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Inflamação crônica

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http://www.dimethaid.de/wundheilung/informationen_en.html 
Profa. Mônica Marques Telles 
 Inflamação Crônica 
UNIFESP – Campus Diadema 
 2016 
PATOLOGIA GERAL 
Inflamação Crônica 
Inflamação de longa duração (semanas, 
meses ou mais) com chegada e atividade 
de células inflamatórias, destruição de 
tecido e início de reparação tecidual 
ocorrendo de modo concomitante. 
Robbins 
Se a causa não é removida, a inflamação 
se cronifica e pode persistir por meses, 
anos, a vida inteira. O processo tende a 
uma forma branda. Dos quatro sinais 
cardinais da inf lamação, os dois 
relacionados ao fogo, rubor e calor, 
desaparecem, porém o tumor e dor 
permanecem. 
Majno 
Na inflamação crônica ocorre basicamente 
uma mistura das alterações vasculares com 
sinais de reparação tecidual; o que ocorre é a 
persistência do agente lesivo porém não em 
intensidade suficiente para destruir totalmente 
os tecidos. A resposta vascular continua, 
porém muda a natureza das células 
inflamatórias, com predomínio de macrófagos e 
linfócitos, e aparecimento de fibroblastos. 
Perez Tamayo 
A inflamação crônica é caracterizada por um 
infiltrado formado predominantemente por 
células mononucleares com a presença de 
poucos neutrófilos. Em geral, a inflamação 
crônica se desenvolve durante a transição da 
inflamação aguda para o reparo tecidual 
King 
 
Diferenças entre Inflamação Aguda x Crônica 
AGUDA CRÔNICA 
Infiltrado inflamatório 
polimorfonuclear - 
predominam neutrófilos 
 
 
 
Presença dos sinais cardeais 
Curta duração 
Infiltrado inflamatório 
mononuclear - predominam 
linfócitos, monócitos, 
macrófagos e plasmócitos 
Proliferação de tecido 
conjuntivo (fibrose) e vasos 
sanguíneos 
Sinais cardeais pouco 
evidentes 
Longa duração 
Destruição tissular 
Fatores que contribuem para a 
inflamação crônica: 
 
1 – Infecções persistentes ou manutenção da resposta 
inflamatória aguda: alguns microrganismos tais como o 
bastonete da tuberculose, o agente da sífilis e certos 
fungos. 
 
 
Treponema pallidum M. tuberculosis M. leprae 
Fatores que contribuem para a 
inflamação crônica: 
 
2 – Reações imunomediadas: sob certas condições ocorrem 
reações imunológicas contra o próprio tecido levando a 
doenças auto-imunes, alérgicas 
Artrite Reumatóide Lúpus Eritematoso 
 
Asma brônquica 
Fatores que contribuem para a 
inflamação crônica: 
 
3 – Exposição prolongada a agentes potencialmente 
tóxicos: agentes exógenos ou endógenos. 
Ex: materiais não degradáveis como as partículas de sílica que quando 
inaladas por muito tempo acabam por provocar uma doença conhecida 
como silicose. 
 
Sílica Talco Componentes lipídicos plasmáticos 
Características Morfológicas da 
Inflamação Crônica 
•  Infiltração de células 
mononucleares 
•  Destruição Tecidual 
•  Substituição por 
Tecido Conjuntivo 
–  Angiogênese 
–  Fibrose 
Macrófago 
Mastócito 
 
Linfócito T 
Monócitos 
Linfócito B 
Células da Inflamação Crônica 
Eosinófilo 
Neutrófilo 
Células NK 
Célula dendrítica 
Outras Células observadas Inflamação Crônica 
Desenvolvimento de Monócitos/Macrófagos 
1 dia Meses ou anos 
Desenvolvimento de Monócitos/Macrófagos 
Histiócitos: no tecido conectivo de tecidos ou nos seios de 
nódulos linfáticos e baço 
Infiltrado mononuclear 
1. Macrófagos 
Monócitos migram cedo para o foco da inflamação (em 48hs 
é a célula predominante) 
Macrófago ð macrófago ativado 
 
 ñmetabolismo, ñtamanho, ñenzimas lisossomais e ERO 
ERN, maior capacidade de fagocitose e degradação, 
secreção de mediadores inflamatórios 
 
lesão tecidual, fibrose e neovascularização 
Macrófagos ativados 
RECRUTAMENTO CONTÍNUO DE 
MACRÓFAGOS 
•  Expressão contínua de 
moléculas de adesão – 
VCAM 
 
•  Agentes quimiotáticos 
C5a, PDGF, TGF-β, 
MCP-1, MIP1-α 
fibrinopeptídeos e 
fragmentos da 
degradação de colágeno 
e fibronectina 
O ACÚMULO PODE SER DIFUSO OU FOCAL (GRANULOMAS) 
PROLIFERAÇÃO DE MACRÓFAGOS 
Proliferação por mitose no local de lesão 
(recentemente comprovado em placas ateromatosas) 
IMOBILIZAÇÃO DE MACRÓFAGOS 
•  Certas citocinas (fator 
inibidor de macrófagos) 
e l ip ídeos ox idados 
p o d e m c a u s a r a 
imobilidade da célula no 
local da lesão 
O Papel dos Macrófagos na inflamação Crônica 
Óxido Nítrico 
Pielonefrite Crônica e Fibrose Periglomerular 
Aortite sifilítica 
Espessamento do vaso em “camadas de cebola”, com infiltrado perivascular de plasmócitos 
Inflamação crônica da aorta desencadeada pelo T. pallidum 
2. Linfócitos e 
macrófagos: 
1. Macrófagos: 
Tipos de Células Inflamatórias Crônicas 
 
