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Ministério da Educação - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Centro Politécnico – Setor de Tecnologia CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA DISCIPLINA: TQ-026 : Laboratório de Engenharia Química I RELATÓRIO da Prática sobre: _________SEDIMENTAÇÃO_________ Professor responsável: Vania Irene Stonoga Equipe : I __-TERÇA-FEIRA X -QUINTA-FEIRA Data da prática: 10/11/2016 Data da defesa do relatório: 07/12/2016 ALUNO: Defesa do relatório Alexandre Soloviev Carolina Gomes Quirrenbach Erick Lessa Bradasch Matheus Bernardi Pereira Tais Andrade Paula da Silva NOTA DA DEFESA (0 a 50 pontos): ANÁLISE DO RELATÓRIO: Observações: Apresentação (5 pontos) Fundamentação Teórica (10 pontos) Desenvolvimento da Prática (10 pontos) Enfoque Original (10 pontos) Análise dos Resultados e Conclusões (15 pontos) NOTA DO RELATÓRIO (0 a 50 pontos) NOTA DA PRÁTICA (0 a 100) 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 3 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 4 2.1 MÉTODO DE COE E CLEVENGER ..................................................... 4 2.2 MÉTODO DE KYNCH ........................................................................... 7 2.3 MÉTODO DE ROBERTS ...................................................................... 8 2.4 MÉTODO DE TALMADGE E FITCH ................................................... 10 3 MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 12 3.1 MATERIAIS SEDIMENTAÇÃO CONTÍNUA ........................................ 12 3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL SEDIMENTAÇÃO CONTÍNUA . 12 3.3 MATERIAIS SEDIMENTAÇÃO EM BATELADA ................................. 13 3.4 PROCEDIMENTO SEDIMENTAÇÃO EM BATELADA ....................... 13 4 DIVISÃO DE TAREFAS ............................................................................. 14 4.1 SEDIMENTAÇÃO CONTÍNUA ............................................................ 14 4.2 SEDIMENTAÇÃO EM BATELADA...................................................... 14 5 RESULTADOS .......................................................................................... 15 5.1 MÉTODO DE COE E CLEVENGER ................................................... 18 5.2 MÉTODO DE KYNCH ......................................................................... 21 5.3 MÉTODO DE ROBERTS .................................................................... 22 5.4 MÉTODO DE TALMADGE E FITCH ................................................... 25 5.5 COMPARAÇÃO DOS MÉTODOS ...................................................... 27 6 CONCLUSÕES .......................................................................................... 28 7 REFERÊNCIAS ......................................................................................... 28 3 1 INTRODUÇÃO A sedimentação é uma operação unitária de separação sólido-líquido em que as partículas sólidas se movimentam no seio da fase fluida por efeito da ação da gravidade, sendo que as partículas possuem densidade maior da que o líquido na qual se encontram. A velocidade de sedimentação do sólido depende da densidade do sólido e do líquido, da forma e o diâmetro das partículas e da viscosidade do meio. A sedimentação ocorre geralmente em equipamentos chamado sedimentadores. A sedimentação pode ser utilizada