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Gestão de Resíduos Sólidos nas Cidades

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PLANEJAMENTO AMBIENTAL 
AULA 6 
 
 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
 
Katia Monte Chiari, D.Sc. 
ESCOLA POLITÉCNICA / UFRJ 
DESENVOLVIMENTO DAS CIDADES 
 A urbanização crescente está forçando as cidades 
a tornarem suas infraestruturas mais eficientes e 
sustentáveis: 
 Energia e CO2; 
 Uso e ocupação do solo; 
 Mobilidade e Transporte Sustentável; 
 Gestão de Resíduos Sólidos; 
 Tratamento de esgoto e abastecimento de Água; 
 Drenagem e combate a enchentes; 
 Qualidade do ar; 
 Governança ambiental; 
 Segurança 
 
 CIDADES: IMPACTOS AMBIENTAIS 
RESÍDUOS: 
GESTÃO 
INADEQUADA 
ASSOREAMENTO DE 
RIOS e CÓRREGOS 
 NA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO: 
O ATERRO DE GRAMACHO EM 2011 
 ENCERRAMENTO DO ATERRO DE GRAMACHO 
ENCERRADO EM 2012 
 ATERRO DE GRAMACHO EM 2011 - RMRJ 
DEFICIÊNCIAS DE CAPINA E VARRIÇÃO DAS RUAS 
PROBLEMAS DE LIMPEZA URBANA AFETANDO A 
DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS 
Dificuldade de escoamento de água das chuvas nas sarjetas 
 PROBLEMAS AMBIENTAIS NO BRASIL 
POLUIÇÃO: LIXÕES 
 POLUIÇÃO DE ORIGEM URBANA 
 Nas áreas urbanas o lixo jogado 
sobre a superfície, sem o devido 
tratamento, é uma das principais 
causas de poluição do solo. 
 
CHORUME 
ÁREA CONTAMINADA 
 
 Área Contaminada pode ser definida como um local 
onde há comprovadamente poluição ou 
contaminação, causada pela introdução de 
substâncias ou resíduos que nela tenham sido 
depositados, acumulados, armazenados, enterrados 
ou infiltrados de forma planejada ou acidental. Nessa 
área, os poluentes ou contaminantes podem 
concentrar-se no ar, nas águas superficiais, no solo, 
nos sedimentos ou nas águas subterrâneas. 
Definição: CETESB 
 
 
Fonte: FETTER (1999) 
FONTES DE CONTAMINAÇÃO 
ÁREAS CONTAMINADAS - CETESB 
 O aumento constante do número de áreas contaminadas 
registradas em São Paulo é consequência da ação 
rotineira de fiscalização e do licenciamento dos postos 
de combustíveis, das fontes industriais e comerciais, das 
áreas de tratamento e disposição de resíduos. 
 Nesse contexto, mais uma vez, o setor de postos de 
combustíveis, com 3.597 casos (75% do total), é 
destaque na lista de áreas contaminadas. A atividade 
industrial vem em segundo lugar, com 768 registros 
(16%), seguida da comercial, com 232 (5%), de resíduos, 
com 136 (3%) e de “Acidentes/Desconhecida/ 
Agricultura”, com 38 casos (1%). 
 Fonte: Cetesb, 2014 
 
CONTAMINAÇÃO - QUEM PAGA A CONTA? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:www.netuno.eco.br 
REMEDIAÇÃO 
A constatação, pelo órgão ambiental competente, de que uma 
determinada área contaminada representa um risco para a 
saúde humana e segurança pública, a partir dos resultados de 
um estudo de investigação detalhada e avaliação de risco, 
constitui o ponto de partida para a definição da concepção da 
remediação. Dependendo do uso pretendido para a área, deve-
se estabelecer um plano de remediação, para cada situação de 
contaminação que represente risco confirmado. 
O responsável pela área, ou seus representantes legais, 
propõem o plano de remediação, descrevendo as ações 
remediadoras que consideram adequadas (plano proposto) e o 
órgão ambiental competente avalia, revisa (caso necessário) e 
aprova o plano. A remediação é considerada finalizada quando 
as concentrações dos contaminantes atingem níveis aceitáveis 
pela legislação. 
CLASSIFICAÇÃO DA TECNOLOGIAS DE REMEDIAÇÃO 
 In situ: Tratamento do contaminante no próprio solo 
(sem movimentação do solo). 
 OBS.: é preferível, pois não envolve deslocamento de 
material contaminado 
 Ex situ: Remoção do material contaminado 
(escavação e deslocamento do solo) 
 Ex situ (mas on site): O material contaminado é 
removido, mas tratado em estações instaladas no 
local. 
 