-  Origem: Medula óssea. 
-  Presentes no timo, baço, nódulos linfóides, sangue e linfa. 
- Não são células fagocíticas. 
- Linfócitos B: produção de anticorpos / imunidade humoral 
-  Linfócitos T: produção de linfocinas e resposta imune celular 
 
 
 
 
Célula B Plasmócitos Célula T 
Tipos de Células Inflamatórias Crônicas 
2. Linfócitos 
Tipos de Células Inflamatórias Crônicas 
Manguito Perivascular é um 
padrão comum de infiltração 
linfocitária nas reações 
inflamatórias crônicas. 
Linfócitos emergem do 
sangue através da parede 
de pequenos vasos e se 
agregam ao redor destes. 
Linfócitos ao redor de vasos sangüíneos: 
Cérebro – encefalite 
 
Interações Macrófagos-linfócitos 
na Inflamação Crônica 
3. Plasmócitos: 
Tipos de Células Inflamatórias Crônicas 
Gerados pela maturação de 
linfócitos B - produzem 
anticorpos contra os 
antígenos persistentes na 
região da inflamação ou 
contra componentes 
teciduais alterados. 
Plasmócitos 
Anticorpos direcionados contra antígenos persistente no foco 
 inflamatótio ou contra componetes de tecido alterado 
Tipos de Células Inflamatórias Crônicas 
♦Após a ingestão, os macrófagos perdem sua 
motilidade, acumulam-se local da injúria e 
transformam-se em células epitelióides. 
 
♦Células epitelióides são grandes, menos 
fagocíticas ,modificados para funções 
secretórias. 
 
♦ Formam uma parede (granuloma fibrótico) 
 
♦ Funções ainda não totalmente esclarecidas 
4. Células epitelióides 
5. Célula Gigante Tipo Langhans 
A célula gigante central 
tem um anel de núcleos 
periféricos. À direita 
temos outra célula 
gigante, provavelmente 
menor e cortada 
tangencialmente. As 
células que estão em 
volta são quase todas 
macrófagos epitelióides. 
Tipos de Células Inflamatórias Crônicas 
CÉLULA LANGHANS 
 Células gigantes 
 - derivadas da fusão de macrófagos 
 - 2-200 núcleos 
 - capacidade fagocítica reduzida 
6. Célula Gigante Tipo Corpo estranho 
Tipos de Células Inflamatórias Crônicas 
- derivadas da fusão de macrófagos 
- 2-200 núcleos 
- capacidade fagocítica reduzida 
Não existem nenhuma diferença funcional 
entre os dois tipos de células gigantes 
7. Eosinófilos 
Tipos de Células Inflamatórias Crônicas 
São característicos de reações imunes mediadas por IgE e 
por infecções parasitárias, são fagócitos e sofrem ativação. 
Suas granulações contêm a proteína básica principal (major 
basic protein – MBP), a qual é tóxica p/ parasitos e também 
leva à lise de células epiteliais de mamíferos 
Foco inflamatório mostrando os eosinófilos 
Quimiocina atrativa de eosinófilos: eotaxina 
F 
F 
F 
8. Fibroblastos 
Reparo 
Tipos de Células Inflamatórias Crônicas 
 9. Mastócitos 
M 
Aumentam em nº: mecanismos não conhecido 
Receptores que ligam-se a porção FC de IgE 
Produzem citocinas que contribuem para a fibrose 
Tipos de Células Inflamatórias CrônicasInflamação Granulomatosa 
◆ Padrão distinto de reação inflamatória crônica 
◆ Acúmulo de macrófagos ativados 
◆ Células epitelióides. 
◆ Circundado por linfócitos e plasmócitos 
 Granuloma 
Inflamação Granulomatosa 
• Quando a substância não pode ser facilmente digerida por 
neutrófilos, isto leva a um ciclo vicioso de fagocitose. 
 
• Falha na digestão, morte de neutrófilos, liberação de material 
não digerido - o ciclo inicia novamente. 
 
• Inflamação granulomatosa é o mecanismo para lidar com 
substâncias indigeríveis. 
 
 
Macrófagos e linfócitos: principais tipos celulares envolvidos. 
 
Mecanismo de formação do granuloma 
Doenças granulomatosas 
•  Tuberculose – Mycobacterium Tuberculosis 
•  Doença da arranhadura do gato - (bactérias do gênero Bartonella sp.) 
•  Lepra – Mycobacterium leprae 
•  Algumas infecções micóticas 
•  Sífilis – Treponema pallidum 
TIPOS DE GRANULOMA 
§  Granulomas de corpo estranho 
Incitados por corpos estranhos relativamente inertes, de 
difícil digestão. 
 
§  Granulomas de corpo estranho 
Incitados por corpos estranhos relativamente inertes, de 
difícil digestão. 
 
Material vegetal nos pulmões 
Material de sutura 
Cristais em arteríola pulmonar. 
 Usuário de droga endovenoso 
Granuloma Tuberculoso 
Necrose central, células epitelióides, céls de Langhans e linfócitos 
VASO LINFÁTICO 
Drenagem do edema 
do espaço extravascular

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