Buscar

A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA DISMENORREIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

502 
A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA DISMENORREIA 
PRIMÁRIA: ESTUDO COMPARATIVO 
THE IMPORTANCE OF PHYSICALTHERAPY IN THE TREATMENT OF PRIMARY 
DYSMENORRHEA: A COMPARATIVE STUDY 
 
Amanda Martins Reis – amandareis01@outlook.com 
Eduarda Santana de Souza – eduarda_marias@hotmail.com 
Maira Aline Faria Bueno – maira_alinebueno@hotmail.com 
 Graduandos em Fisioterapia – UNISALESIANO Lins 
Prof.ª Ma. Ana Cláudia de Souza Costa – UNISALESIANO Lins – 
anaclaudia@unisalesiano.edu.br 
 
 
RESUMO 
 
O objetivo deste estudo foi comparar as técnicas TENS Convencional e TENS 
Burst para verificar qual delas é mais eficaz no alívio da dismenorreia primária. 
Foram analisadas 11 mulheres entre 17 e 22 anos com dores no baixo ventre. 
Durante 2 meses as participantes compareceram ao Centro de Reabilitação Física 
Dom Bosco de Lins no primeiro dia da dor. No primeiro mês foi utilizada a técnica 
estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) Convencional e no segundo mês 
o TENS Burst, sendo ambas as técnicas com largura de pulso de 100 
microssegundos, frequência de 100 Hertz, por 30 minutos e intensidade 
subdolorosa. Foi utilizada a Escala Visual Analógica de dor antes e após cada 
procedimento. Ambas intervenções tiveram um par de eletrodos posicionados na 
região da terceira e quarta vértebra lombar e outro par no baixo ventre. Os 
resultados demonstram que existe uma diferença significativa entre o pré e o pós, 
em ambas as técnicas, com o valor de p de 0,01 para os dois grupos. Pode-se 
observar que as técnicas são eficazes para a diminuição da dor em mulheres com 
dismenorreia primária. 
 
Palavras-chave: Dismenorreia primária. TENS convencional. TENS burst. 
 
ABSTRACT 
 
The aim of this study was to compare the TENS Convencional and TENS 
Burst techniques to verify which is more effective in relieving primary dysmenorrhoea. 
It was analized 11 women between pain 17 and 22 years of age with pain in the 
lower abdomen. During two months the participant attended once a month the Dom 
Bosco Physical Rehabilitation Centre in Lins on the first day of the pain. In the first 
month it was used the transcutaneous electrical nerve stimulation (TENS) 
Convencional technique and in the second month the TENS Burst, both techniques 
with pulse width of 1000 microseconds, frequency of 100 Hz, for a time of 30 minutes 
under a medium pain intensity. The visual analog pain scale was used before and 
after each procedure. Both interventions had a pair of Electrodes positioned in the 
region of the third and fourth lumbar vertebra and another pair in the lower abdomen. 
The results have shown that there is a significant difference between the pre and 
post, in both techniques, with the p value 0,01 for the two groups. It can be seen the 
techniques are effective in reducing pain in women with primary dysmenorrhoea. 
 
Keywords: Primary dysmenorrhea. TENS convenctional. TENS burst. 
 
