Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Universidade Mogi das Cruzes Campus Vila Lobos ECONOMIA Profa. Rosana Zenezi Moreira rosanazm@uol.com.br rosanazm@umc.br “Quem não lê não pensa, quem não pensa será para sempre um servo.” (Paulo Francis) "Dá-se muita atenção ao custo de se realizar algo e, nenhuma ao custo de não realizá-lo." (Philip Kotler) "Um homem sábio criará mais oportunidades do que as que ele encontra." (Francis Bacon – Filósofo inglês) Diane Coyle, em Sexo, Drogas e Economia, livro que retrata a Economia sob um ponto de vista diferenciado, afirma que (...) qualquer um que deseja que o mundo seja um lugar melhor deve conseguir pensar como um economista. São Paulo 2015 2 Disciplina – Economia Carga Horária – 68 horas Ementa Disciplina instrumental que introduz o estudo de economia, a evolução do pensamento econômico e sua relevância como estratégia para o desenvolvimento. Apresentam em linhas gerais os fundamentos de micro e macroeconomia, as principais teorias econômicas, agregados econômicos, economia monetária, inflação, modelos econômicos, finanças públicas, distribuição de renda, oferta e demanda, analisando os principais impactos no ambiente organizacional. Objetivo Ampliar os conhecimentos sobre os conceitos básicos da economia em paralelo aos aspectos correlatos à gestão empresarial, seus feitos nos mercados internos e externos, no ambiente produtivo e, suas conseqüências. Capacitar para a realização de uma análise crítica da situação atual. Inserir no mercado competitivo, nas estratégias de planejamento e ação de maneira objetiva, realista e globalizada. Alertar para a necessidade real de crescimento com respeito ao meio ambiente. Bibliografia Básica RASMUSSEN, Uwe Waldemar. Economia para não Economistas. São Paulo: Saraiva, 2006. Disponível em: http://online.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788502087843?q=rasmussen ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2000. SAMUELSON, Paul A.; NORDHAUS, William D. Economia. 19. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. Disponível em: http://online.minhabiblioteca.com.br/books/9788580551051 Bibliografia Complementar CABRAL & YONEYAMA, Arnoldo Souza e Takashi. Microeconomia: uma visão integrada para empreendedores. São Paulo: Saraiva, 2008. Disponível em: http://online.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788502088931/pages/47304318 FRANK, Robert et al. Princípios de Economia. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill e Bookman, 2012. http://online.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580550979/pages/59752490 MONTELLA, Maura. Micro e Macroeconomia: Uma abordagem coneitual e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012. Disponível em: http://online.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522474462/pages/55900327 PINHO, Diva B. et al (org.) Manual de Economia. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. Disponível em: http://online.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788502135062/pages/51472694 VASCONCELOS, Marco Antonio Sandoval de. Fundamentos de Economia. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2008. Disponível em: http://online.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788502089013 Bibliografia Extra Sugerida (eBooks) SANDRONI, Paulo. Novíssimo Dicionário de Economia. Coleção: Os economistas. São Paulo: Best Seller, 1999. Disponível em: http://introducaoaeconomia.files.wordpress.com/2010/03/dicionario-de-economia- sandroni.pdf BESANKO, D. et al. A Economia da Estratégia. 5. ed. Porto Alegre, RS: Bookman, 2010. (By D. Besanko, D. Dranove, M. Shanley, S. Schaefer). Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=4ChMaQK0J8wC&printsec=frontcover&dq=economia+da+estrat%C3 %A9gia&hl=en&sa=X&ei=mL31VNWDF8K1sASIz4KgCQ&ved=0CB0Q6AEwAA#v=onepage&q=economia% 20da%20estrat%C3%A9gia&f=false JOHNSON, Spencer M.D. Quem mexeu no meu queijo? Uma maneira fantástica de lidar com as mudanças em seu trabalho e em sua vida. Disponível em: http://www.secth.com.br/imagens/editor/e- book/quemmexeu_no_meu_queijo.pdf 3 Biblioteca Virtual (Como Acessar) http://www.umc.br/biblioteca/1069/biblioteca-virtual Minha Biblioteca: é uma biblioteca virtual formada pela reunião das quatro principais editoras de livros acadêmicos no Brasil: Atlas, Saraiva, Grupo Gen (Santos, Forense, Atlas, Roca, Guanabara Koogan, LTC, EPU, Forense, Método, AC Farmacêutica) e Grupo A (McGraw-Hill Brasil, ArtMed, Bookman, Pensa, Tekne, Artes Médicas). Como Acessar: ALUNO: via Portal do Aluno, Biblioteca, Biblioteca Virtual: http://aluno.umc.br/index.php MÓDULOS Módulo I – CIÊNCIA ECONÔMICA Ciência em Economia Micro e Macroeconomia Tipos de Bens Teoria da Oferta e Demanda CPP – Curva de Possibilidade de Produção Custo de Oportunidade Inflação Perguntas e Textos de Apoio Módulo II – MERCADO Os dez Princípios Tipos de Mercado Concorrência Perguntas e Textos de Apoio Módulo III - ECONOMIA INDUSTRIAL Economia Empresarial e Industrial Tributação Estabilidade Econômica Taxas de Juros Políticas Econômicas Elasticidades e Externalidades Perguntas e Textos de Apoio Módulo IV – ECONOMIA E MEIO AMBIENTE Crescimento e Desenvolvimento Economia Ambiental Sustentabilidade Globalização Os 8 ODM Perguntas e Textos de Apoio Anexo I - Como são formados os principais índices de inflação Anexo II - Definições Econômicas Importantes 4 MÓDULO I – CIENCIA ECONÔMICA e PRINCIPAIS CONCEITOS Ciência = Conhecimento. É a aquisição de conhecimento por meio da utilização de método científico. A ciência é um acúmulo de conhecimento. Ciência � Conhecimento � Método Científico � Desenvolvimento. 1.1 Ciência Econômica Economia é a Ciência que estuda a atividade produtiva, portanto, tem foco no uso mais eficiente dos recursos materiais escassos para a produção de bens. Estuda as combinações na alocação dos fatores de produção - terra, capital, trabalho, tecnologia. (SANDRONI, 2001) Fenomenologia: Estudo dos fenômenos. Fenomeno: É qualquer modificação observável e passível de repetição (replicável). Ex.: chuva, fenômeno natural; Inflação, fenômeno econômico. Se a economia estuda a produção de bens com o uso mais eficiente de recursos escassos, os estudos econômicos podem ser: • Microeconomia – Tem por objeto a unidade de produção (empresa), a unidade de consumo (família), apresenta uma visão microscópica; • Macroeconomia – Tem por objeto a atividade econômica de toda a sociedade, ou seja, os fenômenos econômicos são vistos pela ótica telescópica. A bifurcação da Ciência Econômica nesses dois grandes ramos, isto é, a macroeconomia e a microeconomia, data dos primórdios da década de 1930. (VASCONCELOS et al., 2011). 1.1.1 Microeconomia Microeconomia é o ramo da Economia que estuda o comportamento das unidades econômicas individuais (nomeadamente as empresas e as famílias/consumidores) consideradas quer isoladamente, quer nas suas relações mútuas. (MENDES, 2009). Vasconcelos et al. (2011) diz que a microeconomia é voltada ao estudo do comportamento das unidades de consumo representadas pelos indivíduos e/ou famílias (estas desde que caracterizadas por um orçamento único), ao estudo das empresas, suas respectivas produções e, custos e ao estudo da produção e preços dos diversos bens, serviços e fatores produtivos. A Microeconomia estuda o funcionamento da oferta e da demanda na formação dos preços no mercado, cujo preço é obtido pela interação do conjunto de consumidores e empresas que fabricam bens e serviços. Trata da formação dos preços nos mercados competitivos (oligopólios) ou nãocompetitivos (monopólios). 1.1.2 Macroeconomia A Macroeconomia estuda o comportamento da economia como um todo, ou dos agregados econômicos: a produção total de bens e serviços do mercado, o crescimento do produto, as taxas de inflação e desemprego, balança de pagamentos e taxa de câmbio, bem como das flutuações de curto prazo, que constituem o ciclo de negócios, dentre outros fenômenos econômicos, como o estoque de dinheiro em circulação, a balança comercial, variações nos preços e salários, exportação e importação, etc. Em resumo, a macroeconomia estuda os agregados econômicos como a produção, o consumo e a renda da população como um todo. 1.1.3 Agentes Econômicos Os agentes econômicos são os produtores de bens e serviços, que têm funções econômicas diferentes em termos de produção, consumo, investimento e, estabelecem entre si diversas relações econômicas. São todos os indivíduos, instituições ou conjunto de instituições que, através das suas decisões e ações, tomadas racionalmente, intervêm em qualquer circuito econômico. Apesar de terem funções diferenciadas de produção, consumo ou investimento, estabelecem entre si relações econômicas essenciais. Por isso, um agente econômico pode ser um indivíduo, uma família, uma empresa, um país, um banco central ou 5 qualquer outro tipo de decisor econômico. São habitualmente referidos cinco grupos de agentes económicos, que normalmente têm de resolver problemas que consistem:: • Famílias: Problemas de otimização, ou seja, de maximização da utilidade (qualidade de vida), porque tomam decisões sobre o consumo de bens, serviços e, de poupança mediante os rendimentos auferidos; • Empresas de atividades não financeiras: Problemas de maximização do lucro, porque tomam decisões sobre investimentos, produção de bens, prestação de serviços e, a oferta de trabalho; • Instituições financeiras: Problemas de taxas de juros, flutuação da inflação e, oferta de crédito, porque suas