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ARTERIAL URGÊNCIA E EMERGÊNCIA É uma alteração súbita na função neurológica causada por uma alteração no fluxo sanguíneo encefálico, com sintomas durando mais que 24 hs e com presença de lesão em exames de imagem. (ACLS - Advance Cardiologic Life Support ,2015) ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO NO ADULTO DADOS ESTATÍSTICOS DE AVE Cerca de 50% das mortes ocorrem antes da chegada da vítima ao hospital O AVE, agrupados dentro das doenças circulatórias, são, em todo o mundo, a segunda maior causa de óbitos (5,7 milhões por ano), e em 2005, foram responsáveis por aproximadamente 10% de todos os óbitos mundiais. 85% desses óbitos ocorrem em países não desenvolvidos ou em desenvolvimento e um terço atinge pessoas economicamente ativas. O AVE é a maior causa de incapacitação da população na faixa etária superior a 50 anos, sendo responsável por 10% do total de óbitos, 32,6% das mortes com causas vasculares e 40% das aposentadorias precoces no Brasil. O Brasil está entre os dez primeiros países com maiores índices de mortalidade por AVE. FATORES DE RISCO Não modificáveis: idade, história familiar, etnia (predomina em negros). Modificáveis: HAS, tabagismo, doença cardíaca, DM, doença arterial carotídea, hiperlipidemia, hipercoagulabilidade, acidente isquêmico transitório (os sintomas duram menos que 1 hora e sem evidências de lesão isquêmica em exames de imagem). O encéfalo corresponde ao Telencéfalo (hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo, e tronco cefálico (bulbo, mesencéfalo e ponte). LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA IRRIGAÇÃO ENCEFÁLICA CLASSIFICAÇÃO QUANTO A LOCALIZAÇÃO Artérias Carótidas: AVE de circulação Anterior e acometem os hemisférios cerebrais. Artérias Vertebro basilares: AVE da circulação posterior, geralmente acomete tronco cerebral ou cerebelo. Tipos de AVE Isquêmico: Ocorre uma obstrução de uma artéria bloqueando o fluxo de sangue para uma determinada área do encéfalo. Hemorrágico: Ocorre a ruptura de uma artéria cerebral, levando a hemorragias dentro ou ao redor do encéfalo. TIPOS DE AVE AVE ISQUÊMICO Corresponde a mais de 80% dos AVE. Pode ser classificado em: Isquêmico Trombótico Isquêmico Embólico. AVE ISQUÊMICO TROMBÓTICO Equivale à maior parte dos AVEs Isquêmicos. A aterosclerose dos vasos cerebrais causam estreitamento e agregação plaquetária formando coágulos sanguíneos que podem ocluir as artérias cerebrais, interrompendo o fluxo de sangue para as áreas irrigadas por estas artérias. AVE ISQUÊMICO TROMBÓTICO AVE ISQUÊMICO EMBÓLICO O trombo que obstrui a artéria é proveniente de uma área fora do encéfalo (coração, aorta, etc). Pode ocorrer por fragmentos de valvas cardíacas, tumores, ar, gordura, líquido amniótico, corpo estranho ou coágulos que se desprendem da região de origem e chegam ao encéfalo através da corrente sanguínea. AVE ISQUÊMICO EMBÓLICO EVOLUÇÃO DO AVE ISQUÊMICO A obstrução do fluxo sanguíneo impede a chegada do sangue oxigenado à determinada área do encéfalo, privando as células deste tecido de oxigênio, glicose e nutrientes. A evolução pode ocorrer em poucos minutos, horas ou dias, dependendo do calibre da artéria ocluída. A lesão celular ocorre devido a isquemia podendo ocorrer a morte celular. AVE ISQUÊMICO EXISTEM DUAS ÁREAS DE IMPORTANTES LESÔES: Zona de isquemia Zona de penumbra isquêmica Zona de isquemia: é a área de foco do AVE, compreende a região que era irrigada pela artéria obstruída. As células deste tecido ficam desprovidas de glicose, oxigênio e nutrientes o que pode levar a lesão irreversível e morte celular. Penumbra isquêmica: é a faixa de tecido que circunda a zona de isquemia. Esta área é irrigada também pelas artérias colaterais, que suprem parcialmente e temporariamente esta área com oxigênio e glicose. O fluxo nesta área está diminuído cerca de 20% a 50%, mas não ausente. AVE ISQUÊMICO As células da área da penumbra podem viver ou morrer em função do tempo em que o fluxo sanguíneo é restabelecido. Estudos mostram que caso o fluxo normal não seja restabelecido, dentro de 2 a 3 hs a área de penumbra pode se tornar em área de infarto. Isquemia Extravasamento de líquido Edema Cerebral Aumento da PIC Aumento da Isquemia AVE ISQUÊMICO AVE ISQUÊMICO AVE HEMORRÁGICO É causado pela