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1 ETILENO Histórico • Em 1893, serragem de madeira quando queimada a fumaça produzida provocava a floração de plantas de abacaxi cultivadas em casa de vegetação. • Na metade do século XIX, o pesquisador Fahnestock (1858) observou que um gás de iluminação havia danificado uma coleção de plantas mantidas em casa de vegetação causando senescência e abscisão das folhas. Histórico • O estudante russo Dimitry Nikolayevich Neljubow fez a descoberta que o gás etileno como componente biologicamente ativo do gás da iluminação. • Pesquisas com ervilhas crescidas no escuro com aplicação de 0,06µµµµl l-1, produzia 3 respostas no caule: aumento radial, inibição do alongamento e uma orientação horizontal do órgão. • Entre 1917 e 1937 estudos com amadurecimentos de frutos. • Contudo em 1935, Gane cientista inglês apresentou provas químicas que o etileno era produzido em plantas. • Onde finalmente Crozier, Hitchock concluíram que o etileno seria um regulador endógeno de crescimento, e poderia ser considerado um hormônio de amadurecimento. Representação esquemática de plântulas estioladas de ervilhas. (1) Plântula em água; (2) Plântula tratada com etileno, apresentando no epicótilo: a) inibição do alongamento; b) aumento de expansão radial; c) orientação horizontal de crescimento. • O etileno em zona rural é encontrado em baixas concentrações, em torno de 0,001 a 0,005µµµµl-1 na atmosfera. • Em meios urbanos pode ser de 10 a 100 vezes maior do que no campo, onde as principais fontes são os automóveis, o fogo e a indústria. • Em tecidos meristemáticos, na abscisão de folhas, a senescência de flores e amadurecimento de frutos. • Dependendo dos teores de etileno são chamados frutos de climatérios (com produção elevada de etileno) e não- climatérios (com produção de baixos teores de etileno). OCORRÊNCIA DO ETILENO 2 BIOSSINTESE E INATIVAÇÃO • Qualquer tipo de lesão pode produzir a biossíntese de etileno, assim como o estresse fisiológico provocado por inundação, resfriamento, moléstia, temperatura, ou estresse hídrico. • O etileno é facilmente liberado dos tecidos e se difunde como gás através dos espaços intercelulares para o exterior do tecido. BIOSSINTESE E INATIVAÇÃO � Uma vez que o gás etileno é perdido dos tecidos com facilidade, podendo afetar outros órgãos, são utilizados sistemas de captura desse hormônio durante o armazenamento de frutos, flores. � O permanganato de potássio (KMnO4) é um absorvente eficiente do etileno e pode reduzir de 250 para 10 µL L-1 a concentração desse hormônio nos locais de armazenamento de maçãs, aumentando o tempo de estocagem de tais frutos. • O etileno são hidrocarbonetos insaturados, simétrico de 2 carbonos, uma dupla, 4 hidrogênios, peso molecular de 28,05, inflamável, incolor com odor adocicado similar ao éter gasoso. • Algumas substâncias são análogas ao etileno, com atividades biológicas similares como são os casos do propileno e acetileno, sendo estas moléculas preferencialmente pequenas e com duplas ligações. • Quanto maior a cadeia de carbono e contendo ligações triplas menor sua atividade biológica). AOA = ácido aminoxiacético; AVG = aminoetóxivinilglicina. APLICAÇÕES DE FITORREGULADORES AUXINA • Em alguns casos, a auxina e o etileno provocam respostas semelhantes nas plantas, como a indução da floração em abacaxi e a inibição do alongamento de caules. Tais respostas podem ser devido à capacidade das auxinas em promover a síntese de etileno pelo aumento da atividade da ACC sintase. 3 CITOCININAS • Plantas tratadas com citocininas, elevam a produção de etileno de 2 a 4 vezes, conforme observado em milho, alface e etc.. • A aplicação de citocininas e auxinas resulta na produção de etileno muito maior quando esses são aplicados isoladamente, onde o efeito do sinergismo, está associado a maior atividade sintase do ACC, e conseqüentemente a produção de ACC. GIBERELINAS • Nos casos de tratamentos com giberelinas, pequenos e variáveis na produção de etileno. Onde apenas um leve incremento na produção de etileno foi verificado com feijão e sementes de amendoim. ÁCIDO ABSCÍSICO � O ABA em algumas plantas quando aplicado promove a produção de etileno como em alfaces e maçãs, pode ser considerado pequeno com um aumento de 2 vezes nos teores