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1 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS CAPITULO Notas de Aula: Prof. Gilfran Milfont As anotações, ábacos, tabelas, fotos e gráficos contidas neste texto, foram retiradas dos seguintes livros: -RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS- Beer, Johnston, DeWolf- Ed. McGraw Hill-4ª edição-2006 - RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS-R. C. Hibbeler-Ed. PEARSON -5ª edição- 2004 -MECÂNICA DOS MATERIAIS-James M. Gere-Ed. THOMSON -5ª edição-2003 -MECÂNICA DOS MATERIAIS- Ansel C. Ugural-Ed. LTC-1ª edição-2009 -MECÂNICA DOS MATERIAIS- Riley, Sturges, Morris-Ed. LTC-5ª edição-2003 4 Flexão Pura RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Flexão Pura 1 - 2 Flexão Pura: quando em uma barra prismática só atuam momentos fletores, dizemos que esta barra está submetida a flexão pura. 2 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Outros Tipos de Carregamento 1 - 3 • Principío da Superposição: a tensão normal devido à flexão pura pode ser combinada com a tensão normal devido à carga axial e com a tensão de cisalhamento devida à força cortante, para encontrar o estado real de tensão em um ponto. • Carregamento Excêntrico: Carga axial que não passa através do centróide da seção, produz forças internas, equivalentes a uma força axial e um momento • Carregamento Transversal: cargas concentradas ou distribuídas atuando transversalmente à barra, produzem forças internas, equivalentes a uma força cortante e um momento fletor. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Barra Prismática em Flexão Pura 1 - 4 MdAyM dAzM dAF xz xy xx 0 0 • Estas exigências podem ser aplicadas para o elento interno da barra. • Se as forças internas em qualquer seção é equivalente a um momento, o momento interno resistente é igual ao momento externo, que é chamado de momento fletor. • A soma das componetes das forças em qualquer direção deve ser zero • O momento em relação a qualquer eixo perpendicular a seu plano, é sempre o mesmo; o momento em relação a qualquer eixo contido no seu plano, é nulo. 3 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Deformação Devida à Flexão 1 - 5 Vigas com um plano de simetria sob flexão pura: • A viga permanece simetrica. • Flete uniformemente formando um arco circular. • Os planos que contêm as seções transversais passam pelo centro do arco e permanecem planos • Para a viga da figura, o comprimento das fibras do topo diminuem e o comprimento das fibras da base aumentam. • Existe um conjunto de fibras, formando uma superfície, onde não há variação no comprimento das fibras, chamada superfície neutra. • As tensões e deformações são negativas (compressão) acima da superficie neutra e positivas (tração) acima desta, para o caso em estudo. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Deformação Devida à Flexão 1 - 6 Considere uma viga de comprimento L. Após a deformação, o comprimento da superfície neutra permanece igual L. Para uma outra superfíce, distante de y da superfície neutra, y máx x c e e máx máx c ρ c e r e ou ( ) ( ) x y y L y y L L y L r rq q d e q rq q r d q r A deformação máxima ocorre na superfície da viga: 4 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Tensão Devida à Flexão 1 - 7 • Para o material elástico, y (a tensão varia linearmente) máx máx x x c y E c E e e • Para o equilíbrio estático, dAy c dA c y dAF máx máxxx 0 0 O momento estático da seção em relação a linha neutra é nulo. Isto significa que a linha neutra passa pelo centróide da seção. • Para o equilíbrio estático, c I dA y c M dA c y y dA y M máx máx máx x 2 I