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1 
 
Direito Penal – Crimes Contra a Pessoa 
1. Crimes contra a vida 
Os crimes contra a vida encontram previsão no Código Penal Brasileiro do artigo 121 ao artigo 128. Há um 
preceito constitucional que intitula que crimes dolosos contra a vida são julgados pelo tribunal do júri, 
sendo os crimes culposos contra a vida julgados em tribunal comum. 
 
1.1. Homicídio (art. 121 CP) 
O caput do artigo 121 traz a figura do homicídio simples, possuindo a redação mais compacta de todos 
os tipos penais incriminadores. 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
É composto, portanto, pelo núcleo matar e pelo seu elemento objetivo alguém. Assim, o ato de matar 
alguém tem sentido de ocisão da vida de um ser humano por outro ser humano. 
 
1.1.1. Classificação do homicídio 
 
a) Crime comum, tanto no que diz respeito ao sujeito ativo quanto ao passivo; 
b) Simples, pois possui tipo penal único, protegendo apenas um bem jurídico, qual seja, a vida; 
c) De forma livre como regra, tendo em vista que existem modalidades qualificadas que indicam os meios 
e modos para a pratica do delito (ex.: incisos III e IV) podendo ser cometido dolosa ou culposamente, 
comissiva ou omissivamente; 
d) De dano, ou seja, não se consuma apenas com o perigo, é necessário que ocorra uma efetiva 
destruição, a um bem jurídico penalmente protegido; 
e) Material, pois a lei descreve uma ação e um resultado, e exige a ocorrência deste para que o delito se 
consume; 
f) Instantâneo de efeitos permanentes; 
g) Não transeunte, pois deixa vestígios; 
h) Monossubjetivo, pois podem ser praticados por apenas um sujeito, entretanto, admite-se a coautoria 
e a participação; e 
i) Plurisubsistente, pois é constituído de vários atos, que fazem parte de uma única conduta. 
 
2 
 
1.1.2. Sujeito ativo e sujeito passivo 
O sujeito, tanto ativo quanto o passivo, pode ser qualquer pessoa, uma vez que o tipo penal não delimita 
sua pratica por determinado grupo de pessoas que possuam alguma qualidade especial. 
1.1.3. Objeto material e bem juridicamente protegido 
O objeto material do delito é a pessoa contra a qual recai a conduta praticada pelo agente. E o bem 
juridicamente protegido é a vida e, num sentido mais amplo, a pessoa, haja vista que o delito de 
homicídio encontra-se inserido no capitulo correspondente aos crimes contra a vida, no Titulo I do CP, 
que prevê s crimes contra a pessoa. 
 
1.1.4. Exame de corpo de delito 
Por se tratar de crime material e deixar vestígios (crime não transeunte), o homicídio, para que possa ser 
atribuído a alguém, exige a confecção do indispensável exame de corpo de delito, direto ou indireto, 
conforme determina os arts. 158 e 167 do CPP. 
 
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de 
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. 
(...) 
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido 
os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. 
 
1.1.5. Elemento subjetivo 
O elemento subjetivo constante do caput do art. 121 é o dolo, ou seja, a vontade livre e consciente de 
matar alguém. O agente atua com o chamado animus necandi ou animus accidendi. A conduta do agente 
é dirigida finalisticamente a causar a morte de um homem. 
Admite-se que o delito seja cometido a titulo de dolo direto quando o agente quer, efetivamente, a 
produção do resultado morte, ou quando assume o risco de produzi-lo, atuando, assim, com dolo eventual. 
 
1.1.6. Modalidade omissiva e comissiva 
Pode o delito ser praticado comissivamente quando o agente dirige sua conduta com o fim de causar a 
morte da vítima, ou omissivamente, quando deixa de fazer aquilo que estava obrigado em virtude da sua 
qualidade de garantidor (crime omissivo improprio), conforme preconizado pelo art. 13, §2º, alíneas a, b e 
c do CP, agindo dolosamente em ambas as situações. 
Portanto, a redação do 121 prevê um comportamento comissivo, que poderá entretanto ser praticado via 
omissão, em virtude da posição de garante ocupada pelo agente. 
 