de etileno, possivelmente pela estimulação da oxidase ACC. � Em folhas de trigo submetidas à seca, a aplicação de ABA inibiu a produção de etileno. ETILENO • Dependendo do tecido vegetal a aplicação de etileno pode provocar a autocatálise ou a auto-inibição desse hormônio. • Durante o amadurecimento de frutos a aplicação de etileno induzirá a autocatálise, ou seja, promove a conversão de ACC a etileno. • A auto-inibição, vai bloquear a síntese de ACC através da diminuição da atividade da sintase do ACC. FATORES BIÓTICOS E ABIÓTICOS • A temperatura ótima para a produção de etileno é de cerca de 30º C. • Em temperaturas elevadas 35 ºC as enzimas oxidases do ACC são inativadas, possivelmente devido a sua localização ser nas membranas ou no apoplasto. • Entretanto a sintase do ACC, não é prejudicada em temperaturas elevadas, ocorrendo um acúmulo de ACC. Temperaturas extremas podem gerar estresses, levando síntese de etileno. TEMPERATURA LUZ • A quantidade e qualidade de luz vão interferir na produção de etileno, podendo ter uma promoção ou inibição do mesmo. Em tecidos verdes a luz inibe a produção de etileno. • Em amendoim rasteiro as gemas crescem horizontalmente, na presença de luz, e quase que verticalmente no escuro, onde a produção de etileno é 3 vezes maior. Onde podemos dizer que o etileno de alguma forma, orienta o crescimento de plantas rasteiras. • As baixas intensidades de luz podem estimular a síntese de etileno e abscisão foliar de plantas sensíveis à sombra, por exemplo de algumas cultivares de pimenta. OXIGÊNIO • Como a enzima oxidase ACC depende de oxigênio, o aumento do mesmo vai aumentar a produção de etileno, onde em frutos climatéricos podem ser inibidos com baixos teores de O2. • Os baixos teores de O2 em câmaras controladas para armazenamentos de frutos. SECA • Quando submetidos a seca, apresentam uma elevação nos teores de etileno. Estas alterações fisiológicas, bioquímicas e moleculares estão associadas ao aumento e redistribuição de ácido abscísico. 4 GÁS CARBÔNICO • A síntese de etileno através de CO2, vai depender dos tecidos vegetais. A ação antagônica do CO2 em relação aos frutos climatéricos, possibilita o armazenamento de frutos em câmaras com concentrações elevadas de CO2. • Em pêssego e maçã, colocada em câmara enriquecida com 40% de CO2 não houve produção de etileno, porém a taxa respiratória foi reduzida à metade. • Em plantas de milho, arroz e etc... Colocadas em concentrações altas de CO2 tiveram a produções de etileno aumentada, resultante de uma maior atividade ou síntese da oxidase do ACC. ALAGAMENTO • Em plantas alagadas o etileno é o hormônio encontrado em teores mais altos nas plantas alagadas, provocando redução do crescimento da folhas, caules e raízes, a epinastia, senescência e abscisão foliar, aumento da espessura da base caulinar, formação de aerênquima e raízes adventícias, bem como a hipertrofia de lenticelas dos caules e das raízes. • O ACC é acumulado na raiz hipóxica e transportado pelo xilema para a parte aérea mais oxigenada, onde será oxidado a etileno, elevando a produção desse gás. Após 24h de alagamento o teor de ACC aumenta significativamente, onde a produção de etileno a partir de 48 horas. Efeitos do alagamento sobre os teores de ACC (nmol g-1) na seiva do xilema; de etileno (nl g-1 h-1) em pecíolos de plantas de tomate (Lycopersicum esculentum).Plantas- controles (mantidas em solo drenado) e plantas alagadas durante 24, 48 e 72 horas. SUBSTANCIAS QUÍMICAS • A produção de etileno pode ser estimulada por vários metais fitotóxicos, como cobre, ferro, prata, lítio e zinco; compostos inorgânicos, como a amônia, bissulfito; orgânicos como acido ascórbico; herbicidas, pesticidas e desfolhante como cianeto de potássio. FERIMENTOS MECÂNICOS Efeitos de ferimento na produção, durante 25 horas, da sintase do ACC (nmol g-1 h-1), ACC (nmol g-1) e etileno (nmol g-1 h-1) em discos de mesocarpo de Abóbora (Curcubita maxima). INFECÇÕES POR PATÓGENOS • O amarelecimento, epinastia e abscisão das folhas podem ser provocada pela infecção de fungos, vírus e bactérias. Estes sintomas são típicos do etileno, que parece estar ligado ao mecanismo de resistência. • O aumento de etileno provoca uma série de alterações na atividade de enzimas como a catalase, quitinase, glucanase, invertase e etc... onde está associada com a resistência. 