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Universidade Federal do Piauí Centro de Ciências Agrárias – CCA Medicina Veterinária PROFESSORA: DR. ANA LYS BEZERRA BARRADAS MINEIRO Disciplina: FISIOPATOLOGIA DA REPRODUÇÃO DA FÊMEA Parto Grupo: Andreia Pires Miranda Bruna Leticia Rodrigues Barbosa Lopes Bruno Rodrigo Dutra Evangelista Clarissa de Castro e Braga Gabriela Campos Veloso Hudson Carneiro Vieira Junior Igor Rogério Araújo de Sousa João Gabriel Melo Rodrigues Mariana Martins da Silva Parto: - Processo fisiológico pelo qual o útero prenhe elimina o feto e a placenta do organismo materno. Sinais de Proximidade do Parto: -Queda da borda caudal dos ligamentos pélvicos -Alongamento e edema vulvar -Atividade mamária -Queda da temperatura corporal 0,5 a 1•C -Comportamento Variáveis Sinais de Proximidade do Parto: -Aumento da glândula mamária ocorre em todos os animais domésticos. Sinais de Proximidade do Parto: Na égua, o colostro eliminado forma estruturas parecidas com ‘’pingos de vela’’ – 6 a 48 horas antes do parto. Substituído por gotas ou jatos de leite 12 a 24 horas depois do parto Sinais de Proximidade do Parto: Preparo do ninho - sinal evidente de parto iminente (porca) -comportamento pode estar ausente em sistemas de manejo intensivo. Bovinos e ovinos criados em sistema de pastagem permanecem com o rebanho, mas buscam o isolamento pouco antes do início do parto. Início do Parto - O parto é iniciado pelo feto e completado por uma complexa interação de fatores endócrinos, neuronais e mecânicos. - Suas atuações precisas e inter-relações não são totalmente conhecidas. ALGUMAS TEORIAS SOBRE INICIO DO PARTO. TEORIA Queda na concentração de progesterona POSSÍVEIS MECANISMOS Bloqueia contrações do miométrio durante a gestação; próximo do parto, a ação bloqueadora da progesterona diminui. Aumento na concentração de estrógeno Aumento do volume uterino Liberação de ocitocina Liberação de prostaglandinas ( PGF2α.) Supera o bloqueio progestacional da contratilidade miometrial e/ou aumenta a contratilidade espontânea do miométrio. Ativação do eixo fetal hipotálamo-hipófise-adrenal Supera os efeitos do bloqueio progestacional da contratilidade do miométrio. Contrações do miométrio, sensibilizado por estrógeno. Contrações do miométrio; induz luteólise levando à queda da concentração de progesterona (espécies dependentes do corpo lúteo) Corticosteroides fetais provocam queda da progesterona, elevação de estrógeno e liberação de PGF2α. Esses eventos levam à contratilidade do miométrio. Possíveis mecanismos para o inicio do parto em animais domésticos: -Suínos PGF2α - luteolisina - induz a regressão do CL. A elevação de estrógeno reflete aumento no eixo hipófise-adrenal; estrógenos aumentam a liberação de ocitocina e PG. Possíveis mecanismos para o inicio do parto em animais domésticos: - Ovina e Caprina Cortisol fetal atua na placenta induzindo a enzima 17a-hidroxilase a reduzir a P4 plasmática - aumenta os níveis de estrógenos. Aumento da sensibilidade da PGF2α e ocitocina. Possíveis mecanismos para o inicio do parto em animais domésticos: - Bovina Parto iniciado pela luteólise induzida pela PGF2α. Cortisol fetal estimula a liberação de PGF2α Outras trocas endócrinas - similares àquelas de ovinos e caprinos Possíveis mecanismos para o inicio do parto em animais domésticos: - Equina Ocitocina aumenta progressivamente próximo do parto - liberação maciça acionada por um estímulo mecânico promove a síntese de PGF2α. Ação conjunta desses dois hormônios resulta na expulsão do feto. Possíveis mecanismos para o inicio do parto em animais domésticos: Cadelas Redução na proporção progesterona: estrógeno - descolamento placentário-dilatação