Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Disciplina: TGA Professor: Cristiano Marins 2018 Disciplina: TGA Professor: Cristiano Marins 2018 O Planejamento, Administração e Gestão Estratégico O Planejamento, Administração e Gestão Estratégico Aula 17 2 3 A palavra estratégia significa a arte do general, derivando da palavra grega strategos, que era o chefe militar nomeado pelo povo. 4 Antes de Napoleão se tornar imperador dos franceses, estratégia significava, principalmente, a arte e a ciência de conduzir forças militares para derrotar o inimigo. 5 Em 450 a.C., no tempo de Péricles, a palavra estratégia passou a refletir habilidades gerenciais (administração, liderança, oratória, poder). 6 Em 330 a.C., na época de Alexandre, o Grande, referia-se à habilidade de empregar forças para sobrepujar a oposição e criar um sistema de comando global. 7 A estratégia como arte tem sua origem no século IV a.C., com Sun Tzu. Para os estrategistas militares, o locus da estratégia é o campo de batalha. 8 Figura 1: O estrategista de guerra chinês Sun Tzu. Hoje, sua obra é aplicada em negócios, esportes, diplomacia e até em relacionamentos amorosos. 9 10 Outro estudioso foi Nicolau Maquiavel, século XVI, autor da obra “O príncipe”, função a concepção de Estado Moderno. 11 Von Clausewitz (1780-1831), general prussiano, foi outro pensador da estratégia militar muito influente. Em seu livro Da guerra (Von Kriege) estabeleceu alguns princípios sobre ataque e defesa, manobras, ações de inteligência e operações noturnas. A famosa frase “a guerra nada mais é que a continuação da política por outros meios” é de sua autoria. 12 Um de seus modernos seguidores foi Harry Summers, que, em 1981, publicou On Strategy: the Vietnam War in Context (Sobre estratégia: o contexto da Guerra do Vietnã). Neste livro, Summers fez críticas aos estrategistas do Pentágono, que ignoraram as idéias principais de Clausewitz durante a guerra do Sudeste Asiático. 13 14 15 16 Os primeiros estudos sobre estratégia foram realizados por dois professores norte- americanos: Philip Selznick, da Universidade da Califórnia, Berkeley, autor do livro Liderança em Administração (Leadership in Administration), publicado em 1957; e Alfred D. Chandler, que publicou em 1962 Estratégia e estrutura (Strategy and Structure). 17 No final dos anos 1960 e início dos anos 1970, surgiu um novo enfoque: a concepção da formulação e implantação estratégica como parte de um processo formal de planejamento. 18 Em 1965, professores da Universidade de Harvard publicaram uma obra capital: Política de negócios: textos e casos (Business Policy: Text and Cases). São eles Learned, Christensen, Guth e Andrews, sendo este último o que mais se destacou no grupo 19 Kenneth Andrews foi quem inovou ao criar um modelo de planejamento estratégico com base na análise das ameaças e oportunidades (ambiente externo) e das forças e fraquezas (ambiente interno) da organização, denominada modelo SWOT. 20 Era o surgimento da Escola do Planejamento Estratégico, cujo pioneiro foi H. Igor Ansoff, autor do livro Estratégia corporativa (Corporate Strategy), publicado em 1965. Integram também essa escola George Steiner (Top Management Planning, 1969), Schendler e Hofer (Strategic Management, 1979), Peter Lorange e Ackoff. 21 Esses autores desenvolveram modelos básicos de planejamento estratégico que compreendiam as seguintes etapas: fixação de objetivos; avaliação das condições externas e internas da organização (auditoria interna e externa); avaliação da estratégia; operacionalização da estratégia; elaboração, implementação, avaliação e controle de planos operacionais. 22 23 Uma outra contribuição dessa escola foi a hierarquização dos níveis de gestão estratégica: Corporativa (objetivos globais); Negócios (objetivos das unidades estratégicas de negócios), Funcional (os subobjetivos de marketing, finanças, recursos humanos, produção etc.) e o Operacional (as metas de produção, financeira, de redução de custos). 24 Dessa forma, essa escola determinou as seguintes premissas: as estratégias devem resultar de um processo mais amplo de planejamento formal; as estratégias são subdivididas em diversos níveis (estratégias corporativas, de negócios e funcionais); a formulação de objetivos, subobjetivos e metas é parte do processo de planejamento estratégico. 