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aula 8- Historia

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05/11/2018 Disciplina Portal
http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981741&topicId=2424617&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 1/16
Teoria e história das
cidades
Aula 8 - Cidade ideal e cidade real: de Brasília
ao estatuto da metrópole
INTRODUÇÃO
Você viu, na aula anterior, que o processo de ocupação do território brasileiro foi marcado pela implantação de cidades
de um ponto de vista estratégico desde a chegada do colonizador português ao nosso litoral. Diferentes ciclos
econômicos de produção agrícola ou mineral de�niram a ocupação nas diversas regiões do país, até que algumas
cidades planejadas foram construídas a partir de um ideal de renovação do espaço urbano que re�etisse uma
sociedade moderna e industrializada.
05/11/2018 Disciplina Portal
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Este processo culminou com a construção, próximo ao centro geométrico do país, de Brasília, que logo receberia a
alcunha de capital da integração nacional. A visão de uma cidade ideal simbolizaria um país passado a limpo, um
verdadeiro recomeço para uma nação jovem.
Mas o forte crescimento demográ�co do país, no século XX, sem uma correspondente justiça social, comprometeu
este projeto de nação desenvolvida. E o re�exo desta combinação de desigualdade social e aumento vertiginoso da
população se fez sentir nas grandes cidades brasileiras, que passaram a reunir áreas com padrões urbanos muito
diferentes. Enquanto alguns bairros mais prósperos usufruíam de uma estrutura urbana digna do nome, outras tantas
comunidades careciam de serviços essenciais como o saneamento básico.
A partir da democratização do país, a legislação urbana brasileira visa a mitigar os efeitos da desigualdade social no
espaço urbano, na busca de uma cidade mais igual, solidária e sustentável, como tentaremos demonstrar nesta aula.
OBJETIVOS
Analisar o projeto de Brasília;
Reconhecer a dicotomia entre cidade formal e informal;
Compreender a legislação urbanística vigente no Brasil.
05/11/2018 Disciplina Portal
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O projeto de Brasília
A ideia de ocupação do território brasileiro por uma rede de cidades, como já vimos anteriormente, remonta à época da
colonização e teve seu coroamento na construção da capital federal próximo ao centro geográ�co do país. A primeira
ideia de localizar, no sertão do Brasil, a sede do governo deu-se no século XVIII e é atribuída ao Marquês de Pombal.
Veja como ela se con�rmou ao longo da história do país:
Somava-se, agora, à estratégia de ocupação do interior do país, a vontade de representar a construção de um novo
país, que no futuro espelha sua grandeza, como proclama o Hino Nacional Brasileiro.
05/11/2018 Disciplina Portal
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Versão simpli�cada do Plano Piloto de Brasília (esquerda) e foto de satélite da NASA: Brasília em novembro
de 1990 (direita).
De forma análoga ao intuito da República de se fazer signi�car como algo novo em comparação ao passado colonial,
representado pela remodelação do Rio de Janeiro e a construção de Belo Horizonte e Goiânia, o Governo Juscelino
Kubitschek utilizou a prerrogativa constitucional citada para se empenhar na construção do símbolo maior de uma
política desenvolvimentista.
A proposta para a construção de Brasília encontrou sua expressão mais contundente no urbanismo moderno. A�nal,
nada melhor para simbolizar um país novo do que uma cidade inteiramente nova, como preconizavam diversos autores
já citados, com destaque para Le Corbusier.
Mas, enquanto as propostas do mestre suíço-francês visavam a substituir (ville contemporaine) ou desobstruir (plan
voisin) uma congestionada Paris dos anos 1920, Brasília seria a capital da integração nacional que, a partir dos anos
1960, substituiria a antiquada cidade do Rio de Janeiro, antiga capital da Colônia, do Império e da República, voltada
para o litoral e localizada na porção mais consolidada do país.
