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G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O TÓPICO 1 – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS E GESTÃO EMPRESARIAL TÓPICO 2 – NEGÓGIOS ELETRôNICOS TÓPICO 3 – APLICAÇÕES PARA O COMÉRCIO ELETRôNICO E MÓVEL PLANO DE ESTUDOS Esta unidade está dividida em três tópicos, sendo que, ao final de cada um deles, você encontrará atividades que o(a) auxiliarão na apropriação dos conhecimentos. UNIDADE 3 GESTÃO DE TECNOLOGIA, INFORMAÇÃO E NEGÓCIOS ELETRôNICOS ObjETIVOS DE APRENDIzAGEM A partir desta unidade, você será capaz de: ● diferenciar as formas de comércio eletrônico; ● identificar as metodologias de implementação da tecnologia da informação como diferencial para organização. G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O UNIDADE 3 TÓPICO 1 127 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O A adoção de novas tecnologias pelas organizações é uma consequência direta do processo de adaptação e/antecipação a determinados problemas e necessidades, decorrentes do processo de mudança organizacional. Isto traz a necessidade das organizações buscarem permanentemente mecanismos específicos para a adoção da inovação, que deverão repercutir na agregação de valor e incorporação de benefícios nos seus produtos e serviços. A adoção de novas tecnologias deve partir de um efetivo conhecimento dos anseios, necessidades e interesses dos seus atuais e potenciais clientes, sendo esta uma condição vital para a obtenção e manutenção da competitividade. Para Tornatzky e Fleischer (1990) a adoção de novas tecnologias representa um processo típico de inovação, e para isto é necessário fazer uma análise apurada da situação, que pode ser obtida através de uma perfeita identificação das diversas variáveis envolvidas, suas interações e implicações, assim como, pela definição de quais os critérios e estratégias para a adoção. FONTE: Adaptado de: <dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/4014149.pdf>. Acesso em: 9 out. 2012. As aplicações da tecnologia da informação resultam em transformação nos negócios. Por isso, é considerada uma ferramenta para o desenvolvimento de várias áreas de conhecimento. O efeito da globalização introduziu nas organizações preocupações de como superar a distância entre os países, rompendo fronteiras físicas existentes, aproximando culturas e gerando negócios. Essa característica é importante para as organizações que têm como objetivo a ampliação de seus mercados. Muitas vezes para atingir outros mercados é preciso adequar os produtos ou serviços a novas realidades, ou seja, a regionalização do produto. A globalização impõe um dinamismo aos processos de negócio, uma vez que pequenas SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS E GESTÃO EMPRESARIAL 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 1 UNIDADE 3 UNIDADE 3TÓPICO 1128 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O flutuações da economia em qualquer parte do mundo podem afetar outro país. Esse quadro de interdependência econômica traz à organização a necessidade de obter mais informações desse mercado antes de uma tomada de decisão. Para isso, a organização precisa manipular grande quantidade de informações para definição de um bom planejamento estratégico e operacional. Essas necessidades podem ser supridas com ferramentas de tecnologia para controlar de maneira eficaz todas as informações internas e externas da organização. Deste modo, a organização busca a eficiência e a eficácia dos negócios. UNI Eficiência é definida como parâmetros que possam medir a capacidade da organização à resolução de problemas com base nas informações geradas pelo seu sistema. A capacidade que uma organização possui para resolver suas pressões pode ser avaliada pela eficiência empresarial. Já eficácia 2 TENDÊNCIAS EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Laudon e Laudon (2001) apresentam uma classificação feita por meio do nível hierárquico a que os sistemas de informação dão suporte: operacional, gerencial ou estratégico. De acordo com essa classificação, os sistemas que atendem às necessidades operacionais são denominados sistemas de processamento transacional (SPT). Os SPT estão ligados às transações e operações do dia a dia que dão suporte aos negócios da empresa, tais como entrada de pedidos de vendas, emissão de notas fiscais, liberação de crédito, requisições de materiais e lançamentos de produção. São sistemas altamente estruturados, pois tanto os dados que entram no sistema, como as regras pelas quais serão processados, são previamente conhecidas. Duas características dos TPS se destacam: eles são a base de fornecimento de informação para os demais sistemas, e são chamados de sistemas de missão-crítica, pois uma interrupção em seu funcionamento pode prejudicar a operação da empresa. No nível gerencial das empresas estão as atividades realizadas pelas gerências médias relacionadas à monitoração e ao controle das atividades realizadas no nível operacional. Podem-se apresentar dois tipos de sistemas desenhados para dar suporte a estas atividades: os sistemas de informações gerenciais (SIG) e os sistemas de apoio à decisão (SAD, ou UNIDADE 3 TÓPICO 1 129 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O DSS – Decision Support Systems). Os SIG fornecem resumos das transações operacionais realizadas nos SPT, permitindo aos gerentes acompanhar o seu andamento e comparar o seu desempenho com padrões estabelecidos ou com o comportamento do mês ao ano anterior. Os DSS dão suporte a decisões menos rotineiras e estruturadas, mais dificilmente conhecidas de antemão. Eles incluem ferramentas analíticas mais avançadas, tais como simulação de cenários e a possibilidade de incluir filtros e reordenar as informações apresentadas. No nível estratégico, as decisões são bem menos estruturadas e referem-se ao posicionamento da organização frente a mudanças em seu ambiente e ao planejamento das consequências internas deste posicionamento. Laudon e Laudon (2001) os classificam como sistemas de apoio aos executivos (ESS – Executive Support Systems). Além dos três níveis da clássica divisão da empresa (operacional, tático e estratégico), os autores consideram ainda uma camada adicional entre o nível operacional e o tático, denominada nível de conhecimento (knowledge level) em que estariam engenheiros, advogados, cientistas, analistas de marketing, analistas financeiros e de controladoria, cujo trabalho consiste principalmente na criação de novas informações e de conhecimento. Nesse nível atuam sistemas que auxiliam no processo de criação da informação, tais como sistemas de automação de engenharia (CAD/CAM – computer-aided design / computer-aided manufacturing), ou ainda sistemas de automação de escritórios. FONTE: Adaptado de: <http://www.cyta.com.ar/ta0404/v4n4a1.htm>. Acesso em: 9 out. 2012. Portanto, as aplicações dos sistemas de informação em organizações têm sido amplamente utilizadas pelos gerentes. No quadro a seguir, você pode visualizar estas alterações: UNI Você sabia que a Natura regionalizou os produtos para conquistar os consumidores? Atualmente, a Natura é a maior fabricante brasileira de cosméticos e produtos de higiene e beleza e líder no setor de venda direta. Criada em 1969, a partir de um laboratório e uma pequena loja em São Paulo, hoje a empresa possui cerca de 5,7 mil colaboradores e registrou no ano de 2008, receita bruta de R$ 4,9 bilhões, um crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. O lucro líquido foi de R$ 542,2 milhões. A Natura está presente no Brasil, Argentina, Peru, Chile, México, Colômbia e França – ondemantém uma loja e um centro-satélite de pesquisa e tecnologia. Na Bolívia, Guatemala, El Salvador e Honduras atua por meio de empresa distribuidora. Sua força de vendas é formada por mais de 1 milhão de consultoras, sendo 870 mil no Brasil e mais de 160 mil no exterior. FONTE: Disponível em: Acesso em: <http://www.olhardireto. com.br/noticias/exibir.asp?id=125309>. Acesso em: 8 out. 2012. UNIDADE 3TÓPICO 1130 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O FONTE: Adaptado de O’Brien (2004) 3 SISTEMAS ESPECIALISTAS Os sistemas especialistas são aplicações de software relativamente recentes que buscam capturar conhecimento em domínios limitados do saber e experiências humanas, aplicando esse conhecimento na solução de problemas. Em outras palavras, são sistemas que tentam substituir os especialistas. UNIDADE 3 TÓPICO 1 131 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O A atenção da mídia talvez tenha se focalizado mais em sistemas especialistas do que qualquer outro membro de técnicas de inteligência artificial. Em parte, isso ocorre porque os sistemas especialistas podem auxiliar a tomada de decisões de gerentes e profissionais quando há pouca disponibilidade de conhecimentos, ou quando estes são dispendiosos. Os sistemas especialistas possuem várias características, sendo elas: • Explicar seu raciocínio: uma característica é a capacidade para explicar como e o porquê de uma decisão ou solução. Portanto, o sistema especialista pode explicar o raciocínio por trás de uma aprovação de empréstimo. • Exibir um comportamento inteligente: um sistema especialista pode propor novas ideias e abordagens para resolução de problemas. • Delinear conclusões de