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CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 1 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br AULA 04 JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA (Arts. 69 e seguintes do CPP) Olá, caros alunos!!! Na aula de hoje trataremos do tema JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA. Este capítulo, especialmente, exigirá muito de nossa memorização, uma vez que trata de regras impositivas. Começaremos estudando a Jurisdição, tema bastante simples. Para provas de concurso, devemos nos ater ao seu conceito e princípios. JURISDIÇÃO: Na sua etimologia, a palavra jurisdição vem do latim Juris + Dictio, ou seja, “dizer o direito”. Jurisdição nada mais é do que o poder-dever que o Estado-Juiz tem de dizer o direito, aplicando a lei no caso concreto e, assim, solucionando os conflitos de interesses que lhe são apresentados. Em outras palavras: toda vez que temos um problema e não conseguimos resolvê-lo pacificamente, recorremos ao Poder Judiciário. O Judiciário vai então tentar resolver nosso conflito de interesses. Ao analisar o referido conflito e dar uma solução, dizemos que o juiz prestou jurisdição. Ele aplicou a lei ao caso concreto, resolvendo o conflito que lhe foi apresentado. Estabelecido o conceito de jurisdição, passemos agora à análise de seus princípios. PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO: CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 2 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br a) Princípio da Inércia da Jurisdição ou da Iniciativa das Partes (ne procedat iudex ex officio). Em regra, o Poder Judiciário não se manifesta sem ser provocado pelas partes. Isso significa que o juiz não pode atuar de ofício, ou seja, somente se manifestará se provocado. Existem casos, entretanto, em que o juiz pode atuar mesmo sem ser provocado pelas partes, constituindo, portanto, exceção a essa regra. Exemplos: o juiz pode determinar a abertura de inventário de ofício; o juiz pode decretar a prisão preventiva do acusado de ofício; poderá conceder ordem de habeas corpus de ofício, etc. b) Princípio do Juiz Natural: ninguém será processado senão pelo juiz competente, previamente estabelecido conforme as normas de organização judiciária (art. 5º, LIII, CF/88). O acusado, ao cometer uma infração penal, já deve saber previamente qual será o juízo competente para julgá-lo. Disso decorre que não haverá juízo ou tribunal de exceção (art. 5º, XXXVII, CF/88). c) Princípio do Promotor Natural: discute-se, na doutrina e jurisprudência, se o princípio do promotor natural também seria aceito pelo ordenamento jurídico brasileiro. Ou seja, da mesma forma que ninguém será julgado senão pelo juiz previamente competente para conhecer da causa, ninguém seria acusado senão pelo órgão do MP previamente estabelecido para tanto. A doutrina majoritária e a jurisprudência do STJ vêm aceitando o promotor natural como princípio implícito. Nada obstante, o Supremo Tribunal Federal não aceita tal princípio, por entender que ele violaria a regra da indivisibilidade do Ministério Público (vide HC 67.759, Pleno, DJ 01.07.1993; HC 84.468/ES, Rel. Min. Cezar Peluso, 1ª Turma, DJ 20.02.2006 e HC 90277/DF, Rela. Mina. Ellen Gracie, 2ª Turma, DJ CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 3 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br 01.08.2008). Essa última orientação é que deve ser adotada em provas de concurso público. d) Princípio da Investidura: a jurisdição só pode ser prestada por aquele que foi previamente aprovado em concurso público de provas ou provas e títulos, foi nomeado, empossado e encontra-se no pleno exercício de suas funções. Vale dizer: somente a pessoa legalmente investida em suas funções poderá prestar jurisdição. e) Princípio da Indeclinabilidade da Jurisdição: o juiz não pode se negar a prestar jurisdição. Não pode declinar de seu mister, recusando-se a resolver a questão. Nos termos do art. 5º, XXXV, CF/88: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito.” f) Princípio da Indelegabilidade da Jurisdição: o juiz não pode delegar jurisdição a outrem. Do contrário, o princípio do juiz natural seria desrespeitado. g) Princípio da Improrrogabilidade da Jurisdição: Em regra, a jurisdição não se prorroga, ou seja, o juiz que é incompetente não passa a ser competente pelo decurso do tempo. No entanto, existem exceções: casos de conexão e continência (serão estudos mais a frente). h) Princípio da Inevitabilidade ou Irrecusabilidade: as partes não podem recusar o juiz, salvo nos casos de impedimento, suspeição ou incompetência. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 4 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Como vimos, a jurisdição é tema de relativa simplicidade. Passemos então ao estudo da Competência. COMPETÊNCIA: CONCEITO: Competência é a medida ou limite da jurisdição. A jurisdição é una e indivisível. Porém, nem todo juiz está apto a julgar todas as causas que lhe são apresentadas. Devemos analisar o tipo de crime que foi cometido, a lugar em que a infração foi praticada, se o agente possui foro especial, etc. Nos termos do art. 69 do Código de Processo Penal, a competência será determinada pelo: I – o lugar da infração; II – o domicílio ou residência do réu; III – a natureza da infração; IV – a distribuição; V – a conexão ou continência (na verdade, são causas de prorrogação da competência); VI – a prevenção; VII – a prerrogativa de função. Daqui para frente, analisaremos, uma a uma, as causas de fixação de competência. I) NATUREZA DA INFRAÇÃO: De acordo com a natureza da infração, a justiça classifica-se em JUSTIÇA ESPECIALIZADA (Eleitoral, Trabalhista e Militar) e JUSTIÇA COMUM (Federal e Estadual). CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 5 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br A Justiça Eleitoral não possui grande relevância na esfera penal. Será competente para julgar os crimes eleitorais e conexos (Lei nº 4.737/1965 – Código Eleitoral). A Justiça Trabalhista é competente para julgar as questões trabalhistas propriamente ditas (salário, férias, décimo terceiro salário, aviso prévio, etc.). Aqui fica um aviso: a justiça trabalhista não julga crimes. Eventuais crimes contra a organização do trabalho são de competência da Justiça Federal (art. 109, VI, da Constituição da República). Já a Justiça Militar, em regra, será competente para julgar as infrações penais militares, cometidas por militares, no exercício de suas funções. Exige-se, assim, três requisitos para que a justiça militar seja competente: i) o crime deve ser militar (previsto no Código Penal Militar); ii) o sujeito ativo do crime deve ser militar; e iii) o crime deve ser praticado no exercício da função. Obviamente que não precisamos ficar decorando os crimes militares, porém devemos ficar atentos aos seguintes casos especiais que costumam ser cobrados nas provas de Processo Penal: Casos Especiais: a) Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar civil acusado de prática de crime contra instituições militares estaduais (Súmula nº 53 do STJ);b) No caso de crime de abuso de autoridade e lesão corporal praticados por militar em serviço, o abuso de autoridade será julgado pela Justiça Comum, ainda que praticado em serviço, e a lesão corporal será julgada pela Justiça Militar, já que foi praticada em serviço (Súmula nº 172 do STJ). O crime de abuso de autoridade não CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 6 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br é julgado pela Justiça Militar, ainda que praticado em serviço, pois não tem previsão na legislação militar; c) O crime de homicídio doloso cometido por militar contra