para a clarificação da suspensão, quando o objetivo é clarificar o líquido da suspensão, para espessar a suspensão, ou para lavar os sólidos presentes. (GOMIDE, 1980) A velocidade de sedimentação varia em função do tempo, passando por um período de velocidade constante, como mostra a Figura 1: Figura 1 - Processo de sedimentação em função do tempo Para aumentar a velocidade de sedimentação, pode se aumentar o tamanho das partículas, por processos de digestão ou floculação. Na digestão a suspensão permanece em repouso, até que as partículas menores são dissolvidas, enquanto as partículas maiores crescem à custa das pequenas. Na floculação as partículas são aglomeradas formando flocos, com a utilização de um floculante, como eletrólitos, coagulantes e tensoativos. 4 A prática tem como objetivo estudar o fenômeno de sedimentação de uma suspensão de carbonato de cálcio. Serão feitos experimentos de sedimentação continua e de sedimentação batelada. Na etapa de sedimentação continua, o objetivo é avaliar a eficiência do processo de sedimentação e também calcular a área mínima de sedimentação estimada pelos modelos de Coe e Clevenger, Kynch, Roberts e Talmadge e Fitch e comparar com a utilizada no experimento. Na etapa de sedimentação batelada, o objetivo é analisar a velocidade de sedimentação do carbonato de cálcio em diferentes concentrações, bem como a altura de compactação. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 MÉTODO DE COE E CLEVENGER Esse método se embasa na ideia de que a área do equipamento deve ser tal que todas as partículas se decantem, pois caso contrário elas irão se acumular em uma região e então partículas do sólido podem ser carregados pelo líquido clarificado. Essa região é chamada de zona limite, como pode ser vista na Figura 2, e para determiná-la, Coe e Clevenger basearam-se em duas hipóteses: A velocidade de decantação dos sólidos em cada região é função da concentração local da suspensão. As características do sólido não se alteram quando se realiza o scale-up. Esta hipótese, no entanto, não é válida quando há floculação. 5 Figura 2 - Sedimentador Contínuo Para determinar a velocidade de sedimentação, deve-se obter dados experimentais de sedimentação em batelada realizados para diversas concentrações. Utiliza-se a seguinte equação: 𝑣 = 𝑍0−𝑍𝑓 𝜃𝑓 (1) onde v é a velocidade de sedimentação, Z0 a altura inicial da solução, Zf a altura de sólidos depositados no final e 𝜃𝑓 o tempo transcorrido para se chegar até a altura Zf. A figura 3 ilustra um processo de sedimentação em batelada. Figura 3 - Processo de sedimentação em batelada 6 Para que todas as partículas que se encontram no equipamento se depositem na base, não deve haver o arraste delas. Para isso, é necessário que a velocidade do líquido em ascensão não seja superior à das partículas que estão decantando. A velocidade do líquido nesta condição dada por: 𝑣𝑙 = 𝑄−𝑄𝐸 𝑆 (2) onde Q é a vazão da suspensão na zona limite, QE a vazão da lama espessada e S a área transversal do sedimentador. Ao se considerar uma situação limite onde as velocidades citadas acima se igualam, a área pode ser obtida através da seguinte expressão: 𝑆 = 𝑄−𝑄𝐸 𝑣𝑙 (3) Analisando a Figura 2 e o volume de controle considerado, o balanço material para o sólido será escrito da seguinte forma, admitindo-se que não há perda de sólidos no clarificado: 𝑄𝐴. 