relacionamentos complexos: os sistemas especialistas podem avaliar relacionamentos complexos para concluir e solucionar problemas. • Fornecer conhecimento portátil: os sistemas especialistas detêm a capacidade de capturar a perícia humana. • Lidar com incertezas: lidar com o conhecimento incompleto ou impreciso, levando em consideração a probabilidade e estatística. Entretanto, os sistemas especialistas possuem limitações quanto à sua utilização, sendo elas: • Dificuldade de uso: os sistemas especialistas não são adotados por muitas organizações de forma ampla, ou não são testados em ambientes organizacionais. • Dificuldade de utilização: o desafio é torná-lo mais fácil para que os tomadores de decisão com experiência limitada em programação de computadores possam utilizar os sistemas especialistas. • Restrição a problemas simples: alguns sistemas especialistas executam somente problemas simples, ou os problemas solucionados não são aplicáveis nas organizações. Um exemplo simples, um sistema especialista, projeto para testar a viabilidade de uma peça, é incapaz de auxiliar em decisões sobre qual é o problema da sua inviabilidade. • Dificuldade de lidar com rapidez do conhecimento mesclado: os sistemas especialistas não podem lidar com uma base de conhecimento cuja apresentação se mostre misturada, por exemplo: em regras e casos. • Possibilidade de erro: a fonte primária de conhecimento do sistema especialista é o programador, então se esse conhecimento for incorreto ou incompleto, afetará negativamente o sistema. • Dificuldade de refinar a sua própria base de conhecimento: os sistemas especialistas não são capazes de adquirir conhecimento diretamente. Já que um programador precisa fornecer informações para que o sistema aprenda com a experiência. • Dificuldade de manutenção: alguns sistemas especialistas não respondem ou não se adaptam às mudanças de condições, ou seja, a adição de um novo conhecimento exige sofisticadas UNIDADE 3TÓPICO 1132 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O habilidades de programação. Os sistemas especialistas no futuro deverão ser mais fáceis de manter e atualizar. • Manutenção de altos custos: o desenvolvimento de um sistema especialista pode ser oneroso quando se usa abordagens e linguagens de programação tradicionais. A redução destes custos pode ser significativamente reduzida com o uso de um software para desenvolvimento. Uma maneira de solucionar os problemas de utilização frente a situações problemáticas citadas acima é por meio da identificação de critérios da situação para adequar o sistema especialista, sendo eles: • Domínio: o domínio, ou área temática, do problema é relativamente pequeno e limitado a uma área problema bem definido. • Know how: as soluções para os problemas exigem os esforços de um especialista. • Complexidade: a solução de um problema é uma tarefa complexa que exige processamento lógico de inferências, que não seria muito bem controlado pelo processamento convencional de informações. • Estrutura: o processo de solução deve ser capaz de lidar com dados mal estruturados imprecisos, deficientes e conflitantes e com uma situação problema que muda com o passar do tempo. • Disponibilidade: existe especialista que é articulador e cooperador e que tem o apoio da administração e usuários finais envolvidos no desenvolvimento do sistema proposto. 4 SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO EMPRESARIAL Segundo Hicks (1997), o Sistema Integrado de Gestão Empresarial (ERP - Enterprise Resource Planning) é uma arquitetura de software que facilita o fluxo de informação entre todas as funções dentro de uma organização, tais como logística, finanças e recursos humanos. O objetivo do ERP é eliminar interfaces complexas entre sistemas em um mesmo ambiente. Com isso, elimina-se a redundância de informações, já que todos os usuários analisam uma única fonte de dados. O banco de dados único integra os dados que a organização manuseia e mantém, interagindo com todas as aplicações no sistema. Isto faz com que não haja repetições de tarefas. A tomada de decisão é mais facilitada devido ao banco de dados comum. A aceitação desse sistema requer a elaboração do mapa de processos da empresa para avaliar se pode ocorrer alteração, modernização ou somente a manutenção. A figura a seguir apresenta os aspectos relevantes para implantação de um Sistema Integrado de Gestão Empresarial. UNIDADE 3 TÓPICO 1 133 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O FIGURA 29 – ASPECTOS RELEVANTES AO SUCESSO NA IMPLANTAÇÃO SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO EMPRESARIAL FONTE: MENDES, Escrivão Filho (2002). Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/gp/v9n3/14570. pdf>. Acesso em: 8 out. 2012. A implantação de novas tecnologias nas organizações envolve um grande conjunto de variáveis intra e extraorganizacionais, que mantém uma forte relação de interdependência. Para que se estude o processo de implantação de novas tecnologias com um enfoque direcionado para a organização, deve-se considerar, além disso, as questões tecnológicas, sobretudo no que se refere aos avanços tecnológicos surgidos na(s) áreas de atuação da empresa e as possibilidades de serem utilizadas pelas mesmas, seja através da aquisição, da adaptação ou da imitação, entre outras alternativas. Boog (1991) considera que as principais variáveis a serem observadas quando do processo de mudanças organizacionais, dentre as quais as implantações de novas tecnologias, são pessoas, inovação e resultados, criando uma tipologia tridimensional para identificar qual é o posicionamento da empresa quando se consideram concomitantemente as três variáveis. Segundo o autor, a empresa pode ser caracterizada como “inferno organizacional”, “vamos faturar”, “laboratório de cientistas”, “panela de pressão”, “asilo de velhos”, “clube de campo”e 5 IMPLEMENTAÇÃO UNIDADE 3TÓPICO 1134 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O “paraíso”. Na tipologia proposta pelo autor, esta caracterização é modificada em função das diversas situações e condições pelas quais a empresa esteja submetida dentro de seu ciclo de vida, envolvendo cinco fases distintas, passando por três fases: de “pioneira” para a de “diferenciação” e depois para a de integração, tendo dois períodos de transição na passagem das fases anteriores (tipologia proposta por NPI – Neederlands Pedagogish Institut). Em cada uma destas fases, as organizações têm características e práticas de trabalho e gerenciais diferenciadas. Neste sentido, as organizações precisam adotar uma política de desenvolvimento organizacional específica para superar as dificuldades encontradas em cada um das etapas do seu ciclo de vida. Tomando como premissa que a variável pessoas seja a base do processo de mudança organizacional, devemos considerar que duas condições precisam ser atingidas para o alcance dos objetivos na implantação de novas tecnologias. A primeira seria conhecer a relação de interdependência entre os aspectos: • Comportamentos e atitudes das pessoas envolvidas no processo, sobretudo o envolvimento o e comprometimento dos dirigentes maiores da empresa. • Clima organizacional favorável (pessoal motivado, liderança eficaz, relacionamentos interpessoais saudáveis etc.). • Política de recompensas que atendam aos interesses dos envolvidos no processo. Com essa primeira condição alcançada, cria-se um ambiente propício para a inovação, devendo-se ainda considerar uma segunda condição, que envolve os aspectos: • Infraestrutura de suporte à mudança. • Flexibilidade nas estratégias de implantação. • Mecanismos de controle em cada fase do processo. As duas condições alcançadas irão propiciar um incremento nos resultados, que pode ser avaliado pela redução de custos, aumento da produtividade e qualidade, por meio da melhoria contínua dos processos de trabalho, podendo resultar em melhoria na satisfação dos seus clientes externos e internos. O processo de implantação de novas tecnologias focado na organização, na verdade, envolve um conjunto de etapas que parte inicialmente da adequação e ajuste do comportamento das pessoas envolvidas às mudanças a serem implementadas, proporcionando um conjunto de melhorias operacionais e melhores condições para definir as estratégias de sobrevivência e crescimento da organização. FONTE: Adaptado de: <dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/4014149.pdf>. Acesso em: 9 out. 2012. A fase inicial para implantação de ERP refere-se ao planejamento do projeto. Nesta etapa são definidos o software, a consultoria e a equipe, bem como, os processos que serão inclusos no ERP. A última etapa de planejamento é o estabelecimento do cronograma. UNIDADE 3 TÓPICO 1 135 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O A figura a seguir relaciona as vantagens com a implantação do ERP. FIGURA 30 – RESULTADOS OBTIDOS NA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO EMPRESARIAL FONTE: MENDES, Escrivão Filho (2002). Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/gp/v9n3/14570. pdf>. Acesso em: 8 out. 2012. A presença das tecnologias de informação na organização facilita a implantação das soluções modernas que facilita competir no mundo globalizado. Batista (2006 apud ALBERTIN, 2008) explica que isso se dá por meio da integração nos sistemas ERP e CRM, proporcionando a fidelização de clientes, a otimização de alocação de recursos, o aumento de vendas cruzadas e casadas e a melhoria de qualidade de produtos e serviços prestados. 