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Ministério da Educação - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Centro Politécnico – Setor de Tecnologia CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA DISCIPLINA: TQ-026 : Laboratório de Engenharia Química RELATÓRIO da Prática sobre : ____________SEDIMENTAÇÃO____________ Professor responsável: __ Vânia Irene Stoga____________________ Equipe : _D__ __ -SEGUNDA-FEIRA _x_ -TERÇA-FEIRA Data da prática: _20_/_03_/_2018======== Data da defesa do relatório: ____/_____/____ ALUNO: Defesa do relatório BRENDA BRAZ CAROLINE FERREIRA JULIANO BUIARSKI GABRIEL CASTELLANO LUCAS BACHINI LUZIANA SAKOTO NATHÁLIA HENNING NOTA DA DEFESA (0 a 50 pontos): ANÁLISE DO RELATÓRIO: Observações: Apresentação (5 pontos) Fundamentação Teórica (10 pontos) Desenvolvimento da Prática (10 pontos) Enfoque Original (10 pontos) Análise dos Resultados e Conclusões (15 pontos) NOTA DO RELATÓRIO (0 a 50 pontos) NOTA DA PRÁTICA (0 a 100) SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 4 2. OBJETIVOS 4 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5 3.1. METODOS DE DIMENSIONAMENTO DE SEDIMENTADOR 5 3.1.1. MÉTODO DE COE E CLEVENGER 5 3.1.2. MÉTODO DE KYNCH 6 3.1.3. MÉTODO DE ROBERTS 8 3.1.4. MÉTODO DE TALMADGE E FITCH 8 3.2. CLASSIFICAÇÃO DOS SEDIMENTADOR 9 3.2.1. DECANTADORES PARA SÓLIDOS GROSSEIROS 10 3.2.2. DECANTADORES PARA SÓLIDOS FINOS 12 3.2.3. OUTROS TIPOS DE SEDIMENTADORES 13 3.2.4. RASTELOS 14 3.3. FATORES QUE INFLUENCIAM NA SEDIMENTAÇÃO 15 3.3.1. DIFERENÇA DE DENSIDADE ENTRE A PARTÍCULA E O FLUIDO 15 3.3.2. TAMANHO DA PARTÍCULA 15 3.3.3. VISCOSIDADE DO FLUIDO 16 3.3.4. CONCENTRAÇÃO DA SUSPENSÃO 16 3.4. OTIMIZAÇÕES NA ÁREA DE SEDIMENTAÇÃO/ESPESSAMENTO. 16 4. MATERIAIS E METODOS 17 4.1. MATERIAIS 17 4.2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 17 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 18 5.1. MÉTODO COE E CLEVENGER 18 5.2. MÉTODO DE KYNCH 22 5.3. MÉTODO DE ROBERTS 26 5.4. MÉTODO DE TALMADGE E FITCH 29 6. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO 32 7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 33 1. INTRODUÇÃO A sedimentação é um processo largamente utilizado industrialmente, consiste no transporte de uma partícula para o fundo do equipamento, onde a partícula sofre ação da gravidade, do empuxo e de arraste. O objetivo é que as partículas sólidas em um meio fluido decantem para o fundo, efetuando uma separação sólido-líquido. A sedimentação pode ser separada em duas operações unitárias, dependendo de qual produto é o foco do processo: Espessamento: é a operação que visa a produção de polpa de alta concentração. É utilizada quando o produto que se busca é o sólido, ou mesmo quando este sólido é um resíduo e deseja-se concentrá-lo para um descarte mais eficiente. Clarificação: é a operação que visa o líquido. Deseja-se retirar os sólidos para purificar o líquido e reutilizá-lo ou descartá-lo de forma apropriada. Resumidamente essa operação pode ser efetuada em duas maneiras, a contínua e a batelada. Na batelada a suspensão tem concentração inicial uniforme. No início da sedimentação os sólidos maiores depositam-se no fundo. Logo surgem três regiões distintas. Na parte superior encontra-se o clarificado, líquido com baixíssima concentração de sólidos. No meio encontra-se a zona de decantação, com velocidade de sedimentação constante. No fundo encontram-se os sólidos já decantados, chamado de espessado, portanto uma velocidade de sedimentação realmente baixa. Com o andamento do processo e sem interferências como agitação a parte intermediária, zona de decantação, tende a desaparecer restando apenas o clarificado e o espessado. De forma geral, é necessário conhecer a área de superfície e a altura característica de um sedimentador. A área de superfície precisa ser grande o suficiente para garantir que a velocidade ascendente do líquido não seja maior do que a velocidade de sedimentação da partícula mais lenta a ser recuperada. 2. OBJETIVOS O experimento tem como objetivo analisar a sedimentação contínua e em batelada. Para isso, coletaremos dados em um sedimentador piloto do laboratório de engenharia química da UFPR para que, quando aplicados nos métodos teóricos de sedimentação, se consiga dimensionar um sedimentador em escala industrial, comparando a área calculada com a área do sedimentador piloto. Além disso, efetuaremos a análise da sedimentação a partir de concentrações diferentes para se determinar as curvas de sedimentação e, com isso, a sua velocidade de sedimentação. 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1. METODOS DE DIMENSIONAMENTO DE SEDIMENTADOR O dimensionamento de um sedimentador é baseado em ensaios de decantação realizados previamente. A seguir, serão apresentados alguns métodos adotados na realização destes ensaios. 