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Aula 3: Fotossíntese e partição de fotoassimilados Universidade Federal de Lavras Departamento de Zootecnia GZO 149 - Forragicultura Prof. Carla L. S. Ávila Introdução 2 Forma (Já vimos a morfologia ou como a planta é) Rebrotação P ro d u çã o d e M S tempo Vigor de rebrotação Área foliar residual Reservas Pontos de crescimento Princípios da produção e perenidade das plantas forrageiras 4 Função Fisiologia: conhecimento dos mecanismos que condicionam o crescimento e o desenvolvimento da planta 5 Luz Água Minerais CO2 Plantas: seres autotróficos Uma definição de fotossíntese “ Processo físico-químico mediante qual os organismos fotossintéticos sintetizam compostos orgânicos a partir de matéria- prima inorgânica na presença de luz solar ” Fotossíntese CO2 O2 Cloroplasto Carboidratos CO2 H2O + C6H12O6 O2 + 6 6 1 6 A luz como fonte de energia Maior energia Menor energia Absorção: Camada de ozônio Oxigênio do ar Absorção: Vapor d’água e CO2 Radiação Fotossinteticamente Ativa-RFA 45% Radiação que incide sobre a folha: Reflexão: 6 a 8% luz verde fortemente refletida Transmissão: depende da estrutura e espessura da folha •flexíveis: 5 a 10% •bem finas: até 40% Absorção: maior parte depende da estrutura e quantidade de cloroplastídeos A luz como fonte de energia Pigmentos fotossíntéticos Clorofilas (a e b) Carotenóides A energia contida na radiação e absorvida pelos pigmentos da planta cloroplastídeos Estrutura química da clorofila Clorofila a – C55H72N4O5Mg Clorofila b – C55H70N4O6Mg “Cabeça” Porfirina “Cauda” Fitol Fotossistemas Centro de reação química: Complexo de proteínas e moléculas de clorofila e outros pigmentos PS I PS II Fotossíntese: dois estágios Luz (RFA) capturada Energia química: ATP e NADPH Reações de luz CO2 é fixado e reduzido a compostos orgânicos ATP e NADPH utilizados como energia Síntese de açúcares Reações de Carboxilação (crescimento) Reações de carboxilação Crescimento e desenvolvimento: saldo positivo no balanço de carbono FOTOSSÍNTESE carboxilação FOTORRESPIRAÇÃO descarboxilação RESPIRAÇÃO perda de fotoassimilados ATP NADH Esqueletos de C Manutenção, transporte, absorção e assimilação de nutrientes Produtividade das culturas Fotossíntese Plantas C3 16 ATM ESPAÇO INTER-CELULAR CÉLULA FOTOSSINTÉTICA (MESÓFILO) CO2 CO2 estômato aberto CO2 Ribulose 1,5-bisfosfato (RuBP) Ácido 3-fosfo glicérico (PGA) 3 carbonos CARBOIDRATO ATP NADPH RuBP Carboxilase RUBISCO ATP Ciclo de Calvin Epiderme Carboxilação Redução Regeneração Ciclo redutivo das Pentose-fosfato 17 Carboxilação Redução Regeneração Rota C3 de fixação de C ou ciclo de Calvin Benson 1º produto: composto de 3 carbonos Não é a única rota: Maioria das gramíneas a fixação de CO2 resulta em composto de 4 C Rota C4 Fotossíntese Plantas C4 19 ATM ESPAÇO INTER-CELULAR CÉLULA DO MESÓFILO CÉLULA DA BAINHA VASCULAR célula fotossintética CO2 estômato aberto CO2 CO2 Fosfoenol piruvato (PEP) Ácido oxalo-acético (OAA) 4 carbonos PEP carboxilase Malato Aspartato 4C ATP + NADPH Malato ou Aspartato CO2 RuBP Rubisco Ciclo de Calvin CARBOIDRATO Carboxilação Redução Regeneração Diferenças entre as folhas de plantas C3 e C4 Folha C3 Folha C4 Mesófilo paliçádico Mesófilo esponjoso Bainha do feixe vascular Mesófilo Fotorrespiração Processo pelo qual ocorre consumo de O2 e a liberação de CO2 durante a fotossíntese Três organelas: CLOROPLASTÍDEOS PEROXISSOMAS MITOCÔNDRIAS Rubisco possui sítio de ligação para O2 22 ATM ESPAÇO INTER-CELULAR CÉLULA FOTOSSINTÉTICA (MESÓFILO) O2 O2 estômato aberto O2 Ribulose 1,5-bisfosfato (RuBP) Glicolato RuBP carboxilase- oxigenase RUBISCO epiderme CARBOIDRATO ? X Ciclo do Glicolato na célula 23 CLOROPLASTO Ciclo de Calvin O2 GLICOLATO GLICOLATO GLICINA PEROXISSOMO GLICINA SERINA CO2 25% MITOCÔNDRIA FOTO-RESPIRAÇÃO Mecanismos da fotorrespiração 24 Peroxissomo Cloroplasto Cloroplasto Fotorrespiração no contexto da produtividade de biomassa: Do total do CO2 fotossintético absorvido, 25% do C é perdido na forma de CO2 (redução da produtividade em C3) Rota C4: não ocorre perda de CO2 via fotorrespiração: O CO2 difundi pelo mesófilo e é fixado novamente pela PEPcase Ativo mecanismos de descarboxilação nas células da bainha aumenta eficiência da RUBISCO carboxilase, pelo farto suprimento de CO2 Implicações Rotas de absorção de água e nutrientes Transporte de água e solutos por meio do xilema Pressão hidrostática negativa ou tensão Deficiências hídricas