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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE TECNOLOGIA DISCIPLINA: TRATAMENTO DE ÁGUAS DE ABASTECIMENTO ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA - EAMB 045 ENGENHARIA QUÍMICA - EQUI 120 ENGENHARIA CIVIL - ECIV 123 PROFESSORA: IVETE VASCONCELOS LOPES FERREIRA AULA 4 - COAGULAÇÃO E MISTURA RÁPIDA O processo de coagulação usado nas ETAs envolve a aplicação de produtos químicos para a precipitação de compostos em solução e desestabilização de suspensões coloidais de partículas sólidas, que, de outra maneira, não poderiam ser removidas por sedimentação/flotação e filtração. A mistura rápida é a operação destinada a dispersar o coagulante de forma homogênea e o mais rapidamente possível na água a ser tratada, porque as reações de coagulação são rápidas e irreversíveis. O sucesso das outras etapas do tratamento da água (sedimentação ou flotação, filtração, etc) depende de uma coagulação bem sucedida. A coagulação envolve inicialmente a mistura rápida do coagulante com a água e, em seguida a agitação lenta do material coagulado para a formação dos flocos. A mistura rápida é um fenômeno de transporte de fluido, que envolve tempo e intensidade da mistura, esta definida pelo gradiente de velocidade. GRADIENTE DE VELOCIDADE- Conceitualmente, o gradiente de velocidade é o limite da relação entre a diferença de velocidade ΔV com que se movem duas camadas de fluido muito próximas, e a distância ΔY entre si. Análise dimensional MISTURA RÁPIDA - ABNT – NBR 12216 As condições ideais em termos de gradiente de velocidade, tempo de mistura e concentração da solução de coagulante devem ser determinadas, preferencialmente, através de ensaios de laboratório. Quando estes ensaios não podem ser realizados, deve ser observada a seguinte orientação: a) a dispersão de coagulantes metálicos hidrolisáveis deve ser feita a gradientes de velocidade compreendidos entre 700 s-1 e 1100 s-1, em um tempo de mistura não superior a 5 s; b) a dispersão de polieletrólitos, como coagulantes primários ou auxiliares de coagulação, deve ser feita obedecendo às recomendações do fabricante DISPOSITIVOSDE MISTURA RÁPIDA DIMENSIONAMENTO (PIVELI e FERREIRA FILHO) • Gradiente de velocidade1.000 s-1 Mecanismo de coagulação por adsorção-neutralização • Gradiente de velocidade 300 s-1 Mecanismo de coagulação por varredura • Tempo de detenção hidráulico ≤ 30 s DISPOSITIVOS DE MISTURA RÁPIDA DISPOSITIVOS HIDRÁULICOS Calhas Parshall Vertedores retangulares Malhas difusoras Injetores dy dv Y V G lim 1 1. T L TL dy dv G VERTEDORES RETANGULARES DIFUSOR EM CANAL DIFUSOR EM TUBULAÇÃO MISTURA RÁPIDA EM TUBULAÇÃO POR MEIO DE INJETOR E MALHA DE FIOS CALHAS PARSHALL E PONTOS DE ADIÇÃO DE COAGULANTE CALHAS PARSHALL - DIMENSIONAMENTO Tmr = ? G = ? Coagulante Tabela 1 – Dimensões do Medidor Parshall (cm) e Vazão com escoamento livre (L/s) Parâmetros de dimensionamento G=Gradiente de velocidade (s-1) Pot = Potência introduzida na água (N.m/s) ∆H = Perda de carga (m) μ = viscosidade absoluta da água (N.s/m2) Vol = Volume de água (m3) Q = Vazão de água (m3/s) V = Velocidade da água (m/s) ɣ = Peso específico da água (N/m3) Tr = Tempo de detenção hidráulica (s) 1) Cálculo da profundidade da água (de descarga livre) na seção de medição (Ha) 1 1. T L TL dy dv G rolol ot T H V HQ V P G . . . .. . 2) Cálculo da largura na secção de medição 3) Cálculo da velocidade na secção de medição 4) Cálculo da energia total disponível (Ea) 5) Cálculo da velocidade da água no início do ressalto Para calcular V1, é necessário: 5.1) Cálculo do ângulo fictício φ O Σ das forças externas que atuam no volume de controle = variação da quantidade de movimento da massa líquida 6) Cálculo da altura de água no início do ressalto (Y1) 7) Cálculo do número de Froude 8) Altura de água no final do ressalto (y3) Para que ocorra o ressalto, é necessário que a profundidade da água imediatamente antes e depois do ressalto, y1 e y3, satisfaçam a relação: 21 1 3 ..2 . 3 cos.2 a Eg V WWDD . 3 2 ' a a HD Q A Q V '. N g V HE aaa .2 2 5,1)..67,0.