principais atividades são a captação de poupanças e, a concessão de empréstimos para aplicações produtivas; • Governo: Problemas de maximização do bem-estar da população e equilíbrio da economia, porque toma decisões de consumo, investimentos e de política econômica. Tem a função de administração pública, de coleta de impostos e, de gestão da segurança nacional e, das demandas sociais; • Exterior: Problemas de crises, que abalam as relações exteriores, políticas de protecionismo, desvalorizações cambiais, etc. Desde a escola marginalista que os agentes são denominados de homo economicus, o que significa que os agentes são perfeitamente racionais para tomar suas decisões. Os agentes econômicos nacionais, em conjunto com as instituições financeiras, fazem parte de uma Economia Fechada. O agente Exterior estabelece relações econômicas intensas com os agentes nacionais, num quadro de Economia Aberta. A Contabilidade Nacional mede as relações que estes cinco conjuntos de entidades estabelecem entre si. 1.1.4 Economia x Escassez Economia é uma Ciência Social que estuda a produção, distribuição e consumo de bens (produtos e serviços). Deste consumo tem-se que os problemas econômicos surgem por causa de conflitos entre os recursos disponíveis e as necessidades humanas de uma sociedade, que não conseguem atender todas as demandas. Esses comportamentos são estudados através de novos conceitos, novas teorias que foram sendo criadas para compreender os novos modelos. Este é o caso do Neuroeconomics ou Neuroeconomia, que busca desvendar a cabeça do investidor. Assim, como a Psicologia Econômica busca compreender o impacto das emoções na tomada de decisões financeiras, pois as decisões econômicas são limitadas pelas emoções das pessoas. Os paralelos são feitos, principalmente entre as emoções e os investimentos, mas as proporções de ambos passam pela propensão a consumir e poupar, pois incidem no nível de investimentos dispostos a serem realizados. 1.1.4.1 Diferença entre Necessidade x Desejo Dentro da teoria Econômica há a seguinte definição relacionada às demandas de mercado e fixação de política de preços, de produtos, de comunicação, força de vendas, objetivos e metas (foco na criação de valor e satisfação do cliente, para transformar ideias em negócios): • Necessidades: tudo o que é necessário para a manutenção da nossa vida: comida, bebida, sexo, abrigo, sono, etc; • Desejos: tudo aquilo que queremos, mas não é necessário à manutenção da nossa vida. Não só a Economia, mas outras disciplinas estudam estes conceitos, como Marketing, Sociologia na Administração (mudança de paradigma, de modelo ou padrão de pensamento), Planejamento Estratégico, para poder classificar as prioridades em relação aos produtos a serem comercializados. “De necessidades do comprador, para desejos do comprador: à medida que a renda aumenta, os consumidores tornam-se mais seletivos em suas escolhas de mercadorias. Para prever as reações dos compradores a diversas características, estilos e outros atributos, as empresas devem recorrer à pesquisa de marketing” (KOTLER, 2000, p. 122). Abraham Maslow estudou as necessidades humanas e determinou uma classificação para elas, considerando a prioridade que as pessoas tendem a lhes atribuir. Assim, foi criada a célebre pirâmide: 6 Teoria da Motivação Humana = Pirâmide de Maslow: • Necessidades fisiológicas (base da pirâmide) • Necessidade de segurança • Necessidade de auto-estima • Necessidade de Status (posição) • Necessidade de auto-realização.(pico da pirâmide) A u t o - r e a l iz a ç ã o S ta tu s A u t o - e s t im a S e g u r a n ç a N e c e s s id a d e s F is io ló g i c a s Após esta Teoria da Motivação Humana de Abraham Maslow, que afirma que todo o ser humano possui necessidades comuns que motivam o seu comportamento, vieram outras teorias. O modelo de Necessidades Humanas Básicas (NHB) da enfermeira Vanda Horta, por exemplo, transliterado da teoria de Maslow, diz que as NHBs estão latentes e surgem com maior ou menor intensidade, dependendo do desequilíbrio instalado no indivíduo: “Estado de tensões, conscientes ou inconscientes, resultantes dos desequilíbrios hemodinâmicos dos fenônemos vitais”. (HORTA,1979) O modelo desta teorista, embora usado quase exclusivamente no espaço hospitalar, refere-se ao atendimento de necessidades fisiológicas e biopsicossociais, pois pretendem atender também às necessidades institucionais e às necessidades da medicina, tais como: Necessidades Psicobiológicas � Oxigenação � Hidratação � Nutrição � Eliminação � Sono e repouso � Exercícios e atividades físicas � Sexualidade � Abrigo � Mecânica corporal � Integridade cutâneo-mucosa � Integridade física � Regulação: térmica, hormonal, neurológica, hidrossalina, eletrolítica, imunológica, crescimento celular, vascular � Locomoção � Percepção: olfativa, visual, auditiva, tátil, gustativa, dolorosa � Ambiente � Terapêutica 7 Necessidades Psicossociais � Segurança � Amor � Liberdade � Comunicação � Criatividade � Aprendizagem (educação à saúde) � Gregária � Recreação � Lazer � Espaço � Orientação no tempo e espaço � Aceitação � Auto-realização � Auto-estima � Participação � Auto-imagem � Atenção � Necessidades psicoespirituais: Religiosa ou teológica, ética ou de filosofia de vida. 1.2 Teoria Econômica e um Pouco de História Segundo Rasmusssem (2010), os pensadores econômicos são divididos em três classes, com base nas teorias econômicas vigentes no século XXI: • Economistas Clássicos, Neoclássicos e Monetaristas (liderados pelos Keynesianos) � Anglo Saxões; • Economistas Neoclássicos da teoria econômica de mercados (lideradospelos Schumpeterianos) � Germânicos; • Economistas Clássicos do Capitalismo de Estado (liderados pelos marxistas) � Comunistas. A Economia não é considerada uma ciência exata, pois não existe uma única base de pensamento. Os Keynesianos criticam os Schumpeterianos e, os dois em conjunto rejeitam qualquer teoria marxista. No século XX foi compreendido que o capitalismo selvagem e o marxismo já morreram, foram teoricamente superados. Após a Perestroika (reconstrução econômica, glasnost, transparência, políticas adotadas por Gorbatchev, 1985-1991, na Rússia) a União socialista se desintegrou, o muro de Berlim caiu e os dogmas do capitalismo de Estado entraram em colapso (capitalismo de Estado, conceito que explica o uso equivocado de bens públicos pelo Estado em benefício próprio – o Estado mais forte que a sociedade). Modernamente tem-se a Economia de mercado, Economia de livre mercado ou sistema de livre iniciativa quando os agentes econômicos agem de forma livre, com pouca ou nenhuma intervenção dos governos. É, portanto, um mercado onde as ações econômicas e individuais respeitam a transferência de dinheiro, bens e serviços voluntariamente. Contudo, o cumprimento de contratos voluntários é obrigatório. A propriedade privada é protegida pela lei e ninguém pode ser forçado a trabalhar para terceiros. Na Economia de mercado a maior parte da produção econômica é gerada pela iniciativa privada. A indústria, comércio e prestação de serviços são controlados por cidadãos particulares, ou seja, são empresas do setor privado que detêm a maior parcela dos meios de produção De outro lado tem-se a Economia de Estado, Economia Planificada, Economia Centralizada, ou Economia Centralmente Planejada onde a produção econômica é dirigida pelo Estado, que tem o papel de regulamentação e fiscalização da economia, além de atender setores prioritários como: energia, segurança, educação, saúde, entre outros. Resumindo, nos países denominados de capitalistas, predomina uma economia de mercado e, no seu oposto, nos países socialistas predomina uma economia primariamente estatal. Até 2014 só existem duas economias totalmente planificadas no mundo: Cuba e Coreia do Norte. Perguntas de Partida O que move o mundo são as perguntas - não as respostas! 8 1. Por que a alta no preço do cafezinho reduz a demanda de açúcar? 2. Porque a renda dos agricultores se eleva quando ocorre uma estiagem que reduz a produção? 3. Por que estudar economia quando o lazer é mais atraente? Responda com seu conhecimento empírico sobre a teoria econômica e, mais adiante, após ter o conhecimento técnico/teórico, compare as respostas – antes e depois! 1.2.1 John Maynard Keynes (1883-1946) Considerado o mais célebre economista da primeira metade do século XX, pioneiro da macroeconomia. Seus estudos sobre o emprego e o ciclo econômico e, as políticas por ele sugeridas conduziram a um novo relacionamento de intervenção, entre o Estado e o conjunto das atividades econômicas de um país. Ele mostrou, por exemplo, que o nível de emprego numa economia capitalista depende da demanda efetiva, ou seja, da proporção da renda que é gasta em consumo e investimento. Na análise keynesiana o desemprego, por exemplo, é resultado de uma demanda insuficiente de bens e serviços e, só pode ser resolvido por meio de investimentos – o fator dinâmico na economia, capaz de assegurar o pleno emprego e influenciar a demanda. Na análise keynesiana, as crises econômicas foram atribuídas a variações nas propensões a investir e consumir e, ao aumento da preferência pela liquidez. A economia pode encontrar seu nível de equilíbrio com uma alta taxa de desemprego e, assim permanecer, a menos que o governo intervenha com uma política adequada de investimentos e incentivos que sustentem a demanda efetiva, mantendo altos níveis de renda e emprego, de modo que, a cada elevação da renda, o consumo e o investimento também cresçam. Muitas dessas ideias foram propostas antes da crise de 29, mas só foram reunidas num corpo teórico consistente em “A Teoria Geral”, em 1936. O impacto do livro entre intelectuais foi enorme. Apesar de algumas das principais teses já terem sido antecipadas por Gunnar Myrdal e Michael Kalecki, a obra de John Maynard Keynes oferecia aos economistas soluções concretas para os problemas de conjuntura. O impacto político também foi grande, mas retardado, pois apenas no pós-guerra a receita keynesiana foi cuidadosamente aplicada pelos países capitalistas. O pleno emprego tornou-se um objetivo explícito e, os instrumentos de política econômica do Estado foram postos em ação. Em 1944, Keynes representou a Inglaterra na Conferencia Monetária de Bretton Woods, que criou o Fundo Monetário Internacional (FMI). Na ocasião, propôs o abandono do padrão-ouro e a estabilização internacional da moeda. Em 1946, Keynes tornou-se presidente do FMI, mas o apego dos EUA ao padrão-ouro tornou impraticável a aplicação das medidas por ele preconizadas. 