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Processo descontínuo alimentado Técnica em processos microbianos, onde um ou mais nutrientes são adicionados ao biorreator durante o cultivo e em que os produtos permanecem aí até o final do bioprocesso Uma corrente de alimentação é adicionada ao biorreator, sem que efluente e células sejam removidos do sistema O substrato é alimentado constantemente durante o processo fermentativo, de forma a manter esta concentração constante (ou aproximadamente constante) A batelada alimentada é usada para manter as células sob condições de baixa concentração de substrato ou nutrientes (fonte de carbono) sem que ocorra o arraste de células É a operação recomendada para contornar, minimizar ou evitar os clássicos fenômenos de inibição por substrato ou produto resultando em altas produtividades geralmente muito maiores que a obtida na batelada simples O controle da velocidade de alimentação possibilita manter a velocidade do crescimento celular em intervalos desejados minimizando a formação de substâncias tóxicas para a célula melhorando a síntese de produto Permite estudos cinéticos por longo período e supera os problemas de estabilidade dos processos contínuos como contaminação e alterações metabólicas Existência de tempos mortos!!! Enchimento inicial da dorna Descarga da dorna Limpeza da dorna Sem controle feedback Alimentação intermitente/repetitiva/em intervalos Alimentação constante Alimentação exponencial Otimizada Com controle feedback Controle de valor constante Controle ótimo Sem controle feedback Alimentação intermitente/repetitiva/em intervalos o Uma fração constante de volume de cultura é removida a intervalos de tempos fixos e este volume é resposto até o valor máximo através da adição de meio com a vazão de alimentação conveniente Alimentação constante Alimentação exponencial Otimizada Alimentação estendida Concentração de substrato limitante é mantida constante no meio pelo suprimento contínuo de nutriente Usado para estender o tempo de fermentação Tipos de alimentação Por pulsos Continuamente Constante Linear Exponencial o Acompanha o crescimento exponencial o Garante a concentração de inibidores e repressores a níveis sub-repressores Desvantagem: demanda a implementação de controles Produto Tipo de adição Levedura Melaço, fontes de N, P e Mg Glicerol Açúcar Acetona e butanol Meio complexo Riboflavina Carboidrato Penicilina Glicose e amônia Protease Glicose e hidrolisado de caseína Novobiocina Várias fontes de C e N Ácido glutâmico Amônia Produto Tipo de adição Rifamicina Glicose e ácidos graxos Giberilina Glicose Vitamina B12 Glicose Tetraciclina Glicose Ácido cítrico Carboidrato e amônia Lisina Etanol e ureia Proteína unicelular Metanol Estreptomicina Glicose e amônia Os biorreatores de batelada alimentada estão associados ao termo BAIXO(A) BAIXA concentração de nutrientes BAIXAS taxas específicas de crescimento da biomassa 1. Quando o substrato é inibidor 2. Quando existem problemas de transferência de massa Produção de vinagre A concentração de etanol tem que ser baixa