questões de interpretação de textos. Na verdade, qualquer dificuldade com este assunto pode ser facilmente resolvida resolução de exercícios. É a prática a responsável pela eficiência da leitura, mas não podemos começar sem antes observarmos alguns conceitos importantes que envolvem os diferentes tipos de textos. Um texto se constrói de palavras e ideias. É a formação do que se entende todo que nos dá condições de entender a mensagem transmitida. Mas, por que os concursos cobram compreensão e interpretação? Existe diferença entre estes dois termos? Para responder a esta pergunta, vamos conhecer os conceitos de compreender e interpretar: Compreender - Conter em si; Abranger; Alcançar com a inteligência; Perceber; Entender. Interpretar - Aclarar, explicar o sentido de. Fonte: www.dicionarioinformal.com.br Neste sentido, compreensão e interpretação pressupõem entendimento. Logo, o que se espera do candidato é entendimento do que se lê. Em um contexto social de analfabetismo funcional (cerca de 18% da população brasileira se encontra nesta condição, segundo o IBGE) é esperado que a habilidade de leitura seja cobrada em provas. Para compreender e interpretar adequadamente um texto, é necessário se mostrar um leitor autônomo, ou seja, que tenha a capacidade de ler e produzir inferências. Entende-se por inferência a capacidade de se deduzir algo a partir do raciocínio. Por isso é importante neste processo a compreensão dos níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de possuir um vocabulário bastante amplo. Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 5 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa Nos textos, as frases apresentam diferentes significados, de acordo com o contexto em que estão inseridas. Por isso é de suma importância apreciar o texto através do contexto, de todas as partes que o compõem. Isso garante que as informações relevantes sejam apreendidas pelo leitor. Não se esqueça de que um texto carrega as marcas de seu autor, afinal, apresenta a visão deste em relação à temática escolhida. Denotação e Conotação As inferências que produzimos a partir da leitura de um texto são baseadas na identificação do sentido atribuído às palavras no texto. São duas as possibilidades de uso da linguagem no texto, em relação ao sentido: a denotação e a conotação. O sentido denotativo é percebido através do uso de palavras com valor referencial, ou seja, quando é tomada no seu sentido usual ou literal, naquele que lhe atribuem os dicionários; seu sentido é objetivo, explícito, constante. Ela designa ou denota determinado objeto, referindo-se à realidade palpável. Veja um exemplo de sentido denotativo: Os papéis foram entregues na portaria às 17 horas. Papéis – sentido literal, próprio. Já o sentido conotativo é percebido através do uso de palavras com valor figurado, remetendo-a a inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos, evocando outras ideias associadas, de ordem abstrata, subjetiva. Veja este exemplo: Os papéis foram sorteados, para que nenhum ator se sentisse privilegiado. Papéis – sentido figurado (personagens) Nos textos literários, prevalece o uso da linguagem conotativa. Também os provérbios ou ditos populares são bons exemplos da linguagem de uso conotativo. Veja este outro exemplo: "Quem está na chuva é para se molhar" Analisando este provérbio, chegamos a ideia de que nossas opções abrem espaço às consequências, e que devemos aceitá-las ou, pelo menos, correr o risco. Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 6 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa Em síntese, o sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o chamado sentido verdadeiro, real. O sentido conotativo das palavras é a atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, depende do contexto. A polissemia Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos significados. A isso chama-se polissemia, que, em geral, é definida como a propriedade que uma palavra possui de apresentar diferentes sentidos sem que os mesmos sejam opostos ou excludentes. Por exemplo, a palavra posição. Trata-se de um caso típico de polissemia. Observe os exemplos: Estou cansado de ficar sentado nesta posição. Na posição em que estamos será difícil reverter a opinião do povo. Lucas atingiu uma boa posição na empresa. Nas três sentenças, os sentidos da palavra posição são diferentes. Como Ler e Entender Bem um Texto Há passos que podem ser seguidos a fim de garantir uma interpretação de qualidade. O primeiro deles é ler atentamente ao texto. Do início ao fim. Esqueça aquela história de ler em partes, tentando encontrar a parte que se encaixa com parte do enunciado da questão interpretativa. Essa primeira leitura, esse primeiro contato como texto é muito importante. O próximo passo é refazer a leitura, desta vez tomando nota de passagens relevantes e de possíveis vocábulos desconhecidos, que possam comprometer a interpretação. Feito isso, pode seguir à interpretação de fato, momento em que, de posse do entendimento do texto, gabaritam- se as questões. Não se esqueça de que embora a interpretação seja subjetiva, há limites – os estabelecidos pelo texto. A adequada interpretação de um texto depende, antes de qualquer coisa, do leitor. Todo e qualquer conhecimento prévio por parte do leitor facilita a compreensão, não esqueça! Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 7 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa Algumas dicas para interpretar adequadamente um texto Faça uma primeira leitura, atenta, do início ao fim do texto, tendo noção de conjunto. Faça a segunda leitura, identificando possíveis vocábulos desconhecidos. Tenha sempre ás mãos um bom dicionário. Volte ao texto quantas vezes julgar necessário. Prenda-se ao texto – é o que o autor escreveu e não o que você pensa acerca do assunto. Questões de interpretação envolvem a opção que mais se encaixa no texto. Tipologia textual 1. Narração Modalidade em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos cercados de narrações desde as que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano. É o tipo predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, relato, etc. 2. Descrição Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. Significa "criar" com palavras a imagem do objeto descrito. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto se pega. É um tipo textual que se agrega facilmente aos outros tipos em diversos gêneros textuais. Tem predominância em gêneros como: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc. 3. Dissertação Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Dependendo do objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo. 3.1 Dissertação-Exposição Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um saber teórico. Apresenta informações sobre assuntos, expõe, reflete, explica e avalia ideias de modo objetivo. O texto expositivo apenas Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 8 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa expõe ideias sobre um determinado assunto. A intenção é informar, esclarecer. Ex: aula, resumo, textos científicos, enciclopédia, textos expositivos de revistas e jornais, etc. 3.2 Dissertação-Argumentação Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou um ponto de vista do autor. O texto, além de explicar, também persuade o interlocutor, objetivando convencê-lo de algo. Caracteriza- se pela progressão lógica de ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa. É tipo predominante em: sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, ensaio, manifesto, crítica, editorial de jornais e revistas. 