ÁREAS CONTAMINADAS - INEA 
 
COMO GERENCIAR? 
ETA 
ETE 
Aterro 
Sanitário 
Lixão 
Captação 
de água 
Parque Estadual 
APA 
Área de alagamento 
Área de alagamento 
APP 
GESTÃO AMBIENTAL 
 DEFINIÇÕES – RESÍDUOS SÓLIDOS 
Resíduos domiciliares: os originários de atividades 
domésticas em residências urbanas; 
 
 Resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, 
limpeza de logradouros e vias públicas e outros 
serviços de limpeza urbana; 
 
 Resíduos sólidos urbanos (RSU): o somatório dos 
resíduos domiciliares e os resíduos de limpeza 
urbana; 
 Destinação final ambientalmente adequada: 
 destinação de resíduos que inclui a reutilização, a 
reciclagem, a compostagem, a recuperação e o 
aproveitamento energético ou outras destinações 
admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, 
entre elas a disposição final, observando normas 
operacionais específicas de modo a evitar danos ou 
riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os 
impactos ambientais adversos. Lei 12.305/2010 
 Disposição final ambientalmente adequada: 
 distribuição ordenada de rejeitos em aterros, 
observando normas operacionais específicas de modo 
a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança 
e a minimizar os impactos ambientais adversos. 
Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS 
Lei 12.305/2010 
GESTÃO AMBIENTAL 
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS 
 
POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
RESPONSABILIDADES 
 Lei 4.969/2008 - Art. 9º No caso de ocorrências danosas 
envolvendo resíduos sólidos, resíduos sólidos reversos e rejeitos, 
que coloquem em risco o meio ambiente e a saúde pública, a 
responsabilidade pela execução de medidas corretivas será: 
I - do gerador dos resíduos sólidos envolvido; 
II - do gerador e do transportador nos danos ocorridos durante o 
transporte; e 
III - dos geradores responsáveis e dos postos de coleta ou das 
unidades de disposição final, nos danos ocorridos nas instalações 
 
§ 1o Em caso de danos acidentais que envolvam resíduos sólidos, resíduos 
sólidos reversos ou rejeitos com características perigosas ao meio ambiente, 
o gerador fica responsável pela comunicação do ocorrido aos órgãos 
ambientais e de saúde pública competentes no prazo máximo de 48 horas. 
 
GERADORES DE RESÍDUOS E RESPONSABILIDADES 
 Lei 12.305 - Art. 3° Inciso IX – Geradores de Resíduos Sólidos: 
pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que 
geram resíduos sólidos por meio de suas atividades; 
A CIDADE CAMPEÃ DA 
LIMPEZA URBANA 
Closing the loops 
Waste 
Generation 
Waste Handling, 
Separation, Storage, and 
Processing at the source 
Collection Ref.BEM brochure 
Ref.BEM brochure 
Reduce 
Reuse 
Recycle 
Energy Recovery 
Landfill 
 
 
 LONG DEVELOPMENT TOWARD ZERO WASTE IN BORÅS 
 
 
• The first planning of biogas plant 1940 
• Investigation and planning 1986 
• Start of source sorting in 3000 households 1988 
• 10-years planning 1989-2000 1989 
• Full scale sorting with optical sorting system 1991 
• Anaerobic digestion and composting 1995 
• Interim storage of hazardous waste 1998 
• First collecting vehicle run with gas 2002 
• Waste plan 2001 - 2010 2003 
• First public gas station opened 2003 
• New digestor ready 2003 
• New incineration plant ready 2004 
• First bus inside the city run on biogas 2004 
• 39 buses inside the city run on biogas 2008 
• A second new gas station for private cars 2009 
• All 59 buses inside the city run on biogas 2010• A third new gas station for private cars 2011 
• Planning for a new energy complex 2011 
 