da cérvix - aumento da contratilidade uterina - parto Cortisol fetal - conversão placentária de progesterona em estrógeno, Queda da progesterona e em razão do aumento nos níveis de prolactina, Relaxina- fornecer flexibilidade à pelve e distensão à cérvix uterina Possíveis mecanismos para o inicio do parto em animais domésticos: - Gatas - Liberação de hormônio adrenocorticotrópico fetal e subsequentemente liberação de cortisol - ambos, hormônios importantes para o inicio do parto Queda da progesterona Estrogênios – sensibiliza o útero a ocitocina Mecanismos Fetais: Estudos anos 1960 - hipofisectomia em fetos ovinos abolia o início do parto. Desviou o foco de atenção do controle materno para o controle fetal do desencadeamento do parto - Estudos posteriores demonstraram diferenças entre as espécies Mecanismos Fetais: - Feto possui inúmeros mecanismos que asseguram a quiescência do miométrio até que seu desenvolvimento uterino esteja completo. Produção placentária de progesterona bloqueia o miométrio Progesterona materna Mecanismos Fetais: Início da atividade miometrial Dilatação da cérvix Trabalho de parto Concentrações de P4 Induzida Cortisol fetal (estágios finais da gestação) Exceto na égua Demanda metabólica na placenta durante a fase de crescimento fetal Estimula Produção placentária de prostaglandina Ativa o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal fetal Concentração do cortisol fetal. Mecanismos Fetais: - O mecanismo após a liberação do cortisol difere entre as espécies dependendo da fonte de progesterona que mantém a gestação. Ovinos Cortisol fetal estimula a enzima 172a.- Hidroxilase Conversão da progesterona para estrógeno Enzima 172a.- hidroxilase Estrógenos Estimula Secreção de prostaglandina e receptores para ocitocina Espécies corpo lúteo-dependentes Cortisol Liberação de prostaglandina do endométrio Regressão do corpo lúteo Síntese de estrógeno Mecanismos Maternos: Contribuição materna menos marcante que a fetal porém claramente evidente na hora do parto. Predileção da égua para parir à noite. Ansiedade, estresse e medo prolongam o parto em muitas espécies Nas contrações endometriais induzida por liberação de epinefrina Mecânica do Parto: Depende de dois processos mecânicos: Habilidade do útero em contrair . Capacidade da cérvix de dilatar suficientemente para permitir a passagem do feto. Contrações Miometriais. Atividade do miométrio Influência da progesterona Ambiente propício para o desenvolvimento do feto De baixa amplitude e frequência Ocorrem durante a maior parte da gestação Na gestação a termo Útero troca o domínio da progesterona para dominância estrogênica Dois caminhos paralelos mobilizados no tecido uterino. Contrações miometriais Contrações Miometriais. Primeiro caminho Musculatura lisa uterina sai do seu estado de relaxamento para o estado de atividade. Segundo caminho Relação estrógeno/progesterona de uterotoninas (p. ex., PGF, ocitocina). Os dois caminhos atuam em conjunto, iniciando intensas e sincrônicas contrações miometriais, levando à dilatação da cérvix e expulsão do feto. Contrações Miometriais. Dilatação da cérvix se deve mais a mudanças nas características físicas do colágeno cervical (amolecimento) do que ao aumento de pressão intra-uterina. Amolecimento da cérvix depende de hormônios - pode ser influenciado por aumento nos níveis de estrógenos, secreção de relaxina (porca) e prostaglandinas no início do parto. Algumas horas antes do início das contrações uterinas, a cérvix amolece, torna-se complacente e dilata-se gradualmente. Reflexo de Ferguson Trabalho de Parto Contrações uterinas regulares Dilatação progressiva da cérvix ESTÁGIOS D0 PARTO Dilatação da cérvix