4. Injunção/Instrucional Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas, cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.). OBS: Os tipos listados acima são um consenso entre os gramáticos. Muitos consideram também que o tipo Predição possui características suficientes para ser definido como tipo textual, e alguns outros possuem o mesmo entendimento para o tipo Dialogal. 5. Predição Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a qual ainda está por ocorrer. É o tipo predominante nos gêneros: previsões astrológicas, previsões meteorológicas, previsões escatológicas/apocalípticas. 6. Dialogal / Conversacional Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo predominante nos gêneros: entrevista, conversa telefônica, chat, etc. Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 9 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa Gêneros textuais Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos. Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com características comuns, procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em situações específicas. Pode-se dizer que se tratam das variadas formas de linguagem que circulam em nossa sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada gênero textual tem seu estilo próprio, podendo então, ser identificado e diferenciado dos demais através de suas características. Exemplos: Carta: quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao leitor", tende a ser do tipo dissertativo-argumentativo com uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou a leitores. Quando se trata de "carta pessoal", a presença de aspectos narrativos ou descritivos e uma linguagem pessoal é mais comum. Propaganda: é um gênero textual dissertativo-expositivo onde há a o intuito de propagar informações sobre algo, buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes, mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo. Bula de remédio: é um gênero textual descritivo, dissertativo-expositivo e injuntivo que tem por obrigação fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento. Receita: é um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para preparar tal comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no imperativo, dado o sentido de ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções. Tutorial: é um gênero injuntivo que consiste num guia que tem por finalidade explicar ao leitor, passo a passo e de maneira simplificada, como fazer algo. Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 10 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa Editorial: é um gênero textual dissertativo-argumentativo que expressa o posicionamento da empresa sobre determinado assunto, sem a obrigação da presença da objetividade. Notícia: podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu em um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas personagens.Características do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas vezes, minuciosamente descritos. Reportagem: é um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem, por objetivo, informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem direta. Entrevista: é um gênero textual fundamentalmente dialogal, representado pela conversação de duas ou mais pessoas, o entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações sobre ou do entrevistado, ou de algum outro assunto. Geralmente envolve também aspectos dissertativo-expositivos, especialmente quando se trata de entrevista a imprensa ou entrevista jornalística. Mas pode também envolver aspectos narrativos, como na entrevista de emprego, ou aspectos descritivos, como na entrevista médica. História em quadrinhos: é um gênero narrativo que consiste em enredos contados em pequenos quadros através de diálogos diretos entre seus personagens, gerando uma espécie de conversação. Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento atual, em sua grande maioria. Poema: trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em estrofes. Rimas e métrica também podem fazer parte de sua Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 11 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa composição. Pode ou não ser poético. Dependendo de sua estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai, soneto, epopeia, poema figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de aspectos narrativos e descritivos são mais frequentes neste gênero. Poesia: é o conteúdo capaz de transmitir emoções por meio de uma linguagem , ou seja, tudo o que toca e comove pode ser considerado como poético (até mesmo uma peça ou um filme podem ser assim considerados). Um subgênero é a prosa poética, marcada pela tipologia dialogal. Gêneros literários: Gênero Narrativo: Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa com características diferentes: o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. Porém, praticamente todas as obras narrativas possuem elementos estruturais e estilísticos em comum e devem responder a questionamentos, como: quem? o que? quando? onde? por quê? Vejamos a seguir: 1) Épico (ou Epopeia): os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisséia, de Homero. 2) Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos e de caráter mais verossímil. Também conta as façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor vivida por ele e uma mulher, muitas vezes, “proibida” para ele. Apesar dos obstáculos que o separam, o casal vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa e, por isso, costuma ser punido no final. É o tipo de narrativa mais comum na Idade Média. Ex: Tristão e Isolda. 3) Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade do conto. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka. Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 12 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa 4) Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores. Inicialmente, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão. Diversos tipos do gênero textual conto surgiram na tipologia textual narrativa: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia; contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto mais próximo da realidade; contos folclóricos (conto popular); contos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de mistério, que envolvem o suspense e a solução de um mistério. 5) Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais são não humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral. 6) Crônica: é uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter um tom humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou artigo de jornal, revistas e programas da TV. 7) Crônica narrativo-descritiva: Apresenta alternância entre os momentos narrativos e manifestos descritivos. 8) Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago e Ensaio sobre a tolerância, de John Locke. Gênero Dramático: Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador contando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os papéis das personagens nas cenas. Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retratam, com forte apelo linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo. Gênero Lírico: Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 13 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da linguagem. Fonte: http://portuguesxconcursos.blogspot.com.br/p/tipologia-textual-tipos-generos.html Alguns exemplos de textos para interpretação: Texto 1 Da realidade Mario Quintana O sumo bem só no ideal perdura Ah! Quanta vez a vida nos revela Que a saudade da amada criatura É bem melhor do que a presença dela. Texto 2 Há quem pense que somente em ano de eleição é que se deve discutir política e tudo o que mais se associar ao tema. Clássico engano daqueles que se esquecem do dever de todos – enquanto cidadãos – de fiscalizar as ações e decisões que emanam do poder público. Isso pelo simples fato de sermos nós os responsáveis pelas escolhas destes representantes. Entende-se por poder público o conjunto dos órgãos com autoridadepara realizar os trabalhos do Estado. De maneira mais simplista, o poder público é o próprio governo, cujas atribuições são legitimadas pela soberania popular. Logo, são vários os motivos que se podem listar para exercermos o papel de fiscais do poder público – a grande circulação de dinheiro e a responsabilidade necessária para geri-lo; os constantes casos e denúncias de corrupção e as necessidades básicas da população, ainda não atendidas (saúde, educação e segurança). Isso sem entrar na questão do dever de colaborar com a consolidação da democracia. O cenário apresentado não é muito favorável a uma posição mais relaxada quanto à fiscalização. São casos de corrupção, evasão de divisas, o escândalo do mensalão, índices Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 14 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa educacionais vergonhosos, filas intermináveis em hospitais públicos, crimes cada vez mais ousados. Poderíamos citar muitos outros, expostos diariamente nos jornais. Felizmente, ações contrárias a essas práticas começaram a surgir, como, por exemplo, os políticos condenados e cumprindo suas penas. Mas é somente o começo. É preciso que as ações fiscalizadoras continuem, bem como as cobranças. Saúde, segurança, educação, honestidade. É disso que precisamos. Os recentes episódios de manifestações populares, pedindo justiça e o fim da corrupção, foram o primeiro passo. Os próximos estão por vir. Reforçar a cidadania a partir de uma postura séria, crítica e politizada é algo que se deve propagar, aos quatro cantos do país. Não se pode deixar a fogueira esfriar. Cidadão consciente luta por um futuro mais digno, para todos. Já deu uma olhadinha, hoje, no Portal da Transparência? Texto 3 Questões de concursos sobre compreensão, interpretação e tipologias textuais Leia o texto a seguir para responder às questões. Conversando com os mortos Neste exato instante em que seus olhos passam por estas linhas, está ocorrendo um pequeno milagre da tecnologia. Não, não estou falando do computador nem da transmissão de Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 15 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa dados pela internet, mas da boa e velha leitura, inventada pela primeira vez cerca de 5.500 anos atrás. Para nós, leitores experimentados, ela parece a coisa mais natural do mundo, mas isso não passa de uma ilusão. Ler não apenas não é natural como ainda envolve cooptar uma complexa rede de processos neurológicos que surgiram para outras finalidades. Acho que dá até para argumentar que a escrita é a mais fundamental criação da humanidade. Ela nos permitiu ampliar nossa memória para horizontes antes inimagináveis. Não fosse por ela, jamais teríamos atingido os níveis de acúmulo, transmissão e integração de conhecimento que logramos obter. Nosso modo de vida provavelmente não diferiria muito daquele experimentado por nossos ancestrais do Neolítico. A conclusão é que, de alguma forma, conseguimos adaptar nosso cérebro de primatas para lidar com a escrita. Para Stanislas Dehaene (matemático e neurocientista francês), operou aqui o fenômeno da reciclagem neuronal, pelo qual processos que surgiram para outras funções foram recrutados para a leitura. A coisa funcionou tão bem que nos tornamos capazes de ler com proficiência e rapidez, obtendo a façanha de absorver a linguagem através da visão, algo para o que nosso corpo e mente não foram desenhados. Antes de continuar, é preciso qualificar um pouco melhor esse "funcionou tão bem". É claro que funcionou, tanto que me comunico agora com você, leitor, através desse código especial. Mas, se você puxar pela memória, vai se lembrar de que teve de aprender a ler, um processo que, na maioria esmagadora dos casos, exigiu instrução formal e vários anos de treinamento até atingir a presente eficiência. Enquanto a aquisição da linguagem oral ocorre, esta sim, naturalmente e sem esforço (basta jogar uma criança pequena numa comunidade linguística qualquer que ela "ganha" o idioma), a escrita/leitura precisa ser ensinada e praticada. As dificuldades não são poucas. Começam nos olhos (só conseguimos ler o que é captado pela fóvea) e se estendem por todo o tecido neuronal. Um problema particularmente interessante é o da invariância. Como o cérebro faz para concluir que A, a, a, a, a são a mesma letra, apesar dos diferentes desenhos? Pior, mesmo quAnDo fazemos uma sopa de fontes e mIsturAmos TuDo, continuamos DECIFRANDO A MENSAGEM com pouca perda de velocidade. (Adaptado de SCHWARTSMAN, Hélio. Conversando com os mortos. Folha de S. Paulo. 14 jun. 2012.) Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 16 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa 01 - A partir da leitura do texto, considere as seguintes afirmativas: 1. A escrita é um recurso tecnológico, um código, e sua invenção redimensionou o conhecimento humano. 2. Na escrita, observa-se o problema da invariância quando um mesmo sinal gráfico é usado para representar letras diferentes. 3. O aprendizado da leitura é análogo ao da oralidade: ambos dependem de instrução formal e treinamento. 4. A escrita não possibilita apenas a ampliação da memória humana, mas também a interligação e o compartilhamento de informações. Corresponde(m) ao ponto de vista de Schwartsman no texto a(s) afirmativa(s): a) 1 apenas. b) 2 apenas. c) 2 e 3 apenas. d) 1 e 4 apenas. e) 1, 3 e 4 apenas. 02 - Para a adequada interpretação do texto, é necessário identificar a que informações apresentadas previamente correspondem algumas expressões de sentido vago empregadas pelo autor. Considere as seguintes correspondências: 1. "Isso" (linha 3) refere-se à existência de leitores experientes. 2. "Aqui" (linha 11) refere-se à adaptação do cérebro para o uso da escrita. 3. "A coisa" (linha 12) refere-se ao fenômeno da reciclagem neuronal. 4. "Algo" (linha 13) refere-se ao deslocamento de processos de sua função original para possibilitar a leitura. Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa 4 é verdadeira. Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 17 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa b) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. 03 - Nas linhas 22 a 24, observa-se no texto uma formatação não convencional, usada pelo autor com o propósito de estabelecer, entre a forma e o conteúdo do texto, uma relação de: a) descompasso. b) alternância. c) ambiguidade. d) disjunção. e) equivalência. Leia o texto a seguir para responder às questões seguintes. Sobre quem gosta de ler Quando você vê alguém lendo um livro, presencia uma pessoa às voltas com uma grande exigência. A palavra escrita o põe na parede: pede a ele uma interação e manda às favas a passividade. A leitura fricciona a percepção; é a fricção de duaspedras – fiat lux! Não, quem lê não está imóvel, é puro dinamismo e motor. É como uma barriga grávida, num aceleradíssimo tempo de prenhez. A leitura enfia-se no presente, fabrica o que virá. Quem lê é um da Vinci, diagramando os recursos recebidos, aplicando cor. E fazendo. A importância primeira do ato de ler é essa negação da passividade, essa incondicional exigência de ação. É um ato de otimismo intrínseco. Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 18 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa (Tom Zé (músico). In: Almanaque Brasil. www.almanaquebrasil.com.br/curiosidades- literatura/7171. Acesso em 11 jul. 2012.) 04 - A partir da leitura do texto “Sobre quem gosta de ler”, identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) Para Tom Zé, a leitura é um processo dialógico, em que o texto questiona o leitor e solicita dele reações e respostas. ( ) Segundo o autor, a leitura é um processo em que o leitor interroga o livro em busca de respostas a questões formuladas previamente. ( ) Tom Zé considera a leitura um processo colaborativo, em que o leitor participa da criação do universo representado no texto escrito. ( ) Segundo Tom Zé, a ação e o dinamismo de um leitor podem ser observados a partir de seus gestos e movimentos. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) V – F – F – V. b) F – V – V – F. c) V – F – V – F. d) F – V – F – V. e) V – V – V – V. 05 - Os textos de Hélio Schwartsman e Tom Zé têm um tema em comum: a leitura. Sobre a abordagem desse tema pelos dois autores, é correto afirmar: a) Os aspectos neurofisiológicos da leitura são abordados em ambos os textos, embora os autores adotem pontos de vista diversos. b) Os aspectos interativos da leitura são abordados em ambos os textos, sendo sinalizados pelo título do texto de Schwartsman e tratados como tema central por Tom Zé. Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 19 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa c) Ambos os autores têm como interlocutores principais as pessoas que não gostam de ler e apresentam argumentos para convencê-las da importância da leitura. d) Os dois autores focalizam as dificuldades relacionadas ao processo de aprendizagem da leitura, tema que tem a mesma relevância em ambos os textos. e) A contribuição do leitor na construção do sentido do texto é um tema recorrente nos dois textos, com maior ênfase no texto de Schwartsman. 06 - Compare os seguintes trechos extraídos dos textos “Conversando com os mortos” e “Sobre quem gosta de ler”: “Não, não estou falando do computador nem da transmissão de dados pela internet [...]”. (Schwartsman) “Não, quem lê não está imóvel, é puro dinamismo e motor”. (Tom Zé) Em ambos os casos, os autores usam reiteradamente a negação para: a) questionar possíveis inferências que o leitor possa fazer a partir de afirmações anteriores. b) retificar afirmações feitas em trechos anteriores dos textos. c) dar ênfase aos trechos, destacando sua relevância na exposição do ponto de vista dos autores. d) inverter o sentido das frases, já que duas negações equivalem a uma afirmação. e) responder questões formuladas pelos próprios autores ao longo dos textos. 07 - Leia a tira abaixo. Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 20 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa (Bill Watterson. Disponível em http://ficcaoenaoficcao.wordpress.com/2012/03/25. Acesso em 26 ago.2012.) Sobre a argumentação de Calvin, considere as seguintes afirmativas: 1. Ao se dirigir à professora, Calvin faz uma simulação do discurso jurídico, tanto no vocabulário quanto na organização dos argumentos. 2. A argumentação de Calvin está fundada na premissa de que a ignorância é uma condição necessária para a felicidade. 3. Calvin questiona a eficiência da professora quando diz que sua aula é uma tentativa deliberada de privá-lo da felicidade. 4. Ao gritar “Ditadura!” no último quadrinho, Calvin protesta contra o desrespeito à Constituição, que lhe garante o direito inalienável à felicidade. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 21 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa Leia o texto a seguir para responder às questões seguintes. Dez anos de Flip Ao mesmo tempo, poucos eventos culturais despertam reações tão contraditórias quanto a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), desde que, há dez anos, ela fez de Paraty uma das capitais mundiais da literatura. Recorrendo à polarização proposta por Umberto Eco décadas atrás, há os apocalípticos e os integrados. Para os primeiros, a Flip é um show midiático patrocinado pelas grandes corporações da vida editorial, uma prova de como o capitalismo compra e corrompe tudo – e podemos encontrar sinais de "apocalipse" até no insuspeito escritor Jonathan Franzen (capa da Time como "o romancista da América"). Em sua palestra lembrou que, ao chegar a Paraty, encontrou placas enormes com propaganda de um cartão de crédito e, sussurrou, conspirador, "isso já diz muita coisa". Os americanos também adoram falar mal do dinheiro. Franzen é um realista de carteirinha. Mas outro grande escritor, este de vocação nefelibata, o espanhol Enrique Vila-Matas, denuncia com uma certa volúpia a "extinção da literatura", entregue hoje ao horror das leis do mercado. Bem, não tomemos ao pé da letra a afirmação, uma licença poética transcendente – segundo o clássico gosto ibérico, a realidade é uma consequência do desejo, e não o contrário. A ideia apocalíptica pressupõe uma utopia poética, mas também política, redentora e pura, onde a arte, enfim, brilhará como um diamante intocado pelo mundo real. Enquanto isso não acontece, os integrados leem livros, pedem autógrafos, lotam as tendas da Flip, bebem cachaça, passeiam pela cidade histórica, conversam fiado, odeiam alguns autores e amam outros; há um clima de devoção e um culto das celebridades que faz parte do pacote (a diária num hotel de Paraty durante a Flip é uma das mais caras do mundo). (Adaptado de TEZZA, Cristovão. Dez anos de Flip. Gazeta do Povo, 30 jul. 2012.) 08 - Em sua apresentação do ponto de vista apocalíptico sobre a literatura, Tezza afirma: “A ideia apocalíptica pressupõe uma utopia poética, mas também política, redentora e pura, onde a arte, enfim, brilhará como um diamante intocado pelo mundo real”. Segundo o autor, qual é a crítica à Flip feita pelos escritores que assumem a perspectiva apocalíptica? Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.brPágina 22 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa a) A subordinação da produção literária e de sua divulgação na Flip aos interesses comerciais das grandes editoras. b) A exposição exagerada dos autores e de suas obras na mídia, o que resulta na banalização da produção literária. c) O alto custo do evento para os participantes, dificultando o acesso do público realmente interessado. d) A superficialidade dos leitores, mais interessados em ver e ouvir os escritores do que em ler suas obras. e) A falta de patrocinadores para o evento, o que colocaria em risco a continuidade da Flip nos próximos anos. 09 - Em que alternativa o texto foi sintetizado adequadamente? a) As contradições da Flip são explicitadas por alguns escritores, chamados de apocalípticos, que adoram falar mal do dinheiro. Um deles é o insuspeito Jonathan Franzen, conhecido como "o romancista da América". Mas as diárias de um hotel durante o evento são caríssimas. b) A Flip desperta reações contraditórias. Para resolver isso, a organização deveria ter mais cuidado na escolha dos patrocinadores, pois o capitalismo compra e corrompe tudo. Quem aponta isso é o espanhol Enrique Vila-Matas, segundo o qual as leis de mercado estão destruindo a literatura. c) O público que frequenta a Flip não está interessado nas polêmicas dos escritores convidados para o evento, sejam eles apocalípticos ou integrados, segundo a polarização formulada por Umberto Eco. Quer aproveitar a festa: passear, conversar, conseguir autógrafos, tirar o maior proveito possível do alto preço pago pela