My x c y máx x Substituindo: => W M I Mc máx A tensão normal máxima ocorre na superfície da viga e é dada por: RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Propriedades da Seção da Viga 1 - 8 M Mc Módulo de resistência Momento de inércia da seção c I W I W I máx • Tensão normal máxima devido à flexão: Quanto maior o módulo de resistência, menor será a tensão na viga, para um determinado momento fletor Ah bh h bh c I W 6 1 2 6 1 3 12 1 2 • Considere uma viga de seção retangular, Entre duas vigas com a mesma área da seção transversal, a viga com maior momento de inércia será a mais efetiva em resistir a flexão. • Perfis altos, com uma relação h/b muito elevada, estão sujeitos a instabilidade lateral (flambagem). 5 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Exemplo 4.1 mKNmNM c I M I Mc mmm bh I máxmáx .3.300010250 1030 10360 1036010360 12 6020 12 6 3 9 4943 33 1 - 9 20mm 60mm A barra de aço da figura, está submetida a dois conjugados iguais e de sentido contrários, que agem em um plano vertical de simetria. Determinar o valor do momento M que provoca escoamento no material da barra. Adotar σY=250MPa SOLUÇÃO: RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Exemplo 4.2 mmyrcmm r y 91,609,5 3 124 3 4 __ )(3,1422,193 91,6 09,5 : )(2,1931076,21070 : 1076,2 2500 91,6 _ 39 3 traçãoMPa c y serátraçãodetensãoae compressãoMPaE HookedeleiaAplicando c máx máxmáx máx e r e 1 - 10 Uma barra de alumínio tem seção transversal em forma de semi-círculo, com raio r=12mm. A barra é flexionada até se deformar em um arco de circunferência de raio médio ρ=2,5m. Sabendo-se que a face da curva da barra fica voltada para o centro de curvatura do arco, determinar a máxima tensão de tração e de compressão na barra. Adotar E=200GPa. SOLUÇÃO: Encontramos inicialmente a ordenada do centróide C: Como: 6 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Deformações em Uma Seção Transversal 1 - 11 • A deformação devido ao momento fletor é quantificada pela curvatura da superfície neutra, EI M I Mc EcEcc máxmáx 11 e r • Embora os planos da seção transversal permaneçam planos quando submetidos a um momento fletor, no plano, as deformações não são nulas, r eer ee yy xzxy • Expansão acima da Superfície Neutra e contração abaixo, causam uma curvatura no plano. curvatura anticlástica 1 r r RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Problema Resolvido 4.2 1 - 12 Uma peça de máquina de ferro fundido é submetida a um momento fletor M=3KN.m. Sabendo que E=165GPa e desprezando a concentração de tensões, determine: (a)a tensão normal máxima de tração e de compressão, (b) O raio de curvatura da peça fletida. 7 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Problema Resolvido 4.2 1 - 13 SOLUÇÃO: Baseado na geometria da seção, calcule a localização do centróide da seção e o seu momento de inércia. mm 38 3000 10114 3 A Ay Y 3 3 3 32 101143000 104220120030402 109050180090201 mm ,mm ,mm Area, AyA Ayy ( ) ( ) ( ) ( ) 49-3 23 12 123 12 1 23 12 12 m10868 mm10868 18120040301218002090 I dAbhdAIIx ( ) 2dAII A Ay Y x RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Problema Resolvido 4.2 1 - 14 • Aplique a equação para tensão normal devido à flexão e calcule as tensões: 49 49 mm10868 m038.0mkN 3 mm10868 m022.0mkN 3 I cM I cM I Mc B B A A m MPa 0.76A MPa 3.131B • Calcule a curvatura: ( )( )49- m10868GPa 165 mkN 3 1 EI M r m 7,47 m1095,20 1 1-3 r r 8 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Flexão de Barras Constituídas Por Vários Materiais 1 - 15 • Considere uma viga composta de dois materiais com E1 e E2. • A tensão normal varia linearmente. r e y x • Logo, a tensão