civil, ainda que em serviço, é de competência da Justiça Comum (Lei nº 9.299/96); d) Crime cometido por militar de folga usando arma da corporação é de competência da Justiça Comum (Lei nº 9.299/96). Lembro aos senhores que a súmula nº 47 do STJ (“compete à Justiça Militar processar e julgar crime cometido por militar contra civil, com emprego de arma pertencente à corporação, mesmo não estando em serviço”) não tem mais aplicação; e) Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar delito decorrente de acidente de trânsito envolvendo viatura de Polícia Militar, salvo se autor e vítima forem policiais militares em situação de atividade (Súmula nº 06 do STJ); f) Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar o policial militar por crime de promover ou facilitar a fuga de preso de estabelecimento penal (Súmula nº 75 do STJ); g) O foro competente para julgar um militar, quando este cometer crime militar em situação de atividade, é a Justiça Militar a qual ele está vinculado, pouco importando o lugar onde o crime ocorreu. Assim, se um Policial Militar do DF cometer um crime militar em São Paulo, deverá ser julgado pela Justiça Militar do DF e não de São Paulo. Isso, entretanto, só se aplica às infrações militares e não aos crimes comuns. Se esse mesmo policial militar do Distrito Federal cometer um estupro em São Paulo, ele será julgado pela Justiça comum de São Paulo e não pela do Distrito Federal. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 7 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Vistas tais regras, devemos lembrar que, se o crime não for de competência da Justiça Especializada, será de competência da Justiça Comum. Passemos, então, às regras da justiça federal e estadual. • JUSTIÇA FEDERAL: nos termos do art. 109 da Constituição Federal de 1988, à Justiça Federal compete: “Art. - 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; V - A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 8 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar; X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; XI - a disputa sobre direitos indígenas. § 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte. § 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. § 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual. § 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.” Basicamente, no âmbito penal, a Justiça Federal é competente para julgar os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, suas Autarquias, Empresas Públicas Federais ou Fundações Públicas Federais, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral (art. 109, IV, da CF/88 e jurisprudência). CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 9 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Aqui também veremos alguns casos especiais: Casos Especiais: a) As infrações penais que ofendam Sociedades de Economia Mista serão julgadas pela Justiça Comum Estadual; b) Nos termos da Súmula nº 38 do STJ, compete à Justiça Comum Estadual, na vigência da Constituição de 1988, o julgamento de processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesses da União ou de suas entidades. Isso significa dizer que as contravenções penais sempre serão julgadas pela Justiça Estadual; c) Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena figure como autor ou vítima (Súmula nº 140 do STJ). No entanto, crimes que envolvam direitos indígenas (considerados na sua coletividade) são de competência da Justiça Federal (art. 109, XI, da CF/88). Vejamos questão cobrada na prova da OAB, em 2007, sobre esse tema: “É competente a justiça federalpara o processo e o julgamento de crime praticado dentro de reserva indígena, ainda que, na ocasião, não tenha havido disputa sobre direitos indígenas” (item ERRADO, uma vez que o critério para definição da competência da Justiça Federal é o fato do crime envolver direitos indígenas, fato este expressamente excluído pelo item. Note que o fato do crime ter sido cometido dentro de reserva indígena é irrelevante, se, no caso, não houve qualquer disputa sobre direitos indígenas). CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 10 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br d) Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função (Súmula nº 147 do STJ); e) Nos termos da Súmula nº 522 do STF, salvo ocorrência de tráfico para o exterior, quando então a competência será da Justiça Federal, compete à Justiça dos Estados o processo e julgamento dos crimes relativos a entorpecentes; f) Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não ocorrer lesão à autarquia federal (Súmula nº 107 do STJ); g) A utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da competência da Justiça Estadual (Súmula nº 73 do STJ). Caso a falsificação não seja grosseira, o crime será de falsificação de moeda e, consequentemente, a competência será da Justiça Federal; h) Crime de falsificação de certificado de conclusão (diploma) de estabelecimento particular de ensino: (i) para o STJ, a competência é da Justiça Comum Estadual (Sumula nº 104 do STJ). (ii) para o STF, se a entidade particular for de ensino superior (ex: UniCeub aqui em Brasília), a competência será da Justiça Federal; CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 11 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br i) Desvio de verbas federais: (i) se a verba, ao ser desviada, já tinha se incorporado definitivamente ao patrimônio do Estado ou Município, a competência será da Justiça Estadual (Súmula nº 209 do STJ). (ii) se a verba, ao ser desviada, ainda não tinha se incorporado definitivamente ao patrimônio do Estado ou Município (era administrada em sistema de convênio, por exemplo), a competência será da Justiça Federal (Súmula nº 208 do STJ). Finalmente, o que não for de competência da Justiça Especializada, nem da Justiça Federal, será de competência da Justiça Estadual (competência residual). Muitas regras para memorizarmos, não?? Essa é a parte penosa do tópico “Competência”. Nada obstante, vamos retomar o fôlego e continuar!!! O segundo critério de fixação da competência que analisaremos será a Natureza da Infração. Aqui, buscamos definir o local onde a ação penal será proposta, se em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, etc. II) LUGAR DA INFRAÇÃO: 1) AÇÃO PENAL PÚBLICA: nos termos do art. 70 do CPP, sendo a infração de ação penal pública, a competência será determinada, em regra, pelo lugar onde a infração se consumou. Nos casos de tentativa, a competência será determinada pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. 