hospedagem. d) Segundo Umberto Eco, há os apocalípticos e os integrados. Na Flip, os dois grupos têm reações contraditórias: os primeiros falam mal do dinheiro, os outros gastam sem reclamar. Mas para ambos o evento pode ser definido como um show para a promoção e divulgação internacional de autores e obras de interesse das grandes corporações editoriais. e) Desde sua criação, a Flip provoca reações contraditórias: de um lado há os que consideram o evento um espetáculo em que predominam os interesses das grandes editoras; de outro os que Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 23 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa curtem o evento sem maiores questionamentos. A partir da dicotomia proposta por Umberto Eco, os primeiros seriam os apocalípticos e os últimos os integrados. GABARITO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 d b e c b a d a e Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 24 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa 2. Ortografia, acentuação e classes de palavras Teoria Ortografia e semântica Ortografia é o nome dado à parte da gramática que trata da escrita correta das palavras. Embora a melhor maneira de aprender ortografia seja o exercício e a leitura constantes, algumas regras podem ser úteis. O que segue é considerado, dentre as muitas, as questões que mais trazem dúvidas. Algumas regras práticas Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TO: intento = intenção canto = canção exceto = exceção junto = junção Usa-se ç em palavras terminadas em TENÇÃO referentes a verbos derivados de TER: deter = detenção reter = retenção conter = contenção manter = manutenção Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TOR: infrator = infração trator = tração redator = redação setor = seção Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TIVO: introspectivo = introspecção relativo = relação ativo = ação Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 25 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa intuitivo = intuição Usa-se ç em palavras derivadas de verbos dos quais se retira a desinência R: reeducar = reeducação importar = importação repartir = repartição fundir = fundição Usa-se ç após ditongo quando houver som de s: eleição traição Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em NDER ou NDIR: pretender = pretensão, pretensa, pretensioso defender = defesa, defensivo compreender = compreensão repreender = repreensão expandir = expansão fundir = fusão Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em ERTER ou ERTIR: inverter = inversão converter = conversão perverter = perversão divertir = diversão Usa-se s após ditongo quando houver som de z: Creusa coisa maisena Usa-se s em palavras terminadas em ISA, substantivos femininos: Luísa Heloísa Poetisa Profetisa Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 26 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa Obs: Juíza escreve-se com z, por ser o feminino de juiz, que também se escreve com z. Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em CORRER ou PELIR: concorrer = concurso discorrer = discurso expelir = expulso, expulsão compelir = compulsório Usa-se s na conjugação dos verbos PÔR, QUERER, USAR: ele pôs ele quis ele usou Usa-se s em palavras terminadas em ASE, ESE, ISE, OSE: frase tese crise osmose Exceções: deslize e gaze. Usa-se s em palavras terminadas em OSO, OSA: horrorosa gostoso Exceção: gozo Usa-se o sufixo indicador de diminutivo INHO com s quando esta letra fizer parte do radical da palavra de origem; com z quando a palavra de origem não tiver o radical terminado em s: Teresa = Teresinha Casa = casinha Mulher = mulherzinha Pão = pãozinho Os verbos terminados em ISAR serão escritos com s quando esta letra fizer parte do radical da palavra de origem; os terminados em IZAR serão escritos com z quando a palavra de origem não tiver o radical terminado em s: improviso = improvisar Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 27 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa análise = analisar pesquisa = pesquisar terror = aterrorizar útil = utilizar economia = economizar As palavras terminadas em ÊS e ESA serão escritas com s quando indicarem nacionalidade, títulos ou nomes próprios; as terminadas em EZ e EZA serão escritas com z quando forem substantivos abstratos provindos de adjetivos, ou seja, quando indicarem qualidade: Camponês Inglês Embriaguez Limpeza Os verbos terminados em CEDER terão palavras derivadas escritas com CESS: exceder = excesso, excessivo conceder = concessão proceder = processo Os verbos terminados em PRIMIR terão palavras derivadas escritas com PRESS: imprimir = impressão deprimir = depressão comprimir = compressa Os verbos terminados em GREDIR terão palavras derivadas escritas com GRESS: progredir = progresso agredir = agressor, agressão, agressivo transgredir = transgressão, transgressor Os verbos terminados em METER terãopalavras derivadas escritas com MISS ou MESS: comprometer = compromisso prometer = promessa intrometer = intromissão remeter = remessa Escreve-se com j a conjugação dos verbos terminados em JAR: Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 28 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa Viajar = espero que eles viajem Encorajar = para que eles se encorajem Enferrujar = que não se enferrujem as portas Escrevem-se com j as palavras derivadas de vocábulos terminados em JA: loja = lojista canja = canjica sarja = sarjeta Escrevem com j as palavras de origem tupi-guarani. Jiló Jiboia Jirau Escrevem-se com g as palavras terminadas em ÁGIO, ÉGIO, ÍGIO, ÓGIO, ÚGIO: pedágio sacrilégio prestígio relógio refúgio Escrevem-se com g os substantivos terminados em GEM: a viagem a coragem a ferrugem Exceções: pajem, lambujem Palavras iniciadas por ME serão escritas com x: Mexerica México Mexilhão Mexer Exceção: mecha de cabelos As palavras iniciadas por EN serão escritas com x, a não ser que provenham de vocábulos iniciados por ch: Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 29 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa Enxada Enxerto Enxurrada Encher – provém de cheio Enchumaçar – provém de chumaço Usa-s x após ditongo: ameixa caixa peixe Exceções: recauchutar, guache Questões de concursos sobre ortografia 1) Entre as opções abaixo, somente uma completa corretamente as lacunas apresentadas a seguir. Assinale-a: Na cidade carente, os ..................................... resolveram ..................................... seus direitos, fazendo um ........................................... assustador. a) mendingos; reivindicar; rebuliço b) mindigos; reinvidicar, rebuliço c) mindigos; reivindicar, reboliço d) mendigos; reivindicar, rebuliço e) mendigos; reivindicar, reboliço 2) Assinale a opção em que todas as palavras se completam adequadamente com a letra entre parênteses: a) en.....aguar / pi.....e / mi.....to (x) b) exce.....ão / Suí.....a / ma.....arico (ç) c) mon.....e / su.....estão / re.....eitar (g) d) búss.....la / eng.....lir / ch.....visco (u) e) .....mpecilho / pr.....vilégio / s.....lvícola (i) 3) Foram insuficientes as ............................................... apresentadas, ................................................ de se esclarecerem os ...................................................... Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 30 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa a) escusas - a fim - mal-entendidos b) excusas - afim - mal-entendidos c) excusas - a fim - malentendidos d) excusas - afim - malentendidos e) escusas - afim - mal-entendidos 4) Este meu amigo ................................................ vai ..............................................-se para ter direito ao título de eleitor. a) extrangeiro - naturalizar b) estrangeiro – naturalizar c) estrangeiro – naturalisar d) estranjeiro – naturalisar e) extranjeiro – naturalizar 5) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente grafadas: a) quiseram, essência, impecílio. b) pretencioso, aspectos, sossego. c) assessores, exceção, incansável. d) excessivo, expontâneo, obseção. e) obsecado, reinvidicação, repercussão GABARITO 01 02 03 04 05 d b a b c Teoria Acentuação Gráfica Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 31 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa Em Língua Portuguesa, todas as palavras possuem uma sílaba tônica - a que recebe a maior inflexão de voz. Nem todas, porém, são marcadas pelo acento gráfico. Para a utilização de acentos gráficos existem regras, que serão nomeadas a seguir. Uma observação pertinente: embora já de conhecimento da população, as alterações acerca da língua, no que diz respeito à acentuação gráfica, ainda não estão em vigor. Portanto, permanecem ainda as regras de acentuação listadas abaixo. E para início de conversa, alguns conceitos básicos de fonologia. As sílabas são subdivididas em tônicas, subtônicas e átonas. A sílaba tônica é a mais forte da palavra, e só existe uma sílaba tônica em cada palavra. Guaraná - A sílaba tônica é a última. Táxi - A sílaba tônica é a penúltima. Própolis - A sílaba tônica é a antepenúltima. A sílaba tônica sempre se encontra em uma destas três sílabas: última, penúltima e antepenúltima. Todas as outras são denominadas átonas. É importante frisar que recai acento gráfico, se for o caso, apenas na sílaba tônica. Logo, conclui-se que apenas uma das três últimas sílabas da palavra poderá receber acento gráfico. Quando a palavra possuir uma sílaba só, será denominada monossílaba. Os monossílabos podem ser átonos e tônicos. Os tônicos são aqueles que têm força para serem usados sozinhos em uma sílaba; os átonos, não. Portanto serão monossílabos tônicos os substantivos, os adjetivos, os advérbios, os numerais e os verbos. Quando possuírem duas sílabas, serão dissílabas; três sílabas, trissílabas e quatro ou mais sílabas polissílaba. Regras de Acentuação Monossílabos Tônicos: Os monossílabos tônicos serão acentuados, quando terminarem em A, E, O, seguidos ou não de s. pá, pás, má, más, vá, lá, já. pé, pés, mês, rês, Zé, né? pó, pós, dó, cós, pô! Oxítonas: São as que têm a maior inflexão de voz na última sílaba. São acentuadas, quando terminarem em A, E, O, seguidos ou não de s, e em EM, ENS. Corumbá, maracujás, maná, Maringá. rapé, massapê, filé, sapé. Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 32 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa filó, rondó, mocotó, jiló. amém, armazém, também, Belém. parabéns, armazéns, nenéns. Paroxítonas: São as que têm a maior inflexão de voz na penúltima sílaba. São acentuadas, quando terminarem em UM, UNS, L, ÊEM, PS, X, EI (s), ÃO (s), U (s), ditongo crescente (s), N, ÔO, I (s), R, Ã (s). álbum, factótum, médiuns. ágil, flexível, volátil. crêem, dêem, lêem, vêem. fórceps, bíceps, tríceps. tórax, xérox (também pode ser xerox), fênix. pônei, vôlei, jóquei. órgão, órfãos, sótão. ônus, bônus. Mário, secretária. hífen, pólen, gérmen. vôo, côo, entôo. táxi, júris. fêmur, âmbar, revólver. ímã, órfãs. Há um macete para não se confundir com as terminações das paroxítonas: PSIUS NÃO RELAXE Proparoxítonas: São as que têm a maior inflexão de voz na antepenúltima sílaba. Todas as proparoxítonas são acentuadas, salvo a expressão per capita, por não pertencer à Língua Portuguesa. síndrome, ínterim, lêvedo, lâmpada, sândalo. Os ditongos eu, ei, oi / éu, éi,ói somente receberão acento, quando forem abertos, seguidos ou não de s. meu, chapéu, deus, troféus. peixe, anéis, rei, réis. doido, estóico, foice, destrói. Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 33 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa As letras i e u serão acentuadas, independente da posição na palavra, quando surgirem: Formando hiato tônico com a vogal anterior. Sem consoante na mesma sílaba, exceto o s. Sem nasalização (til, NH e ressôo nasal). saída, ataúde, miúdo. sairmos, balaústre, juiz. rainha, ruim, juízes. Os grupos que, qui, gue, gui devem ser analisados com muito cuidado, pois podem surgir com trema, com acento agudo ou sem sinal gráfico algum. Quando o u for pronunciado atonamente, ou seja, quando as três letras participarem da mesma sílaba, sendo o u pronunciado e fraco, deveremos colocar trema sobre ele. se-qüên-cia, cin-qüen-ta. tran-qüi-lo, qüin-qüê-nio. a-güen-tar, en-xá-güem. ar-güi-ção, lin-güi-ça. Acentos Diferenciais As únicas palavras que recebem acento para serem diferenciadas de outras são as seguintes: ás = carta de baralho, piloto de avião. O ás é a carta mais valiosa no pôquer. às = contração da preposição a com o artigo ou pronome a. Obedeço às regras. as = artigo, pronome oblíquo átono ou pronome demonstrativo. As garotas aprovadas são as que estão na sala ao lado. Chame-as. pára = verbo parar na terceira pessoa do singular do Presente do Indicativo. Ele não pára de conversar Ou na segunda pessoa do singular do Imperativo Afirmativo. Pára com isso! para = preposição. Estude, para seu próprio bem. Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 34 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa péla, pélas = bola de borracha, jogo da péla; verbo pelar (tirar a pele) na segunda e na terceira pessoas do singular do Presente do Indicativo. Eu pélo, tu pélas, ele péla. pela, pelas = preposição antiga per mais artigo ou pronome. Ele fugiu pela porta da diretoria. pélo = verbo pelar. Eu pélo, tu pélas, ele péla. pêlo, pêlos = cabelo, penugem. Arrancou-lhe os pêlos do braço. pelo, pelos = preposição per mais artigo ou pronome. Ele fugiu pelos fundos. pera = preposição antiga (o mesmo que para). pêra = fruto da pereira. Comi uma pêra no almoço. Observe que pêra só tem acento no singular. Comi umas peras no almoço. pode = terceira pessoa do singular do Presente do Indicativo do verbo poder. Hoje ele pode. pôde = terceira pessoa do singular do Pretérito Perfeito do Indicativo do verbo poder. Ontem ele pôde. pólo, pólos = as extremidades de um eixo; espécie de jogo. Foi campeão de pólo aquático. pôlo, pôlos = espécie de ave. Matei dois pôlos ontem. por = preposição. pôr = verbo. Menino, vá pôr uma blusa, antes de sair por aí. Questões de concursos sobre acentuação Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 35 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa 01) Assinale a opção cuja palavra não deve ser acentuada: a) Todo ensino deveria ser gratuíto. b) Não vês que eu não tenho tempo? c) É difícil lidar com pessoas sem caráter. d) Saberias dizer o conteúdo da carta? e) Veranópolis é uma cidade que não para de crescer. 02) Assinale a alternativa que completa as frases: I – Cada qual faz como melhor lhe ….........................................…. . II – O que ….................................…. estes frascos? III – Nestes momentos os teóricos …........................................…. os conceitos. IV – Eles …...............................…. a casa do necessário. a) convém, contêm, revêem, provêem b) convém, contém, revêem, provém c) convém, contém, revêm, provém d) convêm, contém, revêem, provêem e) convêm, contêm, revêem, proveem 03) A frase totalmente correta quanto a grafia e acentuação é: a) Trabalhadores reinvindicavam alí a contratação de mão-de-obra sem grande burocracia. b) Nessa conjuntura, é difícil explicar porquê a mobilidade da mão-de-obra decresceu. c) Assessores especializados procuram pôr no papel todas as variáveis que envolvem o tema. d) Pesquizas realizadas recentemente mostram que o êxito do "euro" é questionável. e) Até em adjacências de pequenos centros, chega a haver letígio para preenchimento de vagas. 