O projeto da nova capital seria escolhido por meio de concurso público. Entretanto, as propostas apresentadas
convergiam invariavelmente para os fundamentos do mestre suíço-francês e da Carta de Atenas, como constatou o
crítico contemporâneo de Arquitetura e Urbanismo Guilherme Wisnik:
A primeira aplicação no Brasil em escala monumental e a realização mais completa do urbanismo moderno, em âmbito
mundial, encontram-se na proposta vencedora de Lúcio Costa para o concurso nacional para o Plano Piloto de Brasília.
O resultado do concurso foi divulgado em 16 de março de 1957 e a nova capital do país foi inaugurada em 21 de abril
de 1960.
Fonte: Commons.wikimedia.org/ Autor: Cayambe. Esplanada dos Ministérios em Brasília - DF.
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Os quatro princípios do urbanismo de Le Corbusier
estavam 
presentes no Plano Piloto com algumas adaptações.
O descongestionamento era uma premissa do
plano. 
Em alguns setores, a densidade atingia os níveis
previstos para a ville contemporaine, mas, em geral,
restringia-se à metade disso, sendo que as
principais edi�cações encontravam-se próximas ao
cruzamento das vias de maior tráfego. 
O alargamento das vias de circulação foi
representado pelas avenidas expressas que
estruturavam a cidade, principalmente nos eixos
cartesianos 
norte-sul e leste-oeste. 
O aumento de áreas verdes também era uma
característica do partido urbanístico. Comparada às
demais capitais, Brasília seria um imenso parque.
Fonte: Commons.wikimedia.org / Foto: Arturdiasr CC BY-SA 4.0. Parte oeste do eixo Monumental de Brasília.
As funções urbanísticas de�nidas pela Carta de Atenas re�etiam-se no alto grau de setorização da cidade.
HABITAR
Em Brasília, a habitação foi situada principalmente ao longo do eixo norte-sul.
TRABALHAR
Os setores ligados ao trabalho foram localizados perto do cruzamento dos eixos cartesianos estruturantes. Na direção leste-
oeste, concentravam-se os principais edifícios de caráter cívico e, mais afastados, os equipamentos culturais.
RECREAR-SE
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Havia a previsão de áreas verdes, escolas e comércio nas superquadras, mas os maiores equipamentos de lazer foram
localizados às margens do Lago Paranoá.
CIRCULAR
A circulação deveria acontecer com grande e�cácia nos eixos rodoviários denominados Eixo Monumental e “Eixão”.
Havia, ainda, um zoneamento subjacente de�nido pelas tipologias arquitetônicas. Em Brasília, as superquadras
residenciais formariam um conjunto de blocos horizontais multifamiliares isolados, localizadas por números ao longo
do Eixão (norte-sul).
As torres comerciais localizavam-se às margens do cruzamento dos eixos cartesianos, assim como os centros
comerciais. Os palácios o�ciais formaram o tal Eixo Monumental (leste-oeste), também em edi�cações isoladas de
caráter monumental.
 
Fonte: Commons.wikimedia.org / Foto: Victoria Camara [CC BY 3.0]. As superquadras da Asa Sul do Eixão.
Fonte:
O grande elemento inovador do Plano Piloto 
estava precisamente nas superquadras.
Ainda que inspiradas pelas unidades de habitação de Le Corbusier, com comércio de conveniência e escolas de ensino
fundamental, elas representaram uma nova tipologia urbanística.
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Além das superquadras, foram previstas as quadras de habitação individual geminada e setores residenciais no lado
oposto do Lago Paranoá, com residências unifamiliares. Um dos legados das superquadras foi subverter a lógica da
rua tradicional, ao separar pessoas e veículos.