3.1.1. Método de Coe e Clevenger O método de Coe e Clevenger foi o primeiro a ser proposto para o projeto de sedimentadores, que serviu de base para demais métodos. Este método traz algumas considerações para que seja possível determinar a área de decantação. São elas: a) A velocidade de decantação é função da concentração de sólidos na suspensão; b) As características dos sólidos durante os ensaios são as mesmas durante a operação do equipamento em larga escala (mesmo que por vezes, na prática, isto não se aplique); c) Todas as partículas da suspensão devem ser decantadas - para tanto, a área de decantação deve ser suficiente. Do contrário, sólidos serão arrastados juntamente com a corrente de clarificado. Esta região é denominada zona limite. Este método parte de repetidos ensaios de decantação contendo suspensões com diferentes concentrações de sólidos. Considerando que os valores de concentração da suspensão e sua respectiva velocidade de decantação são obtidos experimentalmente, é possível calcular a área de decantação necessária para cada concentração, onde a maior área será a área mínima para o projeto do sedimentador. A esta adiciona-se um fator de segurança que pode chegar a exceder 100% (Gomide, 1980). Pressupondo que partículas de sólidos não são arrastadas na zona limite, o líquido ascende nesta região com uma velocidade dada por: (1) Em que: ● é a vazão de suspensão na zona limite; ● é a vazão de espessado; ● é a área de decantação. É necessário que a velocidade de decantação dos sólidos seja maior que a velocidade ascensional do líquido para que não sejam arrastados. Temos então que a velocidade de decantação é dada por: (2) Partindo de um balanço de massa parcial para os sólidos considerando regime permanente, temos: (3) (4) Em que: ● é a concentração de sólidos; ● Os subscritos A e E referenciam a alimentação e o espessado, respectivamente; ● Os termos sem subscrito indicam valores na zona limite. Substituindo, temos que a área de decantação é dada por: (5) 3.1.2. Método de Kynch Diferentemente do método de Coe e Clevenger, o método de Kynch consiste em um único ensaio. Os valores de concentração da suspensão e sua respectiva velocidade de decantação são obtidos a partir de uma única curva de decantação. Utilizando-os de forma similar ao método anterior, temos que: (6) Novamente, o maior valor encontrado é a área mínima requerida para o sedimentador. Para determinar os valores de C e u utiliza-se uma análise da propagação da zona limite, podendo ser calculados desta forma: (7) (8) Em que: éa concentração inicial da suspensão é a altura inicial da suspensão é a altura para o tempo Ɵ é a altura determinada pelatangente ao ponto P é a concentração da suspensão no tempoƟ Os valores de , e estão representados na Figura 1: FIGURA 1 – DETERMINAÇÃO GRÁFICA DE U E C PELO MÉTODO DE KYNCH. Fonte: GOMIDE (1980). 3.1.3. Método de Roberts Bem como o método de Kynch, o método de Roberts também consiste em um único ensaio. A diferença entre os métodos é que o de Roberts faz uso da localização do ponto crítico da sedimentação (ponto em que se forma uma única interface nítida entre o líquido límpido e os sólidos). Identifica-se o ponto crítico através de uma descontinuidade em um gráfico de log( ) versus θ, onde é a altura final da interface obtida no ensaio. A área de decantação é então determinada pela expressão: (9) Em que: (10) (11) FIGURA 2 – DESCONTINUIDADE NO GRÁFICO DE LOG(Z-ZF) VERSUS Θ. Fonte: GOMIDE (1980). 3.1.4. Método de Talmadge e Fitch O método de Talmadge e Fitch, tal como o método de Roberts, é gráfico. A área de decantação quando o ponto de compressão na curva de decantação é conhecido é dada de acordo com a seguinte expressão: (12) O cruzamento da tangente no ponto de compressão com a horizontal Z=ZE nos fornece θE, onde ZE é a altura da interface correspondente à concentração de sólidos no espessado (Gomide, 1980). FIGURA 3 – CONSTRUÇÃO GRÁFICA DE TALMADGE E FITCH. Fonte: GOMIDE (1980). 3.2. CLASSIFICAÇÃO DOS SEDIMENTADOR Os sedimentadores podem ser divididos em relação ao produto que se deseja obter, se o clarificado ou o espessado. Quanto ao regime de operação, eles podem ser classificados em contínuos e descontínuos (batelada). Nos sedimentadores contínuos, a alimentação de suspensão e a saída do clarificado e do espessado ocorrem simultaneamente. Nesse caso, a altura do sedimentador é que determina o tempo de sedimentação e, portanto, é importante um dimensionamento cuidadoso para garantir a qualidade da separação. Já o processo em batelada é realizado em etapas, completando um ciclo: primeiramente é feito o preenchimento do equipamento com a suspensão, que é então deixada em repouso o tempo suficiente para a decantação. Ao final deste tempo, o clarificado é retirado da parte superior do sedimentador e o espessado do fundo, e o ciclo pode ser recomeçado (SOUSA, 2012). Além dessa forma, também é possível classificar os sedimentadores de acordo com a retirada de sólidos: podemos dividí-los em decantadores para sólidos grosseiros e decantadores para sólidos finos. 