503 
INTRODUÇÃO 
 
O presente estudo é um projeto de pesquisa, elaborado para a conclusão do 
curso de fisioterapia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium. O estudo 
foi elaborado para responder a seguinte questão: Os sintomas da dismenorreia 
primária podem ser aliviados por meio da eletroanalgesia Estimulação elétrica 
nervosa transcutânea (TENS) Convencional e TENS Burst? 
A dismenorreia pode ser caracterizada como fluxo menstrual difícil, sendo que 
muitas vezes as mulheres que sofrem dessa complicação podem ser afastadas de 
seus afazeres habituais, podendo ser primária quando não é relacionada a nenhuma 
doença e secundária quando está relacionada à outra doença. 
 Existem inúmeros recursos para diminuir a severidade dos sintomas ou até 
mesmo eliminá-los, dentre eles a fisioterapia. O TENS é a eletroterapia mais 
frequentemente usada para reproduzir o alívio da dor, é popular por não ser 
invasiva, ser fácil de administrar e ter poucos efeitos colaterais ou ter interações 
medicamentosas. Dentre as modalidades encontradas no TENS, foram utilizadas o 
TENS Convencional e TENS Burst. (SHEILA KITCHEN, 2003 apud LOPES, 2016). 
A estimulação nervosa transcutânea por ser um método não invasivo e eficaz 
no controle da dor para mulheres que não conseguem o alívio com outras técnicas 
de tratamento. O TENS é um tratamento pelo fato de seus mecanismos de ação 
envolverem a liberação de endorfina. 
A metodologia é baseada em um estudo experimental e comparativo com 
abordagem quantitativa. As técnicas realizadas tiveram um par de eletrodos 
posicionados na região da terceira e quarta vértebra (L3) e (L4) da coluna lombar, 
por ser uma região onde a dor é irradiada, e outro par nivelado as espinhas ilíacas 
ântero-superiores, no baixo ventre, para estimular os nervos sensoriais do 
dermátomo da décima segunda vértebra torácica (T12) que é a raiz nervosa das 
fibras sensórias uterinas. 
O objetivo deste trabalho é comparar as técnicas TENS Convencional e TENS 
Burst para verificar qual delas é mais eficaz no alívio dos sintomas da dismenorreia 
primária. 
 
1 DISMENORREIA 
 
504 
A dismenorreia pode ser classificada em leve, moderada ou severa, de 
acordo com sua intensidade e em primária e secundária, de acordo com as 
características clínicas. (OLIVEIRA et al., 2012). 
Pode ser caracterizada como a sintomatologia dolorosa que ocorre 
anteriormente ou durante a menstruação. Esta dor atinge principalmente o baixo 
ventre e região lombar, com ou sem irradiação para os membros inferiores. Pode ser 
associada a outros sintomas, como mal estar geral, dor de cabeça, nervosismo, 
desmaio, náuseas, entre outros. (HILLEN et al, 1999; DURAIN, 2004 apud 
OLIVEIRA et al., 2012; COSTA, 2005). 
Segundo Mieli e Cezarino (2007), a dismenorreia afeta cerca de 90% das 
mulheres e dentre estas, cerca de 10% são afastadas do trabalho por até três dias 
ao mês. Além do afastamento do trabalho, é comum o aumento de distúrbios 
psicológicos, como depressão, e interferência na vida social e doméstica, onde a 
dismenorreia pode causar transtornos nos afazeres que até então seriam 
considerados normais na rotina da mulher. (DAWOOD; RAMOS, 1990; HARLOW; 
CAMPBELL, 2004; PASSOS et al., 2008 apud OLIVEIRA et al., 2012). 
A dor pode ser variada em diferentes intensidades. Dentre as mulheres 
afetadas, 10 a 15% relatam dores intensas e 5% relatam dores incapacitantes. 
(HURTADO et al., 2005 apud PAULINO; TELES; LORDÊLO, 2014). 
A dismenorreia primária, também chamada de funcional ou espasmódica, 
ocorre quando a dor está presente sem patologias concomitantes. Neste tipo, a dor 
aparece cerca de 6 a 12 meses após a menarca, quando os ciclos ovulatórios 
tornam-se constantes. (FONSECA et al., 2000). Normalmente estas meninas na fase 
da puberdade apresentam histórico familiar de dismenorreia conjunta à síndrome 
pré-menstrual. (SCHMIDT; HERTER, 2002). Sendo assim, quando as cólicas são 
iniciadas é normal ocorrer o aumento progressivo de sua frequência, atingindo o pico 
máximo aos 20 anos de idade e a partir daí diminuir sua intensidade. (NATHAN, 
1983 apud SCHMIDT; HERTER, 2002). 
 
2 DIAGNÓSTICO 
 
O diagnóstico da dismenorreia é fácil e está relacionado a uma anamnese 
bem detalhada, exame clínico minucioso e exames complementares. 
 