Curiosidade
, Como paradigma do urbanismo moderno, Brasília �cou conhecida como uma cidade sem esquinas, pois o Plano Piloto criava,
como queria Le Corbusier, grandes eixos rodoviários sem cruzamentos, que eram vistos como inimigos da velocidade. A cidade
moderna era a cidade da velocidade., , Entretanto, além de uma cidade moderna, Brasília era também o projeto singular de uma
cidade administrativa, que seria a nova capital de um país. Neste sentido, Lúcio Costa, segundo seu próprio relato, aproveitou os
eixos cartesianos para organizar a dupla função da cidade: civitas e urbs (COSTA, 1995, p. 203).
Assim, o Eixo Monumental, leste-oeste, reuniu os edifícios cívicos característicos de uma capital federal com o
Congresso Nacional no seu extremo leste. Já o chamado Eixão abrigava os setores residenciais e comerciais, nas
chamadas asas norte e sul, assim denominadas porque a forma �nal do Plano Piloto assemelhou-se,
involuntariamente, a um avião. O encontro dos dois eixos foi ocupado pela rodoviária, de onde se avistam os grandes
palácios e as torres comerciais da cidade, além de tornar evidente o caráter rodoviarista do Plano.
Fonte: Commons.wikimedia.org / Foto: Uri Rosenheck CC-BY-SA-3.0. Panorama de Brasília vista da Torre de Televisão.
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Brasília foi o primeiro conjunto urbano do século XX a ser
reconhecido pela Unesco, em 1987, como Patrimônio
Mundial. O conjunto urbanístico de Brasília foi inscrito no
Livro de Tombo Histórico pelo Iphan em 14 de março de
1990.
Após a repercussão internacional da construção da nova capital do país, Lúcio Costa foi convidado a desenvolver novo
Plano Piloto, agora para uma área de expansão da antiga capital, a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Entretanto, a
situação era bastante diferente, o que possibilitou que o autor desenvolvesse, ainda mais, alguns princípios e testasse
novas estratégias urbanas.
 
Fonte: Commons.wikimedia.org / Foto: Rafael Rabello de Barros. 
Panorama da Barra da Tijuca e Montanhas do Parque Nacional da Tijuca.
Embora tenha mantido, no Plano Piloto da Barra da Tijuca, a lógica estrutural (dois eixos principais, setorização
funcional, locomoção motorizada) adotada em Brasília, Lúcio Costa não impôs um desenho preciso e rígido para os
núcleos de ocupação da Barra. Ao contrário, ele recomenda que as instruções para aprovação de empreendimentos
sejam vistas como “simples balizamento suscetível de certa margem de tolerância”. Lembra ainda que a região deveria
ser “considerada como área experimental (...) para que fosse capaz de absorver — sob rigoroso controle — as
sucessivas inovações propostas pelo espírito empreendedor das partes interessadas”. Se a conjuntura
“especialíssima” de Brasília levava ao ordenamento preciso, a proposta de Lúcio Costa, para a Barra, pretendia
justamente promover inovação e experimentação. (NUNES-FERREIRA, 2014, p. 137-138)
Desde os anos 1960, o urbanismo moderno de Brasília in�uenciou a construção de novas cidades pelo país, além de
mais uma nova capital de estado — Palmas, no Tocantins, fundada em 20 de maio de 1989 — assim como o modelo de
urbanismo da Barra da Tijuca vem sendo reproduzido em áreas de expansão de diferentes cidades do Brasil.
A dicotomia entre cidade formal e cidade informal
A população brasileira cresceu vertiginosamente, tornando-se predominantemente urbana. Entretanto, a realidade
econômica impôs-se ao espaço urbano, reproduzindo, no território, a desigualdade social do país.
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Fonte de dados: Sinopse do Censo Demográ�co 2010. 
Disponível: ‹http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=8 (glossário)› 
Acesso em: 30 out. 2016
 
A urbanização acelerada do Brasil, nas últimas décadas, em combinação com a grande desigualdade social
que persiste no país, contribuiu para um quadro de divisão territorial entre a cidade formal e a cidade
informal. 