1.3 O Valor de um Bem • O preço de um bem é sua relação de troca pelo dinheiro, isto é, a quantidade de reais necessários para obter-se em troca uma unidade do bem. 1.4 Tipos de Bens Conforme o tipo de bem há consequências econômicas, como segue: • Bens de Capital ou Bens de Produção – são bens utilizados para a fabricação de outros bens. Ex. máquinas. equipamentos e instalações; • Bens de Consumo – destinam-se diretamente ao atendimento das necessidades humanas e desejos. Ex. matéria prima, como coco, cana de açúcar, leite ou bens como o shampoo, o açúcar para adoçar o café; • Bens Intermediários – são bens transformados ou agregados na produção de outros bens, são consumidos na produção de outros bens. Ex. alumínio, para fabricar latas, borracha, para fabricar pneus. O açúcar destinado a uma fábrica de balas não será mais um bem de consumo alimentício e sim, um bem de consumo intermediário, pois será utilizado para a produção de doces; • Bem Substituto ou Sucedâneo – é um bem que pode ser consumido em substituição a outro, pois exercem basicamente a mesma função. Ex. margarina e manteiga; • Bens Complementares – são bens que devem ser consumidos com outros bens. Isto significa que, se os bens A e B forem complementares, um aumento no consumo do bem A resulta num aumento do consumo do bem B. Ex. Sorvete e cobertura, leite e chocolate, café com leite, pão com manteiga, impressora e cartucho de tinta, arroz e feijão, churrasco e cerveja, queijo e goiabada, etc; • Bens de Luxo – são bens de alto custo, consumidos por pequenas parcelas da população. Também são considerados objetos de desejo. Ex. carro BMW. 9 O conceito de bens substitutos é valioso para os economistas, pois permite a previsão do comportamento do consumidor frente a alterações no mercado. Sabe-se que um aumento de preços de um bem leva a uma maior demanda por seus bens substitutos; na escolha entre dois bens substitutos, o consumidor prefere consumir o mais barato. Quanto aos bens complementares, a produção de leite achocolatado, por exemplo, pode ter seu preço influenciado pelo aumento de um dos insumos complementares. Assim, se o leite aumentou de preço, mas não o chocolate, na produção de achocolatados haverá um maior custo de produção, o que impactará o preço final para o consumidor. Perguntas sobre o Módulo I – 1ª. Parte 1 - O que são os agentes econômicos? 2 - Quais são os meios de produção? 3 – Para o economista Keynes, o desemprego é resultado de que? 4 – O que é Investimento para Keynes? 5 – Leia o texto abaixo e faça uma associação com o texto do item 1.2.1 de John Maynard Keynes. Como a crise mundial dos EUA afeta o Brasil? http://guiadodinheiro.powerminas.com/como-a-crise-mundial-afeta-o-brasil A crise financeira que começouhá mais de dois anos nos Estados Unidos como uma crise no pagamento de hipotecas se alastrou pela economia e contaminou o sistema mundial. Banco atrás de banco por lá apresentou perdas bilionárias, outros chegaram a quebrar. Na Europa também há vítimas. E no Brasil? Por aqui, a crise não afeta ninguém diretamente – os bancos dizem não possuir papéis ligados às hipotecas–, mas atinge vários setores por causa da forte contração de crédito. As quebras e os problemas enfrentados por bancos até então considerados importantes e sólidos geraram o que se chama de “crise de confiança”. Num mundo de incertezas, o dinheiro pára de circular – quem possui recursos sobrando não empresta, quem precisa de dinheiro para cobrir falta de caixa não encontra quem forneça. Isso fez cair e encarecer o crédito disponível. E numa economia globalizada, a falta de dinheiro em outro continente afeta empresas no mundo todo. A crise financeira começou com a concessão de créditos de alto risco no setor imobiliário Com a circulação de dinheiro congelada e o consumo comprometido, o resultado esperado é a contração das economias, uma vez que empresas, pessoas físicas e governos passam a encontrar dificuldade em financiarem seus projetos. Justamente para injetar liquidez (dinheiro nos mercados) os Bancos Centrais fazem leilões de moeda e criam linhas especiais de bilhões de dólares. No Brasil, é exatamente esse o principal efeito da crise: a dificuldade em se obter dinheiro. Grandes empresas que dependem de financiamento externo passam a encontrar menos linhas de créditos disponíveis, afinal, os bancos têm medo de emprestar em um contexto de crise. Por consequência, com a dificuldade em captar no exterior, ficam comprometidos projetos de construção dessas empresas, que por sua vez gerariam empregos e renda ao país. Até mesmo os bancos começam a sofrer com a dificuldade de captar recursos no exterior, o que deve fazer os empréstimos ficarem mais caros e, mais difíceis também para as pessoas físicas. Por conta disso, as instituições de médio e pequeno porte já tiveram ajuda do governo brasileiro. Para reduzir os efeitos da crise internacional, o Banco Central (BC) anunciou mudanças nos depósitos compulsórios das instituições financeiras, um dos instrumentos usados para controlar a quantidade de dinheiro que circula na economia. Escassez de dinheiro em circulação dificulta investimentos de governos e empresas Por meio do depósito compulsório, o órgão obriga os bancos a depositar em uma conta no próprio BC parte dos recursos captados dos seus clientes nos depósitos à vista, a prazo ou poupança. Assim, quando reduz o compulsório, o BC dá aos bancos mais dinheiro para emprestar aos seus clientes. Ainda na esteira da contração do crédito, outra consequência da crise nos EUA é haver alguma desaceleração do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Isso porque o consumo das famílias e o investimento das empresas, dois dos principais pilares de expansão da economia nos últimos anos, cresceram justamente pela farta oferta de crédito. Com menos dinheiro, gasta-se menos, produz-se menos e o crescimento é menor. Também serão afetadas as exportações do país, que devem cair porque os 10 países compradores estão se desaquecendo e possuem menos dinheiro para comprar e, menos população com capacidade de consumir. Por isso, o governo anunciou linhas especiais de financiamento para os exportadores. Além disso, tem injetado milhões de reais por meio do alívio dos compulsórios. Por meio do depósito compulsório, o Banco Central obriga os bancos a depositar em uma conta no próprio BC parte dos recursos captados dos seus clientes nos depósitos à vista, a prazo ou poupança. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) também já declarou que o banco de fomento conta com dinheiro suficiente até a primeira metade de 2009 para fazer face à escassez de crédito internacional. Por fim, pesa a alta do dólar, em momento de crise, a cotação sobe porque a moeda americana, considerada um investimento seguro, tem mais procura. E o dólar mais caro encarece os importados, o que pressiona a inflação e reduz o poder de compra. Para segurar o câmbio, o BC tem feito uma série de leilões de dólares. Com mais oferta de dinheiro, menos a demanda pressiona a cotação. 1.5 Fatores de Produção x Problema de Escassez Os fatores de produção ou meios de produção são elementos indispensáveis ao processo produtivo de bens e serviços: Terra, capital, trabalho e tecnologia. Estes elementos entram na atividade produtiva e, são escassos, por isso, a Economia estuda as melhores combinações de alocação desses fatores. Há três questões econômicas básicas decorrentes do problema de escassez: I. O que e quanto produzir? II. Como produzir? III. Para quem produzir? A sociedade não dispõe de recursos produtivos em quantidade suficiente para produzir tudo o que a população deseja. Assim, é que toda sociedade, qualquer que seja sua organização política, se defronta com as três questões econômicas básicas decorrentes do problema de escassez: I. O que e quanto produzir? Já não se pode produzir a quantidade desejada pela sociedade dos mais diversos tipos de bens e serviços. A sociedade deve escolher entre as várias alternativas, quais bens e serviços serão produzidos e em que quantidade. Assim, leva as empresas a pensarem sempre nas perguntas abaixo em suas estratégias econômicas: • Devemos produzir mais automóveis do que roupas? • Mais roupas e menos alimentos? • Quanto de roupas e quanto de alimentos? II. Como produzir? Em segundo lugar, a sociedade tem que decidir a maneira pela qual o conjunto de bens escolhido será produzido. Normalmente os bens podem ser obtidos mediante diferentes combinações de recursos e técnicas. Nesse sentido, deve-se optar pela técnica que resume o menor custo por unidade de produto a ser obtido. III. Para quem produzir? Uma vez decidido que bens produzir e como produzi-los, a sociedade tem de tomar uma terceira decisão fundamental: quem irá receber estes bens e serviços? Sabemos que a produção total de bens e serviços deverá ser distribuída entre os diferentes indivíduos que compõem a sociedade. De que maneira esta distribuição ocorrerá? Será que as pessoas receberão a mesma quantidade de bens e serviços? Ou será que a distribuição de bens e serviços será feita segundo a contribuição de cada um à produção? Ou a cada um segundo a sua necessidade (equidade)? Ou desejos? 