5 TRANSPORTE DE ETILENO • O transporte de etileno é independente de tecidos vasculares e de outras células. Esse gás se move facilmente nos espaços intercelulares, podendo ser perdido para o meio ambiente. • A água e os solutos do citoplasma dificultam o movimento do etileno. • Devido sua afinidade com os lipídios (14 vezes mais solúvel do que na água), o etileno é capaz de difundir-se com facilidade pela casca de alguns frutos, como a maçã (presença de ceras). MECANISMO DE AÇÃO DO ETILENO • Os hormônios apresentam, freqüentemente, diferentes tipos de células-alvo que respondem ao mesmo conjunto de sinais através de mecanismos similares de percepção e transdução, porém seus programas moleculares são distintos. • Independente da diversidade de efetivos do etileno no desenvolvimento vegetal, seu mecanismo de ação envolve, num primeiro momento a ligação a um receptor específico, seguido por uma ou mais vias de transdução de sinais, obtendo-se então a resposta celular . • Na ausência de etileno, essas respostas são reprimidas, possivelmente pela ativação direta do regulador negativo CTR1, que atuaria sobre cascata de fosforilações, impedindo a seqüência de proteínas EIN2, EIN3 e ERF1 de se tornar ativa. Modelo hipotético de sinalização do etileno em Arabidopsis. O etileno se liga aos receptores ETR1 ou ERS1, que são proteínas de membrana do retículo endoplasmático. Os receptores de etileno ETR2 e EIN4, similares a ETR1 e ERS2, similar a ERS1, também podem estar na membrana. O etileno se liga ao receptor através do co-fator cobre, o que causa a inativação do CTR1, permitindo que EIN2 se torne ativado, o que promove a ativação de uma cascata de fatores de transcrição, incluindo o EIN3 e o ERF1, que causam a expressão de genes estimulados por etileno. PRINCIPAIS FUNÇÕES DO ETILENO NOS VEGETAIS • O crescimento reduzido provocado pelo etileno em plantas intactas, esta ligada ao retardamento ou até mesmo a inibição da divisão celular, devido a maior duração da fase G1, G2 ou S. • O etileno provoca a reorganização de microfibrilas de celulose da parede celular, na posição normalmente transversal para longitudinal, tendo como conseqüência, uma redução no alongamento longitudinal e um incremento na expansão celular lateral, fazendo com que o caule fique mais tempo curto e espesso. DIVISÃO E EXPANSÃO CELULAR Área média de células da base caulinar de plantas Pelthophorum dubium. Controle-plantas drenadas; controle + etileno- plantas drenadas e tratadas com 240 mg l-1 de Ethrel; Um aumento similar das áreas das células foi verificado tanto em plantas drenadas tratadas Ethrel quanto em plantas submetidas ao alagamento. As maiores áreas celulares são observadas em plantas alagadas tratadas com Ethrel. DORMÊNCIA • O envolvimento do etileno na promoção da germinação foi observado, inicialmente, na década de 20 em algumas espécies de mono e dicotiledôneas. • Sementes dormentes de pêssego, por exemplo, apresentam uma produção reduzida de etileno no eixo embrionário, podendo a germinação destas ser promovida através de tratamento com Ethrel. 6 DORMÊNCIA • Em carrapichos, as sementes não-dormentes produzem até 4 vezes o teor de etileno verificado nas sementes dormentes, cujos tecidos acumulam ACC e apresentam baixas concentrações da oxidase do ACC. • O desenvolvimento dos ramos laterais resultaria da remoção do efeito inibitório do meristema apical sobre as gemas laterais, cuja dormência é controlada por vários hormônios, podendo o etileno modular a atividade desses hormônios. CRESCIMENTO E DIFERENCIAÇÃO DA PARTE AÉREA • A inibição do crescimento resultante da divisão e alongamento celulares é um efeito marcante do etileno, interpretado como conseqüência de alterações no transporte ou da ação de substâncias promotoras desses eventos celulares. • O crescimento de caules, pecíolos e pedúnculos de frutos é estimulado pela elevação do teor de etileno, este resultante simultaneamente do aumento na síntese do ACC e redução na difusão deste e de outros gases. CRESCIMENTO CRESCIMENTO E DIFERENCIAÇÃO DA PARTE AÉREA • Esses efeitos estimulatórios podem ser resultantes da interação do etileno com outros hormônios, dentre os quais um aumento na síntese de ácido giberélico (AG), ou uma diminuição no teor do ácido abscísico (ABA), alterando assim, favoravelmente, o balanço entre as substâncias promotora e inibidora do crescimento CRESCIMENTO Crescimento caulinar de plantas de arroz cultivadas sob alagamento. Nessa condição, as plantas apresentam teores elevados de etileno o que acarreta uma diminuição da concentração do hormônio inibidor do crescimento ABA e um aumento no teor do hormônio promotor do crescimento GA, o que promove o crescimento do caule. LENTICELAS HIPERTROFIADAS • O etileno está associado à hipertrofia de lenticelas caulinares, estas resultantes de um aumento de volume do tecido parenquimatoso encontrado junto aos poros. • A hipertrofia tem sido observada na base de caules e em raízes de plantas sujeitas ao alagamento, representando estruturas importantes para a eliminação de compostos tóxicos, como o etanol, e também para a captação do oxigênio, que se difunde da parte aérea para as raízes submersas (hipóxicas). Número médio de lenticelas hipertrofiadas encontradas em uma área de 0,25 cm2 na base caulinar de plantas de Croton urucuana tratadas com 150 e 300 mg/L de Ethrel. 7 lenticelas hipertrofiadas INDUÇÃO FLORAL E EXPRESSÃO SEXUAL • A promoção da floração pelo etileno, inicialmente observada em abacaxizeiro e mangueira através da fumaça de madeira, é limitada a um pequeno número de espécies, destacando-se as espécies de Bromeliaceae. • A resposta ao etileno é dependente da presença de pelo menos uma folha com grau mínimo de maturidade. Enquanto o tratamento de 6 horas com etileno mostrou- se suficiente para promover após 4 dias a indução floral em abacaxi, o tratamento com AVG em algumas espécies ornamentais de Bromeliaceae atrasou a formação de flores. INDUÇÃO FLORAL E EXPRESSÃO SEXUAL • O tratamento com giberelina exerce um efeito contrário ao etileno, favorecendo a produção de flores masculinas, efeito esse também verificado com a aplicação de inibidores da síntese de etileno (AVG) e de sua ação (íon prata). TECIDOS SECRETORES • São tecidos ou mesmo simples células por onde o vegetal elimina ou isola substâncias de dentro de seu corpo, com diversas finalidades. • Algumas plantas possuem tecidos secretores como os ductos de resina e os ductos gomíferos. • O etileno tem sido associado à indução dessas estruturas secretoras, relacionadas geralmente com a defesa contra insetos e organismos patogênicos. • Estresses, como o alagamento, induzem a produçãode etileno e a formação desses ductos resiníferos. Em Hevea brasiliensis (seringueira), a aplicação de ACC é capaz de desencadear um aumento na produção e fluxo de látex, sendo assim uma técnica bastante utilizada na produção comercial da borracha. SENESCÊNCIA • A senescência ou envelhecimento nas plantas superiores, diferentemente do que geralmente se supõe, não deve ser visto como processo de deterioração, mas como parte integrante de um programa de desenvolvimento. • Os cloroplastos do mesófilo são as primeiras organelas a entrar no processo de deterioração e de senescência foliar, desencadeado pela destruição das proteínas constitutivas dos tilacóides, do estroma (enzimas), degradação da clorofila e conseqüente perda da cor verde. 8 SENESCÊNCIA � A coloração amarelo-avermelhada das folhas senescentes resulta da presença de carotenóides, antes mascarados pela clorofila. � A senescência foliar progride com a redução do volume citoplasmático, número de ribossomos etc. A despeito dessas profundas modificações, o núcleo permanece estrutural e funcionalmente intacto até os estágios finais da senescência foliar. • Tratamentos com Ethrel (substância que libera etileno) e ACC aceleram a senescência foliar, enquanto as citocininas retardam o envelhecimento desse órgão. • O emprego de substâncias inibidoras da síntese de etileno, como aminoetoxivinilglicina (AVG) e íons cobaltos, ou da ação desse hormônio, como alguns sais de prata (AgNO3) ou gás carbônico, retardam a senescência. • De modo geral, a sensibilidade ao etileno aumenta à medida que o órgão se desenvolve e amadurece; órgãos ainda muito jovens não são responsivo ao etileno. • Outras evidências relacionadas à importância do etileno na senescência de folhas, pétalas e sépalas, refere-se ao uso de plantas geneticamente modificadas Plantas transgênicas portadoras