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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG INSTITUTO DE MATEMÁTICA, ESTATÍSTICA E FÍSICA – IMEF CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL II TURMA:B EQUAÇÕES DIFERENCIAIS 1. INTRODUÇÃO As Equações Diferenciais são de grande interesse nas ciências exatas e nas engenharias, uma vez que muitas leis e relações físicas podem ser formuladas matematicamente por meio de uma equação diferencial. A razão principal para resolver muitas equações diferenciais é procurar aprender algo a respeito do processo físico que a equação se propõe a representar. A importância das equações diferenciais está no fato de que mesmo as equações mais simples correspondem a modelos importantes, como por exemplo, os problemas: do crescimento, da variação de temperatura, da queda dos corpos, do comportamento do sistema massa e mola e muitos outros. 2. DEFINIÇÃO Chama-se equação diferencial a uma equação que estabelece uma relação entre uma função desconhecida e as suas derivadas. Ex.: 1) xeyy =−′ 2 2) 22 2 32 xy dx dy dx yd =+− 3) xy y z x z 53 = ∂ ∂ + ∂ ∂ Existem dois tipos de equações diferenciais: - Equações diferenciais ordinárias: quando a função desconhecida é dependente de uma única variável. - Equações diferenciais parciais: quando a função desconhecida é dependente de duas ou mais variáveis. 3. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS 3.1 ORDEM Chama-se ordem de uma equação diferencial, a ordem mais elevada da derivada contida nesta equação. Ex.: 1) xeyy =−′ 2 é uma equação diferencial de 1ª ordem 2) 22 2 32 xy dx dy dx yd =+− é uma equação diferencial de 2ª ordem 3.2 GRAU O grau de uma equação diferencial, que pode ser escrita como um polinômio da função incógnita e suas derivadas é a potência a que se encontra elevada a derivada de mais alta ordem. Ex.:1) 23 23 2 2 53 x dx dyy dx dyy dx yd =+ + é uma equação diferencial de 2ª ordem e 3º grau. 2) ( ) xyy cos32 =−′ é uma equação diferencial de 1ª ordem e segundo grau. 3.3 SOLUÇÃO Chama-se solução de uma equação diferencial num intervalo I, a toda função )(xfy = que verifica identicamente esta equação, para qualquer que seja o valor da variável independente em I. O conjunto de todas as soluções de uma equação diferencial é dito sua solução geral. Qualquer solução de uma equação diferencial que se obtém atribuindo valores particulares às constantes arbitrárias que figuram na solução geral chama-se solução particular da mesma. Ex.: A função xsenCxCy 22cos 21 += , onde 1C e 2C são constantes, é a solução geral da equação diferencial: 04 =+′′ yy , pois: xCxsenCy 2cos222 21 +−=′ e xsenCxCy 242cos4 21 −−=′′ , logo 0242cos4242cos44 2121 =++−−=′+′′ xsenCxCxsenCxCyy . A função xsenxy 242cos += é uma solução particular da equação diferencial 04 =+′′ yy , que foi obtida atribuindo 11 =C e 42 =C na solução geral. 3.4 PROBLEMAS DE VALOR INICIAL E PROBLEMAS DE VALORES DE CONTORNO Um problema de valor inicial consiste em uma equação diferencial, juntamente com as condições subsidiárias relativas à função incógnita e suas derivadas, tudo dado para um mesmo valor da variável independente, neste caso as condições subsidiárias são condições iniciais. Se as condições subsidiárias se referem a mais de um valor da variável independente, o problema é de valores de contorno e as condições subsidiárias são condições de contorno. A solução de um problema de valor inicial ou de valores de contorno é uma função ( )xy que satisfaz não só a equação diferencial dada, mas também as condições subsidiárias. Ex.: 1. A função ( ) xsenxy 2 2 1 = é solução do problema de valor inicial (PVI) 04 =+′′ yy , ( ) 00 =y , ( ) 10 =′y , pois: ( ) xxy 2cos=′ e ( ) xsenxy 22−=′′ a função ( )xy satisfaz às condições iniciais ( ) 00 =y , ( ) 10 =′y e também satisfaz a equação diferencial 04 =+′′ yy . 