1.5.1 Curva de Possibilidade de Produção (CPP) A CPP demonstra a capacidade máxima de produção da sociedade, supondo o pleno emprego dos fatores de produção. 11 É o conceito teórico que demonstra o problema da escassez de recursos. Devido a essa escassez, a produção total de um país tem limite máximo que se denomina produto do pleno emprego dos fatores de produção. A análise das ilimitadas necessidades humanas e da escassez de recursos empreendida até aqui conduz à conclusão de que a Economia é uma ciência ligada ao problema de escolha. Esse fato pode ser exemplificado através da utilização de gráficos e de exemplos aritméticos. Para fins de simplificação, discutiremos o dilema da opção e suas possíveis soluções aplicadas a um empreendimento agrícola. Posteriormente, a questão da escolha será abordada no âmbito de todo o Sistema Econômico. Três hipóteses básicas são necessárias para que possamos desenvolver o modelo da “Curva de Possibilidades de Produção”: • Existência de uma quantidade fixa de recursos; • Existência de pleno emprego dos recursos disponíveis; • A tecnologia permanece constante. MODELO: Uma Fazenda e sua Fronteira de Possibilidades de Produção Todo modelo é construído a partir de um conjunto de hipóteses cuja estrutura, determinadapor esse conjunto, permanece válida na medida em que o conjunto de suposições o seja. Assim, consideremos inicialmente uma fazenda com uma determinada extensão de terra, um conjunto de instalações, máquinas e equipamentos e um número fixo de trabalhadores. Consideremos ainda que o proprietário dessa fazenda possua qualificações técnicas que lhe permitem dedicar-se a qualquer tipo de atividade agrícola. Ao decidir o que e como produzir, o fazendeiro estará decidindo a maneira por qual seus recursos produtivos serão distribuídos entre as várias combinações de bens possíveis. Quanta terra será destinada à pastagem? E à produção de soja? Será conveniente utilizar parte da área destinada à lavoura de soja e parte para o plantio de milho? Por que não introduzir também a cultura de arroz? De que modo os empregados serão utilizados nas várias atividades? Como a análise simultânea de tais problemas é bastante complicada, a análise será simplificada, supondo que essa fazenda só produza dois tipos de bens: milho e soja. Se o fazendeiro utilizar toda a terra para cultivar milho, não haverá área disponível para o plantio de soja. Por outro lado, se ele quiser se dedicar somente à cultura de soja, utilizando-se de toda a sua propriedade para este fim, não poderá plantar milho. Estamos diante de duas opções extremas. Existirão claro, soluções alternativas intermediárias, com a utilização de parte das terras para o plantio de soja, ficando a fração restante para a cultura do milho. As várias possibilidades de produção podem ser ilustradas através de um exemplo numérico. Tomemos, então, o seguinte quadro: ALTERNATIVA SOJA (Kg) MILHO (Kg) A 0 8.000 B 1.000 7.500 C 2.000 6.500 D 3.000 5.000 E 4.000 3.000 F 5.000 0 Suponhamos, então, que o fazendeiro decida utilizar toda a sua propriedade (e demais recursos) no cultivo de milho. Neste caso será possível produzir no máximo 8.000 quilos de milho (alternativa A) e, nenhuma quantidade de soja. No outro extremo, imaginemos que todos os recursos sejam investidos em soja. Neste caso, o volume máximo a ser produzido seria de 5.000 quilos, enquanto que a produção de milho seria zero (alternativa F). O quadro nos fornece uma escala numérica com algumas possibilidades intermediárias (B – C – D – E), que refletem a disposição do produtor de optar pela produção conjunta de ambos os bens. Devemos observar que na hipótese de plena utilização da terra, aumentos na produção de soja ocorrerão somente mediante utilização das áreas destinadas à cultura do milho. Logo, se reduz a produção de milho em benefício da lavoura de soja. Com a representação gráfica, fica clara a escala de possibilidades de produção entre o milho e a soja. 12 O ponto A indica uma situação em que toda terra está sendo utilizada na produção de milho. Neste caso, a produção de soja é zero. O ponto F indica o outro extremo, ou seja, quando a terra é usada exclusivamente para plantar soja; logo a produção de milho é nula. Os pontos B – C – D – E indicam possíveis combinações intermediárias ao alcance do produtor na hipótese da terra estar sendo plenamente utilizada. Podemos agora unir os pontos de A até F. A linha resultante denomina-se “Curva de possibilidades de Produção” (ou Fronteira de possibilidades de Produção) e nos mostra todas as combinações possíveis entre milho e soja que podem ser estabelecidas, quando todos os recursos disponíveis estão sendo utilizados. 1.5.2 Custo de Oportunidade Acabamos de verificar que, se a fazenda estiver usando eficientemente seus recursos (o que indica uma situação de pleno emprego desses recursos), um aumento na produção de soja somente ocorrerá mediante diminuição na produção de milho. Assim, o custo de um produto poderá ser expresso em termos da quantidade sacrificada do outro. “Custo de Oportunidade” é a expressão utilizada para exprimir os custos no que se refere às alternativas sacrificadas. Ainda de acordo com o nosso exemplo, se estivermos no ponto C da curva (6.500 Kg milho e 2.000 Kg de soja) e quisermos passar para o ponto D, aumentando a produção de soja para 3.000 Kg, este aumento só será possível mediante o sacrifício de 1.500 Kg de milho. O custo de oportunidade desses 1.000 Kg adicionais de soja será dado pelos 1.500 Kg de milho a serem sacrificados. Seguindo a linha de raciocínio, o “Custo de Oportunidade” de se aumentar a produção de soja de 3.000 Kg para 4.000 Kg (passagem do ponto D para o ponto E da curva de possibilidades de produção) será de 2.000 Kg de milho. Qualquer que seja o movimento ao longo da curva de possibilidades de produção ficará claro que haverá uma “troca” entre soja e milho. Essa troca é conhecida em economia como “custo de oportunidade” e é definido como sendo o valor da próxima melhor alternativa que deve ser sacrificada quando uma escolha é feita. Cabe, aqui, fazer uma análise um pouco mais aprofundada a respeito desse importante conceito na teoria econômica. Aprendemos desde muito cedo que as pessoas têm que fazer escolhas porque existe a escassez. Devido às nossas ilimitadas necessidades em face dos limitados recursos existentes algumas dessas necessidades não serão satisfeitas. Devemos então, fazer escolhas. O maior valor da oportunidade ou alternativa não escolhida vem a ser o que chamamos de “custo de oportunidade”. Toda vez que fazemos uma escolha incorremos em um custo de oportunidade. Aliamos assim, a escolha de qual é o produto a ser produzido, com a escassez de mercado desse mesmo produto, para assim, termos o maior retorno financeiro possível na transação. A B C D E F 0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000 M ilh o KG Soja Kg Alternativas de Produção Milho (kg) 13 Reparem como estamos usando as forças de mercado e aprendizado de escassez para escolhermos os bens ou serviços que produziremos para atender esta voraz necessidade humana pelo consumo, produzindo decisões de melhor retorno para a empresa. Vimos que com a curva de possibilidades de produção temos a noção clara da limitação não somente de uma fazenda, como também de toda a cadeia produtiva mundial. É com este conhecimento que as empresas de bens e serviços se movem. Aliados ao conhecimento da escassez vêm os custos de oportunidade com maior e melhor clareza para a tomada de decisão para a empresa. Resumo e Exemplos de Custos de Oportunidade Todos os recursos ou fatores de produção têm custos de oportunidade associados a eles. Um fazendeiro, por exemplo, ao decidir plantar batata, faz empiricamente (intuitivamente) uma análise do custo de oportunidade de suas terras e do que ele poderia estar ganhando com plantios alternativos à batata. O comerciante que decide investir seu capital em uma mercearia também compara os possíveis lucros do capital investido na mercearia com os rendimentos que esse mesmo capital poderia lhe dar numa aplicação financeira. Assim, os juros de uma aplicação financeira correspondem ao custo de oportunidade do capital investido na mercearia. O investimento da mercearia só será compensatório se houver a expectativa de que ele gere lucros superiores ao custo de oportunidade do capital, ou seja, aos juros pagos pelo mercado. Com a CPP podemos estabelecer os níveis de produção, de forma a trazer o melhor retorno para o investimento realizado. � Custo de oportunidade. Custo de Oportunidade é a expressão utilizada para exprimir os custos no que se refere às alternativas sacrificadas. O maior valor da oportunidade ou alternativa não escolhida vem a ser o que chamamos de “custo de oportunidade”. Toda vez que fazemos uma escolha incorremos