ruptura de uma artéria ocasionando sangramentos: Superfície cerebral (Hemorragia subaracnóidea) Dentro do cérebro (hemorragia intracerebral). AVE HEMORRÁGICO Hemorragia Subaracnóidea: a causa mais comum são os rompimentos de aneurismas. A mortalidade é alta. Hemorragia Intracerebral: está relacionada à hipertensão arterial sistêmica. Os pequenos vasos cerebrais são danificados pela hipertensão de longa data, podendo romper eventualmente ou secundário à picos hipertensivos. Pode requerer Neurocirurgia. AVE HEMORRÁGICO CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA E RECUPERAÇÃO DO AVE Detecção – O Paciente saber reconhecer os sintomas e o momento do inicio dos mesmos. Despacho – Ativar o Serviço Médico de Emergência. Equipes de APH treinadas para dar o primeiro atendimento e realizar Escala de Cincinnati onde avalia-se Fraqueza facial, Déficit motor e Fala. Departamento de Emergência – Recursos humanos e materiais necessários para atender a vítima, Realizar cuidados iniciais, identificar o tipo de AVE e determinar a gravidade de acordo com a escala NIHSS. Decisão terapêutica – Tipo, localização e gravidade. Droga correta: Indicação ou não de terapia fibrinolítica. Déficit neurológico de instalação súbita Déficit neurológico geralmente unilateral Provável alteração na Escala de Cincinnati (72%) Fatores de risco geralmente presentes CARACTERIZAÇÃO DE UM PROVÁVEL AVE ATENDIMENTO DO PACIENTE VÍTIMA DE AVE Avaliação primária e secundária Agilidade no atendimento: Minimizar a lesão cerebral aguda e maximizar a recuperação do paciente. Pacientes com AVE isquêmico agudo tratados com rtPA (ativador do plasminogênio tecidual recombinante) dentro das primeiras 3 hs do início dos sintomas demonstram bom resultado funcional. “Tempo é cérebro” ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Avaliação Primária ABCDE e Sinais Vitais (FC, FR, PA, Oximetria, glicemia capilar e Escala de Coma de Glasgow) Avaliação Secundária – Escala de Cincinatti e história pregressa. Detectar sinais de gravidade: Rebaixamento do nível de consciência, alterações pupilares, alterações respiratórias, variações excessivas da PA. Fornecer oxigênio se oximetria < 95% , acesso venoso se este não retardar o deslocamento. Deslocamento rápido à Unidade de Referência. ESCALA DE CINCINNATI Fraqueza na face Fraqueza nos braços Alteração na fala Hora ESCALA DE COMA DE GLASGOW Avalia três itens Abertura ocular (1-4 pontos) Melhor resposta verbal (1-5 pontos) Melhor resposta motora (1-6 pontos) A pontuação é dada pela somatória dos itens. ESCALA NIHSS - (NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH) Usada para determinar a Severidade do AVE. Realizada por Neurologista em 7 minutos. 0-1 – normal 1 a 4 – Leve 5-15 – Moderado 15-20 – severamente moderado Acima de 20 - Severo USO DE rtPA (FATOR ATIVADOR DO PLASMINOGÊNIO RECOMBINANTE) Indicações: AVE Isquêmico em maiores de 18 anos. Início dos sintomas menor do que 4,5 horas. Ausência de TC Hipodensidade > 1/3 do território da artéria cerebral média compatível com infarto extenso. Dose: 0,9 mg/kg – dose máxima 90 mg ( fazer 10% em bolus e o restante em BIC, correr em 1 hora). Monitorização contínua durante e após a infusão. USO DE rtPA (FATOR ATIVADOR DO PLASMINOGÊNIO RECOMBINANTE) Contra Indicações: AVE Isquêmico com pouca sintomatologia (< 4 pts na escala NIH) Rápida melhora neurológica Uso de Anticoagulantes Orais ou TAP acima de 15 seg (RNI acima de 1,7) Uso de heparina nas últimas 48 hs Plaquetas abaixo de 100.000/mm3 AVE ou TCE grave nos últimos 3 meses Cirurgia de grande porte nos últimos 14 dias PAS > 185 e PAD>110mmHg, não controlável Glicemia >50 ou <400 mg/dl Sangramento gastrointestinal ou urinário nos últimos 21 dias. IAM recente. (controverso) Nestes casos recomenda-se o uso de antiagregantes plaquetários: AAS e Clopidogrel. CONCLUSÃO Na abordagem da vítima de AVE é importante o envolvimento de equipes de atendimento em urgência pré- hospitalar e hospitalar integradas e treinadas. O tratamento do paciente e sua reabilitação exigem o empenho de equipes multidisciplinares. O trabalho das equipes de atenção básica sobre a prevenção e controle dos fatores de risco se mostra fundamental na diminuição da morbidade e mortalidade por AVE. “Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” (Is 55:6) Obrigada!