3.2.1. Decantadores para sólidos grosseiros Nos sedimentadores para sólidos grosseiros, ocorre uma separação mais simples do que para partículas finas, visto que é mais fácil decantar uma partícula de maior densidade do que uma partícula mais leve (fina). Esse tipo de separação pode ser realizada em processo em batelada ou contínuo. Os decantadores desta classificação podem ser, por exemplo, os seguintes. a. DECANTADOR DE RASTELOS: Neste,a suspensão é alimentada num ponto intermediário de uma calha inclinada. Os sólidos maiores são arrastados por um conjunto de rastelos e retirados na parte superior. Os finos permanecem em suspensão, que é retirada por um vertedor na borda da calha. FIGURA 04. SEDIMENTADOR DO TIPO DECANTADOR DE RASTELOS. Fonte: BRILHANTE, 2012. b. DECANTADOR HELICOIDAL: Semelhante ao decantador de rastelos, um helicóide arrasta os grossos para a extremidade superior da calha. Os finos permanecem em suspensão devido ao movimento lento do transportador helicoidal que evita que estas decantem. FIGURA 05. SEDIMENTADOR DO TIPO DECANTADOR HELICOIDAL. Fonte: BRILHANTE, 2012. c. CICLONES: São equipamentos em que se produz a rotação da suspensão alimentada tangencialmente sob pressão, fazendo com as partículas mais grossas sejam separadas. A suspensão alimentada forma um vórtex primário ao longo da superfície das paredes cilíndrica a cônica. No estrangulamento do cone, uma pequena parte do líquido é descarregada como underflow, arrastando as partículas mais grossas. A maior parte do líquido é forçado a sair do ciclone pela saída superior – overflow, transportando as partículas mais finas. Isso ocorre devido à formação de um vórtex secundário interno que gira em movimento ascendente em torno do eixo. FIGURA 06. CICLONE SEPARADOR. Fonte: BRILHANTE, 2012. d. HIDROSSEPARADOR: Tanques cilíndricos de grande diâmetro com fundo cônico equipado com rastelos que giram lentamente, movimentando a zona de lama e conduzindo-a para o centro, onde é descarregada. O líquido límpido é retirado nas bordas do tanque através de vertedores. A alimentação é realizada na parte central. FIGURA 07. SEDIMENTADOR DO TIPO HIDROSSEPARADOR. Fonte: SOUSA, 2012. 3.2.2. Decantadores para sólidos finos Nesta classificação estão os sedimentadores que contém partículas leves e, geralmente, são da seguinte forma: a. DECANTADOR DE BANDEJAS MÚLTIPLAS: Semelhante ao hidrosseparador, é constituído de diversas bandejas, fazendo com que os sólidos mais finos fiquem nas bandejas superiores e os mais grossos, nas inferiores. Gera uma sedimentação de sólidos finos melhor. FIGURA 08. DECANTADOR DE BANDEJAS MÚLTIPLAS. Fonte: BRILHANTE, 2012. b. CONE DE DECANTAÇÃO: Parecido com o hidrosseparador, o cone de decantação possui a alimentação feita pelo tubo central, com saída do líquido clarificado na entrada superior do equipamento, no vertedor. A lama é retida na parte inferior, e pode ser coletada com auxílio de rastelos, bombas ou simplesmente, da gravidade. FIGURA 09. SEDIMENTADOR DO TIPO CONE DE DECANTAÇÃO. Fonte: BRILHANTE, 2012. 3.2.3. Outros tipos de sedimentadores Há ainda, um outro tipo de sedimentador que pode ser utilizado quando a indústria não dispõe de uma área grande, uma vez que este ocupa pouco espaço. Sua eficiência será maior para partículas de maior densidade, no entanto, também pode ser utilizado para partículas finas. a. SEDIMENTADOR DE PLACA INCLINADA: Tem como vantagem a economia de espaço e a rápida sedimentação das partículas sólidas. FIGURA 10. SEDIMENTADOR A PLACAS. Fonte: PARKSON, 2012. 3.2.4. Rastelos Para realizar a raspagem do lodo no fundo do tanque de sedimentação, muitas vezes um rastelo é empregado, visando evitar a deposição por completo de lama que pode levar ao entupimento da saída de espessado. Tendo isso em vista, existem diversos tipos de rastelos que podem ser empregados, conforme mostra a figura abaixo. Rastelos geralmente são empregados em espessadores, que são equipamentos de grande porte, e geralmente instalados fora da usina. Basicamente são tanques de concreto equipados com mecanismo de raspagem para carrear o material sedimentado até o ponto de retirada. Além desta função, um espessador também desempenha as seguintes funções: aumenta a densidade do espessado, organiza partículas sólidas uma sobre as outras