em um custo de oportunidade. Aliamos assim, a escolha de qual é o produto a serproduzido, com a escassez de mercado desse mesmo produto, para assim, termos o maior retorno financeiro possível na transação. “O custo exato é uma utopia” e, “custo de oportunidade é o custo por não tomar uma determinada alternativa de ação”. Para Iudícibus (2011), o Custo Oportunidade: é o valor do benefício que se deixa de receber, quando em um processo de decisão, se opta por determinado investimento em detrimento de outro, sendo os benefícios das alternativas rejeitadas o custo oportunidade da alternativa escolhida. CUSTO DE OPORTUNIDADE OU CUSTO ALTERNATIVO. Conceito de Alfred Marshall, cujo conceito diz que, os custos não devem ser considerados absolutos, mas igual a uma segunda melhor oportunidade de benefícios não aproveitados. Representa o benefício que foi desprezado ao escolher uma determinada alternativa em função de outras. Ou seja, quando a decisão para as possibilidades de utilização de A excluir a escolha de um melhor B, podem-se considerar os benefícios não aproveitados decorrentes de B, como custos de oportunidade (opportunity costs). Ex.: O custo para produzir milho (A) sacrificando-se uma parte de soja (B), considera-se custo de oportunidade a parte sacrificada de soja (B), pois, naquele momento (ceteris paribus), a melhor opção de retorno encontrada no mercado é para a produção de milho (sacrifícios). Para Santos (s.d.), o conceito de custo de oportunidade é utilizado nas decisões de preço, pois, apesar da decisão poder ser orientada por diversas abordagens, qualquer que seja o modelo de decisão, o gestor deveria incorporar este conceito na avaliação das alternativas de preços de produção, como uma informação relevante no processo decisório. Outro exemplo pode ser citado, como o de um técnico especializado que tenha um negócio próprio, ele deve computar no custo deste empreendimento o salário, valorizado a preço de mercado, que estaria recebendo caso estivesse trabalhando como empregado numa determinada organização, pois este seria o uso alternativo de sua mão de obra. O custo de oportunidade está sempre associado ao valor de mercado dos bens e serviços utilizados nas alternativas. Como por exemplo, se determinada empresa montadora de automóveis possui em seu estoque um lote de aço comprado há trinta dias e,- outro lote comprado no dia anterior por um valor de mercado superior, todo o estoque de aço deve ser valorizado ao preço de mercado atual, pois este representa o custo de oportunidade deste recurso. 14 1.6 Demanda ou Procura Demanda é toda escala ou curva que relaciona os possíveis preços a determinadas quantidades. Quantidade demandada entende-se por um ponto específico da curva relacionando um preço a uma quantidade. 1.6.1 Lei da Demanda A quantidade procurada relacionada ao preço Po é Qo. Caso o preço aumente para P1 haverá uma diminuição na quantidade demandada e não na demanda = as alterações da quantidade demandada ocorreram ao longo da própria curva (P = preço; Q = quantidade, curva decrescente). A simples análise da realidade nos diz que a quantidade que um indivíduo demandará de um bem, num momento determinado do tempo, dependerá de seu preço. Quanto maior o preço de um bem, menor será a quantidade que cada indivíduo estará disposto a comprar. Alternativamente, quanto menor o preço, maior será o número de unidades demandadas. Logicamente, para cada indivíduo, a demanda de qualquer bem, por exemplo, o número de laranjas na semana - não dependerá apenas do preço das laranjas, e sim de uma série de fatores, dentre os quais se destacam os gostos ou preferências, a renda disponível e o preço de outros bens relacionados com as laranjas, como, por exemplo, as maçãs. Para simplificar, suponhamos que todos esses fatores, excetuando o preço das laranjas, permaneçam constantes. Neste caso, obtemos o que se denomina em economia de Curva de Demanda Individual, isto é, a relação existente entre o preço das laranjas e sua quantidade demandada, por parte de um indivíduo, durante um período de tempo determinado. Se somarmos para cada preço as quantidades de laranjas que cada um dos indivíduos estaria disposto a comprar, obtemos a Curva de Demanda de Mercado de laranjas. . A curva de demanda de mercado mostra a relação entre a quantidade demandada de um bem por todos os indivíduos e seu preço, mantendo constantes outros fatores (gosto, renda, preço de bens relacionados). O quadro abaixo representa a relação existente entre os preços de venda das laranjas e a quantidade em quilos demandada pelos consumidores numa semana. Tabela de Demanda de Laranjas Preço por quilo (reais) Quantidade Demandada (milhares de quilos por semana) A - 10,00 20 B - 7,00 50 C - 4,00 80 D - 2,00 110 E - 1,00 130 Assim, se o preço for R$ 10,00 serão demandados 20 kg na semana; se o preço for R$ 7,00 o número de quilos de laranjas demandadas na semana será 50. A tabela de demanda e, em termos gráficos, a curva de demanda oferecem informações sobre a quantidade de laranjas que os consumidores poderiam adquirir a diferentes preços. . A tabela e a curva decrescente de demanda mostram que quanto maior o preço de um bem, menor a quantidade desse bem que os consumidores estariam dispostos a comprar. Paralelamente, quanto mais baixo o preço do bem, mais unidades serão demandadas. Existem duas razões que explicam o aumento do preço das laranjas e a diminuição da quantidade demandada por todos os consumidores. Por um lado, quando aumenta o preço das laranjas, alguns consumidores deixam de comprá-las, substituindo por outros bens - por exemplo, as maçãs. Outros consumidores reduzem a quantidade do produto, porque, no caso, as laranjas encareceram em relação a outros bens e porque a elevação do preço reduziu o poder aquisitivo de sua renda. Isso fará com que o consumidor compre menos de todos os outros bens e, em particular, daquele que estamos considerando. 1.6.2 Deslocamento da Curva de Demanda Para cada preço há certa quantidade de laranjas que os indivíduos estão dispostos a comprar, uma vez que compram mais à medida que se reduz o preço. A curva de demanda do mercado é descendente da 15 esquerda para a direita, ou seja, tem inclinação negativa e refere-se à demanda do mercado como um todo.. Esta curva descreve a procura total do produto, dados os seus diferentes níveis de preços. Se a curva de demanda da firma for uma linha horizontal, estaria se referindo a apenas uma firma. Isto porque ela reflete a procura do seu produto somente. Como a firma é incapaz de alterar o preço corrente do mercado, a demanda de seu produto é perfeitamente elástica e, a curva de demanda é horizontal. 1.6.3 Exceção à Lei da Demanda O bem de Giffen ou Paradoxo de Giffen é uma situação pouco provável na prática, pois ocorre quando há uma relação direta entre P e Q PROCURADA do bem (curva de demanda + inclinada). EX.: Suponhamos que o consumo de um bem é alto, pois tem a preferência dos consumidores e, ocorre a queda em seu preço. Com o aumento do poder aquisitivo do consumidor (poder de compra), o consumidor se cansa deste produto, reduz o seu consumo e passa a demandar outros, ou seja, a queda de preços levou à queda no consumo, o que contraria a Lei da Demanda. Relação Matemática Qx = f(P) quantidade procurada de um bem/serviço, num dado período de tempo, depende do preço do bem/serviço 1.6.4 Efeito Substituição e Efeito Renda Se o preço de um bem aumenta, ceteris paribus, seu consumo cai, porque aumenta o consumo de bens substitutos (fósforos/isqueiros). Se o preço de um bem aumenta, ceteris paribus (Y = renda do consumidor e preços de outros bens constantes), o consumidor perde poder aquisitivo (porque a Y é a mesma e o P é maior), então diminui ademanda por esse bem (produto/serviço). Isso ocorre porque, o salário monetário não mudou, mas o salário real sim, porque o poder de compra foi corroído. (este é o poder da inflação) 1.6.5 A Demanda Individual e a Demanda de Mercado A demanda de mercado é a soma de todas as demandas individuais, que são a quantidade demandada a cada preço por cada um dos compradores. Por isso, a curva de demanda de um mercado é determinada somando-se horizontalmente as curvas individuais de demanda. 1.6.6 Elasticidade da Demanda Para a lei da demanda, coeteris paribus, a quantidade demandada de um bem diminui quando o seu preço aumenta. Graficamente, então, a demanda é quase sempre negativamente inclinada no plano preço e quantidade. As únicas duas exceções são os casos extremos de Demanda Perfeitamente Inelástica e Demanda Perfeitamente Elástica, quando uma variação qualquer no preço resulta, respectivamente, numa 16 variação zero ou infinita da quantidade demandada. (Economia aplicada para gestores, cadernos IESF, de Álvaro Almeida) Elasticidade: basicamente usa-se o termo elástico aos fatores que têm disponibilidade de se alterarem, como na relação de preços e quantidades. Inelástico, se a relação não se alterar, ou seja, para aumentos nos preços, não há mudança na quantidade comprada. Ex: medicamentos de alto custo, produtos de luxo. 1.7 Oferta Oferta é a quantidade que os produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. Depende de vários fatores, como de seu próprio preço, dos demais preços, do preço dos fatores de produção, das preferências dos empresários e da tecnologia. Ex. Um aumento no custo das matérias-primas provoca uma queda na oferta, onde se mantém os preços dos bens ofertados (coeteris paribus = salários iguais, mesmo parque industrial, etc) e, por outro lado, isso faz com que haja menor demanda. 