3 
 
1.1.7. Meios de execução 
Delito de forma livre, o homicídio pode ser praticado mediante diversos meios, que podem ser 
subdivididos em: 
a) Diretos: disparo de arma de fogo, esganadura; 
b) Indiretos: ataques de animais comandados pelo dono; 
c) Materiais: mecânicos, químicos, patológicos; 
d) Morais: susto, medo, emoção violenta 
 
1.1.8. Consumação e tentativa 
A consumação do delito de homicídio ocorre com o resultado morte, sendo perfeitamente admitida a 
tentativa. 
A tentativa ocorre quando, não obstante praticados os atos de execução para a ocorrência da morte, ela 
não advém por circunstâncias alheias à vontade do agente. (artigo 14, inciso II, do Código Penal). 
Um simples exemplo disso é o da vítima que sobrevive depois de alvejada por disparos de arma de fogo. 
O evento morte não ocorreu apesar do esforço do autor em tentar obtê-lo. 
Homicídio tentado (art. 121) Lesão corporal consumada (art. 129) 
Ocorre o homicídio tentado quando o agente, 
querendo matar, ou seja, quando se possui o 
animus necandi, não alcança o resultado morte. 
Ocorre a lesão corporal consumada quando o 
agente não tem a intenção de matar, apenas a 
intenção de lesionar, possuindo, nesse caso, o 
animus laedendi. 
 
1.2. Homicídio privilegiado (art. 121, §1º CP) 
O §1º do art. 121 cuida dos chamados homicídios privilegiados. Trata-se de uma causa especial de 
diminuição de pena, aplicada as hipóteses nele previstas 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, 
ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, 
o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 
a) Motivo de relevante valor social: é aquele que atende aos interesses da coletividade. Não interessa tão 
somente ao agente, mas, sim, ao corpo social (ex.: a morte de um traidor da pátria); 
b) Motivo de relevante valor moral: é aquele que embora importante, é considerado levando-se em conta 
os interesses do agente (ex.: o pai que mata o estuprador de sua filha) 
 
A hipótese da eutanásia também se amolda à causa de diminuição de pena. Quando o agente causa a 
morte de um paciente já em estado terminal, que não suporta mais as dores impostas pela doença da 
qual está acometido, impelido pelo sentimento de compaixão, deve ser considerado um motivo de 
relevante valor moral, impondo-se a redução obrigatória da pena; 
 
4 
 
c) Sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima: aqui o agente 
deve estar completamente dominado pela situação, fazendo com que este perca sua capacidade de 
autocontrole em decorrência da emoção. É necessário que imediatamente após a injusta provocação 
da vítima ao réu, embora se admita o decurso de alguns minutos, não podendo se estender o conceito 
para horas ou dias 
 
O motivo que levou o agente a praticar o homicídio deve ser relevante. Caso não goze de certa 
importância, mesmo que tenha valor social ou moral, não poderá servir como causa de diminuição de 
pena. 
 
Violenta paixão Violento ciúme (uxoricidas passionais) 
 
A paixão se equipara a emoção quando o autor é 
provocado injustamente pela vítima, e tal 
provocação deu causa a essa emoção que acabou 
levando ao cometimento do homicídio. 
 
 
Não gera o privilégio, pois não houve a 
provocação da vítima, apenas a imaginação do 
autor (relação doméstica, familiar) 
Homicídio Privilegiado Legitima defesa 
Se diferencia da legítima defesa, pois ocorre de 
forma desproporcional, e faltando um dos 
requisitos previstos noart. 25, caracteriza-se 
homicídio privilegiado e não legitima defesa. 
 
A legitima defesa ocorre quando a defesa do 
autor se da de forma proporcional, respeitando 
os requisitos do art. 25 do Código Penal 
 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, 
usando moderadamente dos meios 
necessários, repele injusta agressão, atual ou 
iminente, a direito seu ou de outrem. 
 
 
Obs¹: Na qualidade de minorante, deverá ser aplicada a redução de 1/6 a 1/3 no terceiro momento 
previsto pelo art. 68 do CP. 
 
Obs²: O instituto do aberratio ictus é compatível com o privilégio, tendo direito o autor a diminuição de 
pena, ou seja, o autor responde pela pessoa que desejaria acertar (a vítima virtual) e não por aquela que 
acertou (a vítima real). 
 
 
Há, ainda, duas correntes acerca da aplicabilidade da diminuição de pena no homicídio privilegiado. A 
primeira acredita que o juiz deve aplicar (majoritária) pois havendo previsão legal, é direito do réu. Outra 
Corrente acredita que é faculdade do juiz a aplicação da diminuição de pena (minoritária), já que a própria 
exposição de motivos se pronunciava nesse sentido. 
 