de RNAm anti-senso para os genes que codificam a sintase do ACC ou oxidase do ACC, ambas envolvidas na síntese do etileno, exibem atraso na senescência das folhas, pétalas e sépalas. ABSCISÃO • Ao longo do seu desenvolvimento, as plantas superiores podem liberar folhas, flores, partes de flores e frutos (abscisão), geralmente relacionado com frutos maduros, órgãos senescentes danificados. • A abscisão ocorre na camada ou zona de abscisão, um conjunto de células diferenciadas morfológica quanto fisiologicamente. ABSCISÃO � Baseado em evidências experimentais disponíveis, tem sido sugerido que a abscisão seria controlada principalmente pela ação de dois hormônios: etileno e auxina. � O emprego de auxinas sintéticas como agentes desfolhantes é conhecido há tempos, destacando-se dentre elas o ácido 2,4,5 triclorofenoxiacético (2,4,5-T), componente ativo do "agente laranja", abundantemente utilizado pelos Estados Unidos na guerra do Vietnã. • Do ponto de vista estritamente mecânico, a abscisão decorre do estabelecimento de uma fina camada transversal de células ao órgão, cujas ligações de paredes, inicialmente fortes, tomaram-se enfraquecidas devido às atividades de celulases e poligalacturonases. • A abscisão depende da ativação de determinados genes que codificam enzimas hidrolíticas das paredes celulares. Tem sido observado que genes que codificam para a celulase, como, por exemplo, a β-1,4-glucanase, são induzidos preferencialmente nas células da zona de abscisão. • A poligalacturonase está também relacionada com a separação de células tanto na abscisão de folhas quanto de flores e frutos. A síntese dessa enzima depende da presença de etileno. 9 Representação esquemática da abscisão de órgãos (folhas, flores ou partes florais). A) órgão (O) unido a planta (P) contendo células pequenas no local de ligação; B) essas células são diferenciadas em zona de abscisão(ZA) devido à diminuição do teor de auxina e aumento da sensibilidade ao etileno; C) na zona de abscisão ocorre a separação do órgão pela ação da celulase; D) nesse local é formado uma camada de proteção. Durante a formação da camada de abscisão, duas ou três fileiras de células na zona de abscisão (A) sofrem degradação da parede celular, devido a um aumento das enzimas que hidrolizam a parede (B). Os protoplastos resultantes arredondam-se e aumentam em volume, separando as células traqueais e facilitando a separação da folha do caule. Fase de manutenção da folha Fase de indução da queda Fase de queda AMADURECIMENTO DE ALGUNS FRUTOS • O termo amadurecimento de frutos refere-se a mudanças no fruto que o tornam pronto para ser consumido. • As mudanças incluem o amolecimento do fruto devido a quebra enzimática das paredes celulares, a hidrólise do amido, o acúmulo de açúcares e desaparecimento de ácidos orgânicos e de compostos fenólicos. • Sob uma perspectiva da planta, a maturação do fruto indica que as sementes já estão prontas para dispersão. • Todos o frutos que amadurecem em resposta ao etileno exibem, antes da fase de amadurecimento, um aumento característico da respiração, chamado de climatério. • Tais frutos também apresentam um pico na produção de etileno, imediatamente antes do aumento da respiração. Visto que o tratamento com etileno induz o fruto a produzir etileno adicional, essa reação pode ser descrita como autocatalítica. • Maçãs, bananas, abacate e tomates são exemplos de frutos climatéricos. Em contraste, frutos cítricos e uvas não exibem aumento na respiração e na produção do etileno e são chamados de frutos não-climatéricos. 10 • Frutos não-climatéricos caracterizam-se pela baixa taxa respiratória e produção de etileno ou ausência. • Os inibidores da síntese do etileno, como AVG ou da ação do etileno como CO2, ou Ag+ têm retardado ou mesmo evitado o amadurecimento. • Quando o fruto amadurece a taxa do ACC e a biossíntese do etileno aumenta. A atividade enzimática, tanto da ACC oxidase quanto da ACC sintase é aumentada, bem como os níveis de RNAm de subgrupos de genes que codificam cada enzima. • Contudo, a aplicação do ACC em frutos não maduros apenas aumenta levemente a produção do etileno, indicando que um aumento na atividade da ACC oxidase é a etapa limitante do amadurecimento
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