1.7.1 Lei da Oferta ou Lei Geral da Oferta Do mesmo modo que a demanda, a oferta de um bem real depende de um conjunto de fatores. São eles: a tecnologia, os preços de fatores produtivos (terra, capital, trabalho etc.) e o preço do bem que se deseja oferecer. Se permanecerem constantes todos os fatores citados, menos o preço do bem que se oferece, obteremos a relação existente entre o preço de um bem, por exemplo, as laranjas, e a quantidade de laranjas que um agricultor desejaria oferecer por preço, por unidade de tempo. • A relação numérica entre o preço das laranjas e a quantidade oferecida é a tabela de oferta. A expressão gráfica dessa relação é conhecida como Curva de Oferta Individual. Se somarmos para cada preço a quantidade de laranjas que cada um dos agricultores estaria disposto a oferecer, obtemos a Curva de Oferta de Mercado de "laranjas"; • A Curva de Oferta de Mercado mostra a relação entre a quantidade de um bem oferecida por todos os produtores e seu preço, mantendo constantes os outros fatores (tecnologia, preço de fatores produtivos, etc), ou seja, na condição coeteris paribus. 1.7.2 Deslocamento das Curvas de Oferta A relação numérica e gráfica entre o preço das laranjas e a quantidade oferecida é mostrada, respectivamente, na tabela e na curva de oferta. Como se pode observar, ao aumentar o preço das laranjas - por exemplo, ao passar de R$ 1,00 para R$ 2,00 - a quantidade oferecida incrementa-se, passando de 10 para 40 kg por semana. Tabela de Oferta de Laranjas Preço por quilo (reais) Quantidade Ofertada (milhares de quilos por semana) F - 10,00 150 G - 7,00 120 H - 4,00 80 I - 2,00 40 J - 1,00 20 Curva de Oferta de Laranjas 17 A cada preço os agricultores estão dispostos a oferecer uma quantidade de laranjas. Conforme aumenta o preço, os agricultores aumentam a oferta de laranjas, pois os lucros obtidos serão maiores. Tal como destacamos ao falar da demanda, a oferta não pode ser considerada uma quantidade fixa, mas apenas uma relação entre a quantidade oferecida e o preço, o qual dita a quantidade no mercado. . A tabela e a curva crescente de oferta mostram como a quantidade oferecida aumenta junto com o preço, refletindo o comportamento dos produtores. 1.8 Ponto de Equilíbrio ou Equilíbrio do Mercado Quando colocamos em contato os consumidores e, produtores com seus relativos planos de consumo e produção, isto é, com suas respectivas curvas de demanda e oferta em um mercado particular, podemos analisar como acontece a interação entre ambos os agentes. Isoladamente, nem a curva de demanda, nem a curva de oferta poderiam nos dizer até onde podem chegar os preços ou em que medida os planos dos consumidores e dos produtores são compatíveis. Para isso, devemos realizar um estudo conjunto de ambas as curvas e proceder por tentativa e erro, analisando para cada preço a possível compatibilidade entre a quantidade vendida e a demandada. O quadro e a curva abaixo mostram como um preço arbitrário não consegue fazer coincidir os planos de oferta e demanda. Apenas quando o quilo das laranjas é de R$ 4,00, a quantidade que os consumidores planejam demandar coincide com a quantidade que os produtores planejam oferecer. Em outras palavras, só no ponto de intersecção das curvas de demanda e oferta coincidem os planos de demandantes e ofertantes. Ademais, somente a um preço se dá essa coincidência de planos. É o chamado preço de equilíbrio, e a quantidade oferecida e demandada (comprada e vendida) denominas e quantidade de equilíbrio. Costuma-se também dizer que o preço de equilíbrio zera o mercado, ou seja, na situação de equilíbrio igualam-se as quantidades oferecidas e demandadas. Quando o preço é maior que o de equilíbrio, por exemplo, R$ 7,00 por quilo de laranja, a quantidade que os produtores desejam oferecer (120 kg) excede à quantidade que os demandantes desejam adquirir (50 kg), ou seja, provoca um excesso de oferta. E, devido à pressão da mercadoria excedente, que não é vendida, a concorrência entre os vendedores fará o preço descer até a situação de equilíbrio. Ao contrário, se o preço é menor que o de equilíbrio, por exemplo, R$ 2,00 por quilo de laranja, a quantidade que o demandante deseja adquirir (110 kg) é maior que a oferecida pelos produtores (40 kg), isto é, há excesso de demanda. Nesse caso, os compradores que não obtiveram a quantidade desejada do produto pressionarão a elevação de preços até ele cair e assim, adquirir a quantidade desejada. . O preço de equilíbrio é aquele em que coincidem os planos dos demandantes ou consumidores e dos ofertantes ou produtores. Tabela de Equilíbrio do Mercado Preço por quilo (reais) Quantidade Demandada (1.OOO/quilo) Quantidade Ofertada (1.OOO/quilo) Situação do Mercado 18 10,00 20 150 Excedente ou excesso de oferta 7,00 50 120 Excedente ou excesso de oferta 4,00 80 80 Equilíbrio de mercado 2,00 110 40 Escassez ou excesso de demanda 1,00 130 20 Escassez ou excesso de demanda Este equilíbrio tem lugar para o preço igual a R$ 4,OO/kg. Para um preço maior, a quantidade oferecida excede à demandada, e os excedentes fazem com que o preço diminua. Em troca, para qualquer preço inferior ao de equilíbrio, a quantidade demandada supera a oferecida, e os demandantes insatisfeitos fazem subir o preço até a situação de equilíbrio. CETERIS PARIBUS: É um conceito econômico para fazer uma análise de mercado da influência de um fator sobre o outro, onde as demais variáveis se mantêm inalteradas. Ou cada variável afeta separadamente as decisões do consumidor/ofertante. É utilizada em razão da complexidade da análise onde existe um número indeterminado de variáveis de influência remota que podem, eventualmente, desconectar a observação do resultado.EQUIDADE: Está associada a uma distribuição justa dos recursos na sociedade. Por outro lado, uma política que tenha como meta a equidade entre indivíduos ou regiões dará tratamento diferente aos mesmos, visando desta forma, uma convergência dos menos favorecidos primeiro para depois ir em direção aos mais favorecidos. 1.9 Inflação Inflação é o aumento generalizado de preços. (SANDRONI, 1999, p. 301).É um fenômeno monetário (observável e replicável). Inflação é o aumento persistente dos preços em geral, de que resulta uma contínua perda do poder aquisitivo da moeda. É um fenômeno monetário e, isso coloca uma questão básica: se é a expansão da oferta de moeda que tem efeito inflacionário ou se ela ocorre como resposta à maior demanda de moeda provocada pela inflação. Quando a inflação chega a zero dizemos que houve uma estabilidade nos preços. A inflação pode ser dividida em: 1.9.1 Inflação de Demanda (fatores monetários) É quando há excesso de demanda agregada em relação à produção disponível. As chances de a inflação da demanda acontecer aumentam quando a economia produz próximo do emprego de recursos. Para a inflação de demanda ser combatida, é necessário que a política econômica se baseie em instrumentos que provoquem a redução da procura agregada. 1.9.2 Inflação de Custos (fatores estruturais, choques de custos alteram a oferta) 19 É associada à inflação de oferta. O nível da demanda permanece e os custos aumentam. Com o aumento dos custos ocorre uma retração da produção (diminui a oferta de bens), fazendo com que os preços de mercado também sofram aumento. As causas mais comuns da inflação de custos são: os aumentos salariais fazem com que o custo unitário de um bem ou serviço aumente (porque há repasse desse aumento para os preços dos produtos); o aumento do custo de matéria-prima que provoca um super aumento nos custos da produção, fazendo com que o custo final do bem ou serviço aumente; e, por fim, a estrutura de mercado, pois algumas empresas aumentam seus lucros acima da elevação dos custos de produção. A inflação, normalmente, pode resultar de fatores estruturais (inflação de custos), monetários (inflação de demanda) ou de uma combinação de fatores. Entretanto, independentemente da causa inicial do processo de elevação dos preços, a inflação adquire autonomia suficiente para se autoalimentar por meio de reações em cadeia (a elevação de um preço “puxando” a elevação de vários outros). Desse modo, configura-se a chamada espiral inflacionária. A escola monetarista atribui papel decisivo às expectativas inflacionárias como impulsionadoras das elevações da taxa de juros, das maiores demandas salariais, dos reajustes sistemáticos da taxa cambial e, por extensão, como fator explicativo da autonomia relativa do processo inflacionário. Tudo surgiria espontaneamente em função do comportamento racional dos agentes dentro de mercados competitivos. Os estruturalistas, por sua vez, explicam a inflação pelo fato de que as demandas salariais deixam de ser uma questão exclusivamente econômica; elas adquirem caráter sociopolítico, envolvendo sindicatos, empresas e o governo, o que contribui para generalizar a prática da fixação dos preços em função dos aumentos de custos, em detrimento do rigor impessoal dos mercados competitivos. Dessas duas posições originam-se modelos diferenciados para o processo inflacionário. Perguntas sobre o Módulo I – 2ª. Parte 1 – Defina Economia. 