2. A função xxseny 2cos22 += é solução do problema de valores de contorno (PVC) ( ) 2 4 ,10,04 = ==+′′ piyyyy , pois: xsenxy 222cos4 −=′ e xxseny 2cos428 −−=′′ a função ( )xy satisfaz às condições de contorno, ( ) 10 =y , 2 4 = piy e também satisfaz a equação diferencial 04 =+′′ yy . 3.5 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS (EDO) 3.5.1 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE PRIMEIRA ORDEM É fundamental não apenas saber resolver a EDO, mas, sobretudo, formular matematicamente o fenômeno que dá origem à equação diferencial. Como motivação, vamos considerar alguns exemplos-modelos para ilustrar as etapas que vão da situação física à formulação matemática. Ex.: 1. Problema do Crescimento: Vamos denotar por ( )tN a quantidade de substância (ou população) em processo de crescimento ou decrescimento, onde a variável t está representando o tempo. Admitindo que a taxa de variação é proporcional à quantidade de substância presente, formulamos o seguinte modelo matemático para esta situação: kN dt dN = ou kNN =′ 2. Problema da Variação de Temperatura: A lei de variação de temperatura de Newton estabelece que: “a taxa de variação de temperatura de um corpo é proporcional à diferença de temperatura entre o corpo e o meio ambiente”. Denotando por T a temperatura do corpo e por τ a temperatura do meio ambiente, a lei de Newton é formulada matematicamente pela seguinte equação diferencial: ( ) 0, >−−= kTk dt dT τ ou 0, >=+′ kkkTT τ O sinal negativo na primeira equação indica um processo de resfriamento. Nesse caso, τ>T e, portanto, 0< dt dT . 3. Problema da Queda de Corpos: Consideremos um corpo de massa m em queda vertical, influenciada pela ação da gravidade g e pela resistência do ar. De acordo com a Segunda Lei de Newton: maF = onde F é a resultante das forças que atuam sobre o corpo, m é a massa do corpo e a é a aceleração na direção de F, então temos: dt dv mF = onde v representa a velocidade do corpo. As forças que atuam no corpo são de duas naturezas: o peso mgF =1 e a resistência do ar 0,2 >−= kkvF . Então obtemos: dt dv mkvmg =− ou gv m k dt dv =+ Nos exemplos anteriores descrevemos alguns fenômenos por equações diferenciais ordinárias de primeira ordem, a seguir veremos os métodos elementares para encontrar a solução de uma equação diferencial de 1ª ordem. As EDOs de 1ª ordem se apresentam sob duas formas equivalentes: (I) Forma Normal: A forma normal de uma EDO de 1ª ordem é ( )yxfy ,=′ . (II) Forma Diferencial: A função ( )yxf , pode ser sempre escrita como o quociente de duas funções ( )yxM , e ( )yxN ,− , então podemos escrever: ( ) ( )yxN yxM dx dy , , −= , de onde se obtém a EDO de 1ª ordem na forma diferencial: ( ) ( ) 0,, =+ dyyxNdxyxM . Ex.: Considere a EDO de 1ª ordem na forma normal 2 2 1 y xy +=′ , então podemos escrever: 2 2 1 y x dx dy + = , e obtemos a EDO dada na forma diferencial