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Aspectos da Alimentação e Saúde

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22/08/2018 
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Docente: Celina Carvalho Borges 
 
Universidade Estácio de Sá 
Faculdade de Nutrição 
História e Antropologia da Nutrição 
 
Unidade I: O real, o simbólico e o imaginário na alimentação. 
1.1. Aspectos simbólicos da alimentação. 
O real, o simbólico e o imaginário da alimentação. 
1.2. Os significados dos alimentos nas práticas de alimentação. 
 
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O valor real do alimento - o alimento compreendido enquanto veículo de 
nutrientes, capaz de fornecer ao organismo todos os elementos essenciais à 
vida. Os seus componentes são recomendados à manutenção da saúde. 
O valor simbólico do alimento - a antropologia enfatiza, na verdade, os 
aspectos simbólicos que revestem a "comida", bem como o modo de preparar 
e comer os alimentos nas sociedades humanas. A busca, a seleção, o 
consumo e a proibição de certos alimentos existem em todos os grupos sociais 
e são norteados por regras sociais diversas, carregadas de significações. 
O alimento na dimensão do imaginário - o significado do alimento na cultura 
humana passa pelo imaginário, onde o alimento possibilita criações culinárias 
simples ou sofisticadas, com fundamento na condição afetiva que caracteriza 
a relação do homem com o alimento. 
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Caso 1 
 
Júlia, 30 anos é casada, psicóloga e atua na área de psicologia comportamental, 
mais precisamente TCC – Terapia cognitiva comportamental. Avalia e acompanha 
familiares e cuidadores de pacientes com Doença de Alzheimer. Há algumas 
semanas, Júlia teve uma grande reviravolta em sua vida, quando se tornou 
viúva. Durante o período de luto, Júlia parou de se alimentar e passou a 
apresentar uma intensa perda de peso. Percebendo a situação, sua amiga 
Fernanda, se mudou para a casa de Júlia, a fim de cuidar de sua alimentação. 
Fernanda entrou em contato com a mãe de Júlia para saber suas preferências 
e tentou de tudo: strogonoff, massas variadas e comida japonesa, sem sucesso. 
Aos poucos, Fernanda ficava desanimada e perdia as esperanças de tentar 
reestruturar a alimentação da amiga. Assim, Fernanda começou a cozinhar uma 
comida mais simples, como carne assada e salada de legumes. Aos poucos, 
Júlia foi voltando a se alimentar e passou a elogiar os pratos de Fernanda, dizia 
que as preparações lembravam “comida de mãe”. Aos poucos, Júlia foi retomando 
o peso e se recuperando da perda. 
Caso 2 
 
Marcos é um engenheiro civil e solteiro de 24 anos. Trabalha atualmente, em 
uma obra no interior do estado, em uma cidade longe de sua casa. Para 
conseguir se dedicar mais ao trabalho, Marcos resolveu ficar no acampamento 
da obra, junto a alguns colegas de trabalho. Ele mantém um ritmo intenso de 
trabalho há meses e chegou a trabalhar 18 horas por dia, mesmo sendo advertido 
por seu supervisor. Em casa, Marcos sempre manteve uma alimentação regular. 
Seus pais são nordestinos e a alimentação sempre foi baseada em carne seca, 
peixes e frutos do mar, moqueca, vatapá, sarapatel e sururu. No café da manhã 
era comuns a presença da tapioca (feita com farinha de mandioca) e o cuscuz 
(feito com farinha de milho e leite). Porém, no acampamento do trabalho, as 
refeições oferecidas eram de pouco valor nutritivo. Basicamente uma porção 
bem servida de carne, arroz branco, feijão preto e salada de macarrão, purê de 
batatas ou batatas fritas e nos lanches, pão francês com embutido e margarina. 
Ao longo de 5 meses, Marcos chegou a engordar 6 quilos, estava cansado e 
sem disposição para a rotina diária. 
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Caso 3 
 
Juliana é uma advogada de 34 anos, noiva e tutora de 3 cachorros. Após adotar 
seu primeiro cachorro, há 3 anos, Juliana passou a se interessar mais pelas 
causas a favor dos animais e começou a participar de grupos em defesa de 
seus direitos. Seguindo essa ideologia, Juliana passou a diminuir o consumo 
de carne. Há 2 anos, parou o consumo de carne bovina, há 6 meses de frango 
e no último mês, de peixe. Segundo seu relato, sua alimentação se resume a 
ovo. Consome poucos vegetais e frutas e alto consumo de carboidratos. 
Está acima do peso (IMC=28,9) e apresenta cansaço e indisposição. 
Suplementa-se com vitamina B12 por indicação de um amigo também 
vegetariano. Não faz nenhum acompanhamento nutricional ou médico. 
Caso 4 
 
Rita tem 31 anos. Trabalha em uma grande empresa de telemarketing e há 4 
meses, deu a luz Felipe, seu primogênito. Rita teve uma gestação tranquila e 
com todos os cuidados médicos necessários. Fez o pré-natal rigorosamente e 
seguiu todas as orientações do pediatra de Felipe. Porém, após o parto, Rita 
passou a se preocupar demasiadamente com sua forma física. Afinal, sempre 
teve uma forma física que lhe agradara (palavras da própria Rita) e apesar de 
ter perdido nos últimos meses, 90% do peso adquirido durante a gestação 
(ganhou 14kg), ainda se sente desconfortável com seu corpo (principalmente 
com sua região abdominal) e iniciou um acompanhamento com um personal 
trainer. Além disso, Rito mostra-se muito preocupada com sua alimentação, 
pois percebe que faz um alto consumo de alimentos industrializados quer 
mudar essa situação. Afinal em breve, seu filho Felipe iniciará a introdução 
alimentar e ela gostaria de iniciar a prática de BLW - Baby-led weaning. 
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Caso 5 
 
Roberto é um senhor de 66 anos, aposentado. Está internado em um hospital 
público estadual há 2 meses para tratar de um complicado caso de Hepatopatia. 
Durante a internação, desenvolveu um quadro de erisipela MIE (membro inferior 
esquerdo), além de ter desenvolvido Ascite, Edema MMII (membros inferiores) 
e desnutrição devido ao quadro de alteração hepática. Antes desse quadro atual, 
Roberto tinha uma vida ativa e não fazia consumo de bebidas alcoólicas. 
Se alimentava normalmente com arroz e feijão, vegetais e carne. Fazia também 
consumo de industrializados, porém sem excessos. No hospital, Roberto está 
consumindo uma dieta específica para hepatopatas (restrita em gordura), 
hiperprotéica e hipossódica. Está em restrição hídrica (devido ao edema) e 
com suplemento alimentar específico para hepatopatias. Roberto apresenta 
quadros de enjôos e pede para tomar sopa nas grandes refeições, porém, 
preparada com um pouco mais de azeite e sal, para que ele possa se alimentar 
melhor. 
1- Identifique o valor real, 
simbólico e imaginário do alimento 
em 
cada situação. 
 
2- Identifique os principais 
aspectos críticos de cada caso. 
 
3- E se você fosse o nutricionista 
em cada situação? 
Qual seria sua conduta? 
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No universo da atuação profissional do nutricionista é comum 
o enfrentamento de situações semelhantes aos conteúdos da 
aula, na qual, com base na fundamentação teórica adaptada 
ao contexto, uma conduta nutricional bem formulada, 
objetiva a saúde do indivíduo. 
Proposta: Buscar casos semelhantes no seu convívio social, 
objetivando a articulação entre a teoria e a prática. 
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