2) AÇÃO PENAL PRIVADA: caso a infração seja de exclusiva ação privada, dispõe o art. 73 do CPP que o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 12 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br infração. Significa dizer que a vítima poderá escolher se inicia a ação no local onde o crime se consumou, ou se prefere o local de domicílio ou residência do réu. Aqui também analisaremos alguns casos especiais. CASOS ESPECIAIS: a) CRIMES PERMANENTES E CRIMES CONTINUADOS (art. 71 do CPP): em se tratando de infrações permanentes ou continuadas, a competência será determinada pela prevenção, isto é, o primeiro juiz que tomar conhecimento do processo é que será o competente (prevenção). O conceito de prevenção será visto daqui a pouco; b) INCERTEZA DE LIMITES (art. 70, § 3º, do CPP): quando for incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições ou, quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência será determinada pela prevenção. Vejamos esta questão cobrada na prova de Delegado de Polícia do RJ (NCE, UFRJ, 2002): “Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais comarcas, a competência firmar-se-á levando-se em consideração o domicílio do acusado”. (item ERRADO, pois, como visto, nos casos em que existe uma incerteza de limites, a competência será determinada pela prevenção, e não pelo local de domicílio do acusado); CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 13 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br c) ESTELIONATO NA MODALIDADE DE EMISSÃO DE CHEQUES SEM FUNDO (art. 171, § 2º, VI, do CP): quando o crime de estelionato for cometido na modalidade de emissão de cheque sem fundos, a competência será do local onde se der a recusa do pagamento (lugar onde está situado o Banco Sacado - Sumula nº 244 do Superior Tribunal de Justiça); d) ESTELIONATO NA MODALIDADE DE FALSIFICAÇÃO DE ASSINATURA: nos termos da Súmula nº 48 do STJ, a competência será do local onde o agente obteve a vantagem indevida; e) CRIMES COM REPERCUSSÃO INTERNACIONAL: e.1) EXECUÇÃO DA INFRAÇÃO NO BRASIL E CONSUMAÇÃO NO EXTERIOR: a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução (art. 70, § 1º, do CPP). Exemplo: “A”, na fronteira com o Paraguai, mas ainda no Brasil, desfere algumas facadas contra “B” que corre e vem a falecer no Paraguai. Nesse caso, o Brasil teria competência para julgar, já que a execução do crime foi praticada no território nacional. No caso, a competência seria da cidade brasileira em que as facadas foram desferidas; e.2) EXECUÇÃO NO EXTERIOR E CONSUMAÇÃO NO BRASIL: a competência será determinada pelo lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir o seu resultado no Brasil (art. 70, § 2º, do CPP); e.3) EXECUÇÃO E CONSUMAÇÃO NO EXTERIOR: a ação deverá ser ajuizada na capital do estado onde por último houver residido o acusado no Brasil ou, se ele nunca houver residido no CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 14 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Brasil, será competente o juízo da Capital da República (art. 88 do CPP); f) Crimes cometidos a bordo de NAVIOS E AERONAVES: f.1) Caso a embarcação esteja chegando no Brasil, a competência será do lugar onde estiver situado o 1° porto /aeroporto em que ela chegar (art. 89 do CPP); f.2) Caso a embarcação esteja saindo do Brasil, a competência será do local onde estiver situado o último porto/aeroporto do qual ela partiu (art. 90 do CPP). 9 Observação: havendo dúvida quanto à competência, está será determinada pela prevenção (art. 91 do CPP). Os três próximos critérios defixação da competência são bastante simples e não trazem maiores dificuldades. Veremos, então, o domicílio ou residência do réu, a prevenção e a distribuição. III) DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU (art. 72 do CPP): Nos crimes de iniciativa pública, o domicílio ou residência do réu funciona como critério subsidiário. Ou seja, não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. Assim, a ação só deverá ser ajuizada no local de domicílio ou residência do réu quando o lugar de consumação do crime for totalmente ignorado. Já nos casos em que a infração é de exclusiva ação privada, conforme já mencionado, o querelante (vítima) poderá optar entre o local de domicílio ou residência do réu e o lugar de consumação do crime (art. 73 do CPP). Trata-se, assim, de um critério alternativo, uma vez que, mesmo que seja CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 15 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br conhecido o lugar de consumação do crime, o ofendido poderá optar por processar seu agressor no local de domicílio ou residência do réu. IV) DISTRIBUIÇÃO: esse critério costuma ser utilizado quando todos os outros já foram ultrapassados e, mesmo assim, resta mais de um juiz competente para julgamento. Exemplo: casos em que, na comarca, há mais de uma vara criminal. Em regra, a distribuição é feita aleatoriamente, ou seja, por sorteio eletrônico, salvo se um dos juízes já estiver prevento. Trata-se de critério de menor importância em nosso estudo que não costuma ser cobrado nas provas de concurso, em razão de sua simplicidade. V) PREVENÇÃO: quando dois ou mais juízes forem igualmente competentes para julgar determinada causa, a competência será determinada pela prevenção, isto é, aquele que primeiro tomar conhecimento do processo é que será o competente (nesse caso, fala-se que ele está prevento). A distribuição de inquérito policial, a decretação de prisão preventiva, a concessão de fiança ou a determinação de qualquer diligência (exemplo: busca e apreensão), mesmo que antes do início do processo, torna o juiz prevento. Observação: lembre-se de que a decisão em habeas corpus não torna o juiz prevento para conhecer de futura ação penal. Isso significa que ainda que o HC tenha sido concedido pelo juiz da 5ª Vara Criminal, nada impede que a denúncia seja distribuída para a 3ª Vara e o processo comece lá. VI) PRERROGATIVA DE FUNÇÃO: Nesse critério de fixação da competência, estudaremos onde as principais autoridades serão processadas criminalmente, quando se CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 16 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br envolverem na prática de infrações penais. Com efeito, determinadas pessoas, não em razão de suas características pessoais, mas em razão do cargo ou da função pública que exercem, possuem, nos termos da lei, foro especial ou por prerrogativa de função. Ou seja, serão processadas já em algum tribunal, e não perante o juiz de primeiro grau. Tal prerrogativa existe em função do cargo ou função pública desempenhados e não em razão da pessoa. Consequentemente, caso o agente deixe o cargo (exoneração, aposentadoria etc.), perderá o direito ao foro especial. Chamo atenção para o fato de que a Lei nº 10.628/2002, que deu nova redação ao art. 84 do Código de Processo Penal, foi julgada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, razão pela qual, hoje, não há qualquer exceção a essa regra. Ainda que o crime se refira a atos administrativos do agente e tenha sido praticado enquanto ele se encontrava no exercício do cargo ou função, não haverá mais direito ao foro especial, caso a pessoa deixe de ocupar o cargo ou função pública. Abaixo, os senhores encontrarão um resumo das principais autoridades e seus respectivos foros especiais. Recomendo, sinceramente, sua memorização, por se tratar de matéria comumente cobrada nos certames. Alguns de vocês, inclusive, já o devem ter visto no Direito Constitucional. Bem, deixemos de enrolação e vamos a eles: a) Supremo Tribunal Federal: nos crimes comuns, será competente para julgar o presidente da República, o vice-presidente da República, os membros do Congresso Nacional (deputados federais e senadores), os ministros do Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República e o advogado-geral da União (todas essas autoridades, nos crimes de responsabilidade, serão julgadas pelo Senado Federal, com exceção dos deputados federais, que serão julgados pela Câmara dos Deputados). Já nos crimes comuns e de responsabilidade, compete ao Supremo Tribunal CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 17 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Federal julgar os ministros de Estados, os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, os ministros de Tribunais Superiores, os ministros do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática em caráter permanente (lembre-se de que os ministros de Estado e os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, serão julgados pelo Senado Federal quando cometerem crimes de responsabilidade conexos com os crimes de responsabilidade do presidente ou do vice-presidente da República). Mais à frente estudaremos o conceito de conexão; b) Superior Tribunal de Justiça: nos crimes comuns, será competente para julgar