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UFRJ INSTITUTO DE QUÍMICA DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA SEPARAÇÃO DE AMOSTRA LÍQUIDA Professor: Josue Sebastian Bello Forero Turma: IQO130 Autor: Bruna Andrade Rufino Rio de Janeiro 08 de outubro de 2018 Sumário: Introdução Destilação Simples Destilação Fracionada Ponto de Ebulição Solubilidade Objetivo Métodos e Materiais Destilação Simples Destilação Fracionada Ponto de Ebulição Solubilidade Resultados e discussões Conclusão Referencias bibliográficas Introdução Existem diversas formas laboratoriais de separar misturas e identificar os componentes presentes em determinada amostra. As substancias presentes são diferenciadas devidos as suas características fisioquímicas que são únicas, sendo possível a distinção dos compostos que estão sendo analisados. A destilação simples, destilação fracionada, ponto de ebulição e os testes de solubilidade são alguns processos que podem ser utilizados para esses fins. Destilação Simples A destilação simples é o método utilizado para separação de misturas homogêneas entre sólido + líquido ou entre mais de um líquido com temperaturas de ebulição bem distantes. O método consiste no aquecimento da amostra a ser separada e a substancia mais volátil irá se vaporizar e se separar da mistura. Mais precisamente, uma amostra é aquecida lentamente através de uma chapa ou do bico de Bunsen até um componente entrar em ebulição, passando imediatamente pelo condensador reto para a condensação do vapor e a substância ser coletada em estado líquido no final do processo. A outra substancia só irá evaporar quando o sistema atingir temperaturas ainda mais elevadas e assim por diante. Destilação Fracionada A destilação fracionada é o método que separa misturas homogêneas compostas por líquido + líquido ou líquido + gás. Nesse processo as substancias são separadas de acordo com suas temperaturas de ebulição, mesmo que essas sejam próximas. O método realizado é bem parecido com o de destilação simples, porem é mais eficiente devido à utilização de uma coluna de destilação. A coluna de fracionamento é repleta de obstáculos que dificulta a evaporação de dois componentes diferentes a uma dada temperatura. Nesse processo é muito importante analisar a temperatura constantemente, para ser possível identificar os pontos de ebulição de cada substancia. Pontos de Ebulição O ponto de ebulição é a temperatura em que a pressão de vapor de um líquido se iguala a pressão atmosférica, passando do estado líquido para o gasoso. A altitude, pressão externa, afeta diretamente o ponto de ebulição de uma substancia, visto que quanto menor a altitude, maior a pressão atmosférica e, portanto, maior o ponto de ebulição. Além da altitude, a estrutura molecular tem papel importante na determinação dessa característica. Quanto mais fracas forem as interações intermoleculares menor será a temperatura de ebulição e, quanto maior for o peso molecular, maior será esse dado. Nesse experimento o ponto de ebulição foi um fator determinante na identificação das substâncias. Solubilidade Solubilidade é a capacidade que determinada substancia tem de se dissolver em um solvente especifico a dadas condições de temperatura e pressão, ou seja, a quantidade máxima de soluto em um solvente sem que ocorra precipitação do soluto. Essa característica, por ser única, é muito utilizada para identificação de compostos desconhecidos, como é o caso desse experimento. Para que ocorra a dissolução de um componente no outro, as substancias devem ter uma afinidade polar considerável para serem realizadas as novas interações moleculares e o soluto se misturar com o solvente. Como dito, a temperatura e a