( . )cos( aEgW Qg g V yEEE aa .2 2 1 11 g V Ey a .2 2 1 1 1 1 1 .yg V Fr )181( 2 1 2 1 1 3 rF y y 9) Cálculo da profundidade no final do trecho divergente 10) Cálculo da velocidade no final do trecho divergente (seção C) 11) Cálculo da perda de carga no ressalto hidráulico 12) Cálculo do tempo de residência médio no trecho divergente G (em metros – Tabela 1) 13) Cálculo do gradiente de velocidade EXERCÍCIO: Dimensionar uma Calha Parshall que funcionará como dispositivo de medição de vazão e de mistura rápida (local de adição do coagulante) numa ETA que trata 1,2 m3/s de água bruta. Considerar água a 20ºC. 3 3 yNHH HyNH a a sVV G V G T parshall média parshall mr 5 2 21 1.81. 2 2 1 1 3 rF y y KNyy 32 Cy Q A Q V .2 2 Tmr H G . . DISPOSITIVOS MECÂNICOS • Agitadores mecânicos • Turbinas • Hélice propulsora SISTEMAS DE AGITAÇÃO - ESCOAMENTO AXIAL E RADIAL MISTURA RÁPIDA UNIDADE MECANIZADA - AGITADOR MECÂNICO TIPO TURBINA COM ESCOAMENTO RADIAL Fonte: DI BERNARDO e SABOGAL PAZ (2008). DIMENSIONAMENTO DE UNIDADES DE MISTURA RÁPIDA MECANIZADA RELAÇÕES ENTRE AS DIMENSÕES DA CÂMARA E DO ROTOR Lc = lado da câmara Dtb = Diâmetro externo da turbina btb = largura da paleta Btb = comprimento da paleta Le = largura dos anteparos fixados nas paredes verticais Hu = profundidade útil da câmara hf = distância entre a turbina e a base da câmara Le = largura dos anteparos fixados nas paredes verticais 3,37,2 tb c D L 4 tb tb D B 4 tb tb D B 5 tb tb D b tbe DL .1,0 9,37,2 tb u D H 3,175,0 tb f D h DIMENSIONAMENTO DE UNIDADES DE MISTURA RÁPIDA MECANIZADA Cálculo da potência Pu = potência introduzida na água (N.m/s = W) Ktb = coeficiente que depende do tipo de rotor e das características da câmara onde o agitador está instalado (adimensional) ρa = massa específica da água (kg/m 3) = 998,2 a 20 ºC Nr = número de rotações por segundos (rps) Dtb = Diâmetro externo da turbina (m) Verificação do Gradiente de Velocidade (s-1) Valores de Ktb Le ol u V P G . 53 ... tbratbu DNKP SISTEMAS DE AGITAÇÃO - ESCOAMENTO RADIAL (PIVELI e FERREIRA FILHO) SISTEMAS DE AGITAÇÃO - ESCOAMENTO AXIAL (PIVELI e FERREIRA FILHO) 5,55 aKtb 0,25,1 aKtb 8,05,0 aKtb 3,12,1 aKtb EXERCÍCIO Dimensionar uma unidade mecanizadade mistura rápida com agitador tendo rotor tipo turbina de 6 paletas planas com escoamento radial para uma vazão de 500 L/s. Considerar a temperatura da água 20 ºC, gradiente de velocidade previsto de 1.000 s-1 e tempo de detenção médio de 5 s na câmara. SOLUÇÃO 1) Determinação do volume útil da câmara de mistura: 2) Escolha do rotor – consultar catálogo do fabricante. Para o exemplo didático, usar tabela 2. Tab. 2 – Turbinas de fluxo radial com seis paletas TIPO Volume do Tanque de mistura rápida Turbina (mm) Potência do motor (m3) Φ externo do rotor (Dtb) Altura da paleta (btb) Largura da paleta (Btb) HP* I 1 a 2 370 74 92,5 0,5 a 2 II 1,5 a 3,5 430 86 107,5 1 a 4 III 2,5 a 5,5 500 100 120 1,5 a 7,5 IV 4 a 9 600 120 150 2 a 15 V 6,5 a 15 700 140 175 3 a 20 *1 HP = 745,7 W = 1,0139 cv; 1 cv = 735,5 W. Fonte: Adaptada de RICHTER (2009). Adotando rotor com Dtb = 430 mm = 0,43 m 3) Largura da câmara (Lc) – quadrada 4) Altura útil da câmara (Hu) Verificar se obedece à relação 5) Determinação da altura da paleta (btb) 6) Determinação da comprimento da paleta (Btb) 7) Distância entre a turbina e a base da câmara (hf) 4,03,0 aKtb mrc TQV . mDp D L tb tb c 430,0/3,37,2 Area V H uu 9,37,2 tb u D H 5 tb tb D b 4 tb tb D B 3,175,0 tb f D h 8) Determinação da largura dos 4 anteparos fixados nas paredes verticais 9) Determinação da potência útil (Pu) e velocidade de rotação necessária (Nr) para gerar um gradiente G desejado Resultados: Vc = 2,5 m 3; Lc = 1,30m; Hu = 1,50 m; Dtb = 0,430 m; btb = 0,086 m; Btb = 0,1075 m; hf = 0,45 m; Le = 0,043 m; Pu = 2512,5 W; rotação do rotor = 195 rpm BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ABNT – NBR 12216. Projeto de Estações de Tratamento de água de abastecimento público. Disponível no laboratório de informática da unidade acadêmica Centro de Tecnologia DI BERNARDO, L.; DANTAS, A. B. Métodos e técnicas de tratamento de água. 2. ed. São Carlos: RiMa, 2005. RiMa 2v. v.1. LIBÂNIO, M. Fundamentos da qualidade e tratamento de água. 3.ed. Campinas, SP: Átomo, 2010. 494 p. ISBN 9788576701651. RICHTER, C. A; AZEVEDO NETTO, J. M. Tratamento de água: tecnologia atualizada. São Paulo: Edgard Blucher, 2001. 332 p. ISBN 8521200536. RICHTER, C. A. Água: métodos e tecnologias de tratamento. São Paulo: Edgard Blucher, 2009. 340 p. ISBN 9788521204985. tbe DL .1,0 c u V P G . 53... tbratbu DNKP
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