5 
 
1.3. Homicídio qualificado (art. 121, §2º CP) 
O homicídio qualificado, considerado como crime hediondo, é aquele cometido em circunstâncias que 
tornam o crime mais grave do que já é. 
As qualificadoras previstas no CP estão divididas em quatro grupos em razão do quais a pena relativa ao 
crime de homicídio passa a ser a de reclusão de 12 a 30 anos, a saber: 
 
a) Motivos: incisos I, II, VI e VII 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
II - por motivo fútil; 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do 
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência 
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa 
condição: 
b) Meios: inciso III 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que 
possa resultar perigo comum; 
• Insidioso é o meio utilizado pelo agente sem que a vitima dele tome conhecimento; 
• Cruel é aquele que causa sofrimento excessivo, desnecessário a vítima enquanto viva 
 
c) Modos: inciso IV 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível 
a defesa do ofendido; 
• O tornar impossível é eliminar completamente, qualquer possibilidade de defesa por parte da 
vitima (ex.: matar a pessoa enquanto ela dorme) 
 
d) Fins: inciso V 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime 
• Toda vez que for aplicada a qualificadora do inciso V, o homicídio deverá ter relação com outro 
crime, havendo conexão entre eles. 
 
Aqui pode ser levado em consideração duas circunstancias, quais sejam (i) teleológica, onde o homicídio 
é cometido com o fim de assegurar a execução de outro crime; e a (ii) consequencial, onde o homicídio é 
cometido com a finalidade de assegurar a ocultação ou a vantagem de outro crime já cometido. 
 
6 
 
1.3.1. Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe. Motivo fútil 
Torpe é o motivo objeto que causa repugnância, nojo, sensação de repulsa pelo fato praticado pelo agente. 
É o motivo que contrasta violentamente com o senso ético comum (ex.: homicídio por cobiça, egoísmo, 
prazer de matar. 
A paga é o valor ou qualquer outra vantagem, tenha ou não natureza patrimonial, recebida 
antecipadamente, para que o agente cometa o delito. 
Já na promessa de recompensa, o agente não recebe antecipadamente, mas sim, existe uma promessa de 
pagamento futuro pelo cometimento do delito. 
O inciso II do §2º do art. 121 do CP prevê, também, a qualificadora do motivo fútil. Motivo fútil é aquele 
insignificante, que faz com que o comportamento do agente seja desproporcional do ponto de vista do 
homo medius (ex.: matar o garçom por ter entregue o pedido errado). 
 
1.3.2. Feminicídio 
Feminicídio é o homicídio doloso praticado contra a mulher por “razões da condição de sexo feminino”, 
ou seja, desprezando, menosprezando, desconsiderando a dignidade da vítima por ser mulher, como se 
as pessoas do sexo feminino tivessem menos direitos do que as do sexo masculino. 
A lei pune mais gravemente aquele que mata mulher por razões de gênero. Não basta a vítima ser mulher 
para que exista o crime de feminicídio, é preciso que a morte aconteça pelo simples fato de a vítima ter a 
condição de sexo feminino. 
A mesma lei explica, no novo § 2o‐A do art. 121, o que vem a ser a condição do sexo feminino: 
 
“§ 2º‐A Considera‐se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime 
envolve: 
I – violência doméstica e familiar; 
II – menosprezo ou discriminação à condição de mulher”. 
 
Importante destacar que, mesmo em situação de violência doméstica e familiar (inciso I), explicadas na Lei 
n. 11.340/2006, ainda será necessário que o homicídio seja praticado por razão de gênero. 
Importante destacar que a qualificadora do feminicídio é de natureza subjetiva, ou seja, está relacionada 
com a esfera interna do agente 
 
Obs¹: trata‐se de circunstância de caráter pessoal, logo, não se comunica com eventual coautor do 
crime (art. 30 do CP); 
Obs²: não existirá feminicídio privilegiado, pois só se admite crime de homicídio qualificado‐privilegiado 
quando a qualificadora for de natureza objetiva. 
 
7 
 
O feminicídio trouxe três causas de aumento de pena especificas para ele (art. 121, § 7º, do CP): 
“§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for 
praticado: I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; 
II – contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com 
deficiência; 
III – na presença de descendente ou de ascendente da vítima” 
 
1.3.2.1. Causas de aumento de pena para o feminicídio 
 § 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for 
praticado: 
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; 
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com 
deficiência; 
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. 
 