os governadores de Estado e do Distrito Federal. Já nos crimes comuns e de responsabilidade, compete ao Superior Tribunal de Justiça julgar os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e dos Tribunais Regionais do Trabalho (aqui estou me referindo aos juízes de 2ª instancia, isto é, aos desembargadores federais, etc.), os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os membros do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; c) Deputados estaduais e distritais: poderão ser julgados em quatro locais diferentes a depender do tipo de infração cometida: nos crimes de competência estadual, serão julgados pelo Tribunal de Justiça. Nos crimes de competência federal, serão julgados pelo Tribunal Regional Federal. Nos crimes eleitorais, pelo Tribunal Regional Eleitoral. Finalmente, nos crimes de responsabilidade, serão julgados pela Assembleia Legislativa do respectivo Estado; d) Os prefeitos seguem regra semelhante: nos crimes de competência estadual, serão julgados pelo Tribunal de Justiça. Nos crimes de CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 18 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br competência federal, serão julgados pelo Tribunal Regional Federal. Nos crimes eleitorais, pelo Tribunal Regional Eleitoral. Finalmente, nos crimes de responsabilidade, serão julgados pela Câmara dos Vereadores; e) Os juízes de 1ª instância serão julgados pelo Tribunal a que estiverem vinculados (exemplos: Tribunal Regional Federal, Tribunal de Justiça). A única exceção fica por conta dos crimes eleitorais, em que serão julgados pelo Tribunal Regional Eleitoral. Também os membros dos Ministérios Públicos dos Estados serão julgadospelo Tribunal perante o qual atuarem, salvo nos crimes eleitorais, em que serão julgados pelo Tribunal Regional Eleitoral. Cuidado, porém, com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Este segue regra diferente: seus promotores de justiça serão julgados pelo Tribunal Regional Federal, ao passo que seus procuradores de justiça serão julgados pelo Superior Tribunal de Justiça. Bem, visto o foro por prerrogativa de função, passaremos ao estudo do que seria o último critério de fixação da competência, ou seja, a conexão e a continência. Ocorre, porém, que, como mencionado antes, a conexão e continência são causas de prorrogação da competência e não critério de fixação. Trata-se apenas de natureza jurídica diversa que não altera as regras que vamos ver em seguida. VII) CONEXÃO E CONTINÊNCIA: CONEXÃO: Veremos neste tópico quando duas ou mais infrações penais podem ser consideradas conexas. A conexão seria, assim, uma relação de proximidade que pode existir entre os crimes ou contravenções penais. Não se esqueçam, CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 19 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br a conexão pressupõe necessariamente a existência de duas ou mais infrações penais. Passemos ao estudo dos tipos de conexão. a) INTERSUBJETIVA: • Por simultaneidade ou ocasional: quando duas ou mais infrações penais são cometidas, simultaneamente, por duas ou mais pessoas reunidas (normalmente em situações de tumulto). Não existe o liame de vontades entres os envolvidos, ou seja, não há o vínculo psicológico entre eles. Exemplo: tumulto em um estádio de futebol, em que vários delitos são cometidos; • Por concurso: ocorre quando duas ou mais infrações são cometidas por várias pessoas em concurso. Neste caso, existe o vínculo psicológico (liame subjetivo) entre os agentes. Os crimes são conexos em razão do concurso existente entre os sujeitos das infrações. Ex.: quadrilha de sequestradores em que um executa do sequestro, outro planeja a ação, um terceiro vigia o local, outro negocia o resgate etc; • Por reciprocidade: quando duas ou mais infrações são cometidas por várias pessoas de maneira recíproca, isto é, umas contra as outras. Aqui temos o exemplo clássico das lesões corporais recíprocas. b) OBJETIVA OU MATERIAL: • Teleológica: ocorre quando uma infração é cometida com o intuito de garantir a execução de outra. Exemplo: matar o segurança para sequestrar o empresário; CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 20 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br • Consequencial: dá-se quando uma infração é cometida com o fim de assegurar a ocultação, impunidade ou vantagem de outra infração penal. Exemplos: ocultar o cadáver após o homicídio; matar a testemunha de um crime; um dos comparsas espanca o outro para ficar com todo o produto do furto, etc. c) INSTRUMENTAL, PROBATÓRIA OU PROCESSUAL: refere-se à prova de uma infração penal. Ocorre quando a prova de um crime também servir como prova em outra infração penal. Exemplo: a prova quanto a origem criminosa ou não de determinada mercadoria (refere-se ao furto) também servirá como prova no delito de receptação. CONTINÊNCIA: Diferentemente da conexão, a continência reflete um tipo de relacionamento entre os delitos que pode ocorre quando temos duas ou mais infrações ou, até mesmo, com uma única infração penal. São três os tipos de continência: a) POR CUMULAÇÃO SUBJETIVA: ocorre quando duas ou mais pessoas são acusadas da mesma infração (concurso de pessoas). Note que, na conexão por concurso, temos duas ou mais infrações penais cometidas em concurso. Já na continência, existe uma única infração penal sendo praticada em concurso de pessoas. Ex: “A” e “B” provocam a morte de seu desafeto, sendo “A” o autor e “B” o partícipe; CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 21 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br b) POR CUMULAÇÃO OBJETIVA: ocorre quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, comete duas ou mais infrações penais (é o chamado concurso formal de crimes previsto no art. 70 do Código Penal). Ex: querendo causar a morte de seu inimigo, e sabendo que este faria uma viagem para o exterior, “A” coloco um explosivo no carro que, além de causar a morte de seu desafeto, provoca também a morte de sua família e do motorista. Neste exemplo, temos uma única ação criminosa (colocação do explosivo) e vários crimes (morte do desafeto, do motorista e da família); c) ERRO: ocorre nas hipóteses do erro no direito penal (erro na execução – aberratio ictus e resultado diverso do pretendido – aberratio delicti). O tema do “erro” é próprio do direito penal e, por isso, não será abordado neste curso. Para vermos como o tema da conexão e continência vem sendo cobrado nas provas de concurso, destaco o item abaixo cobrado na prova de Delegado de Polícia Civil do RJ (NCE/UFRJ/2002): “Configura hipótese de conexão o caso de infração penal ser cometida em concurso por duas ou mais pessoas” (item ERRADO. Como visto acima, trata-se de caso de continência, uma vez que temos uma única infração penal sendo cometida em concurso de pessoas) Vistos os casos de conexão e continência, não podemos esquecer que tais institutos trazem como consequência a reunião dos processos. Dessa forma, analisaremos agora as regras de atração, a fim de descobrirmos qual juiz será o competente para julgamento, nos casos em que os crimes são conexos ou há continência. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 22 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br REGRAS DE ATRAÇÃO OU FORO PREVALENTE: No que tange ao foro prevalente, deve-se observar as seguintes regras: a) Justiça Comum X Justiça Especializada = Justiça Especializada; b) Justiça Estadual X Justiça Federal = Justiça Federal (Súmula nº 122 do STJ); c) Justiça Comum X Júri = Júri. Exemplo: caso o crime de homicídio seja conexo com a ocultação de cadáver, ambos serão julgados pelo Tribunal do Júri. Concluímos, então, que o Tribunal do Júri tem competência para julgar os crimes dolosos contra a vida, bem como aqueles que lhes sejam conexos (ainda que estes últimos não sejam dolosos contra a vida); d) Foro Especial X Foro Especial = se duas ou mais autoridades que tenham foro especial cometerem um crime, nos termos da Súmula nº 704 do STF, ambas serão julgadas pelo foro de maior graduação. Assim, se um deputado federal e um governador, em concurso, forem acusados de cometer uma infração penal, ambos serão julgados pelo STF; e) Foro Especial + “Pessoa Comum” + crime que não seja doloso contra a vida: caso uma autoridade que tenha foro especial cometa, em concurso, um crime (que não seja doloso contra a vida) acompanhado de uma pessoa sem foro especial, este será julgado pelo foro competente para julgar a autoridade (atração); f) Foro Especial + “Pessoa Comum” + crime doloso contra a vida: caso uma autoridade que tenha foro especial cometa, em CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 23 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.brconcurso, um crime (doloso contra a vida) acompanhado de uma pessoa sem foro especial, a autoridade será julgada pelo seu foro especial enquanto a pessoa comum será julgada pelo Tribunal do Júri (ocorre uma separação dos processos). Exemplo: Se um governador, acompanhado de João (pessoa sem foro especial) cometerem, em concurso, um homicídio, o governador será julgado pelo STJ e João pelo Tribunal do Júri; 9 Observação: nos termos da Súmula 721 do STF: “a competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual.” Assim, se um secretário de Estado cometer um homicídio doloso, deverá ser julgado pelo Tribunal do Júri e não pelo Tribunal de Justiça (o foro especial dos secretários de Estado decorre das Constituições Estaduais. Consequentemente, nos termos da referida súmula, o Júri tem prevalência nesse caso). g) No concurso entre jurisdições de categorias diversas (instâncias diferentes), prevalecerá a de maior graduação; h) No concurso entre jurisdições de mesma categoria prevalecerá: a) a competência do lugar onde tiver sido praticada a infração mais grave (pena maior); b) Caso as infrações sejam de mesma intensidade (penal igual), prevalecerá a competência do lugar onde tiver sido praticado o maior número de infrações; CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 24 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br c) Caso as infrações sejam de mesma intensidade (pena igual) e número de infrações também seja o mesmo, a competência será determinada pela prevenção. Finalmente, para terminarmos nossa aula, elenco alguns casos em que haverá a separação de processos: SEPARAÇÃO DE PROCESSOS: ocorrerá a separação de processos e julgamento, dentre outros casos, nas seguintes hipóteses: OBRIGATÓRIA (art. 79 do CPP): a) Justiça Comum X Justiça Militar; b) Justiça Comum X Justiça da Infância e Juventude; c) Se, em relação a um dos corréus, sobrevier doença mental. Com relação a este, o processo deverá ficar suspenso até que ele se restabeleça (art. 152 do CPP); FACULTATIVA (art. 80 do CPP): a) Havendo um número excessivo de acusados; b) Para não prorrogar demasiadamente a prisão provisória de um dos acusados; c) Se por qualquer motivo relevante o juiz achar conveniente a separação. Bem, senhores, concluímos as regras relativas à jurisdição e competência. Vejamos então algumas questões para treinar nosso aprendizado. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 25 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Relativamente à competência no processo penal, analise as afirmativas a seguir: Na determinação da competência por conexão, em caso de concurso de jurisdições da mesma categoria, observa-se a regra da preponderância da jurisdição em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade. Comentário: Item CORRETO. Conforme o art. 78 do CPP: Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri; II - no concurso de jurisdições da mesma categoria: a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade; c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; Como se pode perceber, no concurso entre jurisdições de mesma categoria, prevalecerá a competência do local onde tiver sido praticada a infração mais grave. Ocorre, porém, que se as infrações forem de mesma gravidade, prevalecerá a competência do lugar do maior número de infrações. Finalmente, nos demais casos, a competência será determinada pela prevenção. Notem que a prevenção, será utilizada apenas em último caso. 2) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Relativamente à competência no processo penal, analise as afirmativas a seguir: CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 26 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br A competência prevista na Constituição Estadual de foro por prerrogativa de função para procurador do estado não prevalece sobre a competência prevista na Constituição Federal do julgamento pelo tribunal do júri para crimes dolosos contra a vida. Comentário: Item CORRETO. A súmula 721 do STF é expressa ao determinar que: “a competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual.” No item analisado, a prerrogativa de foro para procurador de estado decorre exclusivamente de uma Constituição Estadual, consequentemente, prevalece a competência do Júri para julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Assim, se esse procurador de estado cometer um crime de homicídio doloso, será julgado pelo Tribunal do Júri, e não pelo foro especial. 3) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Relativamente à competência no processo penal, analise as afirmativas a seguir: É possível a separação de processos em razão do número excessivo de acusados. Comentário: Item CORRETO. O art. 80 do CPP traz os casos de separação facultativa dos processos. Assim, “será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação”. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 27 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br 4) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Relativamente à competência no processo penal, analise as afirmativas a seguir: A competência prevista na Constituição Federal de foro por prerrogativa de função para juiz de direito prevalece sobre a competência prevista na Constituição Federal do julgamento pelo tribunal do júri para crimes dolosos contra a vida. Comentário: Item CORRETO. Esse item também está baseado na Súmula 721 do STF. No presente caso, a prerrogativa de função do juiz de direito decorre da Constituição Federal, de modo que prevalecerá sobre a competência do Júri para julgamento dos crimes dolosos contra vida. 5) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Em tema de competência, é correto afirmar que, sendo incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á: a) pelo domicílio do réu ou, se for ignorado seu paradeiro, pelo juiz que primeiro tomar conhecimento do fato; b) pela distribuição; c) pela prevenção; d) pelo domicílio da vítima; e) pelo lugar onde o resultado deveria ter ocorrido. Comentário: A assertiva correta é a letra “C”. A prevenção ocorre quando dois ou mais juízes foram igualmente competentes para conhecer de determinada causa. Nesse caso, o juiz que primeiro se manifestar firmará a sua competência. São três os casos mais conhecidos em que a prevenção será utilizadacomo CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 28 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br critério de fixação da competência: i) nos crimes permanentes, ii) nos crimes continuados e iii) quando se tratar de uma incerteza de limites. 