25 26 A estratégia é o conjunto de decisões formuladas com o objetivo de orientar o posicionamento da empresa no ambiente, e está relacionada à arte de utilizar adequadamente os recursos físicos, financeiros e humanos, tendo em vista a minimização dos problemas e a maximização das oportunidades (OLIVEIRA, 2007). A estratégia é o conjunto de decisões formuladas com o objetivo de orientar o posicionamento da empresa no ambiente, e está relacionada à arte de utilizar adequadamente os recursos físicos, financeiros e humanos, tendo em vista a minimização dos problemas e a maximização das oportunidades (OLIVEIRA, 2007). 27 As Formas de estratégia segundo Mintzberg (2004, p. 35). 28 29 A partir dos anos 1970, começaram a surgir os pacotes estratégicos das empresas de consultoria. 30 O primeiro desses pacotes foi desenvolvido pelo Boston Consulting Group (BCG), que compara o crescimento de um mercado com a quota de mercado de uma empresa. 31 Bruce Henderson, o idealizador da matriz BCG, afirmou que “para ter sucesso, uma empresa precisa ter um portfolio de produtos com diferentes taxas de crescimento e diferentes participações de mercado”. 32 33 O conceito da curva de aprendizagem considera que a repetição de uma tarefa por um operário conduz ao aumento da sua habilidade em realizá-la. Com este aumento de habilidade, a produtividade aumenta e o custo unitário diminui. 34 35 A curva de experiência é uma variação da curva de aprendizado, desenvolvida pelo BCG para explicar o preço e o comportamento competitivo em segmentos de crescimento extremamente rápido. O efeito da curva de aprendizado foi adaptado para empresas: a experiência aumenta a eficiência da empresa e reduz os custos de produção e o preço do produto. 36 37 Bethlem (1999) explica que os produtos têm uma vida composta por ciclos, que vão do nascimento à morte. A figura abaixo ilustra estes ciclos, identificados pelo volume de vendas dos produtos ao longo do tempo, que são denominados: introdução, crescimento, maturidade e declínio. 38 39 A empresa de consultoria McKinsey, juntamente com a General Electric – GE —, sua empresa-cliente, desenvolveu um tipo de matriz de negócios com base em três variáveis: a atratividade do setor, a força do negócio e a posição competitiva. 40 41 Thomas J. Peters e Robert Waterman, consultores da McKinsey, desenvolveram um modelo de análise estratégica denominada Modelo dos 7S. 42 43 Uma outra matriz de análise de negócios foi desenvolvida pelos consultores da empresa de consultoria Arthur D. Little – ADL. A matriz trabalha com duas variáveis: a posição competitiva da empresa e o nível de maturidade do setor. 44 45 Este modelo tem duas variáveis – atratividade e força do negócio – e propõe diversos cursos de ação genéricos, tais como – investir para crescer, investir e manter, investir para reconstruir, investir com seletividade em áreas promissoras, colher e livrar-se. 46 As estratégias propostas são as seguintes: investir/crescer (I), seletividade/lucros (S) ecolher/livrar-se (C). . 47 O Modelo multifatorial 48 Porter elaborou o Modelo das 5 Forças identificando as forças ambientais que influenciam o nível de concorrência de um setor de atividade. 49 50 Porter identificou as estratégias a serem seguidas pelas empresas. Denominou-as estratégias genéricas: liderança em custo (a empresa coloca-se no mercado como o produtor de baixo custo da indústria); diferenciação (a empresa desenvolve produtos ou serviços únicos); e foco (a empresa busca atingir determinados segmentos de mercado, como produtor de baixo custo, de produtos únicos, ou de ambos). 51 Porter criou dois conceitos-chave: barreiras de entrada (exigências para os novos concorrentes entrarem no setor; por exemplo, grandes investimentos, marca forte, acesso a fontes de matérias-primas etc.) e barreiras de saída (exigências a serem cumpridas para as empresas deixarem o setor; por exemplo, venda de ativos, pagamento de multas etc.). 52 Porter visualizou a empresa como uma seqüência de atividades – um ciclo de atividades que tem início com a aquisição de matérias-primas e termina com as atividades dos distribuidores e varejistas. 