04) Em todas as alternativas as palavras foram acentuadas corretamente, exceto em: a) Eles têm muita coisa a dizer. b) Estude os dois primeiros ítens do programa. c) Afinal, o que contém este embrulho? d) Foi agradável ouvir aquele orador. e) Por favor, dêem-lhe uma nova chance. Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 36 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa GABARITO 01 02 03 04 a c c b Teoria Classes de palavras São dez as classes de palavras em Língua Portuguesa. Seu estudo é considerado o básico na aprendizagem do idioma. Estas classes são divididas em dois grupos: as variáveis e invariáveis. As variáveis são aquelas que permitem flexão em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo). Já as invariáveis não permitem flexão, sempre se apresentam de uma mesma maneira. Apenas os advérbios podem admitir flexão de grau em alguns casos. As variáveis Substantivo Substantivo é tudo o que nomeia as "coisas" em geral. Substantivo é tudo o que pode ser visto, pego ou sentido. Substantivo é tudo o que pode ser precedido de artigo. Classificação e Formação Substantivo Comum Substantivo comum é aquele que designa os seres de uma espécie de forma genérica. pedra, computador, cachorro, homem, caderno. Substantivo Próprio Substantivo próprio é aquele que designa um ser específico, determinado, individualizando-o. Daniela, Brasil, Paraná, Jorge, Juvenal O substantivo próprio sempre deve ser escrito com letra maiúscula. Substantivo Concreto Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 37 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa Substantivo concreto é aquele que designa seres que existem por si só ou apresentam-se em nossa imaginação como se existissem por si. ar, som, Deus, computador, pedra. Substantivo Abstrato Substantivo abstrato é aquele que designa prática de ações verbais, existência de qualidades ou sentimentos humanos. amor, saudade, amizade, ternura, rancor. Formação dos substantivos Os substantivos, quanto à sua formação, podem ser: Substantivo Primitivo É primitivo o substantivo que não se origina de outra palavra existente na língua portuguesa. pedra, jornal, gato, homem. Substantivo Derivado É derivado o substantivo que provém de outra palavra da língua portuguesa. pedreiro, jornalista, gatarrão, homenzarrão. SubstantivoSimples É simples o substantivo formado por um único radical. pedra, pedreiro, jornal, jornalista. Substantivo Composto É composto o substantivo formado por dois ou mais radicais. vinagre, pedra-sabão, homem-rã, passatempo. Substantivo Coletivo É coletivo o substantivo no singular que indica diversos elementos de uma mesma espécie. lobos - alcatéia, abelha - enxame, aluno – classe, arroz – batelada. Gêneros uniforme e biforme Os substantivos, quanto ao gênero, são masculinos ou femininos. Quanto às formas, eles podem ser: Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 38 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa 01) Substantivos Biformes: Substantivos biformes são os que apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino, com apenas um radical. menino - menina. traidor - traidora. aluno – aluna 02) Substantivos Heterônimos: Substantivos heterônimos são os que apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino, com dois radicais diferentes. homem - mulher. bode - cabra. boi - vaca. Substantivos Uniformes Substantivos uniformes são os que apresentam apenas uma forma, para ambos os gêneros. Os substantivos uniformes recebem nomes especiais, que são os seguintes: Comum-de-dois gêneros Os comuns-de-dois são os que têm uma só forma para ambos os gêneros, com artigos distintos: Eis alguns exemplos: o / a estudante o / a imigrante o / a acrobata o / a agente o / a intérprete Sobrecomum Os sobrecomuns são os que têm uma só forma e um só artigo para ambos os gêneros: Eis alguns exemplos: o cônjuge a criança o carrasco o indivíduo o apóstolo o monstro Epiceno Os epicenos são os que têm uma só forma e um só artigo para ambos os gêneros de certos animais, acrescentando as palavras macho e fêmea, para se distinguir o sexo do animal. Eis alguns exemplos: a girafa macho/ a girafa fêmea a andorinha macho/ a andorinha fêmea a águia macho/ a águia fêmea a barata macho/ a barata fêmea Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 39 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa a cobra macho/ a cobra fêmea o jacaré macho/ o jacaré fêmea Importante! Mudança de gênero com mudança de significado Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam também de significado. Eis alguns deles: o caixa = o funcionário a caixa = o objeto o capital = dinheiro a capital = sede de governo o coma = sono mórbido a coma = cabeleira, juba o grama = medida de massa a grama = a relva, o capim o guarda = o soldado a guarda = vigilância, corporação o guia = aquele que serve de guia, cicerone a guia = documento, formulário; meio-fio o moral = estado de espírito a moral = ética, conclusão o banana = o molenga. a banana = a fruta Numeral É a palavra que indica a quantidade de elementos ou sua ordem de sucessão. Dependendo do que o numeral indica, ele pode ser: Cardinal: É o numeral que indica a quantidade de seres. um, dois, três, quatorze, trinta e três Ordinal: É o numeral que indica a ordem de sucessão, a posição ocupada por um ser numa determinada série. primeiro, segundo, terceiro, vigésimo quinto Multiplicativo: É o numeral que indica a multiplicação de seres. dobro, triplo, quádruplo Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 40 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa Fracionário: É o numeral que indica divisão, fração. meio, terço, quarto, quinto Emprego dos Numerais 01) Na designação de séculos, reis, papas, príncipes, imperadores, capítulos, festas, feiras, etc., utilizam-se algarismos romanos. A leitura será por ordinal até X; a partir daí (XI, XII ...), por cardinal. Se o numeral preceder o substantivo, sempre será lido como ordinal. XXXVIII Feira Agropecuária. = Trigésima oitava Feira Agropecuária. II Bienal Cultural = Segunda Bienal Cultural. Papa João Paulo II = Papa João Paulo segundo. Papa João XXIII = Papa João vinte e três. 02) Os numerais ordinais acima de 1.999º têm duas leituras possíveis: 2.000º = O dois milésimo ou O segundo milésimo. 89.428 = O oitenta e nove milésimo quadringentésimo vigésimo oitavo ou O octogésimo nono milésimo quadringentésimo vigésimo oitavo 03) Zero, ambos e ambas também são numerais. Adjetivo Adjetivo é a classe gramatical que modifica um substantivo, atribuindo-lhe qualidade, estado ou modo de ser. Um adjetivo normalmente exerce uma dentre três funções sintáticas na oração: Aposto explicativo, adjunto adnominal ou predicativo. Os adjetivos podem ser: Adjetivo explicativo É o adjetivo que denota qualidade essencial do ser, qualidade inerente, ou seja, qualidade que não pode ser retirada do substantivo. Por exemplo, todo homem é mortal, todo fogo é quente, todo leite é branco, então mortal, quente e branco são adjetivos explicativos, em relação a homem, fogo e leite. Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 41 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa Adjetivo restritivo É o adjetivo que denota qualidade adicionada ao ser, ou seja, qualidade que pode ser retirada do substantivo. Por exemplo, nem todo homem é inteligente, nem todo fogo é alto, nem todo leite é enriquecido, então inteligente, alto e enriquecido são adjetivos restritivos, em relação a homem, fogo e leite. Locução Adjetiva Em muitos casos, prefere-se usar, no lugar de um adjetivo, uma expressão formada por mais de uma palavra para caracterizar o substantivo. Essa expressão, que tem o mesmo valor e o mesmo sentido de um adjetivo, recebe o nome de locução adjetiva. Observe alguns exemplos: de águia = aquilino de aluno = discente de anjo = angelical de ano = anual de boi = bovino de bronze = brônzeo ou êneo de cabelo = capilar de cavalo = cavalar, eqüino, eqüídio ou hípico de chumbo = plúmbeo de chuva = pluvial de diamante = diamantino ou adamantino de elefante = elefantino de enxofre = sulfúrico de ferro = férreo de fígado = figadal ou hepático de fogo = ígneo de homem = viril ou humano de ilha = insular de intestino = celíaco ou entérico de inverno = hibernal ou invernal de lago = lacustre de macaco = simiesco, símio ou macacal de madeira = lígneo de marfim = ebúrneo ou ebóreo de mestre = magistral de orelha = auricular de ouro = áureo de ovelha = ovino de paixão = passional de pâncreas = pancreático de pato = anserino de peixe = písceo ou ictíaco de pombo = columbino de porco = suíno ou porcino de rio = fluvial de serpente = viperino de sonho = onírico de terra = telúrico, terrestre ou terreno de trigo = tritício de urso = ursino de vaca = vacum de velho = senil de vento = eólico Profª. Daniela Tatarinwww.aprovaconcursos.com.br Página 42 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa Flexões do Adjetivo Gênero e Número O adjetivo concorda com o substantivo a que se refere em gênero e número (masculino e feminino; singular e plural). Caso o adjetivo seja representado por um substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva e passará a ser denominado de substantivo adjetivado. Por exemplo, a palavra cinza é originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, então, invariável. Camisas cinza, ternos cinza. Carros pretos e motos vinho. Telhados marrons e paredes musgo. Espetáculos grandiosos e comícios monstro. Adjetivo composto Com raras exceções, o adjetivo composto tem seus elementos ligados por hífen. Apenas o último elemento concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso um dos elementos que formam o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará invariável. Por exemplo, a palavra rosa é originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Camisas rosa-claro. Ternos rosa-claro. Olhos verde-claros. Calças azul-escuras e camisas verde-mar. Telhados marrom-café e paredes verde-claras. Importante: Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis. Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha têm os dois elementos flexionados. Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 43 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa Graus do Adjetivo A flexão de grau do adjetivo ocorre em duas esferas – a comparativa e a superlativa. Observe a tabela a seguir. DE SUPERIORIDADE Minha blusa é mais bonita que a sua. COMPARATIVO DE IGUALDADE Minha blusa é tão bonita quanto a sua. DE INFERIORIDADE Minha blusa é menos bonita que a sua. ANALÍTICO Minha blusa é muito bonita. ABSOLUTO SINTÉTICO Minha blusa é bonitíssima. SUPERLATIVO DE SUPERIORIDADE Minha blusa é a mais bonita. RELATIVO DE INFERIORIDADE Minha blusa é a menos bonita. Superlativos absolutos sintéticos eruditos Alguns adjetivos no grau superlativo absoluto sintético apresentam a primitiva forma latina, daí serem chamados de eruditos. Por exemplo, o adjetivo magro possui dois superlativos absolutos sintéticos: o normal, magríssimo, e o erudito, macérrimo. Eis uma pequena lista de superlativos absolutos sintéticos: benéfico = beneficentíssimo bom = boníssimo ou ótimo célebre = celebérrimo comum = comuníssimo cruel = crudelíssimo difícil = dificílimo doce = dulcíssimo fácil = facílimo fiel = fidelíssimo frágil = fragílimo Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 44 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa frio = friíssimo ou frigidíssimo humilde = humílimo jovem = juveníssimo livre = libérrimo magnífico = magnificentíssimo magro = macérrimo ou magríssimo manso = mansuetíssimo mau = péssimo nobre = nobilíssimo pequeno = mínimo pobre = paupérrimo ou pobríssimo preguiçoso = pigérrimo próspero = prospérrimo sábio = sapientíssimos agrado = sacratíssimo Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 45 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa Pronomes Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui ou acompanha o nome, indicando-o como pessoa do discurso. Quando o pronome substituir um substantivo, será denominado pronome substantivo; quando acompanhar um substantivo, será denominado pronome adjetivo. Aqueles garotos estudam bastante; eles serão aprovados no concurso com louvor. Aqueles é um pronome adjetivo, pois acompanha o substantivo garotos e eles é um pronome substantivo, pois substitui o mesmo substantivo. Os pronomes se dividem em seis grupos, apresentados a seguir. Pronomes Pessoais Os pronomes pessoais são aqueles que indicam uma das três pessoas do discurso: a que fala, a com quem se fala e a de quem se fala. Podem ser retos ou oblíquos. Pronomes pessoais do caso reto são os que desempenham a função sintática de sujeito da oração. São os pronomes eu, tu, ele, ela, nós, vós eles, elas. Pronomes pessoais do caso oblíquo são os que desempenham a função sintática de complemento verbal (objeto direto ou indireto), complemento nominal, agente da passiva, adjunto adverbial, adjunto adnominal ou sujeito acusativo (sujeito de oração reduzida). Os pronomes pessoais do caso oblíquo se subdividem em dois tipos: os átonos, que não são antecedidos por preposição, e os tônicos, precedidos por preposição. Pronomes oblíquos átonos Os pronomes oblíquos átonos são os seguintes: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes. Pronomes oblíquos tônicos Os pronomes oblíquos tônicos são os seguintes: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas. Usos dos Pronomes Pessoais Eu, tu / Mim, ti Profª. Daniela Tatarin www.aprovaconcursos.com.br Página 46 de 129 Profª Daniela Tatarin Língua Portuguesa Eu e tu exercem a função sintática de sujeito. Mim e ti exercem a função sintática de complemento verbal ou nominal, agente da passiva ou adjunto adverbial e sempre são precedidos de preposição. Trouxeram aquela encomenda para mim. Era para eu conversar com o diretor, mas não houve condições. Se, si, consigo Se, si, consigo são pronomes reflexivos ou recíprocos, portanto só poderão ser usados na voz reflexiva ou na voz reflexiva recíproca. Quem não se cuida, acaba ficando doente. Quem só pensa em si, acaba ficando sozinho. Juvenal trouxe consigo os quatro livros solicitados. Com nós, com vós / Conosco, convosco Usa-se com nós ou com vós, quando, à frente, surgir qualquer palavra que indique quem "somos nós" ou quem "sois vós". Ele conversou com nós todos a respeito de seus problemas. Ele disse que sairia com nós dois. Pronomes Oblíquos Átonos Os pronomes oblíquos átonos são me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os as, lhes. Quando encontrar seu material, traga-o até mim. Respeite-me, garoto. Levar-te-ei a Brasília assim que puder. Pronomes de Tratamento São pronomes empregados no trato com as pessoas, familiarmente ou respeitosamente. Embora o pronome de tratamento se dirija à segunda pessoa, toda a concordância deve ser feita com a terceira pessoa. Usa-se Vossa, quando conversamos com a pessoa, e Sua, quando falamos da pessoa. Vossa Senhoria deveria preocupar-se
Compartilhar