𝐶𝐴 = 𝑄. 𝐶 = 𝑄𝐸 . 𝐶𝐸 (4) Com base nesta equação, as expressões para Q e QE em função de QA e CA, podem ser substituídas na equação (3), resultando em: 𝑆 = 𝑄𝐴.𝐶𝐴.( 1 𝐶 − 1𝐶𝐸 ) 𝑣 (5) A Equação 5 fornece a área necessária para que não haja o arraste de partículas pelo topo do sedimentador. Porém, essa área não irá impedir que parte dos sólidos saiam com o clarificado, pois em termos práticos isso não é possível. 7 2.2 MÉTODO DE KYNCH Este método necessita de apenas uma suspensão realizada em um procedimento de laboratório. Ele consiste na construção da curva de decantação em um gráfico da altura da interface em função do tempo. A partir dela obtêm-se as velocidades de decantação em diversos pontos em suas respectivas concentrações. Com diversos pares velocidade-concentração são calculadas as diversas áreas necessárias para que haja sedimentação satisfatória em todos os pontos do equipamento. A maior área obtida é a que deve ter o sedimentador. O par velocidade-concentração que fornece a melhor área do sedimentador pode ser obtido através das equações 6 e 7: 𝑣 = 𝑍𝑡−𝑍 𝜃 (6) 𝐶 = 𝑍0.𝐶0 𝑍𝑡 (7) sendo que 𝑍𝑡 e Z são determinados graficamente, 𝑍0 é a altura inicial, 𝐶0 a concentração inicial e 𝜃 o tempo correspondente ao ponto crítico (de altura Z). O gráfico deve se assemelhar ao gráfico da Figura 4. Através dele, encontra-se o ponto crítico, que é o ponto em que a derivada dZ/d𝜃 tem seu sinal invertido. Traçando a tangente a esse ponto, obtém-se 𝑍𝑡, que é utilizado nas equações 6 e 7 para a obtenção da velocidade e da concentração. 8 Figura 4 - Curva de Decantação para a determinação de v e C Com os valores obtidos através do gráfico, pode-se calcular a área do sedimentador utilizando a equação 5, porém com o valor de v calculado pela Equação 6 e o valor de C calculado pela Equação 7. 2.3 MÉTODO DE ROBERTS Semelhante ao método de Kynch, o método de Roberts também utiliza gráficos para determinar os pontos que serão usados nas equações. Este método nos permite localizar facilmente o ponto crítico, ponto no qual se entra na zona de compressão. Com os dados do ensaio de decantação traça-se um gráfico de 𝑙𝑜g (𝑍−𝑍𝑓) versus 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜. A curva obtida mostra uma descontinuidade no ponto crítico, o que permite determinar o tempo crítico com precisão, como pode ser visto na Figura 5 a seguir: 9 Figura 5 - Gráficos a serem plotados no método de Roberts A primeira imagem mostra a obtenção do tempo 𝜃𝐶 correspondente ao ponto crítico. A segunda plotagem ilustra um gráfico de 𝑍 em função do 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 (𝑡), no qual o tempo crítico 𝜃𝐶, anteriormente encontrado, é utilizado para se obter os pontos 𝑍𝐶 e 𝑍𝑖𝑐 . A partir destes pontos encontrados é possível calcular a área mínima por: 𝑆𝑚𝑖𝑛 = 𝑄𝐴.𝐶𝐴.( 1 𝐶𝐶 − 1 𝐶𝐸 ) 𝑣𝐶 (8) Sendo, 𝐶𝐶 = 𝑍0.𝐶0 𝑍𝑖𝑐 (9) 𝑣𝑐 = 𝑍𝑖𝑐−𝑍𝑐 𝜃 (10) Onde, 𝑆𝑚𝑖𝑛 é a área de decantação (m²); 𝑄𝐴 é a vazão volumétrica da suspensão alimentada no decantador (m³/h); 𝐶𝐴 é a concentração de sólidos na suspensão alimentada (Kg/m³); 𝐶𝐸 é a concentração da lama espessada (Kg/m³); 𝐶𝑐 é a concentração do clarificado (Kg/m³); 𝑣𝑐 é a velocidade de decantação crítica (m/h); 10 𝑍0 é a altura inicial da suspensão no cilindro graduado; 𝐶0 é a concentração inicial (Kg/m³); 𝑍𝑖𝑐 é a derivada da curva 𝑍 𝑥 𝜃; 𝑍𝑐 é a altura crítica retirada dos gráficos; 𝜃𝑐 é o tempo crítico retirado dos gráficos. 