de modo a ocupar menor volume possível e mantém o sólido em suspensão, evitando o aterramento do espessador. Assim, os sólidos se precipitam com maior facilidade acrescentando coagulantes ou floculantes e depois de precipitados são arrastados pelos pelo centro através de “rastelos”. Os rastelos devem se movimentar lentamente fazendo com os sólidos sejam transportados e adensados, de forma que se facilite a retirada do underflow (saída de lama) em operações contínuas. A velocidade do rastelo deverá ser bem calculada, pois se tiver uma velocidade baixa irá sedimentar-se mais, e dificultará os movimentos dos braços do rastelo, podendo ocasionar quebras nos braços. Em contrapartida, se tiver uma velocidade alta produzirá turbulências e descompactação da polpa no underflow. A velocidade ideal permite a retirada do concentrado pelo fundo e promove a abertura de canaisda polpa floculada, propiciando a saída de água que iria para o underflow (MCKETTA, 1993). FIGURA 11. TIPOS DE RASTELOS. Fonte: SOUSA, 2012. 3.3. FATORES QUE INFLUENCIAM NA SEDIMENTAÇÃO 3.3.1. Diferença de densidade entre a partícula e o fluido Um dos fatores que influenciam a velocidade da sedimentação é a diferença de densidade entre a partícula e o fluido. Quanto maior for essa diferença, maior será a velocidade com que as partículas sedimentarão, e se essa diferença for muito pequena, o processo pode se tornar ineficaz. 3.3.2. Tamanho da partícula Partículas de uma mesma substância podem apresentar velocidades de sedimentação diferentes dependendo do seu tamanho. Quanto maior for o tamanho da partícula, mais rápido ela sedimentará. 3.3.3. Viscosidade do fluido Fluidos com uma viscosidade mais altaretardam a sedimentação das partículas, visto que elas têm uma dificuldade maior de atravessarem o fluido. 3.3.4. Concentração da suspensão Quanto maior a concentração da suspensão que se deseja sedimentar, mais lento será esse processo. Isso ocorre pelo fato de que, quando se tem uma suspensão muito concentrada, as partículas atrapalham a sedimentação umas das outras. 3.4. OTIMIZAÇÕES NA ÁREA DE SEDIMENTAÇÃO/ESPESSAMENTO. Uma das formas de otimizar o seu processo é garantir que este tenha o máximo de produtividade e eficiência possível, em todas as suas etapas, reduzindo assim o seu custo de produção. Para tal é necessário possuir um bom controle do equipamento, uma das formas é o investimento em instrumentos de medições. Conhecer o comportamento do seu equipamento torna possível a operação deste de forma mais eficiente e econômica, por exemplo,com o auxílio de um modelo matemático multivariável pode-se adequar o seu equipamento, aditivo ou as etapas posteriores do processo de forma a garantir o melhor funcionamento independente das variações no seu espessado ou clarificado. A seguir algumas formas de otimizar o espessador levando em consideração as variáveis do processo: 1. O floculante apresenta como função melhorar a clarificação e diminuir o tempo de sedimentação, podendo apresentar um grande gasto no processo quando utilizado em vazões inapropriadas. A quantidade de floculante depende diretamente da quantidade de produto na entrada do espessador, uma forma de otimizar o processo é medir esta vazão de produto e adequar automaticamentea vazão de entrada de floculante no processo. 2. Em casos onde o material de entrada no espessador sofre variações de suas propriedades no decorrer da alimentação é possível alterar as características do seu floculante para que este apresente maior efetividade no processo. Esta alteração pode ser feita pelo controle do nível de interface, massa e turbidez do produto dentro do equipamento. 3. Utilização de sensores para medir o percentual de sólidos, possibilitando assim evitar que uma grande concentração de sólidos seja liberada no meio do clarificado, o que pode danificar válvulas, bombas, ou outros equipamentos do processo. 4. Medição da massa dentro do espessador, conhecendo assim o adensamento de material e velocidade de sedimentação. Possibilita alterar a velocidade da bomba caso aja uma sobrecarga de material, impedindo assim que a mesma se danifique. 5. Medidor de densidade na saída do espessador, permite a recirculação do fluído do processo até que este apresente um valor de densidade acima do estipulado, permitindo também controlar a velocidade da bomba necessária para as especificações do fluído, em todos os instantes do processo. 