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PET ADILMA X VIT SERVIÇOS

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Prévia do material em texto

VASCONCELOS ADVOCACIA
Dr.ª. Maria José Vasconcelos Torres.
EXM°. SR. DR. JUIZ DA _____ VARA DA JUSTIÇA DO TRABALHO DE MACEIÓ – AL.
ADILMA MARIA DOS SANTOS, brasileira, solteira, portadora do RG 1.833.939-SSP/AL, com CTPS sob o nº 022354-Série 00022-AL, com o endereço na Rua: Henrique Manuel da Silva, B6 – Vila Gogó da Ema, 29,Tabuleiro do Pinto, CEP.: 57.100-000, Rio Largo, por conduto de sua advogada legalmente constituída, vem, perante Vossa Excelência interpor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, em face de VIT SERVIÇOS AUXILIARES DE TRANSPORTE AÉREO, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n° 00.965.403/0003-57, no Aeroporto Zumbi dos Palmares, S/Nº, CEP.: Rio Largo – AL, CEP.: 57.100-000, e INFRAÉREO - LITISCONSORTE, com endereço no Aeroporto Zumbi dos Palmares, S/Nº, CEP.: Rio Largo – AL, CEP.: 57.100-000, pelos fundamentos fáticos e jurídicos a seguir expostos:
1.DO ENDEREÇO PARA INTIMAÇÕES – ARTIGOS 39, I E 242 DO CPC:
Art. 39. CPC – Compete ao advogado, ou à parte quando postular em causa própria:
I – declarar, na própria petição inicial ou contestação, o endereço em que receberá intimação. (grifos nossos).
Art. 242. CPC – O prazo para interposição de recurso conta-se data, em que os advogados são intimados da decisão, da sentença ou do acórdão.
§1º. Reputam-se intimados na audiência, quando nesta é publicada a decisão ou a sentença.
§2º. Havendo antecipação da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, mandará intimar pessoalmente os advogados para ciência da nova designação. (grifos nossos).
Ad cautelam, para maior segurança processual, requer a Reclamada que, quando forem realizadas notificações – utilizando-se do teor contido no Art. 39, inciso I e Art. 242, ambos do CPC – sejam esta encaminhadas para o endereço contido no rodapé, tudo objetivando o ilibado e célere andamento processual.
2. PRELIMINARMENTE
Declara o Reclamante que é POBRE na forma da Lei nº 1.060/50, requerendo, desta feita, de Vossa Excelência, os benefícios da justiça gratuita, também pelo fato de encontrar-se desempregado, não tendo condições financeiras de arcar com as despesas do processo, conforme prevê o caput, do artº 4º, da referida lei.
3. DO CHAMAMENTO DA LITISCONSORTE.
A Reclamante foi contratada pela primeira Reclamada, no dia 04 de dezembro de 2006, com CTPS anotada para exercer a função de Auxiliar Operacional III, percebendo de R$ 1.062,49 (hum mil, sessenta e dois reais e quarenta e nove centavos), por mês, sendo demitida por justa causa no dia 21 de outubro de 2010, sem receber as suas verbas rescisórias, até a presente data.
Esclarece a Reclamante que, o chamamento à lide da INFRAÉREO, como LITISCONSORTE, consiste em haver a chamada terceirização entre a Reclamada e a Litisconsorte - tomadora de serviços -, onde a mesma se beneficiou dos serviços prestados pela Reclamante, na limpeza das aeronaves de responsabilidade da litisconsorte, sem, contudo receber seus direitos trabalhistas da Reclamada, devendo o tomador de serviços ser responsabilizado de forma subsidiária quanto às obrigações trabalhistas inadimplidas.
O Tribunal Superior do Trabalho editou a atual Súmula 331, que determina as conseqüências do tomador de serviço na contratação de trabalhadores sob a forma de terceirização, a qual reproduzimos in verbis: 
“SÚMULA 331. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE.