porque este substrato é inibidor Produção de ácido cítrico É necessária a manutenção de razões adequadas das fontes de C e N Produção de amilases A concentração de amido deve ser mantida baixa no meio fermentativo Produção de antibióticos e fermento de pão É necessária a manutenção de concentração de O2 e de baixa concentração de açúcar Produzido por oxidação do etanol Acetobactérias metabolizam etanol em pH < 3,0 Podem produzir até 180g/L de ácido acético A concentração de etanol deve ser mantida < 2% (m/V) [etanol] elevada Inibição do crescimento celular Baixo rendimento em ácido acético [etanol] baixa Sem inibição do crescimento celular Elevado rendimento em ácido acético Batelada simples BATELADA ALIMENTADA Pode ser produzido a partir de açúcares ou polissacarídeos Aspergillus niger atua em concentrações limitantes de Mn e Fe Amônia 47% (m/m) para regular a inibição pelo substrato Concentrações mais elevadas favorecem o crescimento celular e não a produção de ácido cítrico O acúmulo de ácido cítrico promove a inibição em batelada simples Concentrações elevadas de C (na forma de alcanos) causam problemas de transferência de O2 A fonte de C deve ser adicionada aos poucos concentrações elevadas tornam o meio com elevada pressão osmótica causa a desidratação do biocatalisador [alcanos] elevada Inibição do crescimento celular Baixa transferência de O2 [alcanos] baixa Melhor crescimento celular Melhoria das condições de transferência de O2 Batelada simples BATELADA ALIMENTADA Muitos derivam de micro-organismos Exemplo: penicilina e cefalosporina são produzidos em 2 estágios: Produzida por fungos filamentosos ou bactérias Substrato: amido Elevadas concentrações de amido tornam o meio viscoso Promovendo o decréscimo da transferência de O2 Exigiria melhorias nos sistemas de aeração e de agitação de meio Encareceria o processo Adicionando amido em baixas concentrações, há uma redução da viscosidade Promovendo melhores condições de operação do fermentador [amido] elevada Elevada viscosidade do meio Descréscimo da transferência de massa Energia de agitação elevada [amido] baixa Controle da viscosidade do meio Incremento na transferência de massa Descréscimo energético Batelada simples BATELADA ALIMENTADA Sujeitas ao efeito CRABTREE (ou repressão catabólica) Sob concentrações elevadas de fonte de C , apresentam a tendência para fermentar ao invés de respirar Em batelada simples com meio contendo 4g/L de glicose, produz-se ácido láctico e baixos rendimentos em biomassa Em batelada alimentada, o meio é adicionado em baixa concentração de glicose e as células respiram ao invés de fermentar Aumentando o rendimento em biomassa [glicose] elevada Elevado rendimento em lactato Baixo rendimento celular [glicose] baixa Baixo rendimento em lactato Elevada produtividade em biomassa Batelada simples BATELADA ALIMENTADA A produção de Saccharomyces cerevisiae pode ser feita em batelada alimentada, utilizando sacarose como substrato Saccharomyces cerevisiae também está sujeita ao efeito crabtree A alimentação dos reatores em batelada alimentada