6. Medição de torque, evitando que este aumente e eleve o raspador, danificando assim o mesmo. O custo de investimento em instrumentos de medição apresentaum retorno rápido e possibilita economia. Como observado eles auxiliam no conhecimento das características do produto na entrada e saída do espessador, possibilitando assim alterar algumas características do processo de maneira a economizar e proteger os demais equipamentos após esta etapa, evitando que sejam danificados. Para locais com pequena área livre é possível utilizar sedimentadores de alta taxa, estes são aqueles que apresentam superfícies inclinadas de decantação, estes aumentam a qualidade da água tratada e apresentam uma otimização nos processos mais rústicos, utilizados principalmente em pequenas ETAS, após a implantação deste tipo de sedimentador foi verificado um aumento na produtividade e da qualidade da água. Gerando assim uma otimização aos processos mais rudimentares de sedimentação. 4. MATERIAIS E METODOS 4.1. MATERIAIS Tanque; Agitador; Decantador; Béqueres; Provetas; Papel milimetrado; Cronômetro; Água; Carbonato de cálcio. 4.2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL O experimento se deu em duas frentes. Em uma, analisou-se o comportamento de um sedimentador continuo, no qual um sedimentador é constantemente alimentado por uma suspensão homogênea de carbonato de cálcio, que vem de tanque agitado. Após entrar em regime, com alimentação constante, tem-se a saída de espessado e clarificado, também com vazão constante, e com concentração constante. O clarificado sai pela borda superior do sedimentador por transbordamento, o qual é recolhido por uma canaleta. O espessado sai pelo fundo do equipamento. Fez-se tomadas, com auxílio de provetas e cronômetros, das vazões de alimentação e de espessado. Também se retirou amostras, com auxílios de béqueres, da suspensão de alimentação e de espessado, as quais foram pesadas e colocadas em uma estufa por aproximadamente um dia, para que se pudesse determinar a quantidade de sólidos que estavam em suspensão, e assim determinar a concentração da corrente de alimentação e da corrente de espessado. Na segunda frente do experimento, foram feitos ensaios de decantação, nos quais se preparou 4 suspensões com concentração conhecida em provetas com papel milimetrado colado do lado de fora, na direção vertical, desde a extremidade superior à inferior. Essas provetas contendo as suspensões foram agitadas até estarem homogêneas, e então, com auxílio de um cronômetro, anotou-se a altura em que a camada limite (interface entre o líquido mais claro e o mais escuro) no papel milimetrado de minuto em minuto, por 30 minutos. Após isso, deixou-se as provetas em repouso por aproximadamente um dia para que todo o carbonato decantasse, e se tomou então a medida da altura final. 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1. MÉTODO COE E CLEVENGER A tabela a seguir apresenta a tomada de amostra para a medida de vazão de alimentação de suspensão, bem como a média desses valores. TABELA 1. DADOS EXPERIMENTAIS PARA O CÁLCULO DA VAZÃO DE ALIMENTAÇÃO DE SUSPENSÃO. Medida Tempo (s) Volume (mL) Vazão (L/s) 115,18 157 0,01034 215,16 150 0,00989 316,15 158 0,00978 Média 15,50 155 0,01001 Semelhantemente, a tabela a seguir apresenta os dados tomados e o cálculo da vazão de espessado. TABELA 2. DADOS EXPERIMENTAIS PARA O CÁLCULO DA VAZÃO DE ALIMENTAÇÃO DE ESPESSADO. Medida Tempo (s) Volume (mL) Vazão (L/s) 1 15,25 72 0,00472 2 15,5 72 0,00465 3 15,33 68 0,00444 Média 15,36 71 0,00460 A tabela a seguir apresenta a medidas tomadas para o cálculo das concentrações da alimentação e do espessado, e as médias das mesmas, onde os béqueres de 1 a 3 são referentes à alimentação, e os de 4 a 6 de espessado. TABELA 3. CÁLCULO DAS CONCENTRAÇÕES DA ALIMENTAÇÃO E DO ESPESSADO. Béquer Massa suspensão (g) Massa sólido (g) Conc. Média (g/mL) 1 148,12 4,93 0,03458 2 141,85 4,74 3 148,01 4,97 4 74,01 7,11 0,10746 5 74,57 6,13 6 72,74 8,17 A figura a seguir apresenta o gráfico contendo o ensaio de decantação. FIGURA 12. ENSAIO DE DECANTAÇÃO. Fonte: Os autores. Atabela a seguir apresenta as concentrações utilizadas no ensaio. TABELA 4. CONCENTRAÇÕES UTILIZADAS NO ENSAIO DE DECANTAÇÃO. Proveta Concentração (g/mL) 1 0,021 2 0,031 3 0,041 4 0,051 A figura a seguir apresenta os intervalos do ensaio onde a decantação apresentou comportamento linear. FIGURA 13. ENSAIO DE DECANTAÇÃO - COMPORTAMENTO LINEAR. Fonte: Os autores A próxima tabela apresenta os valores de velocidades de decantação, obtidas pela inclinação da reta ajustada no período em que o ensaio apresentou comportamento linear, os coeficientes de correlação do ajuste de reta neste intervalo de pontos, as áreas calculadas pelo método Coe e Clevenger, assim como as chamadas áreas seguras, onde as áreas calculadas pelo método foram dobradas para se garantir que não haverá perda de partículas pelo clarificado. Também se apresenta o valor do respectivo diâmetro (relacionado à área segura). TABELA 5. VELOCIDADES DE