2.4 MÉTODO DE TALMADGE E FITCH Também um método gráfico, este permite o cálculo direto da área mínima do equipamento quando se conhece o ponto crítico de compressão, 𝑃𝐶, que pode ser obtido pela curva de decantação. Pela construção do gráfico de 𝑍 pelo 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 (𝑡) pode-se obter diretamente 𝜃𝐸 pelo cruzamento da tangente no ponto 𝑃𝑐 com a horizontal onde 𝑍 = 𝑍𝐸, sendo 𝑍𝐸 a altura da interface correspondente à concentração 𝐶𝐸 especificada para a lama espessada. O índice E indica referência ao sólido espessado. Para a construção do gráfico, os seguintes passos devem ser seguidos: primeiramente devem-se traçar duas tangentes, sendo uma com relação à curva de sedimentação na zona de clarificação e a outra com relação à curva de sedimentação na zona de espessamento. Deve-se, na sequência, marcar a bissetriz entre as duas tangentes para, então, localizar o ponto crítico. A Figura 6 mostra a localização do ponto crítico: Figura 6 - Localização do ponto crítico 11 Após a localização do ponto crítico, deve-se traçar uma tangente à curva de sedimentação passando pelo ponto crítico e então localizar 𝑍𝐸 e 𝜃𝐸, conforme mostrado na Figura 7. Figura 7 - Determinação da altura 𝑍𝐸 A altura 𝑍𝐸 pode ser calculada pela Equação 12, sendo esta uma manipulação do balanço de massa do sólido: 𝑍0. 𝑆. 𝐶0 = 𝑍𝐸 . 𝑆. 𝐶𝐸 (11) 𝑍𝐸 = 𝑍0.𝐶0 𝐶𝐸 (12) A expressão que fornece a área mínima do sedimentador neste método é a mesma utilizada no método de Roberts, porém nesta as equações (9) e (10) foram substituídas na equação (8), gerando então a equação (13): 𝑆𝑚𝑖𝑛 = 𝑄𝐴.𝐶𝐴.( 𝑍𝑖𝑐 𝑍0.𝐶0 − 1 𝐶𝐸 ) 𝑍𝑖𝑐−𝑍𝐸 𝜃𝐸 = 𝑄𝐴..𝐶𝐴.𝜃𝐸 𝑍0.𝐶0 . 𝑍𝑖𝑐− 𝑍0.𝐶0 𝐶𝐸 𝑍𝑖𝑐−𝑍𝐸 (13) Substituindo a equação (11) na equação acima, temos: 𝑆𝑚𝑖𝑛 = 𝑄𝐴..𝐶𝐴.𝜃𝐸 𝑍0.𝐶0 . 𝑍𝑖𝑐− 𝑍0.𝐶0 𝐶𝐸 𝑍𝑖𝑐−𝑍𝐸 (14) 12 Podemos, então, simplificar a expressão que nos dá a área mínima até a equação (15): 𝑆𝑚𝑖𝑛 = 𝑄𝐴.𝐶𝐴.𝜃𝐸 𝑍0.𝐶0 (15) 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS SEDIMENTAÇÃO CONTÍNUA Sedimentador Contínuo; Bomba Peristaltica; Provetas; Béqueres; Balança ; Cronômetro ; Estufa; Dessecador. 3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL SEDIMENTAÇÃO CONTÍNUA 1) Identificar os béqueres a serem utilizados, pesa-los e realizar a medida das dimensões do sedimentador. 2) Ligar o sedimentador e ajustar a vazão da bomba peristáltica, colocando-o em regime permanente contínuo. O regime permanente contínuo é obtido quando a vazão de alimentação, clarificado e espessado apresentam valores constantes. 13 3) Coletar amostras em triplicata da vazão de alimentação, da vazão de clarificado e da vazão de espessado. 4) Pesar os béqueres com as amostras e coloca-los na estufa durante 24 horas. Após esse período, resfria-los no dessecador e pesa-los novamente. 5) Descartar os sólidos em local apropriado e lavar os béqueres utilizados 3.3 MATERIAIS SEDIMENTAÇÃO EM BATELADA Provetas; Papel Milimetrado; Suspensão de Carbonato de Cálcio; Cronômetro; Filme plástico; Câmara de observação. 3.4 PROCEDIMENTO SEDIMENTAÇÃO EM BATELADA 1) Colar o papel milimetrado nas provetas para a leitura dos valores em provetas de 250 mL. 2) Pesas as massas e preparar as suspensões de carbonato de cálcio com concentrações de 1,6%, 2,6%, 3,6% e 4,6%. 3) Vedar as provetas com filme plástico e agitar as 4 suspensões aomesmo tempo para promover a homogeneização das suspensões. 