normal em cada material: rere yE E yE E xx 2 22 1 11 • A linha neutra não passa através do centróide da seção composta. • As forças elementares na seção são: dA yE dAdFdA yE dAdF rr 222111 ( ) ( ) 1 211 2 E E ndAn yE dA ynE dF rr • A seção transformada é definida por: xx x n I My 21 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Exemplo 4.3 1 - 16 Uma barra constituída de aço (Ea = 200GPa) e latão (El = 100GPa) tem a seção indicada na figura. Determine a tensão normal máxima no aço e no latão, quando a barra fica sujeita à flexão pura com um momento de 2KN.m. 10mm 5mm Aço Latão 5mm 40mm Latão 40mm 30mm 5mm 5mm 20mm 20mm SOLUÇÃO: • Transforme a barra em uma seção equivalente, feita inteiramente de bronze. 2 100 200 l a E E n A barra transformada terá uma largura, bT=2x10+5+5=30mm • Calcule o I da seção tranformada: ( )( ) 49123 12 13 12 1 1016010]4030[ mhbI T • Calcule as tensões máximas: ( )( ) MPa I Mc m 250 10160 1020102 9 33 ( ) ( ) MPan MPa ma ml 5002502 250 max max ( ) ( ) MPa MPa máxs máxl 005 250 9 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Vigas de Cocreto Armado 1 - 17 • O concreto suporta bem o esforço de compressão, mas não o de tração. Por isto, se constroem vigas de concreto, reforçadas com barras de aço, que serão responsáveis por suportar os esforços de tração. • Na seção transformada, a área do aço, Aa , é substituída pela área equivalente nAa onde: n = Ea/Ec. • Para determinação da linha neutra, temos que Q=0 ( ) ( ) 0 0 2 2 2 1 dAnxAnxb xdAn x bx aa a • A tensão normal no aço e no concreto é dada por: xaxc x n I My RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Concentração de Tensões 1 - 18 Concentrações de tensão ocorrem: • Nas proximidades dos pontos de variação brusca de seção. I Mc Kmáx • Nas barras com entalhes. K=fator de concentração de tensões 10 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Deformações Plásticas 1 - 19 • Para qualquer peça submetida a flexão pura, temos: máxx c y ee a deformação varia linearmente através da seção. • Se a peça é feita de um material linearmente elástico, a linha neutra passa através do centróide da seção I My x e • Para materiais com a curva tensão-deformação não linear, a localização do eixo neutro é encontrado, satisfazendo as equações: dAyMdAF xxx 0 • Para um elemento com simetria vertical e horizontal e mesma relação de tensão de tração e de compressão, o eixo neutro passa pelo centróide da seção e a relação tensão-deformação pode ser usada para a distribuição das deformações a partir da distribuição das tensões. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Deformações Plásticas 1 - 20 • Quando a tensão atinge o valor da Tensão Última do material, ocorre a falha, e o correspondente momento fletor MU é chamado de momento fletor último. • Na prática, a tensão última, σU, é determinado experimentalmente, encontrando-se MU e adotando-se uma distribuição de tensão linear fictícia. I cMU U • σU é chamado de módulo de ruptura na flexão e pode ser usado para na determinação do MU de uma barra do mesmo material do corpo de provas. A figura ao lado mostra a distribuição fictícia e a distribuição real de tensões em uma barra retangular. 