DECANTAÇÃO, COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO DAS RETAS AJUSTADAS, ÁREA CALCULADA PELO MÉTODO COE E CLEVENGER, ÁREA SEGURA E DIÂMETRO RESPECTIVO À ESSA ÁREA SEGURA. Proveta Velocidade Decantação (cm/min) R² Área (m²) Área segura (m²) Diâmetro (m) 1 2,2511 0,9977 0,03534 0,07068 0,300 2 1,8896 0,9985 0,02522 0,05044 0,253 3 1,6214 0,9991 0,01932 0,03863 0,222 4 1,1500 0,9980 0,01857 0,03714 0,217 Como o método determina, deve-se escolher o maior valor da área calculado. Portanto, a área necessária para o sedimentador em questão é de 0,07068 m², o que corresponde a um diâmetro de 30,0 cm. 5.2. MÉTODO DE KYNCH O método de Kynch, assim como o método de Coe e Clevenger, utiliza-se da seguinte equação para a determinação da área do sedimentador: (13) Onde S é a área de decantação ou a seção transversal do decantador (m²); u é a velocidade de decantação na zona limite (m/h); QAé a vazão volumétrica da suspensão alimentada ao decantador (m³/h); CAé a concentração de sólidos na suspensão alimentada (g/m³); CE é a concentração da lama espessada (g/m³);C é a concentração da suspensão na zona limite (g/m³). A principal diferença entre estes métodos é que enquanto o primeiro baseia-se em várias medições para a determinação da concentração, o segundo utiliza-se de apenas uma medição do processo em batelada. Para a análise da sedimentação pelo método de Kynch, deve-se construir um gráfico de altura do sedimentado por tempo de sedimentação a fim de se avaliar a concentração da suspensão na zona limite e a velocidade de sedimentação. Estas são definidas a partir da análise da reta tangente aos pontos que delimitam a zona limite de sedimentação, conforme ilustrado a seguir: FIGURA 14 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO MÉTODO DE KYNCH\ Fonte: Os Autores A partir do gráfico de sedimentação e das seguintes equações, é possível então determinar todas as variáveis necessárias para a determinação da área útil de sedimentação: e (14) Onde C0 é a concentração inicial da suspensão (t/m³) e Z0 é a altura inicial da suspensão (m). Neste trabalho, parte dos dados necessários para a aplicação do método foi obtida através do processo contínuo (concentrações e vazões de alimentação e espessado) e outra parte foi obtida através do processo em batelada (alturas de sedimentado por intervalo de tempo). Assim sendo, a concentração escolhida da sedimentação em batelada deve ser próxima àquela utilizada no processo contínuo. Neste caso, os cálculos serão procedidos a partir dos dados da proveta 2 (concentração 3,1%). TABELA 6 - ALTURAS DO SEDIMENTADO EM FUNÇÃO DO TEMPO NO PROCESSO EM BATELADA REALIZADO NA PROVETA 2 t (s) Z (cm) t (s) Z (cm) 0 28,4 960 4,4 60 26,8 1020 4,2 120 25,3 1080 4 180 23,2 1140 3,8 240 20,9 1200 3,8 300 19 1260 3,6 360 17,1 1320 3,4 420 15,2 1380 3,3 480 13,1 1440 3,3 540 11,3 1500 3,3 600 9,6 1560 3,2 660 8 1620 3,2 720 6,4 1680 3,1 780 5,5 1740 3,1 840 5 1800 3 900 4,7 86400 2,3 A partir dos dados, construiu-se o seguinte gráfico: FIGURA 15 - GRÁFICO DE ALTURA DO SEDIMENTADO POR TEMPO DE SEDIMENTAÇÃO Fonte: Os autores Os pontos em destaque no gráfico indicam a zona limite de sedimentação, e é a partir deles que se ajusta uma curva para determinar a altura zi e a concentração na zona limite: FIGURA 16 - GRÁFICO DE ALTURA DE SEDIMENTAÇÃO POR TEMPO DA ZONA LIMITE Fonte: Os autores A seguinte reta foi obtida através do ajuste de um polinômio de grau 2 aos pontos destacados: y = 3E-05x2 - 0,0669x + 37,602 Com a derivada em cada ponto, é possível obter a reta tangente ao mesmo. Primeiro, deve-se derivar a equação do segundo grau obtida e a partir de y’ determinar os coeficientes angulares (α) de cada uma destas tangentes: y’ = 6E-05x² + 0,0669 (15) De posse dos valores de α, sendo zi o coeficiente linear da reta tangente, é possível obter o valor de zi através da relação: Zi = Z – αt (16) Em seguida, a velocidade e a concentração são obtidas a partir das equações para C e u. Os resultados citados acima então resumidos na seguinte tabela: TABELA 7 - RESULTADOS OBTIDOS A PARTIR DAS RETAS TANGENTES t (s) z (cm) α zi (cm) C (g/m³) u (m/h) 540 11,3 -0,0345 29,93 29415 1,242 600 9,6 -0,0309 28,14 31286 1,112 660 8 -0,0273 26,018 33838 0,983 720 6,4 -0,0237 23,464 37521 0,853 780 5,5 -0,0201 21,178 41571 0,724 840 5 -0,0165 18,86 46681 0,594 900 4,7 -0,0129 16,31 53979 0,464 960 4,4 -0,0093 13,328 66056 0,335 1020 4,2 -0,0057 10,014 87917 0,205 1080 4 -0,0021 6,268 140459 0,205 Por fim, de posse de todas as incógnitas necessárias, e da equação da área do sedimentador é possível determinar a área útil do sedimentador (S). Como será calculada uma área para cada conjunto de dados, adota-se o maior valor encontrado para o projeto. TABELA 8 - RESULTADO DOS CÁLCULOS DA ÁREA ÚTIL DO SEDIMENTADOR C (g/m³) u (m/h) S (m²) S' (m²) D (m) 29415 1,242 0,022 0,044 0,238 31286 1,112 0,023 0,045 0,241 33838 0,983 0,023 0,046 0,242 37521 0,853 0,023 0,045 0,240 41571 0,724 0,023 0,046 0,241 46681 0,594 0,023 0,046 0,241 53979 0,464 0,022 0,044 0,238 66056 0,335 0,019 0,039 0,223 87917 0,205 0,011 0,023 0,169 Adicionando-se o fator de segurança de 100% à maior área calculada, o seu valor será 0,046 m² e diâmetro igual a 0,242 m. Logo, o erro relativo ao método de Kynch, dada a medida experimental do diâmetro de 0,203m, foi de 19,2%. 