6 CRM (CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT) Com aumento da concorrência no mercado globalizado, podemos afirmar que existe uma valorização, por parte das organizações, do que Kotler (2000) define como “processo de desenvolvimento de cliente”, ou em outras palavras, Marketing de Relacionamento com Cliente. UNIDADE 3TÓPICO 1136 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O Baseado disto, CRM (CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT), que quer dizer gestão do relacionamento com o cliente, que se torna cada vez mais necessário para a evolução de empresas no mercado competitivo. Inicialmente é importante saber que CRM não é um produto ou software, ele é uma estratégia que envolve toda a organização com o objetivo de atender bem aos clientes, trazendo maiores lucros. Se uma organização estiver procurando afinar todos os pontos de contato com a marca, integrando pessoas, processos e tecnologia do ponto de vista do cliente, resultando em valor de longo prazo para a marca, para a lealdade do cliente e rentabilidade, então se pode ter certeza de que ela está entendendo o que significa CRM. (LOBO, 2002). Para Plata, (2003) o gerenciamento do relacionamento com o cliente é uma estratégia cujo propósito é transformar os processos de negócios para conservar e conseguir mais clientes. Do outro lado, Swift (2001, p. 38) aborda o conceito como uma “ferramenta administrativa para entender e influenciar o comportamento dos clientes, por meio de comunicações significativas para melhorar além da retenção, as compras, lealdade e a lucratividade”. Thompson (apud GREENBERG, 2001) aborda o CRM como um método “para selecionar e administrar os clientes, buscando otimizar o valor a longo prazo”. E, ainda, complementa dizendo que “CRM requer uma filosofia e cultura empresariais centradas no cliente para dar suporte aos processos eficazes de marketing, vendas e serviços”. 6.1 BENEFÍCIOS DO CRM Os clientes não são tratados como fontes de receitas, mas como ativos a longo prazo que precisam ser nutridos por meio do gerenciamento das relações com clientes. O gerenciamento das relações com clientes (CRM) enfoca o gerenciamento de todos os modos como uma empresa trata seus clientes existentes e seus potenciais clientes novos. CRM tem vários benefícios para a organização (figura a seguir), mas duas principais e mais importantes vantagens são: a) Deixa o cliente mais satisfeito. Isto é consequência da atenção oferecida para o cliente, aumentando lealdade e confiança. b) Diminuir os custos, pois os esforços são mais direcionados para a necessidade do cliente, o que melhora muito a alocação dos recursos e a eficiência da empresa. c) Ajuda ao pessoal de vendas para fechar negócio com maior rapidez. d) Simplifica os processos de marketing e vendas. UNIDADE 3 TÓPICO 1 137 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O FIGURA 31 – BENEFÍCIOS DAS RELAÇÕES COM OS CLIENTES POR MEIO DO CRM FONTE: Adaptado de Laudon e Laudon (2004, p. 54) O investimento em software de CRM não vai produzir automaticamente melhores informações sobre os clientes. Muitos sistemas de gerenciamento das relações com clientes não atingem de maneira integral os objetivos. Esses sistemas requerem alterações nos processos de vendas, marketing e no atendimento ao cliente para incentivar o compartilhamento de informações pelos clientes, apoio de alta gerência e uma ideia real dos benefícios que podem ser alcançados com a consolidação dos dados dos clientes. Portanto, uma empresa sem entender o impacto do CRM, não será capaz de perceber se as suas práticas de CRM estão contribuindo para o sucesso. UNIDADE 3TÓPICO 1138 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O 6.2 EVOLUÇÃO DO CRM A evolução sobre o CRM foi extraída da Revista Marketing Direto (Especial data Base/ CRM, 2004, p. 14): Como ponto de partida, em 1890, Herman Hollerith,um americano de origem alemã, desenvolveu uma máquina para aumentar a produtividade da tabulação dos dados coletados pelo censo americano daquela década. Este equipamento talvez tenha sido o embrião do processo de armazenamento e manipulação de dados em cartões perfurados. Nesta mesma década, um italiano conhecido pelo nome de Vilfredo Pareto, economista e sociólogo político, trabalhava em estudos de concentração de renda da população do seu país. Nascia aí a curva de Pareto, aplicada até hoje nas mais diversas áreas de negócio. Fato que demonstra a importância do uso de conceitos e métodos pelo homem, ao longo da sua história, independente do suporte tecnológico disponível. Já na virada do século XIX, esta estória ganha como pano de fundo o mercado americano. Responsável por boa parte da evolução da tecnologia no mundo e certamente pela concepção da disciplina mercadológica. Ilustrando a força do desenvolvimento das práticas comerciais exercidas naquele mercado, o negócio de Richard Sears – sim, o fundador da Sears – já era uma grande operação varejista no início do século XX, que tinha nascido e crescido depois que ele, alguns anos antes, ainda como ferroviário no Estado de Minesota, enxergou uma grande oportunidade de negócio, na oferta a distância de relógios de bolso para os seus companheiros de trabalho. O tal do Marketing Direto, o processo de venda direta de mercadorias e serviços, já ganhava contornos e métodos operacionais desde aquela época, sem até mesmo ser assim chamado. Sem qualquer suporte tecnológico, Sears já mantinha, em meio físico, uma base de dados dos seus clientes para a oferta do seu mix de produtos. Vale dizer que, apenas em 1931, o faturamento da rede de lojas Sears ultrapassou a sua operação de Marketing Direto. Nos anos vinte, nascia uma empresa que escreveria sua história no mundo do Marketing Direto: a Reader’s Digest. Uma organização que opera essencialmente da venda direta ao consumidor, pelos mais diversos canais e há muito tempo, se tornou um benchmark na área. Plenamente orientada por processos e métodos, em 1942, já gerenciava uma carteira de três milhões de assinantes, com uma tropa de funcionários, organizando fichas de cadastramento em escaninhos de madeira. Na década de 40, sem que o mundo comercial ainda desse conta do fato, e imaginasse aonde isto ia chegar, montado em uma sala, repleta de cabos, plugs e válvulas, operado por técnicos que se locomoviam entre suas partes, abrindo e fechando circuitos, surgia o “Electronic Numerical Integrator And Computer”, o ENIAC. A pedra fundamental da era da computação. UNIDADE 3 TÓPICO 1 139 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O Fazia 14 multiplicações de dez dígitos por segundo, padrão muito lento para as máquinas de hoje, mas muito ágil para a época. Por ter nascido no mundo acadêmico/científico, o computador só veio contribuir efetivamente para o ganho de produtividade nos negócios, décadas mais tarde. A partir dos anos 50 – o pós-guerra – o mercado americano vive por duas décadas, até o início dos anos 70, uma situação favorável, onde a evolução da demanda por bens é maior que a oferta. Portanto nesse período, de modo geral, tudo que é oferecido no mercado, a população norte-americana absorve. No início dos anos 70, essa situação se altera. E a evolução da demanda desacelera. O mercado norte americano começa a dar sinais de saturação. É neste mesmo período de pós-guerra, que estas duas linhas do tempo – a da tecnologia e das práticas comerciais e mercadológicas preparam terreno para se convergirem. Ambas vivenciam um alto grau de desenvolvimento. O tal do marketing se torna uma disciplina acadêmica. Vai ser ensinada nas universidades. Livros e seminários se multiplicam de leste a oeste. E diversos teóricos e consultores se debruçam sobre o tema. Peter Drucker, no topo da lista da “turma”, cunha a seguinte frase: “O mercado é definido pela demanda, e não pela oferta”. O grau de competitividade entre as empresas cresce rapidamente. Pelo lado da tecnologia, a IBM introduz o System 360, a primeira grande família de computadores a utilizar softwares intercambiáveis e equipamentos periféricos. O Advanced Research Project Agency (ARPA) do Departamento de Defesa dos Estados Unidos tira a internet (ainda não era assim chamada) do papel e gera uma pequena network (ARPANET) com o objetivo de promover a troca de dados entre pesquisadores e cientistas do mundo acadêmico. O Material Requirement Planning – o MRP – é concebido como a primeira solução de gestão integrada de dados, para o planejamento do uso racional de materiais, em ambiente de produção. O que seria o embrião das atuais soluções de ERP. Surge a Intel com o primeiro microprocessador. O genérico “chip”, que abriria as portas para a disseminação dos microcomputadores, a partir dos anos 80. É desta década em diante, que três fatores criam uma situação de mercado, muito favorável para o resgate do relacionamento com os clientes, de forma personalizada, como era exercitado pelo dono da mercearia e continua sendo em determinadas circunstâncias, ainda que numa sociedade vivendo um modelo pleno de mercado de massa. São estes: mercado competitivo e concorrência acirrada, aonde cada vez mais se percebe a importância de se preservar clientes, uma vez que é mais difícil