I – omissis;
II – omissis; 
III – omissis;
IV – O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador de serviços, quanto aos órgãos da administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que haja participado da relação processual e constem também do título executivo judicial (art.71 da Lei nº 8.666/93). (Alterado pela Res. 96/2000, DJ 18.9.2000)”. Grifos nossos
Observe-se, ainda, que as verbas devidas da Reclamante têm natureza alimentar e gozam do benefício do art.100, §3º, da CF.
Portanto, requer desde logo, a Reclamante, a notificação da Litisconsorte para compor a lide e, querendo, responder a presente Reclamação Trabalhista.
4. DOS FATOS.
Como já dito a Reclamante foi contratada pela primeira Reclamada, no dia 04 de dezembro de 2006, com CTPS anotada para exercer a função de Auxiliar Operacional III, percebendo de R$ 1.062,49 (hum mil, sessenta e dois reais e quarenta e nove centavos), por mês.
Além do salário fixo contratado a Reclamante também percebia insalubridade em grau médio, por executar suas atividades na limpeza das aeronaves, no Aeroporto Zumbi dos Palmares, totalizando o valor acima mencionado. 
Inicialmente, cabe esclarecer que a Reclamante era empregada da Reclamada há 4 anos. Ocorre que a Reclamante no dia 21 de outubro, foi surpreendida com a notificação de sua demissão, por justa causa.
A Reclamante, no dia 16 de outubro de 2010(sábado), por volta das 14:00h e tendo necessidade de almoçar na sala de manutenção, tentou passar pelo portão de acesso(RX) – pátio de aeronaves, portando sua marmita com almoço e 1 (um) garfo e 1 (uma) faca, ambos de metal, e ao tentar passar no referido local, foi impedida pelo segurança. Em seguida a Reclamante procurou passar pela esteira de despacho de bagagem (chek-in), sem nenhum impedimento.
Ocorre que, no dia 21 de outubro de 2010, para surpresa da Reclamante, esta foi comunicada de sua demissão por justa causa, tendo a Reclamada alegado que a mesma tinha cometido ato de indisciplina e insubordinação de acordo com o art. 482, letra “h”, da CLT.
Tal justificativa se deve ao fato da Reclamante no dia 16 de outubro de 2010, ter tentado passar para almoçar na sala de manutenção, portanto 1(um) garfo e 1(uma) faca e sua marmita com almoço.
Ante o fato da Reclamada não possuir refeitório para seus funcionários e que a Reclamante só tinha apenas 20 (vinte) minutos para almoçar e naquele dia (16.10.2010) ter uma aeronave da empresa GOOL no solo aguardando sua limpeza, a Reclamante só tinha uma alternativa, almoçar na sala de manutenção, o que era corriqueiro acontecer, entre os demais trabalhadores. 
Observe MM. Julgador, que a Reclamante em nenhum momento foi advertida pelos seus superiores da alegada falta grave cometida, tendo a mesma laborado normalmente e somente no dia 21 de outubro de 2010, foi comunicada de sua dispensa por justo motivo.
A Reclamante ao retornar de sua folga na quarta-feira(20.10.2010), já se deparou com os comentários entre seus colegas de trabalho, de que a mesma seria demitida por justa causa e que teria que devolver seu crachá funcional ao chefe do departamento. 
A atitude da Reclamante é reprovável, uma vez que não houve motivo relevante para tal atitude, com a Reclamante, pois a mesma sempre laborou com zelo e dedicação profissional há mais de 4 (quatro) anos, não merecendo ser tratada com tanta rigidez pela a Reclamada.
Pelo exposto, não restou outra alternativa á Reclamante a não ser propor a presente reclamação trabalhista, objetivando a conversão da dispensa por justa causa em dispensa imotivada, com a conseqüente condenação da Reclamada ao pagamento de todas as parcelas provenientes da dispensa sem justa causa, além de sua condenação em danos morais, por ter exposto a Autora a uma situação vexatória e humilhante perante seus colegas de trabalho (art. 5º, X, da CF/88).
Ademais, por se tratar de uma demanda oriunda da relação de emprego existente entre as partes, resta claro que a Reclamante e as Reclamadas possuem legitimidade para integrar, respectivamente, o pólo ativo e passivo da demanda, sendo também patente à competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar a presente ação (art. 114, I e VI, da CF/88, e Súmula 392, do TST).
5. DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E A CONVERSÃO DA DISPENSA POR JUSTA CAUSA.
No caso em tela, como mencionado acima, a Reclamante no dia 21 de outubro de 2010, foicomunicada de sua demissão por justa causa, tendo a Reclamada alegado que a mesma tinha cometido ato de indisciplina e insubordinação de acordo com o art. 482, letra “h”, da CLT, motivos esses abordados no tópico anterior.
A dispensa por justa causa é um dos piores gravames que pode sofrer a Reclamante, pois além de perder seu emprego de 4(quatro) anos e alguns meses, tem seus direitos trabalhistas afetados, gerando ainda sérias repercussões na sua vida profissional e moral.
Para que possa prosperar a justa causa, necessário é preencher alguns requisitos simultaneamente, qual seja: tipicidade, imediatidade, gravidade da conduta e causalidade. 
A Reclamante foi atingida em sua honra, sua moralidade e sua imagem, tendo seu trabalho posto a dúvidas e em público, prática esta condenada pela Constituição Federal pátria, de acordo com o art.5º, inciso X, o qual transcrevemos abaixo:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral, ou à imagem. 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
Vejamos a definição do Dano Moral. 
Ensina a melhor doutrina que o dano moral é o resultado prejudicial que tem por objetivo a lesão ou menoscabo de alguns dos bens correspondentes ao âmbito estritamente pessoal da esfera jurídica do sujeito de direito, a que se ressarcem por via satisfativa, sob o critério equitativo do Juiz. (Rafael Garcia Lopez - citado no acórdão TRT/ES RO 2.134/92) 
José Aguiar Dias coloca que: 
"não é o dinheiro e nem coisa comercialmente reduzida a dinheiro, mas a dor, o espanto, a emoção, a vergonha, a injúria física ou moral, em geral uma dolorosa sensação experimentada pela pessoa, atribuída à palavra dor o mais largo significado." (Da responsabilidade civil 9a. edição, RJ, Forense, 1994, v.2, § 730). Grifos nossos
E ainda continua que: 
"Consiste na penosa sensação da ofensa, na humilhação perante terceiros, na dor sofrida, enfim, nos efeitos puramente psíquicos e sensoriais experimentados pela vítima do dano, em conseqüência deste, seja provocada do defeito ou da lesão, quando não tenha deixado resíduo concreto, seja pela atitude de repugnância ou de reação ao ridículo tomada pelas pessoas que o defrontam." (op. cit. § 743). Grifos nossos.
Portanto, a definição do dano moral relata claramente todos os sofrimentos psíquicos e sensoriais que a Reclamante tem ao ser penalizada pela justa causa injustamente.
O Direito Positivo Nacional consigna atenção ao dano moral, seja ele puro ou reflexo. Porém, alguns intérpretes do Código Civil, defendiam pensamento diverso, argumentando inexistir previsão expressa no Direito Positivo que amparasse a reparação de dano extrapatrimonial. Apesar dos respeitáveis nomes que advogavam a tese negativista, a verdade científica não demorou a prevalecer. 
Com efeito, o próprio Estatuto Civil, além de prever a reparação por dano causado a outrem, previa também, ao estabelecer reparação para os casos de injúria, calúnia e difamação, a posição entendida inexistente:
“Art.159. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano.
A verificação da culpa e a avaliação da responsabilidade regulam-se pelo disposto neste Código, arts.1.518 a 1.532 e 1.537 a 1.553” 
“Art.1.547 – A indenização por injúria ou calúnia consistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendido”.
“Art.1.553 – Nos casos não previstos neste Capítulo, se fixará o arbitramento à indenização”. 
Veja-se MM Julgador que mesmo sob a égide do Código Civil de 1916 o entendimento de cabimento da indenização por danos morais já existia. Hoje, tanto mais cabível, posto que além do Código Civil de 2002 contemplá-lo (arts.186, 953), a própria Carta Magna do País o prevê (art.5°, inciso V. e X).
Acerca disso, vejamos o que diz o art.186 do Novo Código Civil pátrio:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. 