4) Colocar todas as provetas ao mesmo tempo na câmara de observação e iniciar a cronometragem. 14 5) Realizar as medidas da altura na interface entre a parte com maior turvação e menor turvação a cada 1 minuto durante 30 minutos e a medida da altura de compactação após 24h para todas as suspensões. 4 DIVISÃO DE TAREFAS 4.1 SEDIMENTAÇÃO CONTÍNUA Erick: Pesar os béqueres, coletar e pesar o espessado após a coleta e após 24h. Matheus: Medir os volumes de alimentação, espessado e clarificado, regular a vazão. Tais: Medir o sedimentador, ligar e alimentar o sedimentador, cronometrar o tempo para o calculo da vazão. 4.2 SEDIMENTAÇÃO EM BATELADA Alexandre: Colar o papel milimetrado em cada proveta, preparar as suspensões, agitá-las, medir a altura de duas provetas durante 30 minutos. Carolina: Pesar o carbonato de cálcio, agitar as suspensões, cronometrar, medir a altura de duas provetas durante 30 minutos e das quatro provetas após 24h. Erick: Agitar as suspensões. Matheus: Agitar as suspensões. 15 5 RESULTADOS Os dados coletados experimentalmente para o sedimentador contínuo foram as vazões de alimentação, de espessado e de clarificado, além das concentrações dessas correntes. Nas tabelas 1 à 6 apresentam os dados: Tabela 1 - Vazão volumétrica da corrente de alimentação Volume (mL) Tempo (s) Vazão (mL/s) Medida 1 150 15,06 9,960 Medida 2 150 15,14 9,908 Medida 3 150 15,13 9,914 Média 150 15,11 9,927 Tabela 2 - Vazão volumétrica da corrente de clarificado Volume (mL) Tempo (s) Vazão (mL/s) Medida 1 110 15,22 7,227 Medida 2 110 15,03 7,319 Medida 3 106 14,81 7,157 Média 108,67 15,02 7,234 Tabela 3 - Vazão da corrente de espessado Medida Volume (mL) Tempo (s) Vazão (mL/s) 1 45 15,09 2,982 2 42 14,93 2,813 3 43 15,13 2,842 Média 43,33 15,05 2,879 Tabela 4 - Concentração corrente de alimentação Amostra mpartículas (g) Água evaporada (g) Concentração (g/LH2O) 1 5,444 139,52 39,02 2 5,363 138,23 38,80 3 5,317 136,42 38,98 Média 5,375 138,057 38,93 16 Tabela 5 - Concentração do clarificado Amostra mpartículas (g) Água evaporada (g) Concentração (g/LH2O) 1 0,133 103,732 1,28 2 0,142 100,176 1,42 3 0,146 98,395 1,48 Média 0,140 100,768 1,39 Tabela 6 - Concentração do espessado Amostra mpartículas (g) Água evaporada (g) Concentração (g/LH2O) 1 6,008 40,669 147,73 2 4,423 39,014 113,37 3 4,429 40,036 110,63 Média 4,953 39,906 123,91 Como observado na tabela 4, a concentração média de alimentação era de 38,93 g/L, sendo assim os cálculos dos métodos para a determinação da área foram feitos utilizando os dados em batelada para a concentração de 36 g/L. No processo em batelada foram coletadas as altura em função do tempo para 4 diferentes concentrações, os valores coletados estão apresentados na tabela (7) Tabela 7 - Alturas ao longo do tempo Concentração (%m/V) 1,60% 2,60% 3,60% 4,60% tempo (min) altura (cm) altura (cm) altura (cm) altura (cm) 0 25,1 26,2 25,5 27,0 1 22,9 24,4 23,7 25,5 2 20,4 22,3 22,2 24,0 3 18,0 20,6 20,5 22,6 4 15,7 18,6 18,8 21,1 5 13,1 16,7 17,0 19,5 6 10,2 14,7 15,4 18,1 7 8,0 12,9 13,8 16,6 8 5,4 11,0 12,8 15,4 9 3,3 9,5 11,0 14,3 10 2,9 7,8 9,7 13,0 11 2,8 6,4 8,5 11,8 12 2,7 5,4 7,4 10,7 13 2,7 5,0 6,7 9,7 14 2,6 4,5 6,2 8,9 15 2,5 4,2 5,8 8,4 17 16 2,4 4,0 5,4 7,9 17 2,3 3,7 5,1 7,4 18 2,3 3,5 4,8 7,2 19 2,2 3,4 4,5 6,9 20 2,2 3,3 4,3 