11 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Barras de Material Elastoplástico 1 - 21 c • Barra retangular de material elastoplástico máximo momento elástico Y Y Y m m Y x I M I Mc • Se o momento é aumentado acima do máximo momento elástico, surgem zonas plásticas. altura elástica, acima da L.N. 1 2 2 3 1 2 3 Y Y Y y c y M M • Se o momento continua a aumentar, a altura elástica se torna zero e toda a seção entra na zona plástica. fator de forma Momento plástico 2 3 Y p Y p M M k M M RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Deformações Plásticas de Membros Com Um Plano de Simetria 1 - 22 • Deformação plástica total de vigas com um único plano de simetria vertical. • As resultantes R1 e R2 das forças de compressão e de tração formam um momento. YY AA RR 21 21 A linha neutra divide a seção em áreas iguais. • O momento plástico total para o membro é: ( )dAM Yp 2 1 • O eixo neutro não pode ser assumido passar pelo centróide da seção. 12 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Tensões Residuais 1 - 23 • Zonas plásticas são desenvolvidas em um membro de um material elastoplástico se o momento for grande o suficiente para tal. • No descarregamento, existe uma relação linear entre a tensão e a deformação, assumindo que nesta fase o membro é totalmente elástico. • As tensões residuais são obtidas pela superposição do efeito da tensão durante o carregamento (deformação elastoplástica) e a tensão durante o descarregamento (deformação elástica). • A tensão final em um ponto, após o desgarregamento, em geral não é nula. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Exemplo 4.05, 4.06 1 - 24 • Um membro de seção retangular uniforme é submetido a um momentoM = 36.8 kN-m. O material de sua construção é considerado elastoplástico, com tensão de escoamento de 240 MPa e módulo de elasticidade de 200 GPa.Determine: (a) a altura da zona elástica, (b) o raio de curvatura da superfície neutra. Após o carregamento ser reduzido a zero, determine: (c) A distribuição das tensões residuais, (d) o raio de curvatura. 13 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Exemplo 4.5, 4.6 1 - 25 ( )( ) ( )( ) mkN 8.28 MPa240m10120 m10120 10601050 36 36 233 3 22 3 2 YY c I M mmbc c I • Máximo momento elástico : • a) Altura da zona elástica: ( ) 666.0 mm60 1mkN28.8mkN8.36 1 2 2 3 1 2 3 2 2 3 1 2 3 YY Y Y Y y c y c y c y MM mm802 Yy • b) Raio de curvatura: 3 3 3 9 6 102.1 m1040 102.1 Pa10200 Pa10240 Y Y Y Y Y Y y y E e r r e e m3.33r RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Exemplo 4.5, 4.6 1 - 26 • M = 36.8 kN-m MPa240 mm40 Y Yy • M = -36.8 kN-m Y 36 2MPa7.306 m10120 mkN8.36 I Mc m • d) M = 0 m225r 6 3 6 9 6 10 5 . 177 m 10 40 10 5 . 177 Pa 10 200 Pa 10 5 . 35 x Y x x y E e r e c) 14 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Carregamento Excêntrico 1 - 27 • A tensão devido ao carregamento excêntrico é encontrada pela superposição da tensão causada pela carga P com a tensão causada pelo momento fletor M: ( ) ( ) I My A P x x x flexão centrada • Carregamento excêntrico PdM PF • A equação acima é válida para tensões abaixo do limite de proporcionalidade. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Exemplo 4.7 1 - 28 Um elo aberto de corrente é obtido pelo dobramento de uma barra de aço de baixo teor de carbono, conforme mostrado na figura ao lado. Para uma carga de 800N, determine: (a) A tensão normal máxima de tração e de compressão, (b) A distância entre o centróide da seção e o eixo neutro. • Carregamento equivalente: P=800N e M=P.d=12N.m SOLUÇÃO: • Tensão normal devido à carga centrada: ( ) 0,006 2 2 m 113,1x10-6 2 c A 7,07 MPa 113,1x10-6 800 0 A P • Tensão normal devido ao momento fletor 70,7 MPa I Mc m m 10 1,018 4 9 ( ) 0,006 4 4 1 4 4 1 c I 15 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Exemplo 4.7 1 - 29 • Tensão normal máxima de tração e de compressão: 70,7 7,1 70,7 7,1 0 0 m c m t t 77,8 MPa 63,6 MPa c mmy 60,0 12 10018,1 07,7 9 0 • Localização do eixo neutro: 0 M I A P y My 0 0 I A P x RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Exemplo 4.8 1 - 30 A tensão máxima admissível para a peça de ferro fundido da figura é de 30 MPa para tração e 120 MPa para compressão. Determine a maior carga P que pode ser aplicada na peça. Propriedades da seção: 49 23 m10868 m038,0 m103 I Y A 16 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Exemplo 4.8 1 - 31 • Determine a carga e o momento equivalentes. momento fletor 028 . 