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Testes Biológicos em Biomateriais Bruna N. Teixeira Laboratório de Biopolímeros – I245 e-mail: bnarj86@gmail.com Desenvolvendo um dispositivo médico Conhecer as relações entre estrutura - função do tecido/órgão; Conhecer as relações entre estrutura - função do tecido/órgão; Conhecer as condições fisiológicas relacionadas a função do tecido/órgão; Conhecer as condições fisiológicas relacionadas a função do tecido/órgão; Definir as propriedades alvo para o material/dispositivo; Definir as propriedades alvo para o material/dispositivo; Planejar os ensaios de caracterização para avaliação da biocompatibilidade do material/dispositivo em desenvolvimento; Planejar os ensaios de caracterização para avaliação da biocompatibilidade do material/dispositivo em desenvolvimento; Caracterização de Biomateriais Ao desenvolver um biomaterial, é importante ter conhecimento de suas propriedades físicas e químicas; É preciso reproduzir as condições encontradas in vivo Caracterização de Biomateriais – 1ª etapa Caracterização do Biomaterial Testes in vitro Testes in vivo Caracterização de Biomateriais – 2ª etapa Ensaios Técnicos Testes Pré Clínicos Testes Clínicos ??? ??? 5 anos! Caracterização do Material Caracterização do Material Morfologia e/ou ComposiçãoMorfologia e/ou Composição MEV/EDSMEV/EDS MET/EDSMET/EDS Difração de Raios X Difração de Raios X XPSXPS FTIRFTIR Medida de Rugosidade Medida de Rugosidade PerfilometriaPerfilometria Microscopia confocal Microscopia confocal Testes Mecânicos Testes Mecânicos 1. Dissolução da superfície do biomaterial; 2. Precipitação da solução sobre o biomaterial; 3. Troca de íons e rearranjo estrutural do biomaterial; 4. Interdifusão da camada formada na superfície do biomaterial; 5. Efeitos sobre a atividade das células adjacentes ao implante; 6. Deposição das fases mineral ou orgânica sem integração; 7. Deposição com integração; 9. Adesão e proliferação celular; 10. Diferenciação celular; 11. Formação de matriz extracelular. Eventos da interação tecido – biomaterial: Avaliação do Desempenho Biológico • Testes in vitro constituem a primeira etapa na seleção de materiais – Hemocompatibilidade (ASTM F756) – Citotoxicidade (ASTM F813, F895) Testes in Vitro Cultura Celular Conjunto de técnicas que permitem cultivar ou manter células isoladas fora do organismo, sem que ocorra perda de características morfofisiológicas Crescimento de linhagens celulares a partir de células isoladas, aderidas à superfície de garrafas/placas de cultura Cultura Celular Cultura Celular Cultura primária; • Aproxima-se mais das propriedades biológicas do tecido original Linhagens estabelecidas; • Mais fácil de manter em laboratório Tipos celulares Vantagens da Cultura Celular Estudo de fenômenos inacessíveis em tecidos intactos Uso de células bem caracterizadas Controle das condições do ambiente (pH, temperatura, O2, etc) Conhecimento do comportamento e função da linhagem utilizada Economia de reagentes e tempo Avaliação in vitro da Biocompatibilidade Citotoxicidade Morfologia Proliferação Atividade Metabólica Genotoxicidade Avaliação in vitro da Biocompatibilidade • Ensaios de contato direto; • Adição de extratos; • Ensaios de contato indireto – Material testado é separado das células por uma barreira de difusão (ágar ou agarose) ou substâncias são extraídas do material a ser testado, através de um solvente e colocada em contato com as células. Avaliam a viabilidade celular (integridade de membrana, replicação, fagocitose, ativação de quimiotáxicos, secreção de citocinas e proteínas de matriz, entre outros Citotoxicidade A toxicidade de um biomaterial é definida como a capacidade de liberar substâncias que possam causar danos, ou morte celular, direta ou indiretamente, através da inibição das vias metabólicas. Testes devem ser realizados para avaliar os materiais e identificar aqueles que apresentam comportamento citotóxico, sendo possível selecionar apenas os materiais mais adequados para a aplicação in vivo, minimizando assim o número de animais experimentais. ISO 10993-5:2009 - Biological evaluation of medical devices -- Part 5: Tests for in vitro cytotoxicity ASTM F-813-83 - Método de contato direto para avaliação de materiais e dispositivos médicos frente à cultura de células; ASTM F-895-84 - Método de difusão em ágar de cultura de células para seleção de materiais por citotoxicidade; Testes in vitro para avaliação da citotoxicidade Testes in vitro para avaliação da citotoxicidade Os testes de extrato e de contato direto possibilitam avaliar, qualitativa e quantitativamente, a citotoxicidade dos materiais ou da viabilidade das células quando em contato com os materiais. Como preparar um extrato??? É feita imersão do biomaterial, em meio de cultura, sem soro fetal