City Council Municipality 
Research Inst. 
University 
Private 
Companies 
City Council Municipality 
Research Inst. 
University 
Private 
Companies 
NGOs 
Waste Recovery in Sweden 
Waste Recovery in other countries 
Vision 
& Goals 
Laws & 
Legislation 
Projects & 
implementations 
Planning 
Education 
Research & 
Competence 
development 
www.wasterecovery.se 
Collaboration model of 
”Waste Recovery - International Partnership” 
O QUE PLANEJAR? 
Waste planning is like doing a puzzle 
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Municipal waste landfilling in Europe (2010) 
 § 1o Poderão ser utilizadas tecnologias visando à 
recuperação energética dos resíduos sólidos 
urbanos, desde que tenha sido comprovada sua 
viabilidade técnica e ambiental e com a 
implantação de programa de monitoramento de 
emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão 
ambiental. 
 LEI 12.305 - PNRS 
Multiplicidade de instrumentos de cooperação: 
 
 reuniões informais e comitês 
 
 convênios e consórcios administrativos 
 
 participação em órgãos colegiados de outros entes 
 
Cooperação convênios de cooperação 
Federativa 
 empresas cujo capital pertença a mais de um 
 ente federativo 
 
 consórcios de direito privado 
 
 consórcios públicos 
 
INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO 
CONVÊNIOS 
DEFINIÇÃO: 
 Convênios são acordos celebrados entre os órgãos 
públicos e outras instituições, públicas ou privadas, 
para a realização de um objetivo comum, mediante 
formação de parceria. 
 Os convênios assinados pelo Poder Público prevêem 
obrigações para ambos os parceiros. Deveres esses 
que geralmente, incluem repasse de recursos de um 
lado e, do outro, aplicação dos recursos de acordo 
com o ajustado, bem como apresentação periódica 
de prestação de contas. 
A Lei nº. 11.107, de 6 de abril de 2005, trouxe inovações e possibilidades 
para o planejamento ambiental: 
 
Consórcios Públicos: arranjos possíveis com a nova Lei: 
 
 Consórcios entre Municípios 
 
 Consórcios entre Estados 
 
 Consórcios entre Estado(s) e Distrito Federal 
 
 Consórcios entre Município(s) e Distrito Federal 
 
 Consórcios entre Estado(s) e Município(s) 
 
 Consórcios entre Estado(s), Distrito Federal e Município(s) 
 
 Consórcios entre União e Estado(s) 
 
 Consórcios entre União e Distrito Federal 
 
 Consórcios entre União, Estado(s) e Município(s) 
 
 Consórcios entre União, Estado(s), Distrito Federal e Município(s) 
 
CONSÓRCIOS PÚBLICOS 
 O consórcio é um contrato, onde as partes assumem 
obrigações recíprocas e constituem um ente com 
personalidade jurídica própria que atua em nome delas 
perante terceiros. Finalidades: 
 
• Compras conjuntas (de uma licitação vários contratos); 
 
• Agência reguladora regional; 
 
• Escola de Governo Regional; 
 
• Compartilhamento de equipamentos e de pessoal técnico; 
 
• Serviços conjuntos de abastecimento de água e esgotamento 
sanitário; 
 
• Unidades de saúde consorciais(hospitais, centros clínicos,etc); 
 
• Destinação final de resíduos sólidos 
 
CONSÓRCIOS PÚBLICOS 
 
 
MUNICÍPIO DO RIO DE 
JANEIRO 
 
PLANEJAMENTO NO RJ 
 A SMAC/ CRS, em articulação com a Secretaria Municipal de 
Conservação - SECONSERVA e a Companhia Municipal de 
Limpeza Urbana - COMLURB, elaborou o Plano Municipal de 
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos da Cidade do Rio de 
Janeiro – PMGIRS instituído pelo Decreto Municipal nº 
37.775/2013. 
 
 O Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é 
parte integrante do Plano Municipal de Saneamento Básico de 
Água e Esgoto do Município do Rio de Janeiro (PMSB-AE) 
estabelecido pelo Decreto Municipal n° 34.290/2011. 
 
