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Relatório 1 - DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁLCOOL NA GASOLINA.docx

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA
QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL PARA FARMÁCIA
BEATRIZ ROBERTO BARRETO - 400678
CATHARINA DINIZ DE BRITO MARTINS - 402225 
DENÍLSON SILVA AMARAL - 398025
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁLCOOL NA GASOLINA 
E EFEITO SALTING OUT
FORTALEZA
2018
RESUMO
A compreensão das interações intermoleculares foi o tema explorado na prática realizada uma vez que foi viável a comparação do comportamento molecular entre a gasolina, o álcool e o cloreto de sódio. Ademais, foi primordial observar tal tema por meio da expulsão de um não eletrólito, o álcool isopropílico, ao adicionar o sulfato de amônio na solução aquosa.
Palavras-chave: interações intermoleculares, gasolina, salting out.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Determinação do teor de álcool na gasolina
A gasolina é uma fração resultante da destilação de petróleo bruto na qual não possui uma fórmula definida uma vez que sua composição varia de acordo com o processo de refino. Contudo, segundo Francis A.Carey, autor do livro Química Orgânica, a gasolina apresenta uma variação entre cinco a doze carbonos na sua composição, tornando-se uma cadeia de hidrocarbonetos apolar. Todavia, o álcool etílico, outra substância trabalhada no experimento, possui solubilidade em água e em óleo, ou seja, possui uma parte de hidrocarbonetos apolar e uma extremidade hidroxílica polar.
Nesse sentido, ao entrarem em contanto, a parte apolar da gasolina irá interagir com a parte apolar do etanol e as duas substâncias irão ser afetadas por uma força de atração resultante de uma polarização mútua e complementar de uma molécula por outra, ou seja, irão interagir pelas Forças de London.
Figura 1: Forças de London entre o álcool e a gasolina.
Contudo, com a adição da solução saturada de cloreto de sódio, um composto iônico, o etanol será atraído por íons de sódio e realizará interações íon-dipolo com a substância recém adicionada, tornando-se imiscível na gasolina, visto que a nova interação apresenta uma energia maior que a primeira. 
Figura 2: Etanol atraído pelo íon sódio e formação de interações íon-dipolo.
Sob esse viés, forma-se no sistema duas fases, na qual na superior fica a gasolina devido sua baixa densidade e na parte inferior fica a solução de cloreto de sódio com o álcool extraído da gasolina.
Figura 3: Proveta com duas fases.
Nessa perspectiva, para identificar se a quantidade de etanol adicionada à gasolina se encontra de acordo com os parâmetros estabelecidos por lei é primordial quantificar quanto de álcool etílico foi extraído após a adição da solução de cloreto de sódio. Dessa maneira, após misturar e repousa, , o volume da fase aquosa passou de 5 mL para 8,4 mL e a da gasolina ficou em 1,6 mL. Logo, pode-se afirmar que 3,4 mL de álcool foram extraídos da gasolina.
5 mL --- 100%
3,4 mL --- x
5 . x = 3,4 . 100%
x = 340/5
x = 68%
Nesse sentido, pode-se afirmar que com o resultado obtido de 68% a qualidade da gasolina encontra-se comprometida uma vez que o valor não se encontra no limite de 27% estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pelo Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool.
Efeito Salting Out
A solubilidade é ditada pela regra, sujeita a exceções, que semelhante dissolve semelhante. No entanto, devido às exceções o mais correto é considerar a solubilidade em termos de interações intermoleculares. 
Dessa forma, a possibilidade de ocorrer à dissolução aumenta quando a intensidade das forças atrativas entre as moléculas de soluto e de solvente é maior ou igual à intensidade das forças de atração entre as moléculas do próprio soluto e entre as moléculas do próprio solvente. 
A partir disso, percebe-se que a solubilidade pode ser relativa, fato demonstrado pelo efeito salting out que é caracterizado pela diminuição da solubilidade dos componentes não-eletrolíticos no solvente mediante a adição de um ou mais sais ao sistema. 
Para se observar esse efeito na aula prática, adicionou-se 15 ml de água destilada a uma proveta de 50 ml. Em seguida adicionou-se uma gota de corante a esta proveta, esta foi tampada e o líquido foi misturado por inversão. Depois foi adicionado 15 ml de álcool isopropílico 70% e foi repetido o procedimento de mistura dos líquidos. Posteriomente foi adicionado 7 gramas de sulfato de amônio finalmente dividido e a inversão ocorreu por 10 segundos. Após deixada em repouso a proveta foi fotografada evidenciando depois de um rápido tempo a formação de duas camadas distintas como mostrada na imagem abaixo: 
Figura 4: Progresso durante os 20 segundos de repouso.
Como constatado, a preferência do sal foi pelo componente mais polar do sistema, respeitando, desta forma a teoria química que semelhantes interagem e se dissolvem. Assim, a divisão de fases ocorre pela formação de novas interações intermoleculares devido à adição do sal que faz com que haja uma quebra das ligações de hidrogênio entre a água e o álcool e a formação de interações denominadas íon-dipolo entre a água e o eletrólito (incolor). Consequentemente, os não eletrólitos são forçados a se afastar e a formar uma nova fase constituída de álcool e corante (azul).
CONCLUSÕES
Em suma, tendo em vista os resultados apresentados, é possível afirmar que o estudo das interações intermoleculares é uma ferramenta importante de controle de qualidade visto que a partir das mesmas foi possível relacionar o teor de álcool na gasolina com o seu potencial prejuízo. Em consoante, foi viável compreender a reatividade molecular de eletrólitos e não eletrólitos, o que, consequentemente, consolidou o estudo teórico da solubilidade de forma prática. 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAREY, F. A. Química Orgânica.7ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2011. 1v.
Determinação do teor de álcool na gasolina, disponível em <http://www2.fc.unesp.br/lvq/exp02.htm>, acessado em 01 de setembro de 2018.
Solubilidade dos Compostos Orgânicos, disponível em <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/solubilidade-dos-compostos-organicos.htm>, acessado em 01 de setembro de 2018.
PEREIRA, M. A. P. Equilíbrio Líquido–Líquido em Sistemas Aquosos Eletrolíticos com Álcoois Secundário e Terciário. UNICAMP, 2001.

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