reduzem o transporte de água para o interior das plantas Cavitação 1) Carregamento do xilema Utilização de Fotoassimilados 28 Relação Fonte:Dreno 30 Tipicamente... Folhas (expandidas e fotossinteticamente ativas) são FONTES de fotoasssimilados. Raízes são DRENOS. Mas pode acontecer... Folhas (em expansão) serem DRENOS e raízes serem FONTES de fotoasssimilados se estes estiverem sendo mobilizados a partir de reservas previamente armazenadasapós uma desfolhação para suprir energia. Respiração Processo pelo qual compostos orgânicos são metabolizados ou quebrados Liberação de energia na forma de ATP fonte de energia nas várias reações para manutenção e desenvolvimento da planta Respiração: Manutenção vs. Crescimento 32 É aquela que fornece energia (ATP) para os processos que não resultam em aumento da massa seca (crescimento), tais como o transporte de moléculas orgânicas, manutenção das estruturas de membranas e troca de solutos. RESPIRAÇÃO DE MANUTENÇÃO Respiração: Manutenção vs. Crescimento 33 É aquela que inclui: I) O carbono realmente incorporado (produção de esqueletos de carbono para a formação de parede celular, macromoléculas, etc.), e II) O carbono respirado para produzir energia sob a forma de ATP e poder redutor (NADH, NADPH e FADH2), necessários para as reações de biossíntese e para o crescimento. RESPIRAÇÃO DE CRESCIMENTO Crescimento Fotossíntese (menos fotorrespiração) SACAROSE Armazenado Frutana (C3) Amido (C4) Respiração de manutenção CRESCIMENTO folhas colmos raízes sementes Respiração de crescimento Parâmetros metabólicos, fisiológicos e agronômicos de espécies C3 e C4 35 Parâmetro C3 C4 1. Foto-respiração 25-30% da Fotossíntese Ausente 2. Primeiro Produto estável 3-PGA OAA 4. Anatomia Foliar Bainha vascular ausente ou rudimentar Bainha vascular funcional 5. Enzima 1ária de carboxilação Rubisco PEP-Carboxilase 6. Efeito do O2 sobre a fotossíntese Inibição Nenhum Parâmetros metabólicos, fisiológicos e agronômicos de espécies C3 e C4 36 Parâmetro C3 C4 7. Relação CO2 : ATP : NADPH 1 : 3 : 2 1 : 5 : 2 8. Resposta à luz Saturação a 65% da luz solar máxima Não satura em condições ambientais 9. Temperatura ótima parafotossíntese Aproximadamente 25°C Aproximadamente 35°C 10. Taxa e fotossíntese líquida sob saturação de luz 15 – 35 mg CO2 por dm 2 por h 40 – 80 mg CO2 por dm 2 por h 11. Consumo de H2O para produção de MS 450 – 1000 g H2O por g MS 250 – 350 g H2O por g MS 12. Concentração de N na Folha para fotossíntese ótima 4 – 6 % peso seco 2 – 4 % peso seco O que importa? - Fisiologia interage com morfologia e ambiente Alfafa e gramíneas cespitosas de porte alto (baixa área foliar após qualquer desfolhação: - papel dos carboidratos de reserva (mobilização) Gramíneas porte baixo e rasteiro (sempre "alguma" área foliar após a maioria das desfolhações: - papel da área foliar residual para interceptação de luz e fotossíntese imediatamente após o pastejo Ambiente e acúmulo de forragem Alfafa Alfafa C4 C4 C3 C3 2000 10 30 40 20 Temperatura da Folha (°C) 0.0 0 1000 Irradiância (micromol m-2 s-2) 7.5 5.0 2.5 P ( g C O 2 m -2 h -2 ) Área foliar Residual: quantidade de “verde” ALTA Luz incidente é interceptada completamente Acúmulo de MS é retomado de imediato via fotossíntese Pouca chance de competição para as invasoras BAIXA Uso incompleto da luz incidente Baixo potencial fotossintético imediatamente após a desfolhação Invasoras têm melhor oportunidade 40 Estresse (Fatores que afetam a fotossíntese) Luz, Temperatura, CO2 Fatores que afetam a fotossíntese 41 → qualidade: comprimento de onda → quantidade: intensidade Localização geográfica Clima Habilidade da comunidade absorver, refletir e transmitir luz Luz Fatores que afetam a fotossíntese Temperatura •Influencia a maioria dos processos de desenvolvimento e crescimento das plantas •Controla a distribuição e diversidade das espécies Temperatura ótima: espécie •Temperadas = 20°C •Tropicais = 30°C leguminosa) = 30- 45°C (gramíneas) Fatores que afetam a fotossíntese Temperatura Fatores que afetam a fotossíntese PLANTAS C3 Interfere diretamente Depende da capacidade de saturação das enzimas: CO2 Considerações Finais Respeitar a morfologia e a fisiologia da planta Ser baseado no conhecimento dos limites da espécie ou cultivar, conhecendo-se o potencial de manipulação de fatores de meio Procurar explorar o recurso forrageiro como a base de uma pecuária eficiente e sustentável dos pontos de vista biológico, ecológico e econômico