GESTÃO DE RESÍDUOS NO RJ 
 Na cidade do Rio de Janeiro, os resíduos sólidos recolhidos 
pela COMLURB atingiram uma média de 9.227 toneladas 
diárias, no ano de 2014, sendo: 
 53,1 % de resíduo domiciliar; 
 30,7% de resíduo de limpeza urbana; 
 9,3% de resíduo de Grandes Geradores (incluindo resíduos da 
construção civil que chegam nas unidades da COMLURB); 
 5,4% de resíduos da Rede Municipal de Saúde, de Remoção 
Gratuita e de Emergência. 
 E o restante (1,5%) compreendido em outros resíduos (ex.: 
resíduos públicos casuais). 
 OBS.: O valor médio acima não contabiliza o montante referente aos 
resíduos de grandes geradores que tiveram seu recolhimento através de 
serviço particular de coleta e destinação. 
LIMPEZA URBANA E 
MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS 
 Segundo a Lei 11.445, Lei do Saneamento, o serviço 
público de limpeza urbana é composto pelas 
seguintes atividades: 
 
I- de coleta, transbordo e transporte dos resíduos; 
 
II- de triagem para fins de reuso ou reciclagem, 
 de tratamento, inclusive por compostagem e de 
 disposição final dos resíduos; 
 
III- de varrição, capina e poda de árvores em vias e 
logradouros públicos e outros serviços especiais 
pertinentes à limpeza pública. 
LIMPEZA URBANA 
TRANSPORTE: CAMINHÕES 
COLETA: ESTAÇÕES DE TRANSFERÊNCIA 
 
 
 
SEROPÉDICA 
CTR RIO - SEROPÉDICA 
 
 
 
O contrato com a COMLURB é uma concessão da 
Prefeitura do Rio à Empresa Ciclus para implantação e 
operação de um CTR e 7 ETR’s. Este contrato prevê as 
seguintes unidades: 
 Aterro Sanitário Bioenergético; 
 Estação de Tratamento de Efluentes (chorume); 
 Unidade de tratamento de biogás e geração de 
 energia limpa; 
 Unidade para processamento de Resíduos da 
 Construção Civil; 
 Unidade de processamento de resíduos de poda; 
 Laboratório; 
 Centro de educação ambiental; 
 Viveiro de mudas 
COLETA DE RSU NO RJ 
 
 
 
Para operação do CTR Rio foi projetado um sistema de 
logística de coleta e transferência de resíduos que 
conta com sete Estações de Transferência de Resíduos 
– ETR’s. Até o final do primeiro semestre de 2012, 
foram reformadas as ETR’s do Caju e de Jacarepaguá, 
anteriores a concessão, e projetadas e construídas as 
ETR’s de Marechal Hermes (operação iniciada em abril 
2012) e Santa Cruz (operação iniciada em junho 
2012). Estando ainda previstas as ETR’s de Taquara, 
Penha e Bangu, em fase de licenciamento ambiental, 
além da desativação da antiga ETR de Irajá. 
Estação de Transferência de Resíduos no RJ 
 
 
 
DISPOSIÇÃO FINAL EM ATERROS SANITÁRIOS 
REJEITOS NO ATERRO 
CTR RIO - SEROPÉDICADISPOSIÇÃO FINAL: ATERRO SANITÁRIO 
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CTR SEROPÉDICA - RJ 
Camada de impermeabilização feita com 
mantas reforçadas de polietileno de alta 
densidade (PEAD), rede de sensores, com 
cerca de 300 eletrodos na 1ª célula em 
operação, ligados a um software que indica 
qualquer anormalidade no solo. 
 APROVEITAMENTO DE BIOGÁS DE ATERROS 
 PRODUÇÃO DE BIOGÁS EM SEROPÉDICA 
PLANO DE APROVEITAMENTO DO BIOGÁS 
PLANO DE APROVEITAMENTO DO BIOGÁS 
 APROVEITAMENTO DO BIOGÁS EM ATERROS 
DUTOS NO ATERRO DE GRAMACHO 
TRATAMENTO DO CHORUME EM GRAMACHO