505 
Durante a anamnese, deve-se focar na idade da paciente e o tempo de início 
e duração e prolongamento da dor. Normalmente, a dismenorreia primária surge 
cerca de 6 a 12 meses após a menarca, em adolescentes que sejam confirmadas a 
ausência de patologias pélvicas, já a dismenorreia secundária normalmente aparece 
após os 25 anos de idade, sendo as patologias pélvicas confirmadas e a dor com 
intensidade diferente da primária. (YLIKORKALA; DAWOOD, 1978 apud FONSECA 
et al., 2000; MIELI;CEZARINO, 2007; ACQUA; BENDLIN, 2015). 
No exame físico, são realizadas inspeção e palpação do abdome, para 
verificar presença de massas tumorais e da genitália externa, para verificar possíveis 
anomalias congênitas. No toque vaginal verifica-se a consistência da parede vaginal 
e do útero e presença de dor, processos inflamatórios e neoplasias. Caso haja 
algum impedimento da realização do toque vaginal, opta-se pelo toque retal. 
 Os exames complementares são de extrema importância e indispensáveis 
para comprovar os achados da anamnese e exame físico. Dentre eles, pode-se 
realizar o ultrassom na pelve ou nas vias urinárias para verificar massas tumorais; 
ressonância magnética para verificar se há presença de nódulos uterinos ou outras 
tumerações uterinas; dopplerfluxometria das artérias do útero para verificar o nível 
de resistência do fluxo sanguíneo; laparoscopia para verificar a causa de dores 
pélvicas e exames de rotina como hemograma e urocultura, que são úteis para 
verificar se há alguma patologia em fase inicial. (MIELI; CEZARINO, 2007). 
 
 3 TRATAMENTO 
 
Para Fonseca et al. (2000), o tratamento da dismenorreia se diferencia de 
acordo com o objetivo a ser alcançado, ou seja, se será realizado durante ou fora da 
crise. Durante a crise, o tratamento é de urgência, com o objetivo principal de aliviar 
a dor. Sendo assim, este tratamento deve ser repetido mensalmente, pelo fato de 
não eliminar a causa. Recomendam-se analgésicos, antiespasmódicos, calmantes, 
termoterapia e repouso. 
As medidas adotadas fora da crise têm como objetivo eliminar o fator da 
causa, seja ele de origem primária ou secundária. Sendo assim, eliminando a causa, 
deve-se eliminar o quadro álgico. 
A fisioterapia é um método muito eficiente para o tratamento da dismenorreia 
 
506 
primária, principalmente para as mulheres que não podem realizar o tratamento 
geral ou farmacológico ou não encontraram melhoras com estes meios. (REIS; 
HARDY; SOUSA, 2010 apud PAULINO; TELES; LORDÊLO, 2014). 
Dentre os recursos encontrados na fisioterapia, destacam-se a acupuntura, 
onde a diminuição da dor ocorre por um aumento de receptores talâmicos; 
termoterapia, que contribui para a diminuição do espasmo devido ao relaxamento 
muscular e vasodilatação local; a crioterapia, que utiliza o gelo em uma temperatura 
entre 0° a 18,3 graus Celsius (ºC) e contribui para a diminuição dos espasmos 
devido à vasoconstrição; a cinesioterapia, utilizada por meio de exercícios simples 
que promovem o relaxamento dos músculos pélvicos; a massoterapia, que favorece 
o relaxamento muscular pela ativação de receptores da dor; o aparelho ondas 
curtas, que promove analgesia devido ao aumento do limiar das fibras nervosas 
motoras e a estimulação elétrica nervosa transcutânea. (HELMS, 1987; DOMENICO; 
MACHADO, 1991; WOOD, 1998; STARKEY, 2001; CASSAR, 2001; HAYES, 2002 
apud FERREIRA; AZANKI, 2010). 
Para Fonseca et al. (2000), hábitos de vida saudáveis, como dieta equilibrada, 
exercícios físicos, interação social e preparo psicológico antes da primeira 
menstruação são medidas que podem ser tomadas para prevenção da dismenorreia 
primária. 
 
4 TENS CONVENCIONAL E TENS BURST 
 
“É um aparelho de corrente pulsada, bifásica, assimétrica equilibrada de pulso 
retangular, despolarizada.” (UNTURA; REZENDE, 2011, p.30). 
Segundo Kaplan et al. (1997 apud FERREIRA; AZANKI, 2010), o TENS 
mostra-se como um método não invasivo eficaz no controle da dor para mulheres 
que não conseguem alívio com outras técnicas de tratamento. O TENS é um 
tratamento possível para mulheres que sofrem de dismenorreia pelo fato de seus 
mecanismos de ação envolverem a liberação de endorfina. 
 “A teoria das comportas, ou reflexo axonal, é a teoria mais comumente usada 
para explicar a inibição da dor pelo TENS, que promoveria a dilatação local dos 
vasos que irrigam o órgão alvo através de estímulo dos nervos periféricos.” (WANG; 
LEE; HWA, 2009; SLUKA; WALSH, 2003 apud PAULINO; TELES; LORDÊLO, 
 