Para que possa incidir a majorante na hipótese do inciso I, faz-se necessário que o agente conheça 
previamente a situação da vítima, ou seja, que ele tenha conhecimento que a vítima encontrava-se gravida 
ou que havia ocorrido seu parto há 3 meses. 
No cenário de o agente ter ciência do estado da vitima e mesmo assim prosseguir com o feminicídio há 
de se observar algumas hipóteses: 
a) A mulher e o feto sobrevivem: o agente devera responder pela tentativa de feminicídio e pela tentativa 
de aborto 
b) A mulher e o feto morrem: o agente deverá responder pelo feminicídio consumado e pelo aborto 
consumado 
c) A mulher morre e o feto sobrevive: o agente responderá por feminicídio consumado em concurso com 
uma tentativa de aborto 
d) A mulher sobrevive e o feto morre: o agente respondera pela feminicídio tentado em concurso com 
aborto consumado 
Nos incisos II e III também faz-se necessário que ao gente tenha conhecimento da situação no momento 
da pratica do delito. 
 
1.4. Competência para o julgamento do homicídio doloso 
O inciso XXXVIII do art. 5º da CF diz: 
 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, 
assegurados: 
8 
 
(...) 
d) a competência para o julgamentodos crimes dolosos contra a vida; 
Com isso, o tribunal do júri é competência para julgar os crimes dolosos contra a vida, destacando-se 
dentre eles o homicídio, em todas suas modalidades – simples, privilegiada e qualificada. 
Importante ressaltar que, o crime de latrocínio não é julgado pelo Tribunal do júri, ainda que o homicídio 
tenha sido doloso, tendo em vista tratar-se de crime contra o patrimônio e não contra a pessoa (vide 
súmula 603 STF) 
 
1.5. Hipóteses de aumento de pena (art. 121 §4º CP) 
O paragrafo 4º do art. 121 do CP prevê o aumento de 1/3 da pena nas seguintes hipóteses: 
 
Homicídio culposo: 
a) Se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou oficio: aqui a majorante só 
poderá incidir nos casos que disserem respeito às condutas praticadas mediante imperícia; 
b) Se o agente deixa de prestar socorro imediato à vítima, não procura diminuir as consequências do seu 
ato, ou foge para evitar a prisão em flagrante: neste último – fugir para evitar prisão em flagrante – se 
a vida do agente corre perigo, como no caso de linchamentos, não pode se exigir do agente que 
permaneça no local. 
Homicídio doloso: 
a) Se o crime é cometido contra pessoa menor de 14 anos ou maior de 60 anos: quando se tratar de 
feminicídio contra menor de 14 ou maior de 60 deverá ser aplicado a majorante do §7º do art. 121, 
levando em consideração a especialidade 
 
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta 
de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de 
prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, 
ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada 
de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior 
de 60 (sessenta) anos 
 
1.6. Perdão judicial (art. 121 §5 CP) 
Inicialmente, é preciso destacar que o perdão judicial não se dirige a toda e qualquer infração penal, mas 
sim, àquelas previamente determinadas pela lei, como é o caso do homicídio culposo, vide §5º do art. 121. 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as 
consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção 
penal se torne desnecessária. 
9 
 
A natureza jurídica da sentença que concede perdão judicial foi definida pela sumula nº 18 do STJ, a qual 
a declarou declaratória da extinção da punibilidade: 
 
A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não 
subsistindo qualquer efeito condenatório. 
 
1.7. Pena e ação penal e homicídio qualificado privilegiado. 
 
 
Homicídio simples 
 
 
Homicídio qualificado 
 
Homicídio culposo 
 
Reclusão de 6 a 20 anos 
 
 
Reclusão de 12 a 30 anos 
 
Detenção de 1 a 3 anos 
 
*Admite sursis 
A ação penal para o crime de homicídio, seja ele doloso ou culposo, é de iniciativa publica 
incondicionada. 
 
Obs: É possível falar da figura do homicídio qualificado privilegiado, mas, é indispensável que as 
qualificadoras sejam de natureza OBJETIVA (art. 121, §2º, III e IV). 
 
Vale lembrar que as privilegiadoras são todas subjetivas, posto que se relacionam com o motivo do 
crime ou com o estado anímico do agente. 
 
No entanto, as qualificadoras podem ser subjetivas ou objetivas. Para que se possa falar em homicídio 
qualificado privilegiado, como se vê, é necessário que a qualificadora seja objetiva, para assim, haver 
compatibilidade com a privilegiadora subjetiva. 
 
Existe uma segunda corrente que diz não ser possível haver tal instituto, sustentando a compreensão 
geográfica do artigo de forma errada. 
 
 
1.8. A presença de mais de uma qualificadora 
O STJ vem decidindo reiteradamente no sentido de que havendo mais de uma circunstancia qualificadora 
reconhecida no decreto condenatório, apenas uma deve formas o tipo qualificado, enquanto as outras 
devem ser consideradas circunstancias agravantes quando expressamente previstas como tais ou como 
circunstancias judiciais desfavoráveis de forma residual (STJ HC 143.149/SP)

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