5.3. MÉTODO DE ROBERTS O método de Roberts foi aplicado para a proveta 2. A tabela a seguir apresenta os dados necessários para se construir o gráfico de log (Z-Zf) em função do tempo, sendo que a altura final (Zf) da proveta 2 foi de 2,3 cm. TABELA 9–LOGARITMO DAS DIFERENÇAS DE ALTURA DO SEDIMENTADO EM FUNÇÃO DO TEMPO NO PROCESSO EM BATELADA REALIZADO NA PROVETA 2. log Z-Zf Tempo (min) 1,4166 0 1,3892 60 1,3617 120 1,3201 180 1,2695 240 1,2227 300 1,1703 360 1,1106 420 1,0334 480 0,9542 540 0,8633 600 0,7559 660 0,6128 720 0,5051 780 0,4314 840 0,3802 900 0,3222 960 0,2788 1020 0,2304 1080 0,1761 1140 0,1761 1200 0,1139 1260 0,0414 1320 0 1380 0 1440 0 1500 -0,0458 1560 -0,0458 1620 -0,0969 1680 -0,0969 1740 -0,1549 1800 Com esses dados, plotou-se o gráfico: FIGURA 17 - GRÁFICO DO LOGARITMODAS DIFERENÇAS DE ALTURA DO SEDIMENTADO POR TEMPO DE SEDIMENTAÇÃO. Fonte: Os autores Realizando-se um ajuste polinomial, encontrou-se o polinômio de grau 3: y = 4E-10x3 - 8E-07x2 - 0,0007x + 1,4684 (17) A derivada do polinômio: y = 1,2E-09x2 - 1,6E-06x2- 0,0007 (18) Igualando a derivada do polinômio a zero, acha-se que o tempo crítico foide 666 segundos, porém, esse valor foi aproximado para o ponto de 660 segundos obtido no experimento. Com o seguinte polinômio obtido fazendo o gráfico de Z em função do tempo: y = -5E-09x3 + 3E-05x2 - 0,0486x + 30,194 (19) Aplicando o valor do tempo crítico nesse polinômio, encontra-se Zc = 9,66 cm. Derivando o polinômio e aplicando o tempo crítico, temos o coeficiente angular da reta y’ = - 0,0153, que tangencia o ponto crítico da curva de Z por t. De posse dos valores de tempo crítico, Z crítico e do coeficiente angular, determina-se uma equação de reta e acha-se que o Zic = 19,9 cm. Com esses dados e com as equações 10 e 11, calcula-se a concentração e velocidade críticas: Cc= 44241,2 g/m³ e uc= 0,0154 cm/s. Por fim, com a equação 19, calcula-se a área de decantação, resultando em 0,03 m² e, por segurança, dobra-se a área resultando em 0,06 m². O diâmetro seguro é de 0,27 m. 5.4. MÉTODO DE TALMADGE E FITCH Como já explicado este método baseia-se na determinação do ponto crítico Zc, altura da interface no ponto crítico, e ϴc, tempo necessário para atingir o ponto crítico, a partir da análise da curva de sedimentação. Inicialmente os gráficos para cada proveta analisada é construído, logo em seguida duas retas tangentes são traçadas, uma tangente a zona de clarificação e outra a zona de espessamento. A partir das retas tangentes uma bissetriz é traçada. O ponto onde a reta bissetriz encontra-se com a curva de sedimentação é considerado o ponto crítico encontrando os valores de Zc e ϴc. E finalmente traçando uma reta tangente ao ponto crítico encontramos o valor de Zi, onde a reta corta o eixo y e ϴE, o tempo onde a tangente se encontra com uma perpendicular à altura final do espessado, sendo: Zi: Altura encontrada pela tangente ao ponto crítico. Zc: Altura do ponto crítico. ϴc: Tempo crítico. ϴE: Tempo do espessamento. Logo a partir deste método obtivemos os seguintes gráficos: Para a proveta 1: FIGURA 18 - DETERMINAÇÃO DO PONTO CRÍTICO PARA A PROVETA 1. Fonte: Os autores Analisando o gráfico podemos observar que os valores encontrados são aproximadamente iguais a:Zi=4,9 cm, Zc=2,8 cm, ϴc=840 s e ϴE=1040s. Para a proveta 2: FIGURA 19 - DETERMINAÇÃO DO PONTO CRÍTICO PARA A PROVETA 2. Fonte: Os autores Analisando o gráfico podemos observar que os valores críticos são aproximadamente iguais a: Zi=8,0 cm Zc=4,4 cm, ϴc=960 s e ϴE=1260s. Para a proveta 3: FIGURA 20 - DETERMINAÇÃO DO PONTO CRÍTICO PARA A PROVETA 3. Fonte: Os autores Analisando o gráfico podemos observar que os valores críticos são aproximadamente iguais a: Zi=12,7 cm, Zc= 6,7 cm, ϴc=840 s e ϴE=1440s. Para a proveta 4: FIGURA 21 - DETERMINAÇÃO DO PONTO CRÍTICO PARA A PROVETA 4. Fonte: Os autores Analisando o gráfico podemos observar que os valores críticos são aproximadamente iguais a: Zi=19,4 cm, Zc= 10,4, ϴc=960s e ϴE=1740s. Considerando-se a massa de sólidos constante e que durante o espessamento ocorre uma remoção da quantidade de líquido na suspensão, variando assim a concentração, onde os subscritos