pressão também podem alterar a solubilidade de um determinado composto. Objetivo Nesta prática, o objetivo baseou-se na análise de uma amostra desconhecida composta por uma mistura ideal (50:50) de dois líquidos orgânicos e na identificação destes dois compostos por meio das técnicas de separação. Considerando que devemos identificar líquidos, a lista dos líquidos possíveis encontra-se no final do relatório (anexo 1). Métodos e Materiais Destilação Simples Os materiais utilizados nessa parte do experimento foram: Amostra número 5 Balão de fundo redondo (14:20 mm) Condensador reto Unha Proveta Garras Termômetro Argola Mangueiras Funil de líquido Tela de amianto Macaco Bico de Bunsen Cabeça de destilação Perolas de vidro Inicialmente, foi selecionado todo material que foi utilizado e colocado em cima da bancada, sendo feita a escolha da mistura (Amostra 5) aleatoriamente posteriormente, com as informações de que era uma mistura de dois líquidos orgânicos. Em seguida, foi realizada a montagem de todo o material, conforme a figura ilustrativa a seguir: Figura 1: Imagem ilustrativa de um sistema parecido com oque foi montado em prática. Foi fixada a argola a uma altura de, aproximadamente, 4 dedos do bico de Bunsen e colocada sobre ela a tela de amianto. Acima da tela foi posicionado o balão de fundo redondo fixado por uma garra ao suporte. Foi acoplado ao balão a cabeça de destilação e nessa o termômetro. Ao lado, foi encaixado o condensador reto juntamente com as mangueiras que permitem a entrada e saída de agua no condensador que estava preso por outra garra em um suporte ao lado. Para finalizar, a unha foi colocada com auxilio de um elástico no condensador guiando o líquido já destilado para dentro da proveta que estava em cima de um macaco. Em seguida, foram conectadas as mangueiras a uma saída de água e a outra ao descarte sendo que, a mangueira direcionada ao descarte estava na posição mais elevada do condensador a fim de ser mais eficiente na troca de calor com o sistema. Então, foi aberta a torneira da água para verificar se o sistema estava devidamente montado e a aparelhagem funcionando corretamente. Foi adicionada ao balão de fundo redondo a amostra escolhida juntamente com perolas de vidro para evitar o superaquecimento da mistura e, portanto, uma ebulição turbulenta. Posteriormente, foi ligado o bico de Bunsen para o aquecimento da mistura e, assim, ser iniciado o processo de destilação onde o componente mais volátil evaporou primeiro e foi recuperado, na forma líquida, no final do sistema. Foi registrado a temperatura desde que caiu a primeira gota na proveta, sendo verificada sempre de 5 em 5 mL ate o final do experimento. Todos os dados adquiridos foram anotados em uma tabela. Destilação Fracionada Os materiais utilizados nessa parte do experimento foram: Amostra número 5 Balão de fundo redondo (14:20 mm) Coluna de vigreux Unha Provetas Garras Termômetro Argola Mangueiras Funil de líquido Tela de amianto Macaco Bico de Bunsen Cabeça de destilação Perolas de vidro Condensador de bolas A montagem do sistema da destilação fracionada foi muito parecida com a montagem de destilação simples, sendo apenas colocada a coluna de vigreux entre o balão de fundo redondo e a cabeça de destilação e substituindo o condensador reto pelo condensador de bolas. O sistema ficou parecido com a imagem ilustrativa a seguir: Figura 2: Imagem ilustrativa do sistema de destilação fracionada parecido com oque foi montado em pratica. Novamente, como na destilação simples, foi aberta a torneira de água para verificação do sistema e ligado o bico de Bunsen para o aquecimento do sistema. Quando o sistema atingiu determinada temperatura, o componente mais volátil