53 54 Adrian Slywortzky, autor dos livros Migração do valor e Estratégia focada no livro, criou o conceito de migração de valor e, com isso, demonstrou a necessidade de as empresas reverem suas CONCEPÇÕES DO NEGÓCIO. 55 Slywortzky analisou as mudanças que vinham ocorrendo no comportamento dos clientes e suas prioridades e nos fatores impulsionadores dos lucros do negócio; propôs uma mudança radical no paradigma de concepção de negócios. 56 57 Assim, Slywortzky e seus seguidores desenvolveram os conceitos de REVOLUÇÃO DE VALOR, INOVAÇÃO DE VALOR, PROPOSTA DE VALOR e CURVA DE VALOR. 58 Com base nesses conceitos, a empresa deve responder às seguintes perguntas: Onde, em meu setor, poderei gerar lucros? Como isso está mudando? O que está impulsionando a mudança? O que podemos fazer a respeito? 59 Para Robert Tucker, autor do livro Agregando valor ao seu negócio, valor é uma combinação de três elementos: qualidade, serviço e preço. Juntos, eles formam, segundo Tucker, a proposição de valor oferecida aos clientes, que se traduz no triângulo de valor. 60 61 Com base em tais elementos, Tucker propõe uma metodologia de avaliação da proposta de valor – PV, centrada nas seguintes questões: 62 A empresa está competindo em preço ou em valor (base de competição)? Como a empresa tem agregado valor aos produtos para os seus clientes (base de agregação de valor)? O que é exclusivo com relação à proposta de valor da empresa (base de diferenciação da PV)? Quem é o cliente da empresa (base de identificação do cliente)? Como o seu cliente percebe valor (base de percepção de valor do cliente)? O que a empresa está disposta a fazer para entregar produtos com melhor valor (base da nova proposta de valor)? 63 Finalmente, Tuker propõe diversas estratégias de valor com base na seguinte seqüência dos elementos dispostos no triângulo de valor: Q + S – P utilizando as expressões “mais”, “menos” e “mesmo”. 64 Menos-por-menos (oferecer menos qualidade e serviço e menor preço; estratégia popular); Mais-por-mais (oferecer mais qualidade e serviço e maior preço – uma estratégia para clientes que querem algo a mais e estão dispostos a pagar mais); Mais-pelo-mesmo (oferecer mais pelo mesmo preço); Mesmo-por-menos (diminuir o preço e manter a qualidade e o nível de serviço); Mais-por-menos (aumentar a qualidade e o serviço e diminuir o preço). 65 Michael Treacy e Fred Wiersema criaram o conceito de disciplinas de valor (áreas de liderança). Uma empresa deve escolher uma ou no máximo duas dessas áreas para alcançar a sua excelência. 66 As áreas de liderança são: liderança em produtos (líderes em produtos, inovação de produtos); liderança em excelência operacional (líderes em desempenho em logística, vendas, produção, distribuição etc.); liderança em intimidade com o cliente (líderes nas relações e no atendimento das necessidades do cliente). 67 Os autores também definiram quatro regras de sucesso para um negócio: tornar-se o melhor em uma das três disciplinas de valor; alcançar um nível adequado de desempenho nas outras duas disciplinas de valor; continuar investindo na melhoria de sua posição na disciplina de valor escolhida, de maneira a não perder a liderança para um concorrente; e continuar a esforçar-se nas demais disciplinas de valor. 68 Fred Wiersema e Michael Treacy definiram as seguintes plataformas de valor PV: produto (produto físico); serviço (suporte, manutenção, serviços aos clientes, garantias, treinamento dos distribuidores e varejistas) e empresa (logística e o canal utilizado para levar o produto aos clientes). 69 Os autores apontam como erros mais comuns a focalização da plataforma de produto (ocorre quando as empresas priorizam inovações e qualidade dos produtos físicos) e negligenciam os serviços ao cliente e as ações de entrega e logística. 70 As três plataformas podem ser utilizadas alternadamente no tempo e são gerenciadas com base nas mudanças dos clientes e do setor e o desenvolvimento de novas tecnologias. 71 Kaplan e Norton (1997) definiram o BSC como um sistema de mensuração do desempenho. 72 Uma das ferramentas mais utilizadas pelas grandes empresas para promover a correta interligação entre os diversos níveis de objetivos e planos dentro de uma organização é o Balanced Scorecard (BSC). 73 74 75 O principal objetivo do BSC é o alinhamento do planejamento estratégico com as ações operacionais da empresa. 76
Compartilhar