A indenização se justifica pelo fato do ofensor ter descumprido a obrigação do nemine laedere, que segundo a lição de Paulo Luiz Netto Lobo se consubstancia: “no dever de não lesar ou ofender a pessoa ou o patrimônio do outro”.
O Código Civil pátrio, em seu art.927, reza o seguinte:
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”. (grifos nossos).
A Constituição pátria diz ser inviolável a dignidade da pessoa humana (art.1º, inciso III), colocando a disposição daqueles que foram maculados em sua honra, sua dignidade e respeitabilidade mecanismos jurídicos aptos a punir ofensor dano material ou moral decorrente de sua violação.
Houve violação à honra e imagem da Reclamante. Tais direitos têm dignidade constitucional, ex vi do art.5°, V e X, os quais uma vez atingidos, gera ao ofensor o dever de reparação. 
Neste sentido, vejamos o que diz o STF:
“O dano moral indenizável é o que atinge a esfera legítima de afeição da vítima, que agride seus valores, que humilha, que causa dor”. Grifos nossos.
O caso sub examen coaduna-se perfeitamente ao julgado acima transcrito, tendo em vista que a Reclamante teve sua honra e imagem de boa profissional exposta em público, na presença de colegas de trabalho e pelo terrorismo psicológico experimentado na Reclamada. 
Beatriz Della Giustina afirma que: 
"Exemplo elucidativo da conduta ilícita do empregador se dá quando este despede o empregado com pecha de desonestidade, incompetência, insubordinação, etc.. (...). O abalo das acusações da despedida por justa causa desdobra-se em consequência danosa de dor, sofrimento, mágoa e tristeza humana em tempo de ultraje, trazendo consequentemente, sequelas irreparáveis ao obreiro e à sua família." (Giustina, Beatriz Della. A Reparação do Dano Moral Decorrentes da Relação de Emprego, Jorna; Trabalhista n. 564. Brasília, 10 de julho de 1995, pág. 722.) (G.N) 
A justa causa imputada falsamente a Reclamante, por se tratar de grave acusação, afeta a honorabilidade, o crédito, o bom nome profissional, o conceito social e o próprio lar da obreira além de causar prejuízo enorme financeiro.
O Judiciário não pode ser conivente com a Reclamada que imputam falsa justa causa, tendo em vista a repercussão negativa na vida econômica, moral e social da Reclamante. Além do mais, a Reclamante antes de tudo é ser humano, logo, tem seu direito a honra e a imagem garantido pela nossa Constituição Federal e de pleitear a devida indenização, principalmente contra aquele a Reclamada.
Vejamos o que considerou Varquez Villard citado por Pinho Pedreira, onde afirmou claramente a importância do dano moral na relações de Trabalho, verbis: 
"se em algum âmbito de direito o conceito de dano moral pode ter alguma aplicação é, precisamente, na do trabalho. A razão de subordinação que está sujeito o trabalhador na satisfação de seu débito leva que a atuação de outra parte, que dirige esta atividade humana, possa menoscabar a faculdade de atuar que diminui e até frusta totalmente a satisfação de um interesse não patrimonial." (Pinho Pedreira, A Reparação do Dano Moral no direito do trabalho - LTr, 55 (5):552, 1991). (G.N).
Infelizmente é de praxe algumas empresas usarem deste poder de aplicarjusta causa aos funcionários, com intuito de prejudicar a vida profissional futura de seus trabalhadores e como meio mais eficaz de economizar alguns "reais" momentaneamente. Isto tem que acabar, eis que o mercado de trabalho encontra-se muito fechado, e qualquer empecilho ou qualquer mácula que o empregado candidato sofre, praticamente o retira de obter nova colocação no mercado, prejudicando de maneira significativa o obreiro e sua família, causando assim uma desordem social. 
Enoque Ribeiro dos Santos, Advogado e Professor Universitário, afirma em sua recente obra "O Dano Moral na Dispensa do Empregado" que: 
"O empregador, por algum motivo, pode interromper o curso da contratação, alegando algum fato desabonador à figura do empregado, ou mesmo se recusar a externar o motivo, seja ele oriundo interna ou externamente à empresