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TCC Profa Erika Gelenske, M.Sc TCC: Princípios Fundamentais da Prática Clínica • COLABORATIVA A percepção e os pensamentos são influenciados por crenças subjacentes. Um conjunto de crenças forma o esquema mental. esquema Especificidade Cognitiva • Tríade negativa associada à depressão: Self: "Sou incompetente/incapaz de ser amado" Outros: "As pessoas não se importam comigo" Futuro: "O futuro é ruim” • Tríade negativa associada à ansiedade: Self: "Sou incapaz de proteger a mim mesmo" Outros: "As pessoas vão me humilhar" Futuro: "É uma questão de tempo até eu me colocar em uma situação embaraçosa" TCC: Princípios Fundamentais da Prática Clínica • COLABORATIVA TCC: PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA PRÁTICA CLÍNICA • QUESTIONAMENTO SOCRÁTICO E DESCOBERTA GUIADA - Na TCC, o terapeuta não provê as soluções nem persuade o paciente da incorreção dos pensamentos. - O terapeuta guia o paciente para a descoberta, ao invés de entrar em debate ou confronto direto para desfazer as cognições distorcidas. - O terapeuta orienta o paciente de forma que ele entenda o problema, explore possíveis soluções e desenvolva um plano para lidar com as dificuldades. Exemplos de Questionamento Socrático: Durante a sessão a paciente diz: “Não sou uma boa mãe, pois gritei com meu filho quando ele não estava se comportando bem”. O terapeuta pode questionar socraticamente: -“Para você, o que é ser uma boa mãe?” -“Dessas características, enumeradas por você, sobre ser uma boa mãe, quais você possui?” -“Das pessoas que você conhece, quem você considera uma boa mãe? Por que (essa pessoa) é considerada uma boa mãe? - “As habilidades que uma pessoa necessita para ser uma boa mãe já nascem com ela, ou a pessoa pode aprender a ser uma boa mãe?” (Knapp, 2004) Exemplos de Questionamento Não-Socrático: Durante a sessão a paciente diz: “Não sou uma boa mãe, pois gritei com meu filho quando ele não estava se comportando bem”. O terapeuta questiona de maneira não-socrática: - “E daí se você grita com seus filhos? Todo mundo faz isso.” - “Por que você está sendo tão dura consigo mesma?” - “Seus pais nunca gritaram com você?” QUESTIONAMENTO SOCRÁTICO Conceito – Forma investigativa de checar com o paciente seus pensamentos automáticos. Exemplo: – (T) Você disse que, se for rejeitado na festa, isto o deixaria muito mal. Se isto for verdade, o que isto significa para você? – (P) Vou ficar ansioso. – (T) E então? – (P) A festa não vai ser nada divertida. – (T) Se isto for verdade, o que há de terrível nisto? – (P) Vou ter a sensação de ter me esforçado por nada. – (T) Supondo que isto seja verdade, qual o significado disto ainda para você? – (P) Que as pessoas não ligam para mim. – (T) E o que isto diz sobre você? – (P) Que eu sou uma pessoa muito pouco atraente. Princípios Fundamentais da Prática Clínica LISTA DE PROBLEMAS E METAS DO TRATAMENTO -Terapeuta e paciente precisam especificar as metas para a terapia e a prioridade delas. -A lista de problemas deve ser a mais objetiva possível, para evitar objetivos vagos e abstratos: “Quero ser feliz.”, por exemplo. - Grandes metas ou problemas devem ser divididos em partes menores. (Knapp, 2004) TC: Princípios Fundamentais da Prática Clínica FAMILIARIZAÇÃO COM O MODELO COGNITIVO Uma das primeiras intervenções usadas na TCC é ensinar o paciente a: • identificar os pensamentos automáticos que ocorrem em situações problemáticas; • reconhecer os efeitos que eles produzem em suas emoções e comportamentos; • responder de forma eficaz a esses pensamentos que causam dificuldades. Princípios Fundamentais da Prática Clínica AVALIAR CRITICAMENTE AS DISTORÇÕES COGNITIVAS O próximo passo leva, naturalmente, à idéia de corrigir os PA e as crenças e construir pensamentos alternativos mais funcionais, capazes de gerar uma melhora no estado de humor do paciente. Leitura de pensamento (telepatia) - Paulo está zangado comigo. • Ao ver o marido de cara fechada. Na verdade, Paulo estava frustrado por outra razão qualquer, relacionada com o trabalho. Previsão do futuro -Tenho certeza de que vou me sair mal na prova. • Conclusão mesmo tendo estudado e aprendido o assunto. DISTORÇÕES Princípios Fundamentais da Prática Clínica DISTORÇÕES Inferência (conclusão) arbitrária -Conclusão na ausência de evidências confirmatórias ou quando há evidências contrárias • "Ele está fazendo isto só para me irritar" (a criança pode estar cantando por estar alegre. Generalização excessiva - Conclusão geral para todas as situações com base em um único incidente • Nunca, sempre, só, tudo, ... "Nunca faço nada certo." "Você só liga para o meu pai." "Você nunca fica comigo." Princípios Fundamentais da Prática Clínica DISTORÇÕES Ampliação e minimização -Avaliações distorcidas da importância relativa de eventos particulares • "Tirei 9 na prova. E daí? A prova foi muito fácil." Personalização -Tendência a relacionar eventos externos a si próprio, quando não existe base para esta conexão • Por que é que chove toda vez que venho à praia?" Pensamento dicotômico - Fazem-se interpretações do tipo "tudo-ou-nada" • "Este trabalho está péssimo, não serve para nada," ao constatar alguns erros de ortografia. Princípios Fundamentais da Prática Clínica EXERCÍCIOS, EXPERIMENTOS E TAREFAS -A forma mais efetiva de promover mudanças é pela experimentação. -Durante todo o curso do tratamento, o paciente exercita seus aprendizados nas sessões e, principalmente, entre as sessões, na vida real. -Só se aprende a fazer fazendo. -O paciente aumenta a auto-eficácia. Princípios Fundamentais da Prática Clínica EXERCÍCIOS, EXPERIMENTOS E TAREFAS O terapeuta define, juntamente com o cliente, um roteiro para a sessão terapêutica, do tipo: Você já me falou sobre o que lhe trouxe à terapia (atualização do estado do cliente), agora eu preciso saber como você está se sentindo hoje (verificação do humor), Eu preciso informar-lhe sobre como funciona a terapia cognitiva (educação do cliente sobre o modelo cognitivo) e detalhes sobre o atendimento (enquadramento). Eu vou lhe passar algumas tarefas para você fazer em casa (tarefa de casa), e, no final, eu vou relembrar o que falamos (resumo) e vou querer saber o que você achou da terapia (feedback). Princípios Fundamentais da Prática Clínica Princípios Fundamentais da Prática Clínica • PREVENÇÃO DA RECAÍDA -Tem como propósito ajudar o paciente a tornar-se ciente de situações de risco, a identificar sinais prodrômicos (indicativo de uma patologia clínica) de recaída e a desenvolver planos explícitos para lidar com as situações de risco. Princípios Fundamentais da Prática Clínica TÉRMINO DO TRATAMENTO -A decisão de dar por encerrado o tratamento é tomada quando o paciente atingiu seus objetivos da lista de problemas montada colaborativamente no início da terapia, tendo sido verificado seu progresso em diversas situações de vida e por tempo suficiente. -O final do tratamento não é abrupto. -Se o paciente desejar, pode retornar ocasionalmente para sessões de reforço. -Em qualquer momento, o paciente pode voltar ao tratamento para mais um conjunto de sessões, a fim de abordar novas questões e aprofundar seu entendimento cognitivo-comportamental. OBJETIVOS A SEREM ALCANÇADOS PELO PACIENTE NA TERAPIA ◦ Identificar e reconhecer sua forma distorcida de pensar. ◦ Identificar e reconhecer as emoções que estes pensamentos provocam. ◦ Identificar e reconhecer as condutas que são tomadas frente a estes pensa- mentos e emoções. ◦ Identificar e aprender a utilizar formas alternativas de pensar frente às situações, gerando impacto na emoção e na conduta. ◦ Identificar e reestruturar as crenças intermediárias e nucleares distorcidas doindivíduo. Roteiro Exercício para identificação e avaliação do pensamento automático (PA) • 1. O que está (estava) passando pela sua cabeça exatamente agora (naquele momento)? • 2. Quanto você acredita(ou) nisto? • 3. E o que isto faz (fez) você sentir? • 4. Qual a evidência de que este pensamento (repetir o pensamento) está(va)correto? • 5. Alguma outra evidência de que este pensamento está(va)correto ? • 6. Alguma evidência do outro lado, de que este pensamento talvez não esteja (estivesse) correto? • 7. Mais alguma evidência neste sentido? • 8. O que de pior pode(ria) acontecer se isto (o PA ou a situação temida) for (fosse) verdade? • 9. Você sobreviveria a isto? Roteiro Exercício para identificação e avaliação do pensamento automático (PA) • 10. E o que de melhor pode(ria) acontecer se isto for (fosse) verdade? • 11. E qual é o resultado mais realista (mais provável)? • 12. Qual é o efeito de acreditar neste pensamento (repetir o PA)? • 13. E qual é o efeito de mudar o seu pensamento, de compreender que possivelmente você poderia (realizar ou enfrentar a situação temida)? • 14. O que você gostaria de fazer a este respeito? • 15. Quão provável é que você possa...(realizar ou enfrentar a situação temida)? Qual a probabilidade disso acontecer? • 16. Como você se sente agora?