0, carga centrada m 028 . 0, 010 , 0 038 . 0, P Pd M P d • Iguale as tensões encontradas em função de P com as tensões admissíveis: B kN 0 , 77 MPa 120 1226 kN 6 , 79 MPa 30 377 P P P P A kN 0,77P • A carga máxima é o menor dos valores encontrados: • Calcule as tensões por superposição de efeitos: ( )( ) ( )( ) P PP I Mc A P P PP I Mc A P A B A A 1226 10868 038,0028,0 103 377 10868 022,0028,0 103 93 93 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Flexão Fora do Plano de Simetria 1 - 32 • Até agora, nos limitamos a análise de membros submetidos a momentos atuando em um plano de simetria. • Iremos agora, considerar situações em que o momento não atua em um plano de simetria. • Não podemos assumir que o membro irá fletir no plano de atuação dos momentos. • Estes membros permanecem simétricos em relação ao plano de atuação dos momentos, e se flexionam nesse plano, conforme mostrado na figura ao lado. 17 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Flexão Fora do Plano de Simetria 1 - 33 Desejamos determinar sob que condições a L.N. da seção transversal, de uma área qualquer, coincide com o eixo dos momentos, conforme figura ao lado. • o vetor de momento precisa estar direcionado ao longo de um eixo principal centroidal. produto de inércia I dA yz dA c y z dA z M yz m x y 0 ou 0 • A resultante das forças e momentos na seção precisam satisfazer: momento aplicado M M M F z y x 0 • a linha neutra passa através do centróide. dAy dA c y dAF mxx 0or 0 • define a distribuição de tensões momento de inércia I I c I σ dA c y y M M z m m z M ou RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Flexão Fora do Plano de Simetria 1 - 34 A superposição é aplicada para determinar as tensões, em casos de momentos assimétricos. • Decompondo o vetor de momento sobre os eixos principais centroidais. qq sincos MMMM yz • Superpondo as componentes de tensões: y y z z x I yM I yM • Ao longo da L.N., temos: ( ) ( ) q qq tantan sincos 0 y z yzy y z z x I I z y I yM I yM I yM I yM 18 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Exemplo 4.08 1 - 35 46 3 46 3 1048,0 12 )040,0(090,0 1043,2 12 )090,0(040,0 mI mI y z mNsenM mNM y z .10030200 .2,17330cos200 0 0 Um momento de 200 N.m é aplicado em uma viga de madeira, em um plano que forma 30º com a vertical. Determine: (a) a tensão normal máxima de tração na viga, (b) o ângulo que a linha neutra forma com a horizontal. • Decomponha o momento em suas componentes e calcule os momentos de inércia: SOLUÇÃO: RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Exemplo 4.8 1 - 36 • A tensão normalmáx.de tração, devido a superposição de efeitos, ocorre em A. MPa38,717,421,321max MPa38,7max A tensão de tração máxima devido a Mz ocorre ao longo da aresta AD e vale: • Determine o ângulo da linha neutra com a horizontal:. 