bovino, por 24h ou o tempo experimental determinado. Após esse período, o material é removido do meio e obtém-se o extrato. Testes in vitro para avaliação da citotoxicidade Testes in vitro para avaliação da citotoxicidade Os testes de contato indireto (extratos) permitem, APENAS, a avaliação qualitativa da citotoxicidade, enquanto que os textes de contato direto permitem avaliar resposta biológica ao material. Proliferação celular • Incubar célula no material • Cultivar por x horas/dias a 37°C em ambiente com 5% de CO2 – Métodos colorimétricos – Microscopia de Fluorescência – Microscopia Confocal – Técnicas que empregam biologia molecular • Como analisar??? Contagem manual ou via software Ensaios Colorimétricos Adição do corante 0 0,4 0,8 1,2 Day 1 Day 3 Day 7 Day 10 Day 14 Day 17 Day 21M et ab ol ic a ct iv ity (A bs or ba nc e) PLA DopaCOL Microscopia Confocal de Fluorescência Live/Dead ® Diferenciação • Dosagem de proteínas – Ex.: Para osteoblastos, dosar fosfatase alcalina. • Detecção de marcadores específicos de determinadas linhagens de células – Ex.: Para osteoblastos, RANKL e OPG. • Técnicas de biologia molecular Testes Microbiológicos • Utilizado para biomateriais cuja função é controlar uma infecção: – Teste do halo de inibição; – Teste da macro-diluição; – Teste de permeabilidade; Testes in Vivo Por que fazer um teste in vivo? • De acordo com a lei, um produto só pode ser empregado no homem após testes prévios em modelo animal; • Esses testes fornecem dados sobre o comportamento do biomaterial no organismo; • Estudo da resposta inflamatória (aguda e crônica) e relação destas em período tardio – Sucesso, ou não, do biomaterial. Modelos Animais • Camundongos e ratos • Coelhos; • Cachorros; • Bodes; • Entre outros. • Duração: 1 a 3 meses Como selecionar modelos e testes? • Considerar características (estruturais e químicas) e uso pretendido do biomaterial; • Aplicação clínica específica – considerando semelhanças e diferenças entre o modelo e o homem; • A similaridade das respostas de cura e remodelação do local de teste com o previsto para o implante, no homem, é fundamental na escolha de um modelo animal. Processos Biológicos – Resposta do Tecido aos Implantes Espaço morto criado pelo implante Trauma da implantação - Inflamação Agentes solúveis liberados pelo implante (íons ou fragmentos de polímeros, por exemplo) Interações químicas de moléculas biológicas com a superfície Alteração na distribuição das forças nos tecidos - diferençano módulo de elasticidade entre implante e tecido vizinho Movimento do implante – Falta de união entre tecido e biomaterial Como Escolher Local para Implante Vascularização Natureza da célula quanto a capacidade mitótica e migratória – capacidade regenerativa do tecido Presença de macrófagos Efeito mecânico e resposta celular E os testes? • Avaliação Clínica – reação tecidual (edema, alteração da cor, presença e cicatrização de feridas, inchaço, expulsão do implante ...). • Avaliação histológica e bioquímica. Avaliação Histológica e Bioquímica • Histologia; • MEV ; • MET; • Imunoistoquímica; • Imunomicroscopia; • Bioquímica celular e molecular; • Microrradiografia; • TESTES MECÂNICOS Morfologia do implante e tecido vizinho Ética e o Uso de Modelos Animais “A questão não é: podem eles raciocinar? Ou então, podem eles falar? Mas, podem eles sofrer ?” (Jeremy Bentham, 1789) A Ética na Pesquisa • A ética não permite que humanos sejam testados sem que o produto passe por testes em animais; • Historicamente, nas duas grandes guerras foram conduzidos experimentos em prisioneiros; • Em alguns casos, é permitido que humanos se voluntariem para testes específicos; • Atualmente, a OMS liberou o uso de soro anti-Ebola sem que testes in vivo fossem conduzidos. De Acordo com a Lei • A pesquisa em animais deve ter como diretrizes mínimas: – a definição de objetivos legítimos; – A imposição de limites à dor e ao sofrimento; – A fiscalização de instalações e procedimentos; – A garantia de tratamento digno e de manutenção de condições controladas; – A responsabilização pública. Princípios Orientadores da Utilização de Modelos Animais • Os seres humanos são mais importantes que os animais (Será?), mas os animais também tem importância, diferenciada de acordo com a espécie considerada; • Nem tudo o que é tecnicamente possível de ser realizado deve ser permitido; • Nem todo o conhecimento gerado em pesquisas com animais é plenamente transponível ao ser humano; • O conflito entre o bem dos seres humanos e o bem dos animais deve ser evitado sempre que possível. É impossível fazer testes em seres humanos justamente porque não se pode ter controle sobre eles e a pesquisa necessita de ambientes rigorosamente controlados laboratorialmente (biotérios);
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