 
Cidade formal
A grosso modo, entende-se como cidade formal aqueles bairros que são atendidos por uma
infraestrutura urbana completa como água, luz, esgoto, asfalto, calçamento etc.
Cidade informal
Cidade informal seriam os assentamentos urbanos que reúnem, via de regra, as classes
mais pobres, sem os serviços básicos com que identi�camos a vida urbana.
05/11/2018 Disciplina Portal
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A intensi�cação da dualidade entre
cidade formal e cidade informal tem
sido uma constante na estrutura das
cidades brasileiras (MARICATO, 1996).
O ritmo do crescimento dos
loteamentos irregulares, das favelas e
dos cortiços nas periferias das
grandes cidades é mais intenso que a
taxa média de urbanização do país. Ou
seja, as grandes cidades crescem
sobretudo nas periferias, o que tem
reforçado a função estrutural da
informalidade na composição do 
espaço urbano.
Fonte: Commons.wikimedia.org / Foto: Alicia Nijdam. A Favela da Rocinha e o Bairro de São Conrado (ao fundo) no Rio de Janeiro.
Enquanto São Paulo contava com apenas 1% de áreas de favelas em 1970, em 2000, elas já ocupam 20% da cidade. A
quase totalidade das grandes cidades do país tem, atualmente, em torno de 30% de áreas ocupadas por favelas,
chegando, às vezes, a 50%, como em Belém do Pará (PROJETO MORADIA, 2000). Em oposição às estruturas urbanas
informais, a cidade formal, por sua vez, se restringe a uma parcela do espaço urbano, e contempla apenas uma
pequena porcentagem da população. (FERREIRA, 2000)
A partir do processo de democratização do �nal dos anos 1980 e principalmente com o marco da Constituição de
1988, foram criados instrumentos legais para tentar equacionar as diferenças sociais produzidas no crescente
território urbano do país, como o Estatuto da Cidade e, mais recentemente, o Estatuto da Metrópole.
Os instrumentos de política urbana tentam apaziguar as diferenças sociais. Em 2006, no posfácio do livro Planeta
Favela, do professor norte-americano Mike Davis, Ermínia Maricato descreveu este processo:
A legislação urbanística vigente no Brasil
05/11/2018 Disciplina Portal
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Mas a grande inovação do Estatuto da Cidade foi reunir um conjunto de instrumentos de política urbana que deveria
propiciar a realização destes princípios na prática. Para o exercício pleno de um arquiteto e urbanista, no Brasil, é
fundamental o conhecimento de todos esses instrumentos, presentes no Capítulo II daquele Estatuto (assim como o
Capítulo III, que versa sobre o Plano Diretor, já citado em aulas anteriores desta disciplina). Merecem destaque, no
entanto, aqueles mais inovadores, tais como:
A gestão orçamentária participativa
A gestão orçamentária participativa de�ne que os recursos do poder público municipal
“devem ser objeto de controle social, garantida a participação de comunidades, movimentos
e entidades da sociedade civil” (Parágrafo 3º do art. 4º).
As zonas especiais de interesse social (ZEIS)
As zonas especiais de interesse social (ZEIS) criam um regime jurídico especial para a
urbanização e a regularização dos assentamentos informais, além de reservar parte do
território urbano para a construção de habitação de interesse social (HIS).
A outorga onerosado direito de construir
A outorga onerosa do direito de construir permite que o proprietário adquira o direito de
construir (outorga) acima das normas previstas “mediante contrapartida a ser prestada pelo
bene�ciário” (ônus) com vistas ao bem comum, tais como a implantação de equipamentos
urbanos ou a criação de espaços de lazer.
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Fonte: Prefeitura de São Paulo. O Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo de 2014 (Lei estadual nº 16.050 de 31 de julho de 2014)
incorpora diversos instrumentos do Estatuto da Cidade como a outorga onerosa.
AS OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS
As operações urbanas consorciadas são intervenções urbanísticas estruturais coordenadas pelo poder público que contam com a
participação de investidores privados, proprietários, moradores ou usuários.
