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Controle do ambiente interno

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Universidade Federal Fluminense
Fisiologia do Movimento I
Controle do ambiente interno
Jônatas Silveira de Almeida
Introdução
O organismo humano com uma analogia bem simples poderia ser entendido como uma super máquina, a mais perfeita até então. Diante de diversas situações o organismo humano apresenta mecanismos que atuam buscando encontrar um equilíbrio em seu interior, o mais perto dos valores de homeostase. Podemos observar esses mecanismos atuando diariamente, como por exemplo regulação de temperatura, frequência respiratória e cardíaca.
	Sabendo disso, faz-se necessário o conhecimento e entendimento desses mecanismos buscando entender melhor o funcionamento do corpo humano e seus processos adaptativos, principalmente quando há estudos com a fisiologia do exercício. 
Desenvolvimento 
Homeostase: constância dinâmica 
Na fisiologia do exercício podemos encontrar dois termos com significados semelhantes, porém distintos. Vamos nos deparar com os termos: homeostase, o qual significa como a manutenção de um ambiente interno relativamente constante, comum no repouso; estado estável, o qual é usado quando uma variável está constante e imutável. Como exemplo temos a frequência cardíaca, em repouso encontramos um valor de referência o qual se mantém, praticamente, constante, já em meio a uma atividade há elevação da frequência cardíaca, entretanto quando a atividade física mantém uma intensidade constante a tendência da frequência cardíaca é se manter em uma faixa constante, encontrando seu estado estável. 
Sistemas de controle do corpo
O interessante dos sistemas é que há diversos sistemas de controle, atuando de formas distintas em variáveis fisiológicas distintas. Tais sistemas vão desde nível microscópico (células) até o macroscópico (órgãos, sistemas). Um exemplo de sistemas de controle é o sistema pulmonar e o circulatório, quando há um excesso de dióxido de carbono no organismo eles atuam visando eliminar o excesso e repor o oxigênio.
Natureza dos sistemas de controle
Para melhor compreensão podemos fazer analogia a um sistema de controle não biológico, como por exemplo um ar condicionado ajustado para manter a temperatura em 20ºC. Nesse sistema, quando a temperatura está acima de 20ºC há ajustes para que haja uma refrigeração do ambiente, enquanto quando a temperatura fica abaixo de 20ºC o sistema de refrigeração irá cessar para que haja um aumento da mesma e o ambiente permaneça na temperatura programada.
	Em nosso organismo, o nosso sistema de controle age de maneira similar, diversos mecanismos que atuam mantendo um parâmetro corporal, seja físico ou químico dentro de uma faixa constante. Esse sistema é formado por três elementos: sensor ou receptor; centro de controle; efetores.
	Em nosso organismo, quando há um estímulo capaz de alterar o ambiente interno há a percepção por parte do sensor o qual manda a informação para o centro de controle, o qual por sua vez envia a mensagem adequada aos efetores para que a devida resposta seja promovida visando regular a alteração promovida. As ações de controle podem ser de duas maneiras: feedback negativo e feedback positivo.
	- Feedback negativo: busca manter a homeostasia, atuando contra o estímulo realizado. Um exemplo é quando há o excesso da concentração de CO2 dentro do nosso organismo, nesse caso há um aumento da frequência respiratória, aumentando o aporte de O2 e a eliminação de CO2.
	- Feedback positivo: diferente do feedback negativo, o feedback positivo atuará a favor do estímulo. Um exemplo é o aumento das contrações uterinas na hora do parto de uma mulher.
- Ganho de um sistema de controle: a precisão em que um sistema de controle mantém a homeostasia é denominada ganho do sistema, ou seja, pode ser entendida como a capacidade do sistema de controle.
Exemplos de controle homeostático
Podemos ter alguns exemplos de controle homeostáticos, como:
	- Regulação da temperatura corporal;
	- Regulação da glicemia;
Exercício: um teste de controle homeostático
O exercício físico representa um grande desafio para os sistemas de controle, visto que provocam grandes variações em variáveis homeostáticas. Por exemplo, quando praticamos um exercício físico temos a grande produção de calor, grande consumo de O2, aumento da concentração de CO2 no organismo. Tais eventos provocam a necessidade do organismo buscar um equilíbrio e assim lutar contra esses estímulos.
Conclusão
Diante de tal exposto, podemos concluir que o organismo atua de forma inteligente visando manter valores constantes de diversas variáveis no ambiente interno. Tal conhecimento é de suma importância para o entendimento da fisiologia do exercício. A sua compreensão nos leva ao maior entendimento das alterações ocorridas no ambiente interno durante a realização de uma atividade física, e assim usá-la ao seu favor, como por exemplo na hora de prescrever a intensidade e o tempo de duração de determinados exercícios para os atletas de elite e amadores.
Referências 
POWERS, S.K. & HOWLEY, E.T. Fisiologia do Exercício – Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao Desempenho. 8a ed., São Paulo: Manole, 2014.
KENNEY, W.R., WILMORE, J.H. e COSTILL, D.L., Fisiologia do Esporte e do Exercício. 5a ed. Rio de Janeiro: Manole, 2013.
McARDLE, W.D., KATCH, F.I. e KATCH, V.L., Fisiologia do Exercício - Nutrição, Energia e Desempenho Humano. 8a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
Niterói, 2018

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