507 
2014). 
De acordo com Untura e Rezende (2011), o TENS Convencional é um 
aparelho que gera pulsos de forma balanceada. A corrente que é produzida por esse 
aparelho se transmite pelos fios elétricos até o eletrodo que está colocado na pele, 
com a condução feita através de um gel que conduz a corrente intersticialmente. 
Tem como objetivo modular e causar influência no processo neurocondutor da dor, 
liberando opióides endógenos. 
Além de ser usado para identificar a diferença entre os pulsos elétricos com 
finalidade terapêutica, além de analgesia, também tem como finalidade o 
relaxamento dos músculos, descontratura, metabólico, entre outras. O nome TENS é 
usado para quatro tipos de correntes diferentes e tradicionais analgésicas essenciais 
que são elas: Convencional, acupuntura, breve intenso e Burst. O aparelho para ser 
bem operado é necessário que seja feita uma avaliação muito eficiente do quadro de 
dor que serão relacionadas a parâmetros de estimulação e estimulação elétrica. 
(AGNE, 2015). 
Dentre os tipos de TENS, há um tipo específico denominado TENS Burst. 
Este modo pode comumente ser chamado de Trens de pulso pelo fato de ocorrer a 
liberação de vários pulsos de alta frequência, mas com duração curta. (KHADILKAR 
et al., 2005 apud MONTEIRO, 2009). 
“O TENS Burst consiste de um sistema especial de modulação de uma 
frequência mais elevada para outra mais baixa a fim de diminuir a impedância 
cutânea e tornar os estímulos mais eficazes e confortáveis [...]”. (AGNE, 2015, p. 
115). 
 
5 MÉTODOS 
 
Para elaboração da pesquisa, inicialmente as alunas do primeiro ao quinto 
ano de fisioterapia responderam um questionário em sala de aula, elaborado pelas 
pesquisadoras, onde responderam sobre características do ciclo menstrual e se 
aceitariam participar da pesquisa. No total, este questionário foi respondido por 80 
alunas. Dentre estas, verificou-se que a maioria apresenta a sintomatologia da 
dismenorreia por período de 2 dias (36,25%); seguida de 3 dias (23,75%); 1 dia 
(17,5%) e em menor quantidade se prolongava por mais de 3 dias (12,5%). Também 
 
508 
verificou-se que 46 alunas (57,5%) fazem o uso de anticoncepcionais; apenas 8 
alunas (10%) não sentem dismenorreia primária, sendo que dentre elas apenas 2 
(2,5%) não fazem o uso de anticoncepcionais e que menos na metade das alunas 
de fisioterapia (41%) sabiam que a fisioterapia apresenta técnicas que podem 
diminuir a dismenorreia primária, mostrando que as técnicas são pouco utilizadas e 
acarretando ao uso excessivo de medicamentos. 
Dentre as 80 alunas que responderam ao questionário, 43 responderam que 
aceitariam participar da pesquisa e 37 não aceitariam, por não sentirem 
dismenorreia ou pela indisponibilidade de horários. Foram excluídas 7 alunas 
(8,75%) por apresentarem ovário policístico, pois é uma condição característica de 
dismenorreia secundária e mais 25 alunas por não aceitarem não fazer o uso de 
medicamentos para dor, estar grávida ou apresentar uma idade superior a 30 anos. 
Após o recrutamento, a primeira etapa constou com a aplicação do TENS 
Convencional e participaram do estudo 11 voluntárias do gênero feminino, na faixa 
etária de 17 a 22 anos, estudantes do Centro Universitário Católico Salesiano 
Auxilium, que se encontravam no primeiro dia do ciclo menstrual. Estas voluntárias 
responderam a outro questionário elaborado pelas pesquisadoras que apresentava a 
Escala visual analógico (EVA) para avaliar a intensidade da dor, ao inicio da técnica 
e ao final do procedimento. Porém, pelo fato da menstruação ter ocorrido aos finais 
de semana em 3 participantes, 8 realizaram a segunda técnica (TENS Burst), queocorreu no mês consecutivo. 
Como critérios de inclusão, poderiam participar do estudo, mulheres com 
idade de 17 a 30 anos, que apresentassem sintomas específicos de dismenorreia 
primária, que aceitassem não fazer uso de medicamentos para alívio da dor e que 
aceitassem o termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 
Foram excluídas as mulheres com idade inferior a 17 anos e superior a 30 
anos, que apresentaram sintomas de dismenorreia secundária, as que não 
aceitaram não fazer o uso de medicamentos para alívio da dor, as grávidas e as que 
não aceitaram assinar o termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 
Realizou-se duas sessões de fisioterapia utilizando a eletroanalgesia TENS, 
tendo sido utilizada na primeira sessão a técnica TENS Convencional e na segunda 
sessão do mês seguinte, a técnica TENS Burst. Ambas foram realizadas no primeiro 
dia dos sintomas da dismenorreia primária. 
 