A ASSISTÊNCIA TÉCNICA
A assistência técnica, que se tornou a Lei nº 11.888, de 24 de dezembro de 2008, que “assegura às famílias de baixa renda
assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social”.
O IPTU PROGRESSIVO
O IPTU progressivo para propriedades urbanas subutilizadas, cujo proprietário terá seu imposto predial e território urbano
crescente.
O DIREITO DE SUPERFÍCIE
O direito de superfície permite que o proprietário conceda, a outro usuário, o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo
relativo ao terreno de sua propriedade.
O Estatuto da Cidade previa (no inciso III do seu Capítulo IV) que a gestão democrática da cidade deveria ser garantida
pela realização de “conferências sobre assuntos de interesse urbano, nos níveis nacional, estadual e municipal”. Em
maio de 2003, a I Conferência Nacional das Cidades ocorreu em Brasília, como acontece até hoje.
A comunidade de arquitetos e urbanistas também comemorou a criação do Ministério das Cidades, que se deu em
2003, primeiramente pela Medida Provisória nº 103, que foi con�rmada pela Lei Federal nº 10.683 daquele mesmo ano.
Com uma população urbana consolidada, as cidades ganharam foro ministerial e o termo direito à cidade consagrou-
se como disciplina jurídica e urbanística.
Uma iniciativa mais recente reconheceu os limites expandidos da cidade contemporânea. A Lei nº 13.089, de 12 de
janeiro de 2015, instituiu o Estatuto da Metrópole para de�nir as diretrizes da governança interfederativa. Este termo
signi�ca que, nos casos das regiões metropolitanas ou de aglomerações urbanas em que haja interdependência de
dois ou mais municípios limítrofes, deverá ser desenvolvido um plano de desenvolvimento integrado que envolva mais
de uma unidade da federação (município, estado ou o Distrito Federal).
O Estatuto da Metrópole é o reconhecimento o�cial de que uma cidade pode ser reconhecida como tal para além das
fronteiras legais ou �scais, que, no Brasil, denominamos municípios. Além disso, a lei reconhece a “complementaridade
funcional e integração das dinâmicas geográ�cas, ambientais, políticas e socioeconômicas” (inciso I do Art. 2º) entre
diferentes cidades.
Por tudo isso, ressurge nas universidades o interesse pela formação de “um novo tipo de pro�ssional de Arquitetura e
Urbanismo, voltado para promover a moradia popular e intervir nos bairros periféricos” ou favelas. (MARICATO, 2011,
p.11).
Por outro lado, há quem encare os desa�os da cidade contemporânea brasileira como um problema que transcende a
questão da habitação de interesse social. Como alerta, Raquel Ronik, professora da FAU-USP que atuou como relatora
especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU para o Direito à Moradia Adequada, por dois mandatos (2008-2011,
Fonte: Commons.wikimedia.org / Foto: Jonathan Olsson. Vista panorâmica de São Paulo.
05/11/2018 Disciplina Portal
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2011-2014): “A questão fundamental no Brasil não é o dé�cit habitacional, porque as pessoas moram. A questão
fundamental no Brasil é o dé�cit de cidade”.
ATIVIDADE
Pesquise o censo demográ�co de seu município. Veri�que em que medida o confronto entre cidade formal e cidade
informal acontece em sua cidade. Analise também o plano diretor e descubra se ele utiliza os instrumentos de políticas
públicas preconizados pelo Estatuto da Cidade.
QUESTÃO 1
De acordo com o conteúdo apresentado nesta aula, indique, entre as alternativas abaixo listadas, aquelas que
correspondem ao processo de construção de uma nova capital no interior do Brasil:
I. O autor original da ideia foi Getúlio Vargas, porque já sentia as pressões políticas contrárias a seu governo por parte
da população do Rio de Janeiro. 