como: ( ) 01 22 =−+ dyydxx DEFINIÇÃO 1: Chama-se solução geral de uma EDO de 1ª ordem a uma função ( )CxFy ,= que depende de uma constante arbitrária C e que satisfaz a equação diferencial, para qualquer que seja o valor da constante arbitrária C. DEFINIÇÃO 2: Chama-se solução particular de uma EDO de 1ª ordem a toda função ( )0,CxFy = , deduzida da solução geral ( )CxFy ,= colocando nesta solução 0CC = . OBS.: Resolver uma equação diferencial consiste em: 1. Procurar sua solução geral (se as condições iniciais não forem dadas) 2. Procurar sua solução particular que satisfaça as condições iniciaisou de contorno (se houverem). 3.5.1.1 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE VARIÁVEIS SEPARÁVEIS Seja uma EDO de 1ª ordem na forma diferencial ( ) ( ) 0,, =+ dyyxNdxyxM . Quando ( )yxM , se reduz a uma função somente de “x” e ( )yxN , se reduz a uma função somente de “y”, então a EDO de 1ª ordem ( ) ( ) 0=+ dyyNdxxM é uma equação diferencial de variáveis separáveis. Ex.: Considere a EDO de 1ª ordem na forma normal 23yxy =′ , então podemos escrever: 012 33 2 23 =−⇒=⇒= dy y dxxdxx y dyyx dx dy Logo temos que ( ) 3xxM = e ( ) 21yyN −= portanto, a EDO de 1ª ordem dada é uma equação diferencial de variáveis separáveis. Determinação da solução geral: Seja ( ) ( ) 0=+ dyyNdxxM uma equação diferencial de variáveis separáveis, então: ( ) ( ) CdyyNdxxM =+ ∫∫ , onde C é uma constante arbitrária é a sua solução geral. Ex.: 1. Para a EDO 23yxy =′ , temos que a sua forma diferencial é: 012 3 =− dy y dxx Portanto a sua solução geral é dada por: Cdy y dxx =− ∫∫ 2 3 1 de onde obtemos: 4 14 4 4 14 xC yCyx − =⇒= − − − Então consideramos KC =4 e obtemos a solução geral na forma: 4 4 xK y − = Ex.: 2. Resolva o PVI: ( ) 13, 1 2 = + − =′ y y yyxy . A EDO de 1ª ordem dada pode ser escrita na forma diferencial como: ( ) 01112 = +−− dy y dxx Integrando, obtemos: ( ) Cdy y dxx = +−− ∫∫ 1112 Portanto, a solução geral da EDO é dada por: Cyyxx =−−− ln 3 3 A partir da condição inicial ( ) 13 =y , ou seja, para 3=x temos que 1=y , então substituindo na solução geral, obtemos: { 51ln133 3 0 3 =⇒=−−− CC Logo a solução do PVI é dada por: 5ln 3 3 =−−− yyxx 3.5.1.2 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE 1ª ORDEM HOMOGÊNEAS DEFINIÇÃO 1: Diz-se que a função ( )yxf , é uma função homogênea de grau “n” em relação às variáveis “x” e “y” se tivermos ( ) ( )yxfttytxf n ,, = , para todo IRt ∈ . Ex.: A função ( ) 2, yxyyxf −= é homogênea do 2º grau, pois: ( ) ( ) ( )yxftyxytyttxtytytxf ,, 22222 =−=−= DEFINIÇÃO 2: A EDO de 1ª ordem ( )yxfy ,=′ diz-se homogênea em relação às variáveis “x” e “y ” se a função ( )yxf , é uma função homogênea de grau zero em relação às variáveis “x” e “y”, ou seja, se ( ) ( ) ( )yxfyxfttytxf ,,, 0 == para todo IRt ∈ . Ex.: Consideremos a EDO de 1ª ordem: 22 yx xyy − =′ , temos que ( ) 22, yx xyyxf − = , portanto: ( ) ( ) ( )yxfyx xy yxt xyt ytxt txty tytxf ,, 22222 2 2222 = − = − = − = Logo ( )yxf , é homogênea de grau zero em relação às variáveis “x” e “y” e a EDO de 1ª ordem é homogênea. Resolução da EDO de 1ª ordem homogênea: Seja ( )yxfy ,=′ , onde ( ) ( ) IRtyxftytxf ∈∀= ,,, , então fazemos a substituição: xvy = , onde ( )xvv = , portanto: dx dv xv dx dyy +==′ Então substituindo na EDO ( )yxfy ,=′ , obtemos: ( )vxxf dx dv xv ,=+ E simplificando esta última EDO de 1ª ordem, a EDO