6) (ESAF/Analista de Finanças e Controle/Correição – AFC/CGU/2006) A competência para processar e julgar a emissão de cheque sem fundos é do: a) lugar da emissão do título; b) lugar da recusa do pagamento; c) lugar do domicílio do emitente; d) lugar do domicílio do beneficiário; e) lugar da residência do emitente. Comentário: A assertiva correta é a letra “B”. Nos termos da súmula 244 do STJ, “Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos”. 7) (Cespe/Defensor Público do DF/SGA/2006) De acordo com o Direito Processual Penal e com o Código de Processo Penal (CPP), julgue os itens que se seguem: A prevenção fixa a competência do juízo, no processo penal, quando o juiz toma conhecimento, em primeiro lugar, de um processo que poderá, em tese, ser da competência de outros juízes. Comentário: Item CORRETO. O item traz o conceito doutrinário de prevenção. Nos termos do art. 69 do CPP, a prevenção é um critério de fixação da competência. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 29 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br 8) (Cespe/Defensor Público do DF/SGA/2006) De acordo com o Direito Processual Penal e com o Código de Processo Penal (CPP), julgue os itens que se seguem: No campo da competência, a regra principal é garantir a punição do autor da infração penal no lugar onde ela se realizou e, desconhecendo-se a regra supletiva do lugar da residência ou do domicílio da vítima, sendo foro de eleição do querelado, nos crimes de ação penal de iniciativa privada. Comentário: Item ERRADO. No que se refere à determinação da competência quanto ao lugar da infração, a regra geral, conforme o art. 70 do CPP, é garantir a punição do autor da infração no lugar onde ela se consumou. Notem que o item menciona “lugar onde ela se realizou”, que não significa o mesmo que lugar de consumação. Além disso, há uma outra imprecisão na questão: nos crimes de ação penal privada, o querelante (vítima) poderá preferir o lugar de domicilio ou residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração (art. 73, CPP). 9) (Cespe/OAB-DF/2007) Assinale a opção correta acerca do processo penal: Compete à justiça estadual processar e julgar crimes de desvio de verbas oriundas de órgãos federais, sujeitas ao controle do TCU e não incorporadas ao patrimônio do município. Comentário: Item ERRADO. Quando se tratar do crime de desvio de verbas federais, devermos verificar, para o fim de definição da competência, se a verba já se incorporou ou não ao patrimônio do Estado/Município. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 30 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Caso a verba já tenha sido incorporada, a competência para julgamento de eventual crime será da Justiça Estadual. Porém, para verbas não incorporadas, a competência será da Justiça Federal. Vide as súmulas 208 (“compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal”) e 209 (“compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal”) do STJ. Na presente questão, a verba ainda não foi incorporada ao patrimônio do município. Assim, a competência para processo e julgamento será da Justiça Federal. 10) (CESPE/AGU – Procurador Federal/2007) Julgue o item abaixo: Competem à justiça estadual o processo e o julgamento dos crimes contra a economia popular. Comentário: Item CORRETO. A competência da Justiça Estadual é residual, de modo que um crime só será de competência da referida justiça quando não for de competência da Justiça Federal ou das justiças especializadas. É exatamente o que ocorre com os crimes contra a economia popular (Lei nº 1.521/51). 11) (CESPE/AGU – Procurador Federal/2002) Julgue o item abaixo: Um vereador praticou um crime de homicídio durante o mandato. Nessa situação, por ter foro especial por prerrogativa de função, caberá ao tribunal de justiça a competência para processar e julgar o edil. Comentário: CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 31 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Item ERRADO. Os vereadores não possuem foro por prerrogativa de função. Nos termos do art. 29, VIII, da CF/88, a imunidade dos vereadores abrange apenas a inviolabilidade por suas palavras, opiniões e votos nos exercício do mandato e na circunscrição do Município. 12) (CESPE/AGU – Advogado da União/2004) Julgue o item abaixo: Adão e Bento, previamente ajustados e com unidade de desígnios, adentraram em uma agência de uma sociedade de economia mista e, mediante graves ameaças exercidas com o emprego de revólveres municiados, subtraíram do interior do cofre a importância de 100 mil reais. Nessa situação, de acordo com a orientação do STJ, será competente a justiça comum estadual para processar e julgar o crime de roubo qualificado. Comentário: Item CORRETO. Segundo o art. 109, IV, da CF/88: “Aos juízes federais compete processar e julgar: IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral”. Notem que as sociedades de economia mista não são mencionadas no referido dispositivo, razão pela qual, nesse último caso, a competência será da Justiça Estadual (critério residual). 13) (CESPE/PC-PA – Delegado de Polícia/2009) Julgue o item abaixo: Antônio, com intenção homicida, desfechou dois tiros de pistola em Bruno, na cidade de Altamira-PA. Gravemente ferido, Bruno foi levado para Belém, onde foi internado em unidade hospitalar com melhor estrutura que aquela CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 32 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br do município onde ocorreram os disparos. Apesar do esforço dos integrantes da equipe médica, Bruno veio a falecer seis meses após o fato, em consequência dos ferimentos provocados pela arma de Antônio. Assim, a competência para processar e julgar o delito é do tribunal do júri de Belém- PA, pois o Código de Processo Penal, em relação ao lugar do crime, adotou a teoria do resultado. Comentário: Item ERRADO. A competência, no que se refere ao lugar da infração, é determinada, nos termos do art. 70 do CPP, pelo lugar de consumação da infração. Ocorre, porém, que o delito de homicídio constitui exceção a essa regra. A jurisprudência majoritária já firmou entendimento no sentido de que, para definição da competência no referido delito, devemos buscar o lugar de execução da infração (teoria da ação ou da atividade). A justificativa é uma maior facilidade na reunião de provas. 14) (CESPE/MPE-RN– Promotor de Justiça/2009) Julgue o item abaixo: Compete ao STJ conhecer e decidir conflito de atribuições entre membros do MP federal e de MP estadual. Comentário: Item ERRADO. Conforme entendimento mais recente do STF, compete ao Pretório Excelso dirimir conflito de atribuições entre o Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual. Nesse sentido, vide: ACO 853/RJ, Rel. Min. Cezar Peluso, Pleno, j. 08.03.2007 e Pet. 3631/SP, Rel. Min. Cezar Peluso, Pleno, j. 06.12.2007. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 33 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br 15) (CESPE/PC-RN – Delegado de Polícia/2009) Julgue o item abaixo: O habeas corpus, de acordo com a CF, será de competência do STJ quando o coator for o comandante do Exército. Comentário: Item CORRETO. Nos termos do art. 105, I, “c”, CF/88, compete ao Superior Tribunal de Justiça julgar o habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea “a”, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. 16) (CESPE/MPE-RN – Promotor de Justiça/2009) Julgue o item abaixo: Tratando-se de competência territorial pelo lugar da infração, em regra, o CPP adotou a teoria da atividade. Comentário: Item ERRADO. Nos termos do art. 70 do CPP, a competência territorial pelo lugar da infração é, em regra, definida pelo local de consumação da infração, ou seja, adota-se a teoria do resultado. 