II. O autor original da ideia foi Juscelino Kubitschek, que tinha como objetivo retirar do Rio de Janeiro a centralidade
política do país. 
III. Embora houvesse divergência quanto à efetiva localização da nova cidade, a ideia remonta ao século XVIII. 
IV. Juscelino Kubitschek apenas cumpriu uma determinação da Constituição de 1946. 
V. O nome da nova capital foi criado pelo Presidente Juscelino Kubitschek.
As a�rmações corretas são apenas:
I e IV
II e V
I e V
III e IV
I, IV e V
Justi�cativa
QUESTÃO 2
Analise as duas a�rmativas abaixo reproduzidas:
O Plano Piloto de Lúcio Costa, para Brasília, destoava de todas as demais propostas apresentadas no concurso de
projetos para a nova capital e sua escolha surpreendeu a todos.
PORQUE
A ideia de construir uma cidade inteiramente nova vinha ao encontro do ideal de cidade moderna preconizado pelo
urbanismo de Le Corbusier e da Carta de Atenas.
Sobre essas duas a�rmativas, é correto a�rmar que:
As duas a�rmativas são falsas.
As duas são verdadeiras, mas não estabelecem relação entre si.
A primeira é uma a�rmativa falsa; e a segunda, verdadeira.
A primeira é uma a�rmativa verdadeira; e a segunda, falsa.
As duas são verdadeiras, e a segunda é uma justi�cativa correta da primeira.
Justi�cativa
05/11/2018 Disciplina Portal
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QUESTÃO 3
Em relação ao Plano Piloto de Lucio Costa, para Brasília, é possível a�rmar que:
I. O plano era estruturado por dois grandes eixos viários. 
II. O plano era inovador e representou uma ruptura com os fundamentos urbanísticos da época, em especial, os
fundamentos do urbanismo moderno. 
III. Os princípios urbanísticos de Le Corbusier e da Carta de Atenas foram respeitados, porém foram adaptados ao
projeto de uma capital nacional. 
IV. O Plano de Brasília, porquanto acirrava as desigualdades sociais, não in�uenciou projetos posteriores.
As a�rmações corretas são apenas:
I e II
I e III
II e III
III e IV
I, II e IV
Justi�cativa
QUESTÃO 4
O Brasil cresceu vertiginosamente ao longo do século XX e as grandes cidades, a princípio, atraíram boa parte da
população rural do país. Com base nos dados apresentados nesta aula é possível a�rmar que:
O �uxo de pessoas para os grandes centros, por si só, poderia não representar um problema, não fossem as enormes
diferenças sociais encontradas no país.
Por conta dos problemas da ocupação informal, a população rural voltou a crescer no início do século XXI.
O fenômeno da informalização ocorre exclusivamente nas cidades cujo ciclo econômico ocorreu antes da industrialização do
país.
Os assentamentos informais tendem a desaparecer à medida que a população urbana supera a população rural.
Cidades planejadas como Belo Horizonte e Brasília não possuem assentamentos informais.
Justi�cativa
QUESTÃO 5
Relacione a legislação urbanística com o princípio por ela estabelecido.
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1.Constituição de 1988 
2. Estatuto da Cidade 
3. Estatuto da Metrópole 
4. Lei de Assistência
Técnica
 
( ) Permitiu à população de baixa renda o direito a projetos gratuitos de moradia. 
( ) De�niu a função social da propriedade urbana. 
( ) Reconheceu a interdependência social, econômica e ambiental entre dois ou mais
municípios. 
( ) Criou as zonas de especial interesse social.
A sequência correta da relação entre uma coluna e outra é;
1, 2, 3 e 4.
1, 2, 4 e 3.
2, 3, 4 e 1.
3, 4, 1 e 2.
4, 1, 3 e 2.
Justi�cativa
QUESTÃO 6
Explique, com suas palavras, o instrumento de política urbana conhecido por outorga onerosa.
Resposta Correta
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