6,6 21 2,2 3,3 4,0 6,3 22 2,2 3,3 3,8 6,1 23 2,1 3,2 3,6 5,8 24 2,1 3,2 3,5 5,6 25 2,1 3,2 3,4 5,4 26 2,0 3,1 3,4 5,2 27 2,0 3,0 3,2 5,1 28 2,0 3,0 3,1 4,9 29 1,9 2,9 3,1 4,8 30 1,9 2,8 3,1 4,7 Após um período de 24 horas, foi coletado as alturas de compactação do sedimentado, apresentada na tabela 8: Tabela 8 - Altura inicial e de compactação Composição Altura inicial (cm) Altura de compactação (cm) 1,60% 25,1 1,3 2,60% 26,2 1,9 3,60% 25,5 2,7 4,60% 27 2,9 Para analisar o fenômeno da sedimentação plotou-se um gráfico com os dados da tabela 7, para as quatro concentrações (gráfico 1). 18 Gráfico 1 - Altura versus tempo para as concentrações de 1,6%; 2,6%, 3,6% e 4,6% 5.1 MÉTODO DE COE E CLEVENGER Os gráficos 2, 3, 4 e 5 a apresentam a parte linear da variação da altura com o tempo, retirados do gráfico 1, representando as velocidades de sedimentação constante, sendo esta o coeficiente angular da equação que se ajustou aos pontos. A partir dos dados de velocidades (tabela 10) e dos presentes na tabela 9, a área mínima de sedimentação foi calculada pela equação (5). Tabela 9- Dados para o cálculo da área de sedimentação Qa (L/s) Ca (g/L) Ce (g/L) 0,0099 38,93 123,91 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 0 5 10 15 20 25 30 35 al tu ra ( cm ) tempo (min) 1,60% 2,60% 3,60% 4,60% 19 Gráfico 2 - Altura versus tempo para concentração de 1,6% Gráfico 3 - Altura versus tempo para concentração de 2,6% y = -2,4929x + 25,486 R² = 0,9987 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0 20,0 0 2 4 6 8 10 al tu ra ( cm ) tempo (min) 1,60% y = -1,8333x + 25,892 R² = 0,9984 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 0 2 4 6 8 10 12 al tu ra ( cm ) tempo (min) 2,60% 20 Gráfico 4 - Altura versus tempo para concentração de 3,6% Gráfico 5 - Altura versus tempo para concentração de 4,6% y = -1,4983x + 24,655 R² = 0,9962 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 0 2 4 6 8 10 12 al tu ra ( cm ) tempo (min) 3,60% y = -1,2714x + 25,7 R² = 0,998 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 0 2 4 6 8 10 12 al tu ra ( cm ) tempo (min) 4,60% 21 As velocidades de sedimentação para cada concentração estão dispostas na tabela (10), sendo elas retiradas diretamente pelo coeficiente angular das equações obtidas. Tabela 10 - Velocidades de sedimentação Concentração (%m / V) velocidade (cm/min) velocidade (cm/s) 1,6 2,4929 0,04155 2,6 1,8333 0,03056 3,6 1,4983 0,02497 4,6 1,2714 0,02119 As áreas mínimas de sedimentação para cada concentração estão pressentes na tabela 11. Tabela 11 – Valores de área pelo método de Coe e Clevenger Concentração (%m / V) SMÍN (cm²) 1,6 506,29 2,6 384,4 3,6 305,0 4,6 249,29 Após o cálculo da área e incluindo o fator de segurança de 100%, a área mínima passa a ser de 1012,58 cm2, para um sedimentador que trabalha com suspensões cujas concentrações variam de 1,6 a 4,6% m/V. 5.2 MÉTODO DE KYNCH Pelo método de Kynch, era necessário o conhecimento das variáveis Zt, Z0 e C0, para o cálculo da concentração C pela equação (7). Os dados são fornecidos na tabela (12). 