começou a evaporar passando pela coluna Vigreux evitando a mistura dos componentes. Enquanto a temperatura permaneceu constante, foi coletado na mesma proveta sendo essa alterada com a variação da temperatura. Por fim, foram coletadas em 6 provetas diversas formas da mistura, sendo em 2 delas os componentes na forma mais pura possível. As duas provetas, que provavelmente, estava com os componentes da forma mais pura foram armazenados separadamente para ser feito outras analises e, o restante coletado, foi descartado de maneira segura e consciente em recipientepróprio. Ponto de Ebulição Os materiais utilizados nessa etapa foram: Capilares Microtubos Bico de Bunsen Garras Tubo de Thiele com óleo Termômetro Borrachas Componentes da Amostra 5 Primeiramente, foram selados 6 capilares. Os capilares são selados girando os mesmo de forma constante na parte oxigenada da chama produzida pelo bico de Bunsen. A seguir, foi preso ao lado do termômetro, com uma borracha, um micro tubo de forma que a ponta do termômetro coincidisse com a parte que ficaria a amostra, dentro do micro tubo. Em seguida, o tubo de Thiele foi fixado ao suporte e, acima dele, uma garra para pendurar o termômetro junto do micro tubo. Após todo o sistema estar montado, foi adicionada uma pequena quantidade de um dos componentes, separados pela destilação fracionada, com a pipeta Pasteur ao micro tubo e, posteriormente, o capilar com a extremidade fechada para cima de forma que fique submerso a amostra adicionada. O termômetro e o micro tubo foram introduzidos dentro do tubo de Thiele. O sistema ficou como na imagem ilustrativa a seguir: Figura 3: Imagem ilustrativa do sistema para verificação do ponto de ebulição Em seguida, com o bico de Bunsen, o sistema foi aquecido através do braço do tubo de Thiele, passando a chama por toda sua extensão até que foi formado um fluxo continuo de bolhas dentro do micro tubo. Após o afastamento do bico de Bunsen o sistema foi observado com o objetivo de capturar a temperatura em que a amostra entrou no capilar, após a corrente de bolhas se extinguirem. Esse experimento foi realizado 3 vezes para cada um dos componentes que foram analisados, substituindo apenas por novos capilares afim de confirmar a temperatura observada. Ao fim desse experimento, os materiais utilizados foram guardados (ou descartados) de maneira consciente em seus respectivos lugares. Solubilidade Os materiais utilizados nessa ultima etapa foram: Líquidos da Amostra 5 Pipeta Micro tubo Solventes (H2O e H2SO4) Para essa etapa, foi tudo colocado sobre a bancada, menos o solvente H2SO4 que permaneceu na capela para maiores seguranças, a fim de facilitar o experimento. Foi colocado em um micro tubo 5 gotas do componente mais volátil da amostra 5 e, em seguida, foi adicionado os solventes, cada um em um micro tubo, com o objetivo de analisar a solubilidade de acordo com cada solvente. Foram anotados os dados obtidos e feito, também, para a amostra menos volátil. De acordo com o esquema, passado pelo professor em aula, ficou ainda mais claro quais eram os componentes da Amostra 5. Figura 4: Esquema dado em sala para facilitar a descoberta dos componentes Resultados e Discussões De início, na destilação simples, foi montada uma tabela de acordo com os dados obtidos na prática da destilação simples: Volume T (°C) 1 gota 52 5 mL 69 10 mL 73 15 mL 80 20 mL 85 25 mL 89 30 mL 95 35 mL 100 40 mL 105 45 mL 115 50 mL 120 ∆T = 68°C Tabela 1: Volume x Temperatura, destilação simples Sendo também construído um gráfico (anexo 2) a partir desses dados mostrados acima. Na destilação fracionada, foi possível a separação dos dois componentes da Amostra 5 da forma mais pura possível, de acordo com a