17) (CESPE/MPE-RN – Promotor de Justiça/2009) Julgue o item abaixo: Por se tratar de hipótese de competência criminal absoluta, verificada a ocorrência de conexão entre delitos diversos, deve ser determinada a CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 34 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br reunião dos processos, ainda que um deles já tenha sido julgado, sob pena de nulidade, que pode ser alegada a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição. Comentário: Item ERRADO. É verdade que a conexão e continência são causas de prorrogação da competência que geram, como consequência, a reunião de processos. Nada obstante, a referida reunião somente poderá ocorrer até o trânsito em julgado da sentença. Esse é o teor do art. 82 do CPP, verbis: “Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificação das penas”. 18) (FCC/TJ-RR/Juiz de Direito/2008) Julgue o item abaixo: Compete ao Superior Tribunal de Justiça julgar os Governadores e Deputados Estaduais. Comentário: Item ERRADO. Os Governadores de Estado e do Distrito Federal serão julgados pelo STJ nos crimes comuns (art. 105, I, CF/88). Já os Deputados Estaduais serão julgados perante o Tribunal de Justiça do respectivo estado (nos crimes de competência estadual); o Tribunal Regional Federal (nos crimes de competência federal); o Tribunal Regional Eleitoral (nos crimes eleitorais) e nas Assembleias Legislativas (nos crimes de responsabilidade). CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 35 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br 19) (Cespe/PGE-ES/Procurador de Estado/2008) Julgue o item abaixo: Agentes do Ibama abordaram um caminhão que transportava toras de madeira das espécies jacarandá e sucupira, retiradas em propriedade particular, sem cobertura de autorização para transporte de produto florestal. Nessa situação, de acordo com o entendimento jurisprudencial dominante, caberá à justiça comum a competência para processar e julgar futura ação penal por crime ambiental. Comentário: Item CORRETO. Considerando que a proteção ao meio ambiente constitui matéria de competência comum da União, dos estados, do DF e dos municípios, e inexiste, quanto aos crimes ambientais, dispositivo constitucional ou legal expresso sobre qual a justiça competente para o seu julgamento, tem-se que, em regra, o processo e julgamento dos crimes ambientais é de competência da justiça comum estadual. 20) (CESPE/Procurador do Estado do Ceará/2008) Julgue o item abaixo: Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado o último ato de execução. Comentário: Item ERRADO. Conforme o art. 71 do CPP, “Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção”. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 36 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br A prevenção ocorre quando dois ou mais juízes são igualmente competentes para conhecer de determinada causa. Nesse caso, aquele juiz que primeiro se manifestar (se forem juízes da mesma comarca será competente o juiz que primeiro despachar no processo, ao passo que, se forem juízes de comarcas distintas, ficará prevento aquele que primeiro ordenar a citação válida do acusado) firmará a sua competência. 21) (FCC/TJ-RR/Juiz de Direito/2008) Julgue o item abaixo: Nos casos de exclusiva ação penal privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou de residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. Comentário: Item CORRETO. Nas ações penais privadas exclusivas o querelante (vítima) poderá ajuizar a ação no foro de domicílio ou residência do réu ou no local de consumação do delito (art. 73, CPP). Trata-se de um critério alternativo. Difere assim dos crimes de ação pública onde a competência será, em regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração. Nesses crimes, somente quando não for conhecido o lugar da infração, é que a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu (critério subsidiário, conforme o art. 72 do CPP). 22) (CESPE/Procurador do Estado do Ceará/2008) Julgue o item abaixo: A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa não torna o juízo prevento para a futura ação penal relativa a tais diligências. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 37 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Comentário: Item ERRADO. O presente item traz justamente exemplos de casos que geram a prevenção do juízo. Assim, a distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa torna o juiz prevento para conhecer de futura ação penal. Lembrem-se, porém, que a decisão em HC não gera a prevenção do juiz. 23) (FCC/TJ-RR/Juiz de Direito/2008) Julgue o item abaixo: O júri somente tem competência para julgar os crimes dolosos contra a vida, e, assim, em caso de conexão com crime que não é de sua competência, haveráseparação dos processos. Comentário: Item ERRADO. O Júri tem competência para julgamento dos crimes dolosos contra a vida e também aqueles que lhes sejam conexos. Conforme o art. 78, I, CPP: “na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: I – no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri”. Assim, havendo conexão entre crime doloso contra a vida e outro que não é da sua competência, o Tribunal do Júri será competente para julgamento de ambos, não havendo que se falar em separação dos processos. QUESTÕES DA AULA CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 38 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br 1) (CESPE/OAB-DF/2007) Assinale a opção correta acerca do processo penal: É competente a justiça federal para o processo e o julgamento de crime praticado dentro de reserva indígena, ainda que, na ocasião, não tenha havido disputa sobre direitos indígenas. GABARITO: ERRADO 2) (NCE/UFRJ/Delegado da PC-RJ/2002) Em tema de competência, é correto afirmar que: Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais comarcas, a competência firmar-se-á levando-se em consideração o domicílio do acusado. GABARITO: ERRADO 3) (NCE/UFRJ/Delegado da PC-RJ/2002) Em tema de competência, é correto afirmar que: Configura hipótese de conexão o caso de infração penal ser cometida em concurso por duas ou mais pessoas. GABARITO: ERRADO 4) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Relativamente à competência no processo penal, analise as afirmativas a seguir: I. Na determinação da competência por conexão, em caso de concurso de jurisdições da mesma categoria, observa-se a regra da preponderância da jurisdição em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade. II. A competência prevista na Constituição Estadual de foro por prerrogativa de função para procurador do estado não prevalece sobre a competência prevista na Constituição Federal do julgamento pelo tribunal do júri para crimes dolosos contra a vida. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 39 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br III. É possível a separação de processos em razão do número excessivo de acusados. IV. A competência prevista na Constituição Federal de foro por prerrogativa de função para juiz de direito prevalece sobre a competência prevista na Constituição Federal do julgamento pelo tribunal do júri para crimes dolosos contra a vida. Assinale: (a) Se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. (b) Se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. (c) Se apenas as afirmativas III e IV estiverem corretas. (d) Se todas as afirmativas estiverem corretas. (e) Se nenhuma afirmativa estiver correta. GABARITO: D 5) (NCE/UFRJ – Agente Penitenciário – PCDF/2005) Em tema de competência, é correto afirmar que, sendo incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á: a) pelo domicílio do réu ou, se for ignorado seu paradeiro, pelo juiz que primeiro tomar conhecimento do fato; b) pela distribuição; c) pela prevenção; d) pelo domicílio da vítima; e) pelo lugar onde o resultado deveria ter ocorrido. GABARITO: C CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 40 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br 6) (ESAF – Analista de Finanças e Controle/Correição – AFC/CGU/2006) A competência para processar e julgar a emissão de cheque sem fundos é do: a) lugar da emissão do título; b) lugar da recusa do pagamento; c) lugar do domicílio do emitente; d) lugar do domicílio do beneficiário; e) lugar da residência do emitente. GABARITO: B 7) (Cespe/Defensor Público do DF/SGA/2006) A competência para processar e julgar a emissão de cheque sem fundos é do: A prevenção fixa a competência do juízo, no processo penal, quando o juiz toma conhecimento, em primeiro lugar, de um processo que poderá, em tese, ser da competência de outros juízes. GABARITO: CORRETO 8) (Cespe/Defensor Público do DF/SGA/2006) A competência para processar e julgar a emissão de cheque sem fundos é do: No campo da competência, a regra principal é garantir a punição do autor da infração penal no lugar onde ela se realizou e, desconhecendo-se a regra supletiva do lugar da residência ou do domicílio da vítima, sendo foro de eleição do querelado, nos crimes de ação penal de iniciativa privada. GABARITO: ERRADO 9) (CESPE/OAB-DF/1º Exame/2007) Assinale a opção correta acerca do processo penal: CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 41 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br Compete à justiça estadual processar e julgar crimes de desvio de verbas oriundas de órgãos federais, sujeitas ao controle do TCU e não incorporadas ao patrimônio do município. GABARITO: ERRADO 10) (CESPE/AGU/Procurador Federal/2007) Julgue o seguinte item: Competem à justiça estadual o processo e o julgamento dos crimes contra a economia popular. GABARITO: CORRETO 11) (CESPE/AGU/Procurador Federal/2002) Julgue o seguinte item: Um vereador praticou um crime de homicídio durante o mandato. Nessa situação, por ter foro especial por prerrogativa de função, caberá ao tribunal de justiça a competência para processar e julgar o edil. GABARITO: ERRADO. 12) (CESPE/AGU/Advogado da União/2004) Julgue o seguinte item: Adão e Bento, previamente ajustados e com unidade de desígnios, adentraram em uma agência de uma sociedade de economia mista e, mediante graves ameaças exercidas com o emprego de revólveres municiados, subtraíram do interior do cofre a importância de 100 mil reais. Nessa situação, de acordo com a orientação do STJ, será competente a justiça comum estadual para processar e julgar o crime de roubo qualificado. GABARITO: CORRETO. 13) (CESPE/PC-PA/Delegado de Polícia/2009) Julgue o seguinte item: Antônio, com intenção homicida, desfechou dois tiros de pistola em Bruno, na cidade de Altamira-PA. Gravemente ferido, Bruno foi levado para Belém, onde foi internado em unidade hospitalar com melhor estrutura que aquela CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 42 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br do município onde ocorreram os disparos. Apesar do esforço dos integrantes da equipe médica, Bruno veio a falecer seis meses após o fato, em consequência dos ferimentos provocados pela arma de Antônio. Assim, a competência para processar e julgar o delito é do tribunal do júri de Belém- PA, pois o Código de Processo Penal, em relação ao lugar do crime, adotou a teoria do resultado. GABARITO: ERRADO. 14) (CESPE/MPE-RN/Promotor de Justiça/2009) Julgue o seguinte item: Compete ao STJ conhecer e decidir conflito de atribuições entre membros do MP federal e de MP estadual. GABARITO: ERRADO. 15) (CESPE/PC-RN/Delegado de Polícia/2009) Julgue o seguinte item: O habeas corpus, de acordo com a CF, será de competência do STJ quando o coator for o comandante do Exército. GABARITO: CORRETO. 16) (CESPE/MPE-RN/Promotorde Justiça/2009) Julgue o seguinte item: Tratando-se de competência territorial pelo lugar da infração, em regra, o CPP adotou a teoria da atividade. GABARITO: ERRADO. 17) (CESPE/MPE-RN/Promotor de Justiça/2009) Julgue o seguinte item: Por se tratar de hipótese de competência criminal absoluta, verificada a ocorrência de conexão entre delitos diversos, deve ser determinada a reunião dos processos, ainda que um deles já tenha sido julgado, sob pena CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 43 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br de nulidade, que pode ser alegada a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição. GABARITO: ERRADO. 18) (FCC/TJ-RR/Juiz de Direito/2008) Julgue o seguinte item: Compete ao Superior Tribunal de Justiça julgar os Governadores e Deputados Estaduais. GABARITO: ERRADO. 19) (CESPE/PGE-ES/Procurador de Estado/2008) Julgue o seguinte item: Agentes do Ibama abordaram um caminhão que transportava toras de madeira das espécies jacarandá e sucupira, retiradas em propriedade particular, sem cobertura de autorização para transporte de produto florestal. Nessa situação, de acordo com o entendimento jurisprudencial dominante, caberá à justiça comum a competência para processar e julgar futura ação penal por crime ambiental. GABARITO: CORRETO. 20) (CESPE/PGE-CE/Procurador de Estado/2008) Julgue o seguinte item: Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado o último ato de execução. GABARITO: ERRADO. 21) (FCC/TJ-RR/Juiz de Direito/2008) Julgue o seguinte item: Nos casos de exclusiva ação penal privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou de residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. GABARITO: CORRETO. CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 44 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br 22) (CESPE/PGE-CE/Procurador de Estado/2008) Julgue o seguinte item: A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa não torna o juízo prevento para a futura ação penal relativa a tais diligências. GABARITO: ERRADO. 23) (FCC/TJ-RR/Juiz de Direito/2008) Julgue o seguinte item: O júri somente tem competência para julgar os crimes dolosos contra a vida, e, assim, em caso de conexão com crime que não é de sua competência, haverá separação dos processos. GABARITO: ERRADO. Questões extraídas das seguintes provas: a) OAB-DF/2007: questão 47; b) Delegado de Polícia Civil do Rio de Janeiro (NCE/UFRJ/2002): questão 39, item ‘a’ e ‘d’; c) Advogado do Senado Federal (FGV, 2008): questão 77; d) Agente Penitenciário da PCDF (NCE/UFRJ/2005): questão 82; e) Analista de Finanças e Controle - Correição (ESAF/AFC/CGU/2006): questão 47; f) Defensor Público do DF (Cespe/SGA/2006): questão 171 e 179; g) AGU/Procurador Federal de 2ª Categoria/Cespe/2007: questão 155; h) AGU/Procurador Federal de 2ª Categoria/Cespe/2002: questão 66; i) AGU/Advogado da União/Cespe/2004: questão 148 (prova alfa); CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: JUDICIÁRIA PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 45 Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br j) Delegado de Polícia Civil do Pará (Cespe/2009): questão 29, item “a”; k) Promotor de Justiça do MPRN (Cespe/2009): questão 52, item “b”, questão 54, itens “c” e “d”; l) Delegado de Polícia Civil do Rio Grande do Norte (Cespe/2009): questão 71, item “d”; m) Juiz de Direito do Tribunal de Justiça de Roraima (FCC/2008): questão 51, itens “a”, “b” e “e”; n) Procurador do Estado do Espírito Santo (Cespe/2008): questão 139; o) Procurador do Estado do Ceará (Cespe/2008): questão 89, itens “a” e “d”. Bem, é isso, meus amigos. Concluímos, assim, nossa aula de hoje sobre o tema “Jurisdição e Competência”. Em nosso próximo encontro abordaremos o tópico “Provas, Questões e Processos Incidentes e Exceções”. Boa sorte a todos os concursandos e fiquem com Deus. Grande abraço, Prof. Bivar.
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