22 Tabela 12 - Dados para o cálculo do C Z0 (cm) C0 (g/L) Zt (cm) C 25,5 38,93 20,6 48,19 Na sequência foi calculada a velocidade ponto a ponto pela equação (6). Os resultados obtidos foram substituídos na equação (5) para o cálculo da área mínima, os resultados estão dispostos na tabela 13 : Tabela 13- Valores de áreas pelo método de Kynch t (min) z (cm) v (cm/s) SMÍN (cm²) 1 23,7 0,0244 201,12 2 22,2 0,0247 198,54 3 20,5 0,0259189,21 4 18,8 0,0265 184,87 5 17,0 0,0272 180,12 6 15,4 0,0271 180,72 7 13,8 0,0271 181,15 8 12,8 0,0258 190,28 9 11,0 0,0262 186,86 10 9,7 0,0258 190,17 11 8,5 0,0252 194,12 12 7,4 0,0247 198,65 13 6,7 0,0237 207,05 14 6,2 0,0226 217,09 Analisando as áreas da tabela 13, observa-se que a maior área mínima encontrada é de 217,09 cm², aplicando o fator de segurança de 100 % a área é de 434,18 cm². 5.3 MÉTODO DE ROBERTS Nesse método introduzimos e utilizamos o conceito de ponto crítico, que representa uma descontinuidade no gráfico de Log(Z-Zf) vs tempo. Utilizamos os dados obtidos experimentalmente, manipulando conforme mostrado na 23 tabela 14, com esses dados construímos o gráfico 6. Esses dados foram obtido para a proveta de concentração de 3,6%. Tabela 14 -Dados experimentais manipulados para Roberts Tempo (s) z (cm) z-zf log (z-zf) 0 25,5 23,4 1,369215857 60 23,7 21,6 1,334453751 120 22,2 20,1 1,303196057 180 20,5 18,4 1,264817823 240 18,8 16,7 1,222716471 300 17 14,9 1,173186268 360 15,4 13,3 1,123851641 420 13,8 11,7 1,068185862 480 12,8 10,7 1,029383778 540 11 8,9 0,949390007 600 9,7 7,6 0,880813592 660 8,5 6,4 0,806179974 720 7,4 5,3 0,72427587 780 6,7 4,6 0,662757832 840 6,2 4,1 0,612783857 900 5,8 3,7 0,568201724 960 5,4 3,3 0,51851394 1020 5,1 3 0,477121255 1080 4,8 2,7 0,431363764 1140 4,5 2,4 0,380211242 1200 4,3 2,2 0,342422681 1260 4 1,9 0,278753601 1320 3,8 1,7 0,230448921 1380 3,6 1,5 0,176091259 1440 3,5 1,4 0,146128036 1500 3,4 1,3 0,113943352 1560 3,4 1,3 0,113943352 1620 3,2 1,1 0,041392685 1680 3,1 1 0 1740 3,1 1 0 1800 3,1 1 0 24 Gráfico 6 - log (z-zf) vs tempo (s) O ponto em vermelho do gráfico 6 indica o ponto crítico, que para o nosso caso é o tempo de 720 segundos. Os cálculos utilizando o método de Roberts giram em torno desse ponto. Para continuar utilizando esse método deveremos plotar um gráfico de Z x Tempo, e traçar a reta tangente ao ponto crítico, com isso conseguimos encontrar Zic, Zc, e tc. Gráfico 7 - z (cm) vs tempo (s) 25 Tiramos do gráfico 7 os seguintes valores: Tabela 15- Dados retirados do gráfico 7 tc (s) 720 zc (cm) 8,5 zic (cm) 22,2 A velocidade vc, a concentração Cc, foram calculadas utilizando as Equações (9) e (10), já a área S, devemos utilizar a Equação (8). Os resultados obtidos foram os apresentados na tabela 16 Tabela 16 - Resultados do método de Roberts vc (cm/s) 0,019028 Cc % 4,135135 S (cm2) 305,60 Devemos acrescentar um fator de segurança de projeto, recomenda-se utilizar uma correção de 100%. Então a área do sedimentador será de 611,20 cm². 5.4 MÉTODO DE TALMADGE E FITCH A partir da curva de sedimentação gerada pelos pontos da amostra de 3,60%, que foi a amostra que mais se aproximou do regime contínuo, duas retas tangente foram traçadas: uma na zona de clarificação e a outra na zona de espessamento. Então a bissetriz entre as duas tangentes foi traçada para a localização do ponto crítico. O ponto onde a bissetriz intercepta a curva das alturas em função do tempo é denominado de ponto crítico. Estas retas podem ser analisadas no gráfico 8. 