O,C,E,A correspondem aos valores no ponto inicial, crítico e do espessado, respectivamente. Considerando a equação da área mínima, com a concentração inicial igual a concentração de alimentação: Qa*Ca*θa/Zo*Co (20) Com os valores de alimentação igualados aos valores obtidos para o espessador em processo continuo. Exemplificando para a proveta 1: A partir da modificação da equação (20) obtemos a concentração do espessado. (21) Aplicando o mesmo cálculo para as demais provetas temos que: TABELA 10 – RESULTADOS OBTIDOS PARA A ÁREA DO ESPESSADOR. Proveta QA (l/s) CA (g/ml) TE (s) Z (cm) CO (g/ml) A (l/m) A(cm2) 1 0,010007 0,034582 1040 29,3 0,0210 0,584912 5,849121 2 0,010007 0,034582 1260 28,4 0,0310 0,494623 4,946234 3 0,010007 0,034582 1440 27,9 0,0410 0,435631 4,356309 4 0,010007 0,034582 1740 26,9 0,0510 0,438905 4,389055 Assim sendo, o diâmetro do sedimentador é de 27,2 cm. 6. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO Há diversos métodos para dimensionar um sedimentador. Neste trabalho, foram avaliados os métodos de Coe e Clevenger, Kynch, Roberts e Talmadge e Fitch, e os resultados obtidos por cada um deles foi comparado com o diâmetro nominal, medido durante a prática. Os resultados obtidos através de cada um dos métodos citados, bem como o erro relativo em relação a medida real, estão resumidos na seguinte tabela: TABELA 101 - RESULTADOS DOS DIÂMETROS DO SEDIMENTADOR OBTIDOS ATRAVÉS DE QUATRO MÉTODOS DIFERENTES D nominal Coe e Clevenger Kynch Roberts Talmadge e Fitch 20,3 30,0 24,2 27,0 27,2 ERRO (%) 47,8 19,2 33,0 34,0 É possível notar que todos os métodos apresentam desvios consideráveis em relação ao diâmetro nominal. Alguns pontos importantes relativos ao experimento realizado podem estar por trás de tais resultados, como por exemplo: Vários dos métodos utilizados combinam dados dos ensaios realizados em batelada àqueles retirados do sedimentador contínuo. Para minimizar os erros, foi escolhida, dentre os quatro ensaios em proveta realizados na etapa em batelada, a proveta que apresentava concentração mais próxima àquela utilizada no sedimentador contínuo. Esta aproximação, mesmo que atenuada, é uma fonte de erro na hora da aplicação dos métodos teóricos. Outro problema enfrentado no laboratório foram os próprios equipamentos utilizados. A ausência de uma bomba peristáltica, ou outro equipamento semelhante, na mangueira de alimentação de sedimentado gera entupimentos, alterando assim a vazão do sistema (que deveria ser constante), e a altura média de sedimentado no equipamento, dificultando assim, além da medida das vazões as de concentração do sedimentado. Alguns outros aspectos de menor impacto nos resultados teóricos ainda podem ser citados, como por exemplo a presença de impurezas nas amostras de carbonato de sódio utilizados na etapa da sedimentação em batelada. Foi observada a presença de insetos misturados ao sólido, que só foram identificados após a suspensão estar pronta. Isto altera o nível da suspensão, o que, numa medida que envolve milímetros de diferença, pode representar um problema de medição. Buscou-se aferir as alturas de sedimentado, nas provetas em batelada, sempre pelo mesmo aluno, visando assim diminuir os erros de paralaxe. Mesmo assim, algum desvio na casa dos milímetros pode estar associado a isto. Entretanto, mesmo diante das dificuldades citadas acima, alguns métodos apresentam resultados satisfatórios de acordo com as condições utilizadas em laboratório. Deve-se ter em mente também que para todas as áreas calculadas através dos quatro métodos foi levado em consideração o fator de segurança, acrescendo em 100% o valor obtido diretamente. Isso é muito importante em termos de segurança de um projeto, mas acaba afastando ainda mais os valores teóricos daquele medido experimentalmente. Assim sendo dentro de tudo que foi discutido, o método de Kynch, cujo desvio apresentado foi de 19,2%, é o mais indicado para o dimensionamento seguro de um sedimentador. 7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 GOMIDE, R., Operações Unitárias, Vol. 3. Edição do Autor. São Paulo – SP Ed. R. Gomide, 1988. 2 Otimização utilizando controle preditivo multivariável em mineração (MPC – ModelPredictiveControl). Disponível em: <literature.rockwellautomation.com/idc/groups/literature/.../br/min-br001_-pt-e.pdf>Acesso em: 23/03/2018. 3 Separação por Decantação. Disponível em: <http://www.enq.ufsc.br/disci/eqa5313/Decantacao.htm>. Acesso em: 23/03/2018 4 UFSC, Operações de separação sólido-líquido. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/Tunai/sedimentacao> Acesso em: 24/03/20185 Uso de sedimentadores de alta taxa. Disponível em: <https://www.cesan.com.br/encontroinovacao/downloads.php>. Acesso em: 23/03/2018.