para produção de fermento pode conter mais do que 20g/L Baixas vazões e a oxigenação correta garantem elevadas produtividades de biomassa Fermento também pode ser produzido em fermentadores contínuos Possibilidade maior de contaminação [açúcar] elevada Elevado rendimento em etanol Baixo rendimento celular [açúcar] baixa Baixo rendimento em etanol Elevada produtividade em biomassa Batelada simples BATELADA ALIMENTADA Início da operação: BATELADA SIMPLES Semelhante ao processo contínuo Segue-se a batelada alimentada Taxa de consumo = 𝜇 ∙ 𝑋𝑉 𝑌𝑋 𝑆 𝑔 ℎ Taxa de alimentação = 𝐹 ∙ 𝑆𝐹 𝑔 ℎ Taxa de consumo = − 𝑑𝑆𝑉 𝑑𝑡 𝑌𝑋 𝑆 = 𝑑𝑋 𝑑𝑡 −𝑑𝑆 𝑑𝑡 = 𝑑𝑋𝑉 𝑑𝑡 −𝑑𝑆𝑉 𝑑𝑡 − 𝑑𝑆𝑉 𝑑𝑡 = 𝑑𝑋𝑉 𝑑𝑡 𝑌𝑋 𝑆 ∴ 𝜇 = 1 𝑋 𝑑𝑋 𝑑𝑡 ∴ 𝜇 = 1 𝑋𝑉 𝑑𝑋𝑉 𝑑𝑡 ∴ 𝑑𝑋𝑉 𝑑𝑡 = 𝜇 ∙ 𝑋𝑉 Suposições (não inibitórias) Se oferta ≥ demanda → μ= μmáx Ou seja: KS é desprezível Se oferta ≤ demanda → μ< μmáx YX/S= constante durante todo o processo Não faltam nutrientes Crescimento balanceado, logo: Substrato para manutençãocelular é desprezível Supõe-se Monod válido plenamente; então, a célula não está distante do predito/ótimo fisiológico Aumento do volume do biorreator = volume de solução de nutrientes alimentada Ou seja: aumento decorrente deste acréscimo Metabolismo não se relaciona diretamente com a idade do cultivo Ou seja: todas as células estão metabolicamente semelhantes Definições Taxa do volume de cultivo → Taxa mássica total de células no biorreator → Taxa mássica de substrato limitante no biorreator → Equação de Monod → 𝑑𝑉 𝑑𝑡 = 𝐹 𝑡 𝑑𝑋𝑉 𝑑𝑡 = 𝜇 ∙ 𝑋𝑉 𝑑𝑆𝑉 𝑑𝑡 = 𝐹 ∙ 𝑆𝐹 − 𝜇 ∙ 𝑋𝑉 𝑌𝑋 𝑆 𝜇 = 𝜇𝑚á𝑥 𝑆 𝐾𝑆 + 𝑆 (1) (2) (3) (4) alimentação consumo Batelada Alimentada Com alimentação exponencial Com alimentação constante Condução perfeita de bioprocesso Monod Necessita de controles rígidos Forma mais usual industrialmente Duas regiões • Exponencial • Linear Batelada alimentada com alimentação exponencial • Não usual (S constante; F variável) De acordo com a equação de Monod, para que um cultivo cresça a μ constante, deve-se impor que durante toda a batelada alimentada a concentração de substrato limitante no biorreator seja constante (S) Portanto, a equação (3) toma a forma: 𝑆 𝑑𝑉 𝑑𝑡 = 𝐹 ∙ 𝑆𝐹 − 𝜇 ∙ 𝑋𝑉 𝑌𝑋 𝑆 (5) O crescimento é exponencial, portanto: ∴ μ = 1 𝑋 𝑑𝑋 𝑑𝑡 = 𝑑𝐿𝑛𝑋 𝑑𝑡 𝑑𝐿𝑛𝑋 𝑋 𝑋0 = 𝜇𝑋𝑑𝑡 𝑡 0 𝐿𝑛 𝑋 𝑋0 = 𝜇𝑋 ∙ 𝑡 𝑋 = 𝑋0 ∙ 𝑒 𝜇𝑡 ∴ ∴ 𝑋𝑉 = 𝑋0𝑉0 ∙ 𝑒 𝜇𝑡 (6) Batelada alimentada com alimentação exponencial • Não usual (S constante; F variável) Substituindo (6) em (5): 𝑆𝐹 = 𝐹 ∙ 𝑆𝐹 − 𝜇 ∙ 𝑋0𝑉0 ∙ 𝑒 𝜇𝑡 𝑌𝑋 𝑆 (7) 𝐹 = 𝜇 ∙ 𝑋0𝑉0 ∙ 𝑒 𝜇𝑡 𝑌𝑋 𝑆 ∙ 𝑆𝐹 − 𝑆 𝐹 = 𝐹0 ∙ 𝑒 𝜇𝑡 F é função das características da célula e das condições iniciais do cultivo em Batelada Alimentada Logo, é uma função exponencial ∴ ou (8) Para achar a expressão de F, o tratamento matemático é facilitado, porém o processo requer controle e automação mais sofisticados Batelada alimentada com alimentação constante • Situação mais comum (S variável; F constante) Condições iniciais: X0; V0; S0 𝑑𝑉 𝑑𝑡 = 𝐹 (𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒) 𝑑𝑉 𝑉 𝑉0 = 𝐹𝑑𝑡 𝑡 0 ∴ 𝑉 = 𝑉0 + 𝐹𝑡 (9) 𝑑𝑆𝑉 𝑑𝑡 = 𝐹 ∙ 𝑆𝐹 − 𝜇 ∙ 𝑋𝑉 𝑌𝑋 𝑆 O balanço global para substrato é dado pela equação (3), ou seja: Agora S é variável com o tempo!!! 