Expulsão do feto Expulsão das membranas fetais O período de expulsão do feto é o que tem duração menor nas espécies monotocas RESPOSTA AO NASCIMENTO O feto que depende da placenta para respiração, nutrição e excreção Desenvolve complexas estruturas e realiza adaptações fisiológicas para a vida extra-uterina Expulsãoda placenta priva o neonato da: fonte de energia, oxigênio e calor MATURAÇÃO DOS ÓRGÃOS FETAIS Desafios extra-uterinos vários órgãos fetais sofrem mudanças no final da gestação CORTISOL Maturação pulmonar: alta tensão superficial que ocorre com a primeira respiração A expansão pulmonar é facilitada pela secreção de material surfactante, que reduz a tensão superficial dentro dos alvéolos MATURAÇÃO DOS ÓRGÃOS FETAIS Produção de glicose a partir das reservas de glicogênio e da gliconeogênese Suprimento energético do neonato, até que a amamentação seja estabelecida MATURAÇÃO DOS ÓRGÃOS FETAIS Aumento na produção de triiodotironina e catecolaminas para aumentar a taxa metabólica e manter a temperatura corpórea em ambientes mais frios MATURAÇÃO DOS ÓRGÃOS FETAIS Suínos e ovinos são particularmente sensíveis à baixa temperatura ambiente; A temperatura retal do cordeiro cai 2 a 3 °C enquanto a do leitão declina 2 a 5 °C na primeira hora após o nascimento. MATURAÇÃO DOS ÓRGÃOS FETAIS ALTERAÇÕES CARDIOVASCULAR ALTERAÇÕES OCORREM ALTERAÇÕES CARDIOVASCULAR Fechamento do ducto arterioso Uma das mais importantes modificações para a vida extra-uterina Permitindo a entrada de todo o sangue do organismo para os pulmões/circulação do sangue dos pulmões para todo o organismo ESTADO IMUNOLÓGICO Durante a vida pré-natal, o feto sintetiza pouco ou nenhum anticorpo Adquire da mãe Enquanto está no útero (rato, coelho, homem) ESTADO IMUNOLÓGICO Anticorpos são secretados pela glândula mamária e recebidos através da amamentação nos animais domésticos Impermeabilidade da placenta epiteliocorial dos animais domésticos aos anticorpos maternos ESTADO IMUNOLÓGICO Imediatamente após o nascimento, as imunoglobulinas são transferidas para o feto por meio do colostro O intestino é permeável a elas por período de 24 a 36 horas após o nascimento ESTADO IMUNOLÓGICO INDUÇÃO DO PARTO Éguas Éguas que já tiveram partos complicados As glândulas mamárias devem estar desenvolvidas e já devem conter colostro Ocitocina intravenosa lenta diluída em solução fisiológica Vacas Reduzir o intervalo entre partos Reduzir a incidência de distocia Interromper prenhezes anormais Corticosteróides dexametasona de curta ação (Dexadreson®; 15 mL) logo antes, ou a termo mimetiza o aumento de cortisol fetal Ovelhas Otimizar a supervisão visando à máxima sobrevivência dos cordeiros Não deve ser realizada antes do dia 144 da prenhez Alguns pesquisadores relataram altas taxas de distocia e mortalidade perinatal após o tratamento com estrógenos A betametasona e a dexametasona, na dose de 8 a 16 mg, são os corticosteróides mais usados Cadelas A administração consecutiva de duas doses de aglepristona, um agonista do receptor de progesterona, no dia 58 da gestação, com intervalo de 9 horas, é adequada para a indução do parto na cadela gatas Aglepristorne (Alizin) – afinidade aos receptores uterinos 3x maior que a progesterona. Indicado após 65 dias de gestação Parto deve ocorrer 30 horas após a aplicação Referências BARUSELI, P. Compêndio de Reprodução Animal. Intervet. 2007; cap 2. GONÇALVES, P. B. D. Biotécnicas aplicadas à reprodução animal. Roca, 2008. 408 p. HAFEZ, E. S. E. Reprodução animal. 4. ed. São Paulo: Manole, 1982. 720 p. HAFEZ, E. S. E.; HAFEZ, B. Reprodução animal. 7. ed. São Paulo: Manole, 2004. 513 p. Obrigado!
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