resultante se apresenta como uma equação diferencial de variáveis separáveis em relação às variáveis “x” e “v”. OBS.: Se ( )yxf dy dx ,= , fazemos a substituição: yux = , onde ( )yuu = e portanto: dy duyu dy dx += Ex.: Vimos que a EDO de 1ª ordem 22 yx xyy − =′ é homogênea, então fazendo xvy = , onde ( )xvv = , dx dv xv dx dyy +==′ e substituindo na EDO dada, obtemos: 222 2 vxx vx dx dv xv − =+ Simplificando esta última equação, obtemos: 2 3 1 v v dx dv x − = e portanto obtemos a seguinte equação diferencial de variáveis separáveis: x dxdv v v = − 3 21 Logo integrando-se ambos os membros desta equação temos: ( )Cxv v Cxv vx dxdv vv ln 2 1lnlnln 2 111 223 =−⇒+=−−⇒= − ∫∫ Como x y vxvy =⇒= , então substituindo na solução obtida temos: ( ) ( ) 2 2 2 2 2 22 2 2 1 2 lnln2ln 2 1 y x e C y y xCyCyyx x yCx x y − =⇒−=⇒−=⇒ =− Portanto a solução geral da EDO dada é 2 2 2 y x Key − = , onde C K 1= 3.5.1.3 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE 1ª ORDEM EXATAS DEFINIÇÃO 1: Uma equação diferencial ( ) ( ) 0,, =+ dyyxNdxyxM é exata, se existe uma função ( )yxf , tal que ( ) ( ) ( )dyyxNdxyxMyxdf ,,, += . TESTE: Se ( )yxM , e ( )yxN , são funções contínuas com derivadas parciais de 1ª ordem contínuas em um retângulo do plano xoy, então a equação diferencial ( ) ( ) 0,, =+ dyyxNdxyxM é exata, se e somente se ( ) ( )yx x Nyx y M ,, ∂ ∂ = ∂ ∂ . Com efeito, se ( ) ( ) 0,, =+ dyyxNdxyxM é uma EDO exata, então existe ( )yxf , tal que ( ) ( ) ( )dyyxNdxyxMyxdf ,,, += , mas por outro lado temos ( ) ( ) ( )dyyx y fdxyx x fyxdf ,,, ∂ ∂ + ∂ ∂ = , logo podemos escrever: ( ) ( )yx x fyxM ,, ∂ ∂ = e ( ) ( )yx y fyxN ,, ∂ ∂ = , portanto se ( )yxM , e ( )yxN , são funções contínuas com derivadas parciais de 1ª ordem contínuas, então: x N yx f xy f y M ∂ ∂ = ∂∂ ∂ = ∂∂ ∂ = ∂ ∂ 22 . Ex.: A EDO ( ) 012 2 =++ dyxxydx é exata, pois: ( ) ( )yx x N xyx y M ,2, ∂ ∂ == ∂ ∂ . OBS.: Toda a EDO de variáveis separáveis ( ) ( ) 0=+ dyyNdxxM é uma EDO exata, pois 0=∂ ∂ = ∂ ∂ x N y M . Método de Resolução: Se a EDO ( ) ( ) 0,, =+ dyyxNdxyxM é exata, então existe uma função ( )yxf , tal que ( ) ( ) ( )dyyxNdxyxMyxdf ,,, += . Como ( ) ( ) ( )dyyxNdxyxMyxdf ,,, += , temos: ( )yxM x f ,= ∂ ∂ e ( )yxN y f ,= ∂ ∂ . Fazemos: 1º) ( ) ( )∫ +∂ ∂ = yhdx x fyxf , 2º) ( ) ( )∫ +∂ ∂ = xgdy y fyxf , A solução da EDO ( ) ( ) 0,, =+ dyyxNdxyxM é dada implicitamente por: ( ) Cyxf =, . Ex.: Considere a EDO ( ) ( ) 02cos =−++ dyyyxdxsenyx , temos que: ( ) senyxyxM +=, e ( ) yyxyxN 2cos, −= Então y x N y M cos= ∂ ∂ = ∂ ∂ , logo temos uma EDO exata, portanto: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )yhxsenyxyhdxsenyxyhdx x fyxf ++=++=+ ∂ ∂ = ∫∫ 2 , 2 Daí, derivando-se ( )yxf , em relação à variável y, obtemos: ( ) ( ) yyxyxN dy dhyxyx y f 2cos,cos, −==+= ∂ ∂ Portanto ∫ ∫ +−=⇒−=⇒−= Cyhydydhydy dh 222 Logo ( ) 22 2 , yxsenyxyxf −+= e a solução geral a EDO exata é : Cyxsenyx =−+ 2 2 2 Outra maneira de resolver o exemplo anterior: Considerando a EDO ( ) ( ) 02cos =−++ dyyyxdxsenyx , temos que: 1º) ( ) ⇒+=+∫ xsenyxdxsenyx 2 2 ( ) ydyxdxsenyxxsenyxd cos 2 2 ++= + 2º) ( ) ( ) ( )dyyyxsenydxyxsenydyxsenydyyyx 2cos2cos 22 −+=−⇒−=−∫ Logo devemos ter: ( ) 2 2 2 , yxsenyxyxf −+= e a solução geral da EDO é dada por: Cyxsenyx =−+ 2 2 2 OBS.: Em geral a EDO ( ) ( ) 0,, =+ dyyxNdxyxM não é exata, entretanto, as vezes é possível transformá-la em uma equação