conquistar novos clientes. A tecnologia, em franca queda de valores, prestes a se multiplicar nas empresas e nos lares norte americanos. E toda a experiência acumulada pela formulação e prática da teoria mercadológica, especialmente nos mais de cem anos de Marketing Direto – alicerce para boa parte dos modelos de segmentação de bases de clientes – praticada por um bom tempo, sem qualquer tipo de ferramenta tecnológica. Apenas conceitos e métodos, rodando sobre processos. São estes três fatores que permitem que Robert Shaw, um consultor de marketing, nos meados dos anos 80, desenvolva em livro um novo tema: database marketing. Tendência irreversível, fundada no tempo em bases sólidas, da estratégia mercadológica concebida e operada com o suporte de uma base de dados. E assim abre-se caminho para mais uma onda de rápido UNIDADE 3TÓPICO 1140 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O desenvolvimento da disciplina mercadológica, baseada em variações sobre o tema. Citando apenas duas das mais conhecidas: Relationship Marketing e One-to-One Marketing. Variações que mais colocaram lenha na fogueira do mercado editorial e de seminários e congressos de marketing, do que qualquer outra coisa. Na essência todas buscam – ou deveriam buscar – o mesmo objetivo. Rentabilizar a carteira de clientes, identificando segmentos que devam ser tratados de forma diferenciada. Estamos nos anos 90, a internet já é uma realidade. Pelo seu alto grau de interatividade, se tornou o canal-ícone do processo de relacionamento com os clientes. Apesar das operações comerciais mais bem sucedidas optarem pelo modelo multicanal. A indústria da tecnologia – ainda que de olho grande no bug do milênio, pela certeza de geração de negócios que ele vai proporcionar – trabalha no desenvolvimento de uma solução de gestão integrada, de todos os processos da organização. O ERP. Novo milênio e o bug se foi. O mercado de tecnologia pós-bolha, ainda aposta suas fichas na internet – agora crescendo de forma sustentada – e na evolução do ERP. E um dos caminhos naturais para o seu crescimento é preservar o seu conceito básico – isto é, gestão integrada – e empacotá-lo com uma nova cara. Que tal CRM? Perguntou algum profissional de marketing de alguma grande organização de tecnologia, em alguma reunião de brainstorm, numa tarde chuvosade sexta-feira. Ironia do destino, que ilustra o alto grau de convergência entre essas duas linhas do tempo. Assim, o short name para o tão famoso Customer Relationship Management estava grafado. Pelo visto... gostaram. Caiu na boca do povo. Só se esqueceram de dizer que, para que toda essa parafernália tecnológica realmente gere resultados, uma boa dose dos bons e velhos conceitos e métodos do passado, azeitados por processos – para garantir efetividade num assunto tão multidisciplinar como esse – é mais do que necessário. É determinante para o seu sucesso. Mas pelo visto, essa estória ainda vai dar muito pano pra manga, pois na realidade, é disto que vive o mercado. FONTE: PACHECO, Sergio. Disponível em: <http://www.abemd.org.br/Revista/pdf_revistas/ dezembro_04.pdf>. Acesso em: 8 out. 2012. 6.3 MÉTRICAS DO CRM As métricas de CRM contribuem para monitorar e acompanhar o desempenho das organizações. Uma regra para os gerentes é medir e monitorar mais de sete chaves métricas de CRM. No quadro a seguir, você pode observar as métricas mais usuais. UNIDADE 3 TÓPICO 1 141 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O QUADRO 9 – METRICAS DE VENDAS MÉTRICA DE VENDAS • Número de clientes em potencial • Número de novos clientes • Número de clientes retidos • Número de perspectivas de vendas abertas • Número de chamadas de vendas • Quantidade de novas receitas • Quantidade de receitas decorrentes • Número de propostas apresentadas MÉTRICA DE ATENDIMENTO • Casos fechados no mesmo dia • Número de casos tratados pelo agente • Número de chamadas de atendimento • Número médio de resolução • Número médio de atendimentos por dia • Percentagem de renovações de serviço • Nível de satisfação dos clientes MÉTRICAS DE MARKETING • Números de campanhas de marketing • Novas taxas de retenção de clientes • Número de respostas por campanha de marketing • Receita gerada pela campanha de marketing • Número de novos clientes adquiridos pela campanha de marketing • Número de novas perspectivas de vendas por produto FONTE: Adaptado de BALTZAN, Phillips (2012, p. 229) As metas de negócios são direcionadas ao cliente, de modo que se possa quantificar de que maneira a iniciativa de CRM aumentará a receita de clientes ou reduzirá os custos de aquisição ou prestação de serviços aos clientes. Desta forma, a figura a seguir apresenta um modelo da seguinte situação: se sua meta for aumentar rendas acrescentando novos clientes lucrativos à sua base de clientes, o cálculo do benefício será o número de clientes novos, multiplicado pelo valor anual de um cliente. UNIDADE 3TÓPICO 1142 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O FIGURA 32 – EXEMPLO DE FÓRMULAS PARA CÁLCULOS DE BENEFÍCIOS DE CRM FONTE: BAND (2007 apud ALBERTIN, 2008) Para obter o máximo de suas métricas de CRM: Defina as métricas de CRM no início no projeto: O monitoramento do valor das iniciativas de CRM é um processo complexo, a menos que as métricas sejam estabelecidas logo no início. Um fabricante global e varejista que adotou a ferramenta de CRM para aumentar as vendas e a capacidade de comercialização não foi bem-sucedido devido à falta de métricas apropriadas. Dois anos depois de implementar a ferramenta, os gerentes não foram capazes de demonstrar aos altos executivos da empresa quaisquer “benefícios” obtidos com a implementação da solução. A equipe de projeto admitiu não ter definido, no início do projeto, as métricas específicas dos negócios que pretendia aprimorar. Caso o tivessem feito, eles não precisariam chegar à posição de justificar o novo investimento em CRM. Avalie o que é importante para os clientes. Muitas empresas gastam dinheiro indevidamente (ou aborrecem os clientes constantemente) porque nunca se dão ao luxo de perguntar no que isso ajudaria seus clientes. É possível utilizar questionários do cliente ou adicionar opções de preferência do cliente mais detalhadas para permitir aos clientes especificar o que eles gostam e o que não gostam como gostariam de ser contatados e o que é mais importante para eles. Comece realizando uma pesquisa individual ou com grupos de UNIDADE 3 TÓPICO 1 143 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O direcionamento para avaliar as questões cruciais e automatize os resultados para obter um maior feedback e validação. Use métricas para orientar os funcionários. As métricas adequadas permitem aos funcionários ter uma visão do "sucesso". Uma empresa de telecomunicações utiliza cinco métricas principais para os representantes de serviço: número de chamadas recorrentes, número de tópicos discutidos por contato, tempo de espera, tempo de chamada e satisfação do cliente. Os representantes são auxiliados por uma plataforma de tecnologia de gestão de clientes que permite que eles respondam a consultas e solicitações dos clientes. Medidas claras permitem saber como eles estão se saindo. FONTE: Disponível em: <http://www.salesforce.com/br/assets/pdf/analysts/The_Right_CRM_Metrics_ For_Your_Organization_PT_br.pdf>. Acesso em: 8 out. 2012. 6.4 TENDÊNCIAS DO CRM As organizações estão descobrindo as vantagens do CRM. Então, vamos entender algumas destas áreas emergentes: • Gestão de relacionamento com o fornecedor (SRM - SUPPLY RELATIONSHIP MANAGEMENT): se caracteriza em manter os fornecedores satisfeitos mediante avaliação e categorização dos fornecedores de diferentes projetos, o que otimiza sua seleção. Os aplicativos SRM auxiliam as organizações a analisarem os fornecedores com base em uma série de variáveis, tais como: estratégia, objetivos de negócios, preços e mercados. Desta forma, a organização pode determinar o melhor fornecedor e desenvolver um relacionamento forte com ele. Os parceiros podem trabalhar de modo conjunto para agilizar os processos, terceirizar os serviços e fornecer produtos que não poderiam fornecer individualmente (figura a seguir). UNIDADE 3TÓPICO 1144 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O FIGURA 33 – EXEMPLO DE APLICAÇÃO SRM FONTE: Disponível em: <http://www.tibra.com.br/Site/segmento/distribuicao>. Acesso em: 9 set. 2012. • Gestão de relacionamento com o parceiro (PRM – PARTNER RELATIONSHIP MANAGEMENT): tem como objetivo manter os vendedores satisfeitos mediante o gerenciamento do relacionamento entre parceiros e os revendedores que oferecem o canal de vendas ideal aos clientes. A estratégia de negócios PRM é selecionar e gerenciar parceiros para otimizar o valor em longo prazo. Isso significa selecionar os parceiros certos, trabalhando com eles para ajudá-los a ter sucesso. Deste modo, as funcionalidades de uma aplicação PRM incluem informações sobre a disponibilidade do produto em tempo real, materiais de marketing, contratos, detalhes do pedido e informações de preços, estoque e remessa. • Gestão de relacionamento com o funcionário (ERM – EMPLOYEE RELATIONSHIP MANAGEMENT): oferece aos funcionários um subconjunto de aplicativos de CRM disponíveis via navegador WEB. Muitos aplicativos de CRM auxiliam o funcionário a lidar com clientes, fornecendo