26 Gráfico 8 - Curva de Sedimentação para a concentração de 3,60% A partir do gráfico, pode-se definir o ponto crítico, que é o ponto em que as duas tangentes se encontram. Esse ponto foi definido como (780s;6,7cm). Assim, o zE pode ser calculado pela equação (12) Calculando o valor de zE, chegou-se a um resultado de 10 cm. Esse valor foi plotado como uma reta no gráfico da curva de sedimentação. A intersecção dessas duas retas nos dá o tempo θE. Gráfico 9 - Intersecção da curva de sedimentação e da curva do ZE 0 5 10 15 20 25 30 0 500 1000 1500 2000 z (c m ) Tempo (s) 0 5 10 15 20 25 30 0 500 1000 1500 2000 z (c m ) Tempo (s) Curva de Sedimentação Curva do zE 27 Através do gráfico 9, o tempo θE obtido foi de 720 segundos. Com isso, pode-se obter a área mínima do sedimentador, utilizando a equação (15): 𝑆𝑚í𝑛 = 𝑄𝐴𝐶𝐴𝜃𝐸 𝑧0𝐶0 = 9,927 𝑐𝑚3 𝑠 ∙ 0,03393 𝑔 𝑐𝑚3 ∙ 720𝑠 25𝑐𝑚 ∙ 0,0360 𝑔 𝑐𝑚3 = 269,46 𝑐𝑚2 Com o fator de segurança de 100%, a área se torna aproximadamente 540 cm2. 5.5 COMPARAÇÃO DOS MÉTODOS Para melhor análise dos métodos, construímos a tabela 17 como forma comparativa entre os métodos, com o cálculo do erro das áreas teóricas em relação à área real, que foi calculada a partir do diâmetro do sedimentador, AREAL = 330,06 cm². Tabela 17 - Comparativo entre os métodos Método Área mínima (cm²) Área corrigida (cm²) Desvio (%) Kynch 217,09 434,18 31,54 Coe e Clevenger 506,29 1012,58 206,79 Roberts 305,60 611,18 85,17 Talmadge e Fitch 269,46 538,92 63,28 Analisando a tabela 17, é notável que o método de Kynch é o que mais se aproxima do valor real da área do sedimentador, portanto conclui-se que este é o método que melhor representou o sistema estudado. Os demais métodos apresentaram um desvio um tanto quanto significativo. Alguns erros experimentais poderiam influenciar nos resultados esperados, entre eles a dificuldade em determinar as interfaces sólido-líquido nas provetas e a 28 consideração de concentração constante na alimentação além da dificuldade na determinação da altura de sedimentação no processo em batelada devido ao tempo de sedimentação cronometrado para o ensaio de provetas ser relativamente curto. O desvio do método de Coe e Clevenger foi o maior, já que esse método é indicado para espessadores e nosso sedimentador estava trabalhando como clarificador com o espessador no limite mínimo. 6 CONCLUSÕES No experimento de sedimentação realizado foi possível observar o funcionamento de um sedimentador, assim como sua eficiência, além da determinação da área mínima necessária para o projeto de um sedimentador. Também notou-se a relação da velocidade de sedimentação em relação à concentração da suspensção, sendo que quanto maior a concentração a velocidade de sedimentação diminui, e suspensões de maiores concentrações requerem menor área mínima do sedimentador. Analisando os diferentes resultados obtidos pelos quatro diferentes métodos, pode-se afirmar que o método de Kynch apresentou o menor desvio. Os métodos utilizados são baseados em hipóteses que devem ser válidas para que os resultados sejam satisfatórios, caso contrário há um aumento nos erros. No caso de Kynch, é analisado ponto a ponto da equação, diferente dos outros métodos que analisam trechos maiores. 7 REFERÊNCIAS FOUST, A. S., WENZEL, L. A., CLUMP, C. W., MAUS, L., ANDERSEN, L. B. Princípios das operações unitárias. Rio de Janeiro: Guanabara Dois,1982. GOMIDE, R. Operações unitárias :3° volume (Separações Mecânicas). São Paulo: Gomide,1980.
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