2 - Os fatores de produção são limitados e podem ser combinados de formas diferentes, conforme o local e situação histórica. Leia os textos abaixo e os relacione aos fatores correspondentes: I. “icloud, novo serviço criado pela Apple promete consolidar de vez a era da computação livre de discos rígidos – é a chamada era da computação na nuvem -, que aumenta ainda mais a influencia da empresa sobre seus clientes” (Revista IstoÉ, pág.112, de 15/06/2011) II. “Os pequenos negócios estão ganhando força. O cenário economico aquecido propiciou o avanço para o Microempreendedor Individual – MEI. Hoje eles são reconhecidos, possuem CNPJ, podem criar empregos e, pegar empréstimos, ou seja, buscar crédito em bancos ao comprovar renda” (Revista Gestão&Negócios, pág.28, set/2011) III. “O Brasil vive um momento inverso ao dos EUA, pois a taxa de desemprego geral de junho de 2011 foi de 6,2%, segundo o IBGE, enquanto dos EUA foi de 9,1%, de acordo com o United States Department of Labor. No Brasil a taxa de desemprego entre as mulheres é de 7,6%, contra 5% dos homens. A situação dos jovens é desesperadora, pois 42,1% dos desempregados no país têm menos de 24 anos, portanto ficam à disposição da criminalidade. Por outro lado temos que, o desemprego brasileiro cai principalmente graças à geração de empregos braçais de baixa remuneração” (por Luiz Guilherme Brom, in Revista Gestão&Negócios, pág.27, set/2011) IV. “No Brasil, o etanol é feito principalmente da cana-de-açúcar, mas também pode ser produzido a partir de grãos - como trigo, cevada e milho (caso dos EUA). Até mesmo batatas podem servir de matéria- prima. O problema relacionado ao uso do etanol como combustível em larga escala acarreta duas questões relacionadas a: • Não há tanta energia no etanol quanto há na gasolina; • Para criar quantidades significativas de energia a partir de grãos, o espaço disponível para o cultivo de alimentos comestíveis se esgotaria. Aliado a essas questões há também o problema de que para plantar os fazendeiros utilizam equipamentos abastecidos por combustível fóssil, para colher, processar e transportar o combustível também (o etanol não pode ser transportado em tubulações subterrâneas porque ele capta impurezas que podem ser prejudiciais” (Boletim UOL – Como funciona o etanol, acesso em 10/10/2011) I - III - II - IV - 3 - Defina os tipos de bens abaixo: a) Máquina ______________________________________________________________________ 20 b) Arroz e feijão ____________________________________________________________ c) Carne e frango ___________________________________________________________ d) Shampoo ________________________________________________________________ 4. O conceito de escassez aplica-se tanto a um milionário como a um pobre sem abrigo por que: A) Ambos têm os mesmos direitos protegidos pela constituição. B) O dia de ambos tem apenas 24 horas. C) Ambos são consumidores. D) Ambos têm de trabalhar para sobreviver. 5 – Os elementos que interferem na demanda do bem são: I. Preço do bem II. Preço dos outros bens III. Renda do consumidor IV. Gosto ou preferência do individuo a) ( ) As alternativas I e II estão corretas; b) ( ) As alternativa I, II e III estão corretas. c) ( ) As alternativas III e IV estão corretas. d) ( ) Somente a alternativa IV está correta. e) ( ) Todas as alternativas estão corretas. 6 – Porque surgem os problemas econômicos? 7 – “O ritmo forte da atividade econômica, alimentado pelo crédito e pela elevação da renda dos trabalhadores favorece a _____________” – Fonte: Estadão – 26/09/10. a) Aumento da dívida pública b) Expansão do consumo c) Oscilação cambial d) A retração da taxa de juros e) A diminuição do poder aquisitivo do trabalhador 8 – Conceitue e dê exemplos: a) Fatores de Produção b) Custo de Oportunidade c) Ceteris Paribus 9 – Qual a definição para os seguintes eventos econômicos: Inflação, desinflação, deflação, recessão e depressão? 10 – Leia o artigo abaixo de José Eustáquio Diniz Alves (CEPAL/CELADE, 2010) e responda: http://www.ecodebate.com.br/2010/03/01/crescimento-economico-e-reducao-da-pobreza-na-america-latina- artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/ DIMINUIÇÃO DA POBREZA NA AMERICA LATINAOs dados estatísticos das três últimas décadas mostram de forma contundente que existe uma forte relação entre o crescimento econômico e a redução da pobreza na América Latina. o passado histórico de exclusão social e, a crise econômica jogaram quase metade da população latinoamericana na pobreza. A década de 1990 foi um pouco melhor e houve recuperação da renda e redução da pobreza até o ano 2000. Em 1994 a renda per capita voltou ao patamar de 1980 (época do plano real). Mas, em 2002 a incidência de pobreza começou a subir e chegou a 44,3%. Em 2008 caiu para 33,2. Durante 25 anos (1980 a 2004), o percentual de pobreza ficou acima de 40% e parecia que nunca iria cair abaixo deste patamar. Porém, num período de 7 anos (2002-2008) a população em situação de pobreza teve a sua maior queda histórica no continente. O que é digno de comemoração, se bem que ter um terço da população em condições de vulnerabilidade ainda coloca um desafio enorme para a América Latina obter maior bem-estar e justiça social. Os dados sugerem que o crescimento econômico sustentado teve um papel importante na redução da pobreza. Mas, evidentemente, outros fatores também contribuíram e, atuaram em conjunto para a população do continente avançar nos indicadores de bem-estar e para atravessar a porta de saída da “armadilha da pobreza”. Tomemos apenas um indicador demográfico. 21 A razão de dependência demográfica total (população de 15-64 anos dividida pela soma da população de 0- 14 anos e 65 anos e mais, multiplicada por cem) era de 78 pessoas em 1980. Este número veio caindo e deve atingir o patamar mais baixo entre 2025 e 2030. Em seguida, apresenta uma tendência de subida em função do processo de envelhecimento populacional, mas mesmo assim, a razão de dependência demográfica será de 60 pessoas dependentes para cada 100 em idade ativa em 2050, contra o número de 78 em 1980. Menor razão de dependência significa maior capacidade de poupança e, de investimento por parte das famílias (microeconômica) e do Estado (macroeconômica). Portanto, os dados mostram que as condições demográficas já estavam ajudando ao crescimento econômico e, à redução da pobreza desde meados dos anos 1970. Porém, a crise da dívida externa que atingiu o continente nos anos 80 jogou milhões de trabalhadores no desemprego e no sub-emprego. Além de ter provocado uma queda geral dos níveis de rendimento da população. Na década de 1990 o crescimento econômico ficou positivo, mas com baixo dinamismo, baixa mobilidade social e alto desemprego e sub-emprego. Assim, somente após o ano de 2002, quando as condições da economia internacional ajudaram e a América Latina implementou uma série de medidas econômicas e sociais, foi que se pode aproveitar as condições favoráveis da estrutura etária. O que permitiu a redução da pobreza na América Latina nos últimos anos foi a combinação de crescimento econômico com a redução da razão de dependência demográfica, provocada pela queda das taxas de fecundidade. A menor carga demográfica implica em maior renda per capita por família, maior capacidade de poupança e consumo e maior oferta de mão-de-obra para a economia. Com menos filhos (especialmente aqueles menores de idade) as mulheres podem dar mais atenção ao estudo, ao emprego e às suas carreiras, tendo como compensação maiores salários e, rendimentos em retorno à maior experiência e, ao maior capital humano aplicado. Assim, o aumento das taxas de atividade feminina no mercado de trabalho é consequência e, resultado deste processo conjunto de transformações econômicas e demográficas. TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA + ASCENÇÃO DA CLASSE MÉDIA A mudança na estrutura etária provocada pela transição demográfica (menor fecundidade e maior esperança de vida) constitui uma verdadeira janela de oportunidade para a superação das condições de vulnerabilidade social no continente. Maior número de adultos trabalhando (ou aposentados e cobertos pelo sistema de proteção social) contribui para o crescimento da “classe média”, pois ocorre um aumento da renda familiar total, em um contexto de redução do número de dependentes na família. No Brasil, os dados do IBGE mostram que o tamanho médio das famílias nas unidades domiciliares caiu de 5 pessoas em 1970 para 3,3 pessoas em 2008. A razão de dependência de crianças (de 0 a 14 anos) na América Latina e Caribe caiu pela metade, passando de 80 para 40 crianças entre 1970 e 2010. Portanto, as condições demográficas têm sido favoráveis ao crescimento econômico e, à mobilidade social ascendente. Porém, a América Latina ainda é a região com maiores desigualdades sociais do mundo e, possui um terço da sua população em condições de vulnerabilidade. Para que a região possa continuar crescendo economicamente e, reduzindo a pobreza precisa colocar como meta a obtenção do pleno emprego e a criação de trabalhos decentes, especialmente para os jovens e as mulheres, que são os mais afetados pelo desemprego e o sub-desemprego. Também precisa avançar na sustentabilidade ambiental, pois o crescimento a qualquer custo pode trazer danos futuros irreversíveis à natureza. A crise econômica de 2009 provocou uma forte queda na renda per capita na América Latina e Caribe. Felizmente, as políticas de proteção social implementadas nos últimos anos na região serviram de “colchões amortecedores” e, o impacto da recessão sobre a pobreza não foi tão forte, como na década de 1980. As previsões apontam para uma recuperação positiva a partir do ano de 2010. As atuais perspectivas são boas no sentido de retomada da economia. Referência: CEPAL/CELADE. Informe de América Latina sobre los progresos y las perspectivas de la implementación del Programa de Acción de la Conferencia Internacional sobre la Población y el Desarrollo 1994-2009, Versión preliminar, Santiago, octubre de 2009. Disponible em: <http://www.eclac.org/celade/agenda/5/37065/Inf_preliminarCIPD+15AL.pdf>. ECLAC / CEPAL www.eclac.org LIVROS: 22 Panorama Social de América Latina 2014 ESTATÍSTICAS LATAM www.cepal.org/es PERGUNTAS SOBRE O TEXTO: Dimuição da Pobreza na América Latina 1. Qual é o resultado do crescimento econômico sustentado? 