diferencial exata, mediante a multiplicação por um fator integrante. DEFINIÇÃO 2: Uma função ( )yxI , é um fator integrante da EDO ( ) ( ) 0,, =+ dyyxNdxyxM se a equação ( ) ( ) ( )[ ] 0,,, =+ dyyxNdxyxMyxI é exata. Resolução de uma Equação Diferencial de 1ª ordem com o uso de um fator integrante: Se ( )yxI , é fator integrante da equação diferencial ( ) ( ) 0,, =+ dyyxNdxyxM , então ( ) ( ) ( )[ ] 0,,, =+ dyyxNdxyxMyxI é exata e pode ser resolvida pelo método de resolução de uma equação diferencial de 1ª ordem exata. Determinação de um fator integrante:1º) Por vezes, um reagrupamento dos termos da equação diferencial ( ) ( ) 0,, =+ dyyxNdxyxM facilita a visualização do fator integrante. Grupo de Termos Fator Integrante ( )yxI , dyxdxy − 2222 1 , 1 , 1 , 1 yxxyyx + −−− dyxdxy + ( ) K,3,2,1, 1 =n xy n dyydxx + ( ) K,3,2,1, 1 22 = + n yx n ,dybxaydx + onde ba, são constantes 11 −− ba yx 2º) Conhecem-se os fatores integrantes quando ( )yxM , e ( )yxN , na equação diferencial ( ) ( ) 0,, =+ dyyxNdxyxM satisfazem a certas condições: a) Se ( )xg x N y M N = ∂ ∂ − ∂ ∂1 , função que depende somente da variável “x”, então: ( ) ( )∫= dxxgeyxI , b) Se ( )yh x N y M M = ∂ ∂ − ∂ ∂1 , função que depende somente da variável “y”, então: ( ) ( )∫= − dyyheyxI , c) Se ( )xyyfM = e ( )xyxgN = , onde ( ) ( )xygxyf ≠ , então: ( ) yNxM yxI − = 1 , Ex.: 1) Na equação diferencial ( ) ( ) 0222 =++− dyyxxdxxyy , temos: ( ) ( ) 222 ,,, yxxyxNxyyyxM +=−= Então 22121 xy x N xy y M += ∂ ∂ ≠−= ∂ ∂ Logo a equação diferencial não é exata, mas podemos agrupar os termos desta equação da seguinte forma: ( ) ( ) 0222 =+−++ dyyxdxxyxdyydx Multiplicamos ambos os membros da equação diferencial pelo fator integrante ( ) ( )2 1 , xy yxI = e obtemos: ( ) ( ) ( )[ ] 0 1 222 2 =+−++ dyyxdxxyxdyydx xy Ou seja ( ) 0 1 1 2 =+− + − dydx xxy xdyydx yx d 43421 Então integrando ambos os membros desta equação diferencial, obtemos: Cdydx xxy d =+− −∫ ∫ ∫ 11 Logo a solução geral desta equação é dada na forma implícita por: Cyx xy =+−− ln1 OBS.: A equação diferencial do exemplo anterior, após a multiplicação pelo fator integrante se transformou em uma equação diferencial de 1ª ordem exata, logo também pode ser resolvida pelo método de resolução de equações diferenciais exatas. 2) Considere a equação diferencial: 43 2 2 3 yx yxy + =′ , então podemos escrever: ( ) 023 432 =+− dyyxydxx onde ( ) yxyxM 23, = e ( ) 43 2, yxyxN −−= Portanto temos: 22 33 x x N x y M −= ∂ ∂ ≠= ∂ ∂ Logo esta equação diferencial não é exata, mas ( )yg yx N y M M == ∂ ∂ − ∂ ∂ 21 , então: ( ) 2 1ln ln2 2 1 , 2 y eeeyxI yy dy y === ∫ = − − Multiplicando ambos os membros da equação diferencial por ( ) 21, yyxI = , obtemos: ( )[ ] 0231 4322 =+− dyyxydxxy ou seja: 023 2 432 = + − dy y yxdx y x onde 2 432 2 , 3 y yxN y xM +−== e x N y x y M ∂ ∂ =−= ∂ ∂ 2 23 Portanto temos agora uma equação diferencial de 1ª ordem exata, então vamos resolvê- la encontrando a função ( )yxf , tal que ( ) dy y yxdx y xyxdf + −= 2 432 23 , , então consideramos: ( ) ( )xgy y xdy y yxyxf +−= + −= ∫ 3 3 2 43 3 22 , Daí, obtemos: Cg dx dg y xM dx dg y x dx dg y x x f =⇒=⇒==+⇒+= ∂ ∂ 0333 222 Logo ( ) 33 3 2 , y y xyxf −= e a solução geral da equação diferencial dada é: Cy y x =− 3 3 3 2 3.5.1.4 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE 1ª ORDEM LINEARES Seja uma equação diferencial na forma ( )yxfy ,=′ . Se ( )yxf , pode ser escrita como: ( ) ( ) ( )xqyxpyxf +−=, , então a equação diferencial é uma equação linear. As equações diferenciais de 1ª ordem lineares podem sempre expressar-se na forma: ( ) ( )xqyxpy =+′ , e ( ) ( )∫= dxxpeyxI , é um fator integrante desta equação. Método de Resolução: Multiplicamos os dois membros da equação diferencial ( ) ( )xqyxpy =+′ por ( ) ( )∫= dxxpeyxI , . O membro esquerdo da equação diferencial resultante será: ( ) ( ) ( ) ( )[ ]yxIy dx dyxpeye dxxpdxxp ,⋅=⋅∫+′⋅∫ A integração direta desta nova equação dá a solução da equação ( ) ( )xqyxpy =+′ . Ex.: 1) Considere xxyy =−′ 2 , então ( ) xxp 2−= , logo: ( ) 22, xxdx eeyxI −− =∫= Portanto, multiplicando ambos os membros da equação diferencial dada por ( )yxI , , obtemos: ( ) ( ) dxxeyedxeye dx d xeyxeye xxxxx ye dx d xx x 22222 2 22 2 −−−−− −− =⇒=⇒=−′ − 44 344 21 Então integrando ambos os membros desta última equação, temos: ( ) Ceyedxxeyed xxxx +−=⇒= −−−− ∫∫ 2222 21 Logo a solução geral da equação diferencial xxyy =−′ 2 é dada por: 2 2 1 xCey −+−= 2) Considere o PVI: ( ) 1, ==+′ piysenxyy . Para resolver este PVI, vamos inicialmente determinar a soluço geral da equação diferencial de 1ª ordem linear. Nesta equação temos ( ) 1=xp , logo ( ) xdx eeyxI =∫=, , então multiplicando ambos os membros da equação diferencial senxyy =+′ por ( ) xeyxI =, , obtemos: ( ) ( ) ( ) senxdxeyedsenxeye dx d senxeyeye xxxxx ye dx d xx x =⇒=⇒=+′ 43421 Agora integrando ambos os membros desta última equação, obtemos: ( ) ( ) Cxsenxeyesenxdxeyed xxxx +−=⇒= ∫∫ cos2 1 Portanto, a solução geral da equação diferencial dada é: ( ) xCexsenxy −+−= cos 2 1 Considerando agora a condição inicial ( ) 1=piy e substituindo esta condição na solução geral encontrada, temos: ( ) { pipipipipipi eCCeCeseny 2 11 2 11cos 2 1 10 =⇒=+⇒=+ −= −− − 321 Logo a solução do PVI é dada por: ( ) xexsenxy −+−= pi 2 1 cos 2 1 3.5.1.5 EQUAÇÃO DIFERENCIAL DE BERNOULLI A equação diferencial de Bernoulli tem a forma: ( ) ( ) nyxqyxpy =+′ sendo n um número real qualquer. Para resolver a equação diferencial de Bernoulli, fazemos a substituição: nyz −= 1 , então a equação diferencial resultante será linear, logo a sua solução é obtida através do método visto anteriormente. Ex.: Considere a equação diferencial: yxxyy 6=+′ , então podemos escrevê-la na forma da equação diferencial de Bernoulli como: 2 1 6xyxyy =+′ Fazendo a troca de variáveis: 2 1 2 11 yyz == − , obtemos 2zy = , zzy ′=′ 2 e substituindo na equação diferencial dada, obtemos: xz x z 3 2 =+′ que é uma equação diferencial linear de 1ª ordem, cuja solução geral é dada por: 4 2 6 x Cez − += Então substituindo 2 1 yz = nesta solução, obtemos a solução geral da equação diferencial dada por: 2 442 1 22 66 +=⇔+= −− xx CeyCey 3.5.1.6 REDUÇÃO DE ORDEM Algumas equações diferenciais ordinárias de segunda ordem, isto é, aquelas que envolvem derivadas de segunda ordem de uma função desconhecida, podem ser resolvidas por redução da ordem e aplicação dos métodos já estudados nas seções anteriores. Ex.: Consideremos a EDO linear de segunda ordem: .0,2 >−=′+′′ xxyyx Fazendo a substituição yz ′= , obtemos a EDO linear de 1ª ordem: 2−=+′ xzzx cuja solução geral é dada por: ( ) 2 2 −+= x x C xz e portanto ( ) 2 2 −+==′ x x C xzy logo ( ) ( )∫ ++−== 1 2 ln2 4 CxCxxdxxzxy .
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