coluna de fracionamento usada. A fração mais volátil começou o processo de ebulição quando o sistema atingiu 47°C e se manteve estável próximo à temperatura de 60°C. Já a fração menos volátil, se manteve estável próximo aos 100°C. Na verificação do ponto de ebulição, foram calculados o P.E dos dois compostos presentes na Amostra 5. Sendo realizado o teste três vezes foram obtidos os seguintes resultados: FRAÇÃO 1 FRAÇÃO 2 Peb 1 59°C 107°C Peb 2 62°C 101°C Peb 3 65°C 107°C Média 62°C 107°C Tabela 2: Teste do ponto de ebulição das duas frações da Amostra 5 Desse modo, é possível concluir que o ponto de ebulição da fração mais volátil é de aproximadamente 62°C e da fração menos volátil é de 107°C. E, por último, no teste de solubilidade foram obtidos os seguintes resultados: FRAÇÃO 1: Insolúvel em água Densidade maior que a da água Insolúvel em H2SO4 Sendo, portanto, inerte. FRAÇÃO 2: Insolúvel em água Densidade menor que a da água Solúvel em H2SO4 Sendo, portanto, neutro com a presença de heteroátomo. Considerando que o a Fração 1 possui ponto de ebulição próximo de 62°C, restringimos a possibilidade de ser o líquido acetona (56,1°C), clorofórmio (61,2°C), hexano (68,7°C) ou metanol (64,7°C) devido a possibilidade de erros ao analisar o procedimento. Já a Fração 2, que possui ponto de ebulição de aproximadamente 107°C, temos a possibilidade de ser formato de n-butila (107°C), heptano (98°C), iso-butanol (107,9°C) ou tolueno (110,6°C). De acordo com o teste de solubilidade, foi analisado que a Fração 1 possui densidade maior que a da água sendo possível ser apenas o Clorofórmio, que realmente, é um líquido inerte. Já a Fração 2 foi obtido o resultado de ser um liquido com densidade menor do que a da água, tendo a presença de heteroátomo em sua composição, sendo descartadas as possibilidade de ser o heptano, isso-butanol e o tolueno devido a falta de heteroátomos em sua formula. Portanto, a Fração 2, foi identificada como sendo Formato de n-butila. Conclusão No entanto, foi concluído que o composto mais volátil é o Clorofórmio e o composto menos volátil é o Formato de n-butila. Referências Bibliográficas LENZI, Ervim et al. Química geral experimental. Rio de Janeiro: Freitas Bastos , 2004. MADEIROS, M.A. Destilação simples e destilação fracionada. 27/07/15. Disponivel em: http://quiprocura.net/w/2015/07/27/destilacao/. Acesso em 04/10/18. PARDAL, A.C. Ponto de ebulição. 28/09/15. Disponivel em: http://knoow.net/cienciasexactas/quimica/ponto-de-ebulicao/. Acesso em 04/10/18. Imagens retiradas do google. Lista de Líquidos possível (anexo 1) LÍQUIDO ESTRUTURA PE (°C) DENSIDADE (g/cm³) SOLUB H2O 1 acetato de etila 77,1 0,9003 Solúvel 2 acetato de n-amila 149,2 0,8753 Pouco solúvel 3 acetato de butila 126 0,882 Pouco solúvel 4 acetato de iso-amila 142,5 0,876 Pouco solúvel 5 Acetona 56,1 0,7845 Pouco solúvel 6 Benzeno 80 0,8765 Pouco solúvel 7 cicloexano 80,7 0,7939 Pouco solúvel 8 clorofórmio 61,2 1,48 0,8g/100mL 9 diclorometano 40 1,3266 13g/L 10 Etanol 78 0,79 Solúvel 11 etil-benzeno 136 0,87 0,2g/L 12 etilenoglicol 197,6 1,11 1000g/L 13 formato de n-butila (metanoato de n-butila) 107 0,89 Pouco solúvel 14 Heptano 98 0,68 50mg/L 15 Hexano 68,7 0,659 Insolúvel 16 iso-propanol 82,3 0,786 Miscível 17 Metanol 64,7 0,792 Infinita 18 metil butil cetona 127 0,825 1,4g/100mL 19 metil etil cetona 80 0,806 29g/100mL 20 metil isobutil cetona 116,2 0,802 2g/100mL 21 n-butanol 117,7 0,81 Moderadamente solúvel 22 iso-butanol 107,9 0,802 Pouco solúvel 23 terc-butanol 82,2 0,78 Solúvel 24 Tolueno 110,6 0,87 Insolúvel 25 m-xileno 139 0,86 Insolúvel 26 o-xileno 144,4 0,88 Insolúvel 27 p-xileno 133,4 0,861 Insolúvel
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