92,230tan 1048,0 1043,3 tantan 0 6 6 q y z I I o1,71 MPa I yM z z 21,3 1043,2 045,02,173 61 A tensão de tração máxima devido a My ocorre ao longo da aresta AD e vale: MPa I zM y y 17,4 1048,0 020,0100 62 19 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Caso Geral de Carregamento Axial Excêntrico 1 - 37 • Considere uma barra submetida a duas forças iguais e opostas, porém excêntricas. • Este carregamento é equivalente ao mostrado na figura inferior. Pb M Pa M P z y carga centrada • Pelo princípio da superposição, a tensão combinada é: y y z z x I zM I yM A P • A L. N. pode ser encontrada aplicando a equação abaixo: 0 z I M y I M A P y y z z RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Exemplo 4.9 1 - 38 Um bloco de seção retangular, recebe uma carga de 4,80KN, aplicada excentricamente. Pede-se: a)Determinar as tensões nos pontos A, B, C e D. b)Determinar a posição da L.N. na seção transversal. SOLUÇÃO: O carregamento dado é equivalente ao da fig. abaixo: 4 6 3 4 6 3 2 3 3 3 3 3 10 52 , 11 ) 120 , 0 )( 80 , 0 ( 12 1 10 12 , 5 ) 80 , 0 )( 120 , 0 ( 12 1 10 60 , 9 120 , 0 80 , 0 : Pr . 120 10 25 10 80 , 4 . 192 10 40 10 80 , 4 m I m I m A seção da opriedades m N M m N M z x z x 20 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Exemplo 4.9 MPa I xM MPa I zM MPa A P z máxz x máxx 625,0 1052,11 )1060(120 5,1 1012,5 )1040(192 5,0 1060,9 80,4 6 3 2 6 3 1 30 1 - 39 Tensão devido à carga P: Tensão devido ao momento Mx: Tensão devido ao momento Mz: MPa MPa MPa MPa D C B A 375,0625,05,15,0 625,1625,05,15,0 375,1625,05,15,0 625,2625,05,15,0 a) Tensão em cada ponto: b) Posição da L.N.: mmHA HA mmBG BG 70 375,0625,2 625,2 80 7,36 375,1625,1 375,1 80 Distribuição das tensões: RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Flexão de Barras Curvas qd qqq qqd qqd qq y Fazendo yRyR Logo yRreyRr figdaTemos rr RR ' '' '' '' '' : )()( : . r rRE yR yE E Logo yR y r y r xx x q q q q e q q q q q d e .. : 1 - 40 Considere a barra curva de seção transversal uniforme indicada na figura. Sua seção transversal é simétrica em relação ao eixo “y”. Tomando o arco JK, distante de y acima da Sup. Neutra: A tensão não varia linearmente com a distância y da fibra estudada à S.N. 21 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Flexão de Barras Curvas 1 - 41 rdA A r r dA A R 1_ 00 00 dA r dA RdA r rR dA r rRE dAx q q A relação abaixo deve ser satisfeita: Distância do centro de curvatura C até a S.N. O eixo neutro não passa pelo centróide da seção da barra curva Outra relação que devemos satisfazer é: Ae M RrA ME MArRARA E MrdARA r dA R E MdA r rRE MydA r rRE MdAy z )( )2( 2 )( ( _ _ 2 2 q q q q q q q q q q Encontramos, então: reA RrM yReA yM x .. ).( )(. . RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Flexão de Barras Curvas ReAE M RR eAE M RRR Como RR ... 11 .. 1 1 1 11 : 11 ' ' ' ' ' q q qqq q q 1 - 42 Distância R do centro de curvatura C até a S.N. para seções usuais: Mudança na curvatura da S.N. causada pelo momento fletor M: 22 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Exemplo 4.10 mmRre mmR mm h rr mm h rr r r h r dr h r drb hb r dA A R r r r r r r 523,0477,99100 477,99 5,87 5,112 ln 25 5,1125,12100 2 5,875,12100 2 ln. . _ _ 2 _ 1 1 2 2 1 2 1 2 1 1 - 43 Uma barra retangular de eixo curvo tem raio mmr 100 _ e uma seção tranversal de largura b=50mm e altura h=25mm. Determinar a distância “e” entre o centróide e o eixo neutro da seção. SOLUÇÃO: Inicialmente determinamos o raio R da S.N.: 99,477mm 100mm 0,523mm RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULAS PROF. GILFRAN MILFONT Exemplo 4.11 MPa reA RrM MPa reA RrM mmhbA mNM máx 5,104 )105,87)(10523,0)(101250( 10)48,995,87(500 .. )( 5,88 )105,112)(10523,0)(101250( 10)48,995,112(500 .. )( 12502550. .500 336 3 1 1 min 336 3 2 2 2 MPa I cM máx 0,96 10])25()50[( 12 1 105,12500. 123 3 min, 1 - 44 Determinar para a barra do Ex. 4.10, os valores máximos das tensões de tração e compressão, sabendo-se que o momento fletor na barra é M=500 N.m SOLUÇÃO: Se usássemos a expressão da tensão para uma barra reta, teríamos: O que diverge dos valores reais obtidos.