𝑑𝑆𝑉 𝑆𝑉 𝑆0𝑉0 = 𝐹𝑆𝐹𝑑𝑡 𝑡 0 − 1 𝑌𝑋 𝑆 𝑑𝑋𝑉 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑋𝑉 𝑋0𝑉0 𝑑𝑋𝑉 𝑑𝑡 = 𝜇 ∙ 𝑋𝑉 (2) (3) Batelada alimentada com alimentação constante • Situação mais comum (S variável; F constante) Onde se chega a: 𝑉 𝑆 + 𝑋 𝑌𝑋 𝑆 = 𝐹𝑆𝐹𝑡 + 𝑆0𝑉0 + 𝑋0𝑉0 𝑌𝑋 𝑆 (10) Com esta equação, pode-se analisar as regiões de crescimento em separado: oferta ≥ demanda → crescimento exponencial Nada está limitando o crescimento celular oferta ≤ demanda → crescimento limitado Batelada alimentada com alimentação constante • Situação mais comum (S variável; F constante) Região de crescimento exponencial Como é a avaliação desta região? S >>>> KS → μ= μmáx 𝑋𝑉 = 𝑋0𝑉0 ∙ 𝑒 𝜇𝑡 (6) 𝑉 = 𝑉0 + 𝐹𝑡 (9) Substituindo (9) em (6): 𝑋 = 𝑋0𝑉0 ∙ 𝑒 𝜇𝑡 𝑉0 + 𝐹𝑡 (11) Substituindo (11) em (10) podemos estimar a concentração de substrato em qualquer tempo, levando em conta o crescimento exponencial: 𝑆 = 𝐹𝑆𝐹𝑡 + 𝑆0𝑉0 + 𝑋0𝑉0 𝑌𝑋 𝑆 1 − 𝑒𝜇𝑚á𝑥∙𝑡 𝑉0 + 𝐹𝑡 (12) Batelada alimentada com alimentação constante • Situação mais comum (S variável; F constante) Região de crescimento limitado Chega-se a um ponto onde a oferta não atende mais o crescimento O valor numérico de S é desprezível face ao valor de 𝑋 𝑌𝑋 𝑆 na equação (10) e, portanto: 𝑋 = 𝐹𝑆𝐹𝑌𝑋 𝑆 𝑡 + 𝑆0𝑉0𝑌𝑋 𝑆 + 𝑋0𝑉0 𝑉0 + 𝐹𝑡 𝑋𝑉 = 𝐹𝑆𝐹𝑌𝑋 𝑆 𝑡 + 𝑆0𝑉0𝑌𝑋 𝑆 + 𝑋0𝑉0 (14) (13) Expressão de variação de X com t Expressão mássica Batelada alimentada com alimentação constante • Situação mais comum (S variável; F constante) Região de crescimento limitado Para se conhecer a variação de μ com o tempo, utiliza-se a equação (13) na forma diferencial e a equação (2) 𝑑𝑋𝑉 𝑑𝑡 = 𝜇 ∙ 𝑋𝑉 (2) ∴ 𝜇 = 𝑑𝑋𝑉 𝑑𝑡 𝑋𝑉 Basta resolver a equação diferencial!!! ∴ 𝜇 = 𝐹𝑆𝐹𝑌𝑋 𝑆 𝑋𝑉 = 𝐹𝑆𝐹𝑌𝑋 𝑆 𝐹𝑆𝐹𝑌𝑋 𝑆 𝑡 + 𝑆0𝑉0𝑌𝑋 𝑆 + 𝑋0𝑉0 (15) Batelada alimentada com alimentação constante • Situação mais comum (S variável; F constante) Região de crescimento limitado Usando-se a equação (4) e a equação (15): 𝜇 = 𝜇𝑚á𝑥 𝑆 𝐾𝑆 + 𝑆 (4) 𝜇 = 𝐹𝑆𝐹𝑌𝑋 𝑆 𝐹𝑆𝐹𝑌𝑋 𝑆 𝑡 + 𝑆0𝑉0𝑌𝑋 𝑆 + 𝑋0𝑉0 (15) ∴ 𝑆 = 𝐹𝑆𝐹𝑌𝑋 𝑆 𝐾𝑆 𝐹𝑆𝐹𝑌𝑋 𝑆 𝜇𝑚á𝑥𝑡 − 1 + 𝑆0𝑉0𝑌𝑋 𝑆 + 𝑋0𝑉0 𝜇𝑚á𝑥 (16) Dita a variação de S com o tempo para crescimento limitado Batelada alimentada com alimentação constante • Situação mais comum (S variável; F constante) Tempo de transição (τT) entre as regiões de crescimento exponencial e limitado (XV)crescimento exponencial = (XV)crescimento limitado 𝑋0𝑉0 ∙ 𝑒 𝜇𝜏𝑇 = 𝐹𝑆𝐹𝑌𝑋 𝑆 𝜏𝑇 + 𝑆0𝑉0𝑌𝑋 𝑆 + 𝑋0𝑉0 (6) (13) (17) Batelada alimentada com alimentação constante • Situação mais comum (S variável; F constante) Perfil da Batelada Alimentada com alimentação constante Regiões de crescimento exponencial e limitado Trata-se de um perfil hipoteticamente usado nas indústrias e nos laboratórios de pesquisa e ensino μ é constante porque o crescimento é exponencial Comparação entre BS e BA com vazão constante na oxidação de sorbitol a sorbose por Acetobacter suboxidans Cinética da produção de lovastatina BS 1.250 ppm BA 2.220 ppm Comparação entre os valores de produtividade volumétrica na produção de lovastatina por processo em BS e BA
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