509 
Para o TENS Convencional foi utilizado uma largura de pulso de 100 
microssegundos, frequência de 100 Hz, por um tempo de 30 minutos, intensidade 
subdolorosa (COSTA; CERQUEIRA, 1997). Para o TENS Convencional com 
modulação em Burst, utilizou-se uma largura de pulso de 100 microssegundos, 
frequência de 100 Hz, por um tempo de 30 minutos, intensidade subdolorosa e com 
pulsos aleatórios (COSTA; CERQUEIRA, 1997). 
Segundo Dawood; Ramos, 1990; Schmidt; Herter, 2002; (apud OLIVEIRA et 
al., 2012) ambas as técnicas tiveram um par de eletrodos posicionados na região 
das vértebras L3 e L4 da coluna lombar, por ser uma região onde a dor é irradiada, e 
outro par nivelado as espinhas ilíacas ântero-superiores, no baixo ventre, para 
estimular os nervos sensoriais do dermátomo T12 que é a raiz nervosa das fibras 
sensórias uterinas. 
 
Figuras 1 e 2: Eletrodos posicionados na região das vértebras L3 e L4 e entre as 
espinhas ilíacas ântero-superiores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016. 
 
6 ANÁLISE ESTATÍSTICA 
 
Para análise de normalidade dos dados, utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk, e 
para as comparações, a análise de variância ANOVA, através do teste de Tukey, 
aplicando-se aos dados obtidos antes e após o tratamento, para verificar diferenças 
significativas, considerando-se significante se p≤0,05.Todas as análises foram 
realizadas por meio do programa estatístico BioEstat®, versão 5.0. 
 
 
510 
7 RESULTADOS 
 
Tabela 1: Comparação pré e pós intervenção do TENS Convencional 
 TENS 
Convencional 
(pré - EVA) 
TENS 
Convencional 
(pós - EVA) 
 
P 
Média 6.62 1.25* 0,01 
DP ± 1.59 ± 1.28 
W 0.84 0.84 
 Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016. 
 
Tabela 2: Comparação pré e pós intervenção do TENS Burst 
 TENS 
BURST 
(pré - EVA) 
TENS 
BURST 
(pós - EVA) 
 
P 
Média 6.62 3.12* 0,01 
DP ± 1.30 ± 2.94 
W 0.87 0.86 
 Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016. 
 
As tabela 1 e 2 mostram que existe uma diferença significativa entre o pré e o 
pós, tanto na aplicação do TENS Convencional como no TENS Burst, com o valor de 
p de 0,01 para ambos os grupos. Verifica-se também a normalidade de ambos, 
através do valor de W. 
 
8 DISCUSSÃO 
 
Os resultados do presente estudo demonstraram que os sintomas da 
dismenorreia primária podem ser aliviados por meio da aplicação do TENS 
Convencional e TENS Burst, sendo que ambas as técnicas eletroanalgésicas 
apresentaram diferenças significativas no pré e pós intervenção para melhoria do 
quadro álgico, não havendo diferença entre as intervenções, comprovando a eficácia 
das técnicas para o alivio da dor. 
 
511 
Costa e Cerqueira (1997) realizaram um estudo comparando os efeitos do 
TENS Convencional e TENS Burst em mulheres portadoras de dismenorreia 
primária. Foram selecionadas 28 mulheres que formaram 4 grupos (1, 2, 3,e 4), 
sendo que o grupo 1 e 2 formaram o grupo A, denominadode grupo controle e 
submetido ao TENS Convencional; o grupo 3 e 4 formaram o grupo B, denominado 
de grupo experimental e submetido ao TENS Burst. Comparando-se ao presente 
estudo, ambas as técnicas foram eficazes para o alivio da dismenorreia primaria, 
porém Costa e Cerqueira constataram que o TENS Busrt demonstrou ser um 
método mais eficaz na redução ao uso de medicamentos e na duração da analgesia, 
diferenciando do atual experimento, onde as participantes não necessitaram fazer o 
uso de medicamentos durante o percurso do ciclo menstrual daquele mês em ambas 
as técnicas. 
No estudo de Oliveira et al. (2012), foram analisadas as técnicas TENS 
Convencional, também denominado de alta frequência e TENS acupuntura ou baixa 
frequência em 15 voluntárias portadoras da dismenorreia primária. Para a aplicação 
das técnicas, as participantes foram divididas em 3 grupos: TENS alta frequência, 
TENS baixa frequência e TENS placebo. Após a análise dos dados, como resultado 
verificou-se melhora da dor nos grupos TENS alta frequência e TENS baixa 
frequência, não apresentando melhora no TENS placebo. Sendo assim, a técnica 
de TENS acupuntura, diferenciando-se das técnicas utilizadas no presente estudo, é 
um método possível e eficaz para o alivio do quadro álgico de dismenorreia primária. 
 Monteiro (2009) realizou um estudo comparando a técnica TENS Burst e a 
massagem do tecido conjuntivo no tratamento da dismenorreia primaria. Foram 
selecionadas 15 mulheres, divididas através de sorteio em 3 grupos, sendo no grupo 
A utilizada a técnica TENS Burst, no grupo B a técnica da massagem do tecido 
conjuntivo e o grupo C permaneceu como grupo controle, sem intervenção de 
técnicas. A aplicação das técnicas aconteceu da seguinte maneira: o grupo A 
compareceu 3 vezes na semana, 15 dias após a fase menstrual em 3 meses 
consecutivos, com aplicação dos eletrodos cruzados na região lombo-sacra e o 
grupo B compareceu 3 vezes na semana, 15 dias após a fase menstrual em 3 
meses consecutivos. Como resultado, ambas as técnicas se mostraram eficazes na 
diminuição do quadro álgico, porém a massagem do tecido conjuntivo mostrou-se 
mais eficaz do que o TENS Burst no controle da dor. Acredita-se que as diferenças 
 
512 
observadas entre o estudo de Monteiro e o presente estudo, em relação aos 
resultados encontrados na aplicabilidade do TENS Burst, podem estar relacionadas 
ao posicionamento dos eletrodos, que se mostrou eficaz com um par de eletrodos 
posicionados entre as vértebras L3 e L4 e outro par de eletrodos posicionados no 
baixo ventre, entre as espinhas ilíacas anterossuperiores. Outro fator de contraste 
pode ser visualizado no período em que as técnicas foram realizadas. 
 Diferenciando-se do presente estudo, Araújo e Leitão (2010) realizaram um 
estudo para verificar a eficácia do calor e do frio no tratamento de dismenorreia 
primária. Foram incluídas 20 mulheres, divididas aleatoriamente em 2 grupos: grupo 
A composto por 10 alunas que foram tratadas com calor, por meio de uma bolsa 
contendo gel térmico aquecida no microondas e grupo B composto por 10 alunas 
que foram tratadas com frio, por meio de uma bolsa contendo gel térmico, resfriada 
no congelador. Em ambas as técnicas, a bolsa de gel foi envolvida em uma fralda e 
aplicada durante 20 minutos na região do baixo ventre e no primeiro dia de 
dismenorreia, assemelhando ao presente estudo em relação ao local de aplicação e 
início da intervenção. Como resultado, ambas as técnicas demonstraram resultados 
satisfatórios e possíveis de serem realizados em domicílio, porém a utilização do frio 
mostrou-se mais eficaz na redução da intensidade da dor. 
 