informações detalhadas sobre os produtos da empresa, serviços e pedidos de clientes (figura a seguir). UNIDADE 3 TÓPICO 1 145 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O FIGURA 34 – EXEMPLO DE APLICAÇÃO ERM FONTE: Disponível em: <http://www1.serpro.gov.br/publicacoes/gco_site/m_capitulo06.htm>. Acesso em: 9 de set. 2012. UNIDADE 3TÓPICO 1146 G E S T Ã O D A T E C N O LO G I A D A I N F O R M A Ç Ã O Neste tópico, você viu que: • A globalização impõe um dinamismo aos processos de negócio, uma vez que pequenas flutuações da economia em qualquer parte do mundo podem afetar outro país. • As necessidades podem ser supridas com ferramentas de tecnologia para controlar de maneira eficaz todas as informações internas e externas da organização. • Eficiência é definida como parâmetros que possam medir a capacidade da organização à resolução de problemas com base nas informações geradas pelo seu sistema. • A eficácia é a capacidade da organização de responder às pressões externas do seu ambiente. • Os sistemas especialistas são aplicações de software relativamente recentes que buscam capturar conhecimento em domínios limitados do saber e experiência humana, aplicando esse conhecimento na solução de problemas. • Os sistemas especialistas possuem várias características, sendo elas: explicar seu raciocínio; exibir um comportamento inteligente; delinear conclusões de relacionamentos complexos; fornecer conhecimento portátil; lidar com incertezas. • Os sistemas especialistas possuem limitações quanto à sua utilização, sendo elas: dificuldade de uso; dificuldade de utilização; restrição a problemas simples; dificuldade lidar com rapidez do conhecimento mesclado; possibilidade de erro; dificuldade de refinar a sua própria base de conhecimento; dificuldade de manutenção; manutenção de altos custos. • Domínio: o domínio, ou área temática, do problema é relativamente pequeno e limitado a uma área problema bem definido. • Know how: as soluções para os problemas exigem os esforços de um especialista. • Complexidade: a solução de um problema é uma tarefa complexa que exige processamento lógico de inferências. • Estrutura: o processo de solução deve ser capaz de lidar com dados mal estruturados imprecisos, deficientes e conflitantes e com uma situação problema que muda com o passar do tempo. • Disponibilidade: existe especialista que é articulador e cooperador e que tem o apoio da administração e usuários finais envolvidos no desenvolvimento do sistema proposto. • O Sistema Integrado de Gestão Empresarial (ERP - Enterprise Resource Planning) é uma arquitetura de software que facilita o fluxo de informação entre todas as funções dentro de uma organização, tais como logística, finanças e recursos humanos. • O objetivo do ERP é eliminar interfaces complexas entre sistemas em um mesmo ambiente. Com isso, elimina-se a redundância de informações, já que todos os usuários analisam uma única fonte de dados. O banco de dados único integra os dados que a organização RESUMO DO TÓPICO 1 UNIDADE 3 TÓPICO 1 147 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O manuseia e mantém, interagindo com todas as aplicações no sistema. Isto faz com que não haja repetições de tarefas. A tomada de decisão é mais facilitada devido ao banco de dados comum. • A fase inicial para implantação de ERP refere-se ao planejamento do projeto. Nesta etapa são definidos o software, a consultoria e a equipe, bem como, os processos que serão inclusos no ERP. A última etapa de planejamento é o estabelecimento do cronograma. • A implantação de novas tecnologias nas organizações envolve um grande conjunto de variáveis intra e extraorganizacionais, que mantém uma forte relação de interdependência. • Boog (1991) considera que as principais variáveis a serem observadas quando do processo de mudanças organizacionais, dentre as quais as implantações de novas tecnologias são pessoas, inovação e resultados, criando uma tipologia tridimensional para identificar qual é o posicionamento da empresa quando se consideram concomitantemente as três variáveis. • O processo de implantação de novas tecnologias focadas na organização envolve um conjunto de etapas que parte inicialmente da adequação e ajuste do comportamento das pessoas envolvidas às mudanças a serem implementadas, proporcionando um conjunto de melhorias operacionais e melhores condições para definir as estratégias de sobrevivência e crescimento da organização. • A presença das tecnologias de informação na organização facilita a implantação das soluções modernas que facilita competir no mundo globalizado. • Com aumento da concorrência no mercado globalizado, podemos afirmar que existe uma valorização, por parte das organizações, do que Kotler (2000) define como “processo de desenvolvimento de cliente”, ou em outras palavras, Marketing de Relacionamento com Cliente. Baseado disto, CRM (Customer Relationship Management), que quer dizer gestão do relacionamento com o Cliente, torna-se cada vez mais necessária para a evolução de empresas no mercado competitivo. • Para Plata (2003), o gerenciamento do relacionamento com o cliente é uma “estratégia cujo propósito é transformar os processos de negócios para conservar e conseguir mais clientes”. • Os clientes não são tratados como fontes de receitas, mas como ativos a longo prazo que precisam ser nutridos por meio do gerenciamento das relações com clientes. O gerenciamento das relações com clientes (CRM) foca o gerenciamento de todos os modos como uma empresa trata seus clientes existentes e seus potenciais clientes novos. • O investimento em software de CRM não vai automaticamente produzir melhores informações sobre os clientes e muitos sistemas de gerenciamento das relações com clientes não atingem de maneira integral os objetivos. • As métricas de CRM contribuem para monitorar e acompanhar o desempenho das organizações. Uma regra para os gerentes é medir e monitorar mais de sete chaves métricas de CRM. • As metas de negócios direcionadas ao cliente, de modo que se possa quantificar de que maneira a iniciativa de CRM aumentará a receita de clientes ou reduzirá os custos de aquisição ou prestação de serviços aos clientes. • Gestão de relacionamento com o fornecedor (SRM - Supply Relationship Management): se caracteriza em manter os fornecedores satisfeitos mediante avaliação e categorização UNIDADE 3TÓPICO 1148 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O dos fornecedores de diferentes projetos, o que otimiza sua seleção. • Gestão de relacionamento com o parceiro (PRM - Partner Relationship Management): tem como objetivo manter os vendedores satisfeitos mediante o gerenciamento do relacionamento entre parceiros e os revendedores que oferecem o canal de vendas ideal aos clientes. • Gestão de relacionamento com o funcionário (ERM - Employee Relationship Management): oferece aos funcionários um subconjunto de aplicativos de CRM disponíveis via navegador WEB. UNIDADE 3 TÓPICO 1 149 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O Olá, acadêmico! Agora é só você resolver as questões a seguir e estará reforçando seu aprendizado. Boa atividade! 1 Quais são as características dos sistemas especialistas? AUT OAT IVID ADE � UNIDADE 3TÓPICO 1150 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O NEGÓCIOS ELETRôNICOS 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 2 UNIDADE 3 Segundo o site TI Inside, especializado em assuntos relacionados à tecnologia da informação, um estudo da consultoria comScore afirma que o Brasil é o segundo país do mundo em número de acessos a redes sociais e, de acordo com estudo da Pyramid Research, o mercado de smartphones saltará 600% na América Latina até 2014, liderado pelas vendas realizadas em território brasileiro (figura a seguir).FIGURA 35 – NÚMERO DE USUÁRIOS DA INTERNET NO MUNDO FONTE: Disponível em: <http://kgti.com.br/revolucao-mundial/>. Acesso em: 9 set. 2012. Em complemento à informação supracitada e conforme pesquisa realizada pela consultoria e-Bit, o mercado com maior destaque em 2009 foi o e-commerce, com um faturamento UNIDADE 3TÓPICO 2152 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O na ordem de R$ 4,8 bilhões no primeiro semestre de 2009 – o que significa um aumento de 27% em relação ao mesmo período do ano passado. Tais informações indicam um movimento sem volta em direção à virtualização do comércio e dos relacionamentos sociais, apoiados em uma convergência digital nunca antes percebida. Não há como negar que este novo modo de relacionamento entre as pessoas e, principalmente, de realização de negócios de maneira eletrônica é a grande tendência a ser incorporada nos hábitos das pessoas e das organizações para garantia da sobrevivência das mesmas já no mundo atual e no futuro. 2 E-BUSINESS Batista (2006 apud ALBERTIN, 2008) diz que um dos grupos de ferramentas inovadoras da internet é o e-business, ou seja, os negócios eletrônicos. Quando falamos em negócios eletrônicos, não estamos nos referindo ao comércio eletrônico (e-commerce). Por isso, vamos à definição de e-commerce proposta por O´Brien (2004, p. 205): E-business, além de abranger o e-commerce, compreende aplicativos de escritório, tantos os internos como os de relacionamento externo, que com- põem o motor da empresa moderna. E-business não é apenas o conjunto de transações de e-commerce; é uma redefinição do velho modelo de empresa com a ajuda da tecnologia para maximizar o valor para o cliente. Sob o enfoque administrativo, o e-business consiste no planejamento da organização na internet com o propósito de automatizar suas diversas atividades (BATISTA, 2006 apud ALBERTIN, 2008). Exemplos dessas melhorias são a comunicação interna e externa, a transmissão de dados, o contato com clientes e fornecedores, treinamento de pessoal etc. Como complementa O´Brien (2004), o e-business é o uso da internet e de outras redes e tecnologias de informação para dar suporte ao comércio eletrônico, às comunicações e à colaboração entre empresas e aos processos de negócios de atuação na web, tanto internamente (parceiros e fornecedores) como externamente (clientes). 3 E-COMMERCE O comércio eletrônico, ou e-commerce, pode ser considerado um dos componentes do e-business estudado anteriormente e cuja finalidade principal é controlar a atividade de vendas pelo uso de meios eletrônicos (BATISTA, 2006 apud ALBERTIN, 2008). UNIDADE 3 TÓPICO 2 153 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O Assim, as empresas que utilizam o e-commerce dispõem de tecnologias baseadas na internet e de aplicações e serviços comércio eletrônico para realizar as atividades de marketing, a exposição, o processamento das transações e os processos de atendimento ao cliente e manutenção do produto (O´BRIEN, 2004). O comércio eletrônico é uma atividade que cresce anualmente em todo o mundo. Até 2006 já havia ultrapassado cifras da ordem de US$ 5 trilhões em transações eletrônicas (LAUDON; LAUDON, 2004). Batista (2006 apud ALBERTIN, 2008) considera esta uma atividade promissora, pois permite atingir mercados antes não atendidos, além de aumentar os lucros da empresa devido à redução da quantidade de atravessadores e um controle maior das operações. Temos as seguintes definições de cada tipo de e-commerce (O´BRIEN, 2004; LAUDON; LAUDON, 2004): • E-commerce de empresa para o consumidor (B2C): os pioneiros do comércio eletrônico de negócios ao consumidor (B2C) competiam com os varejistas com lojas estabelecidas de um ramo de negócios que vendiam produtos diretamente aos consumidores. Um exemplo, desta situação é no ano de 1995 a Amazon.com que desafiava as bem estabelecidas livrarias Waldenbooks e Barnes & Nobles. No entanto, a Amazon se tornou lucrativa em 2003, e também ampliou a venda de livros e outras variedades (incluindo trajes formais, CDs, DVDs, suprimentos para casa e jardim e dispositivos eletrônicos para consumidores). Estima-se que comércio eletrônico B2C represente somente 3,4% nos Estados Unidos, a taxa de crescimento de aquisições on-line é três vezes maior do que o crescimento do total de vendas do varejo. Portanto, o B2C consiste na venda de produtos e serviços no varejo diretamente a compradores individuais. Nessa modalidade, as empresas precisam desenvolver praças de mercado eletrônico atraentes para seduzir seus consumidores e vender seus produtos e serviços. A Dell é um exemplo de fabricante que abraçou com sucesso este modelo para obter uma forte vantagem competitiva. Os compradores podem especificar on-line um computador em particular e a Dell monta os componentes e remete o computador diretamente para consumidor em até cinco dias. UNIDADE 3TÓPICO 2154 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O FIGURA 36 – EXEMPLO DO MODELO B2C FONTE: Disponível em: <www.dell.com.br>. Acesso em: 9 set. 2012. • E-commerce de empresa para empresa (B2B): A sigla B2B provém do termo Business to Business que significa “negócios para negócios” que representa a venda de bens e serviços entre empresas. O comércio eletrônico B2B é uma ferramenta útil para conectar parceiros de negócios em uma cadeia virtual de suprimentos para reduzir o tempo de ressuprimento e custos. Esta categoria envolve mercados eletrônicos e ligações diretas de mercado entre empresas que podem utilizar websites seguros de catálogos de e-commerce na internet ou extranet ou ainda portais e intercâmbio de dados. Um exemplo desta aplicação é a Covisint opera um portal da web que mantém B2B realizando traduções e conversões de códigos para possibilitar que os fabricantes de automóveis e fornecedores de peças que colaborem sobre pedidos, programações, remessas e outras tarefas relacionadas com a produção. A Covisint expande sua tradução de dados e serviços de colaboração para as empresas de assistência à saúde para proporcionar o compartilhamento dos dados de cuidados aos pacientes entre os fornecedores de cuidados à saúde e as empresas de seguro. UNIDADE 3 TÓPICO 2 155 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O FIGURA 37 – EXEMPLO DO MODELO B2B FONTE: Disponível em: <www.covisint.com>. Acesso em: 12 set. 2012. • E-commerce de consumidor a consumidor (C2C): é a venda eletrônica de bens e serviços por consumidores diretamente a outros consumidores em uma espécie de leilão que torna essa modalidade em uma importante estratégia de negócios. A eBay é um exemplo de site de comércio eletrônico C2C, já que os consumidores vendem e compram itens diretamente uns dos outros por meio do site. Muitos sites C2C estão na web, e entre os mais populares estão o Mercado Livre, Bidzcom, ePier, Ubid e Tradus. O crescimento do C2C é responsável pela redução no uso de anúncios em classificados de jornal para anunciar e vender itens pessoais. UNIDADE 3TÓPICO 2156 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O FIGURA 38 – EXEMPLO DO MODELO C2C FONTE: Disponível em: <www.mercadolivre.com.br>. Acesso em: 12 set. 2012. • Mobile Commerce (m-Commerce): É uma adaptação de e-Commerce para uma versão mobile. Neste modelo, o usuário compra bens e serviços através dispositivos móveis. Algumas transações que podem ser realizadas pelo m-Commerce são: • Publicidade e marketing. • Corretora e ações. • Mobile banking. • Compras. • Check in. • Pagamentovia dispositivo móvel. UNIDADE 3 TÓPICO 2 157 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O FIGURA 39 – VISÃO GERAL DA TECNOLOGIA DO M-COMMERCE sem fio FONTE: Adaptado de Baltzan; Phillips (2012, p. 86) • Governo eletrônico (e-Government): é um termo que é utilizado para referenciar estratégias e políticas, e também para iniciativas concretas do Governo que tem compromisso de gestão com o uso da Tecnologia de Informação. Em outras palavras, é o uso da tecnologia de informação e comunicações para simplificar o compartilhamento de informações, acelerar os processos anteriormente baseados em papel impresso e melhorar o relacionamento entre cidadãos e governo. A seguir, as formas de governo eletrônico. Cada um com diferentes aplicações. • G2C – O governo a consumidor: exemplos de aplicações G2C incluem a disponibilização na web as informações para serviços como pesquisas, preenchimento de formulários governamentais, informações sobre políticas públicas, oportunidades de empregos e negócios, registro e renovação de licenças, pagamento de taxas e impostos, sugestões ou reclamações, consulta ao CPF e etc. A figura a seguir ilustra um exemplo da aplicação de G2C. UNIDADE 3TÓPICO 2158 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O FIGURA 40 – EXEMPLO DO MODELO G2C FONTE: Disponível em: <www.blumenau.sc.gov.br>. Acesso em: 12 set. 2012. • G2B – O governo a negócios: tem foco em relacionamento entre Governo e fornecedores/ negócio. Tem objetivo de redução de custos. Alguns exemplos de serviços são: • divulgação de editais de compras governamentais; • cotação eletrônica de preços; • cadastramento de fornecedores e clientes do governo; • nota fiscal eletrônica; • obtenção de licenças e permissões; • compras e pregões eletrônicos; • consulta à situação fiscal e à Dívida Ativa; • informações sobre importação, exportação, empréstimos. A figura a seguir, ilustra um ambiente de compras do Governo Federal. UNIDADE 3 TÓPICO 2 159 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O FIGURA 41 – EXEMPLO DO MODELO G2B FONTE: Disponível em: <www.comprasnet.gov.br>. Acesso em: 12 set. 2012. Algumas vantagens de G2B são: • maior facilidade na vida do cidadão; • melhor relacionamento do cidadão com o Governo; • diminuição da burocracia; • maior rapidez no acesso a informações e serviços do Governo; • economia de tempo; • eliminação de filas para atendimento; • para governo gera economia de papel e de recursos; • governo terá maior eficiência na prestação de serviços ao cidadão; • maior transparência nos processos do Governo. • G2G – O governo a governo: Tem foco em criar relacionamento entre governos através um canal de comunicação eficiente, reduzindo redundância e duplicação de informações. Ele visa À modernização da gestão pública, através interação entre agentes do governo. Alguns exemplos de serviços são: • certificação digital; • serviços de redes; • sistemas corporativos, como folha de pagamento, recursos humanos; • comunicação e conexão. UNIDADE 3TÓPICO 2160 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O A figura a seguir ilustra site do governo São Paulo, disponibilizando Sistema Estadual de Análise de Dados. FIGURA 42 – EXEMPLO DO MODELO G2G FONTE: Disponível em: <www.seade.gov.br>. Acesso em: 12 set. 2012. Mas para que uma estratégia de comércio eletrônico dê resultados é importante ficar atento aos fatores de sucesso listados por O´Brien (2004). Afinal, a concorrência pode estar a um clique do seu consumidor: • É preciso selecionar os produtos a preços competitivos aliados a valor para o cliente (segurança, qualidade, garantia). • O desempenho do site e do serviço deve ser simples e úteis ao consumidor. • Aparência e impressão devem ter boa aparência e oferecer possibilidades de transitar pela loja virtual de forma simples e agradável. • As propagandas e incentivos geralmente são feitas em outras páginas de internet. • É preciso ter atenção pessoal, ou seja, personalizar a experiência de compra do usuário. • Dedique-se às relações comunitárias ao proporcionar a clientes com interesses especiais um sentimento de fazer parte de um grupo único. • Transmita confiança a seu cliente ao prestar informações sobre os produtos e serviços e, principalmente, na hora do cliente fazer o pagamento. UNIDADE 3 TÓPICO 2 161 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O 4 OS DESAFIOS DO COMÉRCIO ELETRôNICO Uma organização deve superar desafios para converter seu processo de negócio do formato tradicional em processos de comércio eletrônico, especialmente para um comércio eletrônico B2C. A empresa precisa definir um modelo e uma estratégia eficaz de comércio eletrônico. Embora as empresas possam selecionar algumas abordagens, os modelos mais bem sucedidos de comércio eletrônico incluem três componentes, sendo eles: • Comunidade. • Conteúdo. • Comércio. A figura a seguir ilustra os três componentes. Sistemas que enviam e recebem mensagens dos consumidores e salas de bate papo podem construir uma comunidade leal de pessoas interessadas com os produtos e serviços da empresa. Oferecer um conteúdo ideal é uma abordagem para encorajar os consumidores a voltar ao seu website muitas vezes. O comércio envolve tanto os consumidores como as empresas e todos precisam pagar para adquirir bens físicos, bem como serviços que são postados ou colocados on-line. FIGURA 43 – TRÊS COMPONENTES BASÍCOS DE UM MODELO BEM SUCEDIDO DE COMÉRCIO ELETRÔNICO FONTE: Adaptado de Stair e Reynolds (2002, p. 293) UNIDADE 3TÓPICO 2162 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O As empresas devem estar preparadas para fazer um investimento considerável para garantir a segurança dos dados dos consumidores ou correr o risco de perder os consumidores. A maioria dos websites investe na mais recente tecnologia e investe alto em recursos humanos. Com frequência, a falta de confiança em vendedores on-line é uma das razões mais citadas pelos consumidores que não realizam compras on-line. A empresa pode criar confiança com as seguintes estratégias: • Demonstrar um relacionamento contínuo com os consumidores fornecendo-lhes incentivos no preço na primeira compra, mas também oferecendo programa de fidelidade aos consumidores fieis. • Demonstrar que a sua empresa está no negócio há muito tempo. • Demonstrar que a sua empresa é confiável. • Tornar claro que o seu site é seguro para guardar informações pessoais. • Demonstrar participação em programas regulatórios apropriados ou associações industriais. • Expor os certificados que mostrem a confiabilidade da sua empresa. UNIDADE 3 TÓPICO 2 163 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O Neste tópico, vimos que: • O Brasil é o segundo país do mundo em número de acessos a redes sociais e, de acordo com estudo da Pyramid Research, o mercado de smartphones saltará 600% na América Latina até 2014, liderado pelas vendas realizadas em território brasileiro. • Batista (2006 apud ALBERTIN, 2008) diz que um dos grupos de ferramentas inovadoras da internet é o e-business, ou seja, os negócios eletrônicos. O e-business consiste no planejamento da organização na internet com o propósito de automatizar suas diversas atividades (BATISTA, 2006 apud ALBERTIN, 2008). • O comércio eletrônico, ou e-commerce, pode ser considerado um dos componentes doe-business estudado anteriormente e cuja finalidade principal é controlar a atividade de vendas pelo uso de meios eletrônicos (BATISTA, 2006 apud ALBERTIN, 2008). • E-commerce de empresa para o consumidor (B2C): consiste na venda de produtos e serviços no varejo diretamente a compradores individuais. Nessa modalidade, as empresas precisam desenvolver praças de mercado eletrônico atraentes para seduzir seus consumidores e vender seus produtos e serviços. • E-commerce de empresa para empresa (B2B): é a venda de bens e serviços entre empresas. O comércio eletrônico B2B é uma ferramenta útil para conectar parceiros de negócios em uma cadeia virtual de suprimentos para reduzir o tempo de ressuprimento e custos. • E-commerce de consumidor a consumidor (C2C): é a venda eletrônica de bens e serviços por consumidores diretamente a outros consumidores em uma espécie de leilão que torna essa modalidade em uma importante estratégia de negócios. • Mobile Commerce (m-Commerce): é uma adaptação de e-Commerce para uma versão mobile. Neste modelo o usuário compra bens e serviços através dispositivos móveis. • Governo eletrônico (e-Government): é o uso da tecnologia de informação e comunicações para simplificar o compartilhamento de informações, acelerar os processos anteriormente baseados em papel impresso e melhorar o relacionamento entre cidadãos e governo. A seguir seguem os três modelos mencionados: • G2C - O governo a consumidor. • G2B - O governo a negócios: tem foco em relacionamento entre Governo e fornecedores/negócio. • G2G - O governo a governo: tem foco em criar relacionamento entre governos. • Uma organização deve superar desafios para converter seu processo de negócio do formato tradicional em processos de comércio eletrônico, especialmente para um comércio eletrônico RESUMO DO TÓPICO 2 UNIDADE 3TÓPICO 2164 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O B2C. • As empresas devem estar preparadas para fazer um investimento considerável para garantir a segurança dos dados dos consumidores ou correr o risco de perder os consumidores. • A empresa pode criar confiança com as seguintes estratégias: Demonstre um relacionamento contínuo com os consumidores fornecendo-lhes incentivos no preço na primeira compra, mas também oferecendo programa de fidelidade aos consumidores fieis. UNIDADE 3 TÓPICO 2 165 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O Olá, Acadêmico! Agora é só você resolver as questões abaixo e estará reforçando seu aprendizado. Boa atividade! 1 Qual é a importância do comércio eletrônico às organizações? 2 Qual é a diferença entre modelo G2G e G2C? 3 Como uma organização supera os desafios para converter seu processo de negócio do formato tradicional em processos de comércio eletrônico? AUT OAT IVID ADE � UNIDADE 3TÓPICO 2166 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O APLICAÇÕES PARA O COMÉRCIO ELETRôNI- CO E MÓVEL 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 3 UNIDADE 3 O comércio eletrônico e o comércio móvel são utilizados de modo inovador e instigante. O comércio móvel (m-commerce) depende do uso de dispositivos móveis e sem fio, como assistentes digitais, telefones celulares e smartphones para colocar pedidos e conduzir negócios. O mercado do comércio móvel cresce a cada dia, espera-se que o gasto com o comércio móvel dos Estados Unidos exceda US$ 2 bilhões até 2011, de acordo com a Juniper Research. Espera-se que o número de websites móveis cresça em função dos avanços nas tecnologias sem fio de banda larga, do desenvolvimento de aplicações novas e úteis e da disponibilidade de equipamentos de menor custo e mais potentes. Computação móvel pode ser representada como um novo paradigma computacional que permite que usuários desse ambiente tenham acesso a serviços independentemente de sua localização, podendo, inclusive, estar em movimento. A ideia é ter acesso à informação em qualquer lugar e a qualquer momento. Alguns varejistas estabeleceram websites especiais para usuários de dispositivos móveis. A FlowerShop.com lançou seu site de comércio móvel, FlowerShopMobile.com, a tempo para aproveitar um dos maiores dias de compra do ano, o Dia dos Namorados. UNIDADE 3TÓPICO 3168 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O 2 VANTAGENS E DESAFIOS DO COMÉRCIO ELETRôNICO E MÓVEL A conversão para um sistema de comércio eletrônico ou móvel permite que as organizações reduzam o custo de realizar o negócio, acelerem o fluxo de bens e informações, aumentem a precisão do processamento de pedidos e seu atendimento e melhorem o nível do serviço ao consumidor. Seguem algumas vantagens: • Redução de custos: eliminando ou reduzindo as etapas que consomem tempo e trabalho intensivo por meio do processo de vender e entregar, mais vendas podem ser concluídas no mesmo período e com precisão maior. • Aceleração do fluxo de bens e informações: quando as organizações estão conectadas por meio do comércio eletrônico, o fluxo de informações é acelerado porque as conexões eletrônicas e comunicações já estão estabelecidas. Tendo como resultado, as informações podem fluir de modo mais fácil, direto e rápido do comprador para o vendedor. • Aumento na precisão: permitindo que os próprios compradores forneçam as especificações e informações de seus pedidos diretamente, os erros humanos na entrada de dados da parte de fornecedor são eliminados. • Melhora o serviço ao consumidor: informações mais detalhadas sobre as datas de entrega e situação no momento podem aumentar a fidelidade do consumidor. Além disso, a capacidade de satisfazer as datas desejadas de entrega do consumidor com bens e serviços de alta qualidade elimina qualquer incentivo para os consumidores buscarem outras fontes de suprimento. • Acessível: a organização pode operar 24 horas por dia e 7 dias por semana. • Alcance Global: As empresas pequenas ou grandes podem alcançar novos mercados independentes da distância. UNIDADE 3 TÓPICO 3 169 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O FIGURA 44 – BENEFÍCIOS DO COMÉRCIO ELETRÔNICO FONTE: Disponível em: <http://updatelogistico.blogspot.com.br/2010/09/comercio-eletronico.html>. Acesso em 9 set. 2012. Mas não podemos deixar de apontar os desafios de implantar comércio eletrônico que são: • Aproveitamento de sistema existente: maioria das empresas já possui tecnologia da informação na organização para conduzir os seus negócios. E como uso da internet é uma forma complementar e alternativa para facilitar o negócio, ele precisa integrar com sistemas existentes da forma eficiente para não gerar duplicidade nas funcionalidades e manter ergonomia e usabilidade ideal para funcionamento do sistema. • Aspectos legais: as leis do comércio eletrônico são diferentes país por país e por isto a utilização da internet está levantando várias questões sociais e éticas, como invasões da privacidade, roubo e manipulação indevidos da informação. • Segurança da informação: a internet fornece acesso global e os usuários precisam ter seus dados protegidos. Mas a segurança não deve criar dificuldade ao acesso de dados. Como este assunto é da suma importância, vamos conhecê-lo melhor no próximo tópico. UNIDADE 3TÓPICO 3170 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O 3 SEGURANÇA AO COMÉRCIO ELETRôNICO E MÓVEL Os Web Services constituemum novo modelo de partilha de dados que permite publicação de rotinas e métodos acessíveis pela internet. Com uma interface transparente para o cliente e facilidade de integração de diferentes aplicações. Os Web Services são uma poderosa ferramenta para promover a integração dos dados em diferentes plataformas, incluindo os dispositivos móveis. Em toda transação realizada pela internet existe tráfego de informação entre um cliente e um servidor. Se essa informação não é confidencial, a segurança não precisa ser muito rígida, porém, tratando-se de uma transação de M-Commerce podem estar a ser transferidos dados pessoais como números de cartões de crédito e senhas de bancos, e nesse caso a rigidez da segurança é considerada um fator essencial. Ao fornecer os dados necessários para autorizar uma compra através da internet, o cliente deve ter garantias de segurança do tráfego dessas informações. Atualmente, existem diferentes protocolos e tecnologias para garantir segurança e confidencialidade na internet, e cada um possui maneiras diferentes de proteger a informação, como o uso de chaves públicas, algoritmos de criptografia e autenticação do cliente, entre outros. Ao realizar uma compra em uma loja virtual, o cliente depara-se com inúmeras tecnologias para proteger a transmissão dos seus dados. FONTE: Adaptado de: <http://homepages.di.fc.ul.pt/~paa/projects/conferences/coopmedia2003/10. pdf>. Acesso em: 9 out. 2012. A seguir apresentamos alguns modos que a empresa pode usar para proteger os dados de seus clientes: • WAP BASAEDO EM WTLS: é um protocolo similar ao protocolo de segurança de transporte da internet. Ele fornece autenticação, integridade dos dados e privacidade de serviços dentro das limitações dos hardwares utilizados na tecnologia wireless. • SSL: quando aplicado a pequenos dispositivos oferece autenticação, integração de dados e privacidade de serviços. Sua utilização nestes dispositivos não é recomendada, pois o protocolo é muito pesado comparando-se às fracas CPUs, baixas larguras de banda e alta latência das redes wireless. • XML SIGNATURE: é uma iniciativa conjunta da IETF e do W3C para especificar uma sintaxe XML e regras de processamento para criação e representação digital de assinaturas. As vantagens na utilização da XML Signature, ao invés de outros padrões de assinaturas digitais, estão baseadas na independência de linguagem de programação, fácil interpretação humana e independência de fabricante. Esta tecnologia também permite assinar digitalmente UNIDADE 3 TÓPICO 3 171 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O subconjuntos de um documento XML, o que permite um número maior de benefícios para os vários objetivos em e-business. • XML ENCRYPTION: especifica um processo para encriptação de dados e sua representação em formato XML. Os dados podem ser: dados arbitrários (incluindo um documento XML), elementos XML, ou conteúdos de elementos XML. • XKMS: fornece um protocolo baseado em XML/SOAP para distribuição e registro de chaves públicas. Ele inclui funções para informações sobre chaves, registro, verificação e revogação. O XKMS é destinado a fornecer suporte para gerenciamento de chaves para tecnologias como XML Signature e XML Encryption, mas também pode ser utilizado para suportar outras tecnologias de chaves públicas. • WS-SECURITY: é uma iniciativa conjunta de empresas como Microsoft, IBM e Verisign destinada ao uso da XML Signature e da XML Encryption para fornecer segurança a mensagens SOAP. Esta iniciativa será proposta ao W3C para padronização em seu devido tempo. O WS-Security é um esforço destinado a fazer com que os Web Services trabalhem melhor em um ambiente global. • SAML: é um padrão emergente para a troca de informação sobre autenticação e autorização. O SAML soluciona um importante problema para as aplicações da próxima geração, que é a possibilidade de utilizadores transportarem seus direitos entre diferentes Web Services. FONTE: Adaptado de: <http://homepages.di.fc.ul.pt/~paa/projects/conferences/coopmedia2003/10. pdf>. Acesso em: 9 out. 2012. O Conselho Federal de Análise de Instituições Financeiras desenvolveu um novo conjunto de orientação de “Autenticação em um Ambiente Bancário na Internet”, recomendando autorização de dois fatores. Essa abordagem adiciona uma verificação de identidade do sistema de senha. Atualmente, o uso de tecnologia biométrica para assegurar transações on-line é raro pelo custo e pela privacidade, no entanto, é dos sistemas que se mostra mais seguro. UNIDADE 3TÓPICO 3172 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O FIGURA 45 – USO DE TECNOLOGIA BIOMÉTRICA NAS CAIXAS ELETRÔNICA FONTE: Disponível em: <http://infosurhoy.com/cocoon/saii/xhtml/pt/features/saii/features/ economy/2010/03/01/feature-04>. Acesso em: 9 set. 2012. É essencial estar prevenido de que há limites inerentes à segurança dos agentes. A primeira ameaça que os agentes encontram é quando eles são transferidos através da rede. Fatores externos não confiáveis podem também alterar o conteúdo dos agentes, levando aos comportamentos indesejados e inesperados dos agentes. Uma conexão segura, como SSL (Secure Sockets Layer) – que se baseia na criptografia dos dados e a checagem de sua integridade pode ser utilizada para efetivamente prevenir este tipo de ataque (IBM, 98). A próxima ameaça é o servidor remoto que o agente visita. Quando é enviando um agente para um servidor remoto, é esperado que o servidor trabalhe com o agente adequadamente e que sirva qualquer requisição válida feita pelo agente. O agente está totalmente nas mãos do servidor remoto. Embora frequentemente seja afirmado que agentes são autônomos, eles não são processadores independentes que são capazes de executar seus próprios programas. O servidor é totalmente responsável pela execução do agente e também pode dar informações erradas ao agente, na tentativa de enganá-lo. Até a transmissão do agente não é segura. Um servidor pode proibir o agente de viajar para um servidor concorrente, em vez disso, o envia para um servidor conspirador. UNIDADE 3 TÓPICO 3 173 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O Toda a informação necessária para o processamento de um agente deve ser legível ao servidor. O servidor tem potencial para roubar, alterar, ou revelar qualquer informação do agente, por exemplo, se o agente carrega uma chave de acesso a um servidor específico e ela deve ser mantida em segredo dos outros servidores que o agente pode visitar. Para isto é necessária a criptografia da chave de acesso com a chave pública do servidor. Assim, somente o servidor que possui a chave pública poderá decodificar. A criptografia deve ser feita com a ajuda do servidor. Outros servidores não têm nenhuma maneira de ler o dado. FONTE: Disponível em: <http://labcom.inf.ufrgs.br/ceseg/anais/2001/11.pdf>. Acesso em: 9 out. 2012. LEITURA COMPLEMENTAR Sobre a criação e a gestão do conhecimento organizacional A administração convencional efetivada através de regras estabelecidas, ordens claras e maquinações bem tencionadas para que o pessoal alcance os objetivos definidos e os resultados esperados não encontra mais eco e é mesmo contraproducente para as organizações atuais. Cada vez mais, para criar e estabilizar posição de vantagem competitiva sustentável, as melhores organizações estão investindo na aplicação de conceitos como aprendizagem, conhecimento e competência. Tornar claras as razões pelas quais uma organização alcança resultados extraordinários, superando a eficácia de outras, é difícil.
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