2. O que é Razão de Dependência Demográfica (RDD)? 3. O que é preciso para a América Latina continuar crescendo economicamente? 4. Inclua mais uma opção/ação que pode ser feita para corroborar com a pergunta 3. MÓDULO II – MERCADO Mercado é toda instituição social na qual, bens e serviços, assim como os fatores produtivos são trocados livremente. 23 Alguns mercados são lugares reais onde as pessoas vão comprar bens, como, por exemplo, o CEAGESP em São Paulo, e os mercados centrais de frutas e verduras que existem na maioria das cidades � Fluxos reais. A bolsa de valores (BM&F) - isto é, o mercado de valores - é um bom exemplo de como funciona a economia capitalista ou economia de mercado. É o local onde se reúnem muitos indivíduos para realizar operações financeiras (comprar e vender ações e outros títulos). A ação conjunta dos agentes determina as cotações, isto é, os preços � Fluxos monetários. O essencial de todo mercado é que os compradores e vendedores de qualquer bem ou serviço entram livremente em contato para comercializá-lo. Sempre que isso ocorre, podemos dizer que estamos diante de um mercado. 2.1 A Mão Invisível do Mercado Conceito desenvolvido por Adam Smith em seu livro “A Riqueza das Nações” (SANDRONI, 1999, pp. 365- 366), que significa uma coordenação invisível que assegura a consistência dos planos individuais numasociedade onde predomina um sistema de mercado. De acordo com Smith, um indivíduo que busca apenas seu próprio interesse é na verdade conduzido por uma mão invisível a obter um resultado que não estava originalmente em seus planos. Esse resultado obtido corresponderia ao interesse da sociedade. A concepção de Smith, embora tenha correspondência na realidade, não significa que o mercado funcione tão bem assim conduzido pela mão invisível. As crises, as distorções e desigualdades na distribuição da renda, a existência de desemprego crônico e elevado significam que a mão invisível nem sempre proporciona a harmonia entre os interesses individuais e os da sociedade. 2.2 Mercado: Vantagens e Desvantagens No capitalismo a forma de organização do mercado tem suas vantagens e desvantagens (HEILBRONER & THUROW, 2001, pp. 194-195), pois o mercado tem pontos fracos e áreas ineficientes peculiares à sua natureza institucional. O remédio exige um tipo de intervenção política, quando o mecanismo econômico autorregulador não funciona: • Regulamentação; • Tributação; • Subsídios. Assim, essa intervenção governamental pode reparar as falhas individuais do mercado e, fortalecer a operação do sistema como um todo. As vantagens do mercado, segundo os autores são basicamente duas: O mercado estimula os indivíduos a aplicar energias, habilidades, ambições e disposição a correr riscos nas atividades econômicas da vida. Isso dá ao sistema um alto grau de flexibilidade, vitalidade, inventividade e tendência às mudanças. Apesar de todas as suas falhas, as economias de mercado exibiram um crescimento espantoso e, a fonte desse crescimento será em última instância está nas atividades dos agentes do mercado. No mundo de hoje, não se conseguiu fazer nenhum outro sistema funcionar. Todos os países de alta renda usam as economias de mercado como o mecanismo básico para produzir bem-estar econômico Nas economias modernas, os sistemas econômicos tendem a utilizar um mix entre os dois sistemas, pois há a questão social de redistribuição de riqueza. Por isso, algumas formas de estrutura de mercado são ilegais, como veremos a seguir. 2.3 O Mercado e a Concorrência A concorrência está associada, normalmente, à ideia de rivalidade ou oposição entre dois ou mais sujeitos para conseguir um objetivo. Em Economia, essa concepção foi complementada por outra que considera a 24 concorrência um mecanismo da organização de mercados, isto é, uma forma de determinar os preços e as quantidades de equilíbrio. 2.4 Tipos de Mercados pelo tipo de Ofertantes Como vimos acima, o mercado é uma forma de intercâmbio na qual se realizam compras e vendas de bens e serviços, pondo em contato compradores e vendedores (M.Books, cap. 10). Quando falamos em ofertantes, ou seja, produtores, devemos analisar os diferentes tipos de mercado em que estão inseridos, como segue: a) Concorrência Perfeita: Muitos compradores ante muitos vendedores; b) Concorrência Imperfeita: São os mercados nos quais os produtores são suficientemente grandes para ter efeito sobre a alteração dos preços. Não aceitam os preços exógenos (fora do mercado). Dentro desse tipo de mercado, destacam-se os monopólios e os oligopólios. Quanto mais elevado for o número de participantes, mais competitivo será o mercado: • Oligopólio: Número reduzido de vendedores ante muitos compradores; • Monopólio: Um só vendedor ante muitos compradores. O mercado em concorrência perfeita é aquele no qual existem muitos compradores e vendedores, de forma que nenhum comprador ou vendedor individual exerce influência sobre o preço. Para o mercado ser chamado de perfeitamente competitivo deve cumprir simultaneamente as quatro regras, a seguir: • Existência de elevado número de ofertantes e demandantes, que implica que a decisão individual de cada um deles exercerá pouca influência sobre o mercado global; • Homogeneidade do produto, que supõe não existir diferença entre os produtos; • Transparência do mercado, que requer que todos os participantes tenham pleno conhecimento das condições gerais em que opera o mercado; • Liberdade de entrada e saída de empresas, de forma imediata, porque, por exemplo, se uma empresa produz calçados e não obtém lucros, poderá mudar de atividade e começar a produzir bens mais lucrativos. O preço que se determina no equilíbrio de um mercado concorrencial não dará às emprsesas em geral, os mesmos lucros, pois podem até ter uma mesma tecnologia, mas a curto prazo, porém as instalações fixas das diferentes empresas serão diferentes, de forma que os custos e os lucros também serão. 2.5 A Concorrência Perfeita e a Eficiência Econômica Nos mercados de concorrência perfeita, as empresas que buscam os maiores lucros, devem recorrer ao máximo à tecnologia, ou seja, incorporar os últimos avanços em tecnologias produtivas. Portanto, a concorrência perfeita procura maiores lucros por meio da maior eficiência, do melhor aproveitamento (resultados) dos fatores produtivos e da modernização tecnológica. (M.BOOKS, cap. 10 p. 150-160) No mundo real, não é frequente acontecer a concorrência perfeita, por isso, o monopólio aparece como seu extremo. O empresário concorrencial toma o preço como dado e adapta seu comportamento às condições de mercado. O empresário monopolista, pelo contrário, desempenha um papel determinante no processo de fixação de preço de mercado, pois tem capacidade de decidir seu valor. A curva de demanda do 25 monopolista é a curva de demanda do mercado, pois mostra as compras dos consumidores e os diferentes níveis de preços. Tem inclinação negativa, pois reflete o fato de que a quantidade que o mercado está disposto a absorver aumenta ao diminuir seu preço. Por isso, o monopolista só decide produzir certo volume se conseguir um determinado preço, uma vez que, para aumentar o volume de venda, deverá diminuir o preço. Assim, o consumidor pode ser prejudicado se tiver de pagar um preço superior, mas que dará mais lucros ao monopolista. 2.6 O Mercado Oligopolista Este tipo de organização de mercado está entre o a concorrência perfeita e os monopólios, porque tem um número reduzido de vendedores (ofertantes), diante de uma grande quantidade de compradores, de forma que os vendedores podem exercer algum tipo de controle sobre os preços. Uma das características básicas desse tipo de mercado é a interdependência mútua, pois as empresas determinam seus preços com base em estimativas de suas funções de demanda, levando em conta a reação de seus rivais, onde o normal será uma elevada dose de incerteza. Para isso, existem diversas possibilidades: 1) Adivinhar as ações dos rivais; 2) Pôr-se de acordo sobre os preços e competir só na base da publicidade; 3) Formar um cartel, isto é, em vez de competir, cooperar e repartir o mercado. Por isso, ocorrem acordos entre as empresas oligopolistas e, as guerras de preços têm mostrado uma conveniência de realizar acordos, tácitos (não há documento formal) ou expressos (por escrito), para fixar os preços e/ou repartir os mercados. Por esta razão o oligopólio moderno caracteriza-se por certa rigidez nos preços, que facilita, dentre outras coisas, a elaboração de pactos. O cartel é um agrupamento de empresas que procura limitar a ação das forças da livre concorrência para estabelecer um preço comum e/ou alcançar uma maximização conjunta dos lucros e, pode ajudar na guerra dos preços. 2.7 Exemplos de Estruturas de Mercados no Brasil MONOPÓLIO: Forma de organização de mercado, nas economias capitalistas, em que uma empresa domina a oferta de determinado produto ou serviço que não tem substituto ou uma empresa é capaz de influenciar os preços de mercado,
Compartilhar