CONCLUSÃO 
 
Diante dos achados expostos na pesquisa, pode-se observar que as técnicas 
fisioterapêuticasTENS Convencional e TENS Burst são eficazes para a diminuição 
do quadro álgico em mulheres portadoras de dismenorreia primária, sendo que 
ambas as técnicas eletroanalgésicas apresentaram diferenças significativas no pré e 
pós intervenção para melhoria do quadro álgico, não havendo diferença entre as 
intervenções. 
A fisioterapia no tratamento da dismenorreia primária demonstrou grande 
relevância para a melhora da qualidade de vida, melhora do quadro álgico e 
diminuição do uso de medicamentos, sem interferência nas atividades de vida diária. 
Como forma de ampliar o conhecimento da fisioterapia no tratamento da 
dismenorreia primária, propõem-se novos estudos, com comparação de novas 
 
513 
técnicas e um maior número de participantes para obter maiores resultados e outros 
resultados significativos. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ACQUA, R. D.; BENDLIN, T. Dismenorreia. Revista Femina, v.43, n.6, p. 273-276, 
nov./dez., 2015. 
 
AGNE, J. E. Eletrotermofototerapia. 2. ed. Santa Maria, RS: O Autor, 2015. 
 
ARAÚJO, I. M.; LEITÃO, T. C. Estudo comparativo da eficácia do calor e frio no 
tratamento da dismenorreia primária. Revista Dor, São Paulo, v. 3, n. 11, p.218-221, 
21 set. 2010. 
 
COSTA, R. F. A. M.; CERQUEIRA, P. R. R. Estudo comparativo sobre o efeito 
analgésico da neuroestimulação elétrica transcutânea (tens) contínua e 
pulsátil, em mulheres portadoras de dismenorréia primária, p. 1-13, 1997. 
Disponível em: <https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt PT&q=estudo+compara 
tivo+sobre+o+efeito+analg%C3%A9sico+da+neuroestimula%C3%A7%C3%A3o+elet
rica+%28tens%29+cont%C3%ADnua+e+puls%C3%A1til%2C+em+mulheres+portad
oras+de+dismenorreia+primaria&btnG=&lr=>. Acesso em: 23 ago. 2016. 
 
COSTA, T. Crioterapia e termoterapia na dismenorreia primária por relatos de 
mulheres. Revista Saúde e Ambiente, v.6, n.2, p.57-63, 2005. 
 
FERREIRA, E. J.; AZANKI, N. C. Atuação da fisioterapia na dismenorreia 
primária. Revista Vita et Sanitas. Trindade, v.4, n.4, p.57-72, 2010. 
 
FONSECA, A. M. et al. Dismenorreia. In: HALBE, H. W. Tratado de Ginecologia. 3 
ed. São Paulo: Roca, 2000. 
 
LOPES, L. A aplicação da estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) e seus 
principais riscos e contraindicações, p. 1-12, [s.d]. Portal Biocursos Online. 
Disponível em: <http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/58_-_A_aplicaYYo_ 
da_estimulaYYo_elYtrica_nervosa_transcutYnea_TENS_e_seus_principais_riscos_
e_contraindicaYes.pdf>. Acesso em: 14 fev. 2016. 
 
MIELI, M. P. A.; CEZARINO, P. Y. A. Dismenorreia. In: ROSSI, P.; RIBEIRO, R. M.; 
BARACAT, E. C. Manual de ginecologia de consultório. São Paulo: Atheneu, 
2007. 
 
MONTEIRO, A. M. Estudo comparativo da tens burst e da massagem do tecido 
conjuntivo no tratamento de dismenorreia primaria. TCC (Graduação) - Curso de 
Fisioterapia, Universidade do Estado do Pará, Pará, 2009. 
 
OLIVEIRA, R. G. C. Q. et al. Tens de alta e baixa frequência para dismenorreia 
primária: estudo preliminar. Revista Conscientiae Saúde, v.11, n.1, p.149-158, 
 
514 
2012. 
 
PAULINO, L. S. S.; TELES A.; LORDÊLO, P. Estimulação elétrica nervosa 
transcutânea na dismenorreia primária: uma revisão sistemática. Revista Pesquisa 
em Fisioterapia, v.4, n.1, p.47-54, 2014. 
 
SCHMIDT, E.; HERTER, L. D. Dismenorreia em adolescentes 
escolares. RevistaAdolesc. Latinoam., Porto Alegre, v. 3, n. 1, ago. 2002. 
 
UNTURA, L. P.; REZENDE, L. F. Efeitos não analgésicos da estimulação elétrica 
nervosa transcutânea (tens) em fisioterapia. Rev. Científica. Do Unifae, São João 
da Boa Vista, v.15, n. 152, p.29-34, 2011.