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AÇÃO
Conceito: É direito público, subjetivo e abstrato, de matriz constitucional, que atribui à parte o poder de requerer ao Estado o exercício da atividade jurisdicional para solucionar determinada situação conflituosa, bem como lhe assegura a perspectiva de uma sentença justa e de tutela jurisdicional efetiva e adequada. (Luiz Rodrigues Wambier)
Abstrato – independente do direito material
Subjetivo – todos podem acionar a jurisdição, contrário de direito potestativo onde a outra parte apenas se sujeita.
Público – o Estado tem o dever de dar uma solução, favorável ou não, ao autor.
Constitucional – art. 5º, XXXV da CF.
ELEMENTOS DA AÇÃO
Cada ação levada a juízo deve ser particularmente observada para que nela se identifiquem certos elementos, de forma que possa ser considerada separadamente e distinguida das outras ações que também tenham sido propostas ou que possam vir a ser propostas futuramente.
O elementos que permitem que cada ação seja isoladamente considerada são três:
Partes
Pedido
Causa de pedir
Estes elementos são relevantes para a definição de diversos problemas do processo civil: limites de atuação da jurisdição, conexão (reunião de causas que decorre da identidade ou do pedido ou da causa de pedir), continência (mesmas partes, idêntica causa de pedir mas o pedido de uma contém o da outra), litispendência e coisa julgada.
Partes 
O autor é aquele que, em nome próprio, vem a juízo para expor sua pretensão e formular o pedido diante da Jurisdição.
O réu é aquele em direção a quem ou contra quem o autor formulou o pedido de tutela jurisdicional.
Pedido
Quando o autor tem uma pretensão, fará o pedido ao Poder Judiciário.
O pedido pode ser imediato e mediato.
Será imediato o pedido que requer providência processual que se busca obter do juiz.
Será mediato o pedido que diz respeito ao próprio bem da vida almejado pela parte.
Ex: Ação de cobrança. Imediato – sentença condenatória / Mediato – o recebimento do crédito.
Ex: Ação de Investigação de Paternidade. Imediato – declaração judicial / Mediato – eliminar qualquer dúvida quanto a paternidade.
Causa de Pedir
É o fundamento pelo qual a parte autora dirige determinado pedido ao Poder Judiciário.
Significa o conjunto de fundamentos levados pelo autor a juízo, constituído pelos fatos e pelo fundamento jurídico a eles aplicável.
Os fatos que dão respaldo a ação é a causa de pedir remota.
O fundamento jurídico é a causa de pedir próxima.
De acordo com a Teoria da Substanciação a descrição dos fatos é imprescindível, porém a fundamentação legal é prescindível haja vista que “o juiz conhece o direito”.
CONDIÇÕES / PRESSUPOSTOS DA AÇÃO
Para que a ação possa receber resposta do Poder Judiciário, devem estar presentes a legitimidade e o interesse, sem os quais não se justifica o integral desenvolvimento da atividade jurisdicional.
O atual CPC não faz referência ao termo “condições da ação”, mas sim pressupostos (arts. 17, 485 IV, V e VI)
Interesse Processual 
Deve obedecer ao trinômio: necessidade – utilidade – adequação
Necessidade de proteção jurisdicional.
Utilidade e adequação das providências pleiteadas para suprir tal necessidade.
Obs: o interesse de agir abarca a possibilidade jurídica do pedido.
Ex: prisão civil pelo não pagamento de dano moral ou habeas corpus para soltura de um chimpanzé (pedidos impossíveis)
Legitimidade das partes ou legitimidade para a causa
O autor deve ser o titular da situação jurídica afirmada em juízo.
O réu é preciso que exista relação de sujeição diante da pretensão do autor.
Legitimidade ordinária – é parte legítima aquele que se afirma titular de determinado direito que precisa de tutela jurisdicional, no polo passivo estará aquele a quem caiba a observância do dever correlato aquele hipotético direito.
Legitimidade extraordinária – 
Substituição processual – pleitear em nome próprio direito alheio desde que autorizado por lei (art. 18 CPC) Ex: MP pode promover ação de investigação de paternidade no interesse do menor (art. 2º, §§4º e 5º da Lei 8560/92). A OAB na defesa de interesse individual de um advogado (art. 54, II da Lei 8.906/94).
Legitimação extraordinária em sentido estrito – na tutela de direitos coletivos e difusos, o MP, a Defensoria Pública, Sindicatos, entidades associativas ou qualquer cidadão mediante ação popular há a legitimação para atuar em nome próprio.
Obs: Não confundir representação com substituição processual. Em se tratando, por exemplo, quando é proposta uma ação de investigação de paternidade e a genitora representa o menor, ela não atua como parte, o autor é o próprio menor.
CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES
A classificação das ações é feita em razão do tipo de providência jurisdicional pedida pelo autor.
Classificação quanto ao tipo de providência jurisdicional pedida pelo autor
Divide-se em: ações de conhecimento, ações de execução e ações urgentes.
Nas ações de conhecimento ou de cognição, busca-se pronunciamento do juiz acerca de quem tem razão.
Nas ações executivas busca-se pela intervenção do juiz, resultado prático, fisicamente concreto (ex: expropriação e alienação de bens do devedor).
Nas ações urgentes busca-se providência que, de modo muito rápido, proteja temporariamente um possível direito, que corre o risco de sofrer lesão irreparável ou de reparação muito difícil. 
Classificação das ações segundo a tutela requerida pelo autor no processo de conhecimento
Ações declaratórias – o autor se limita a pedir uma declaração jurisdicional acerca da existência, inexistência ou modo de ser de determinada situação ou relação jurídica, ou a respeito da autenticidade ou da falsidade de um documento (arts. 19 e 20 do CPC).
Ex: investigação de paternidade, declaração da inexistência de débito.
Ações constitutivas – Visam obter declaração de um direito acompanhada da constituição, modificação ou desconstituição de uma situação jurídica, refere-se a direito potestativo. Ex: anulação de um contrato.
Ações condenatórias – o autor pede, além da declaração da existência de um direito a uma prestação de uma conduta, a condenação do réu ao seu cumprimento. Ex: ação de reparação de danos.
*Ações mandamentais – tem por objetivo a obtenção de sentença em que o juiz emite uma ordem, cujo descumprimento, por quem a receba, caracteriza desobediência à autoridade estatal passível de sanções, inclusive de caráter penal – art. 330 – crime de desobediência. Exs: mandado de segurança ou ações que tenham como objeto a obrigação de fazer ou de não fazer, ou retificação de registro público.
*Ações executivas lato sensu – a sentença de procedência dessa categoria de ação não apenas é executada no próprio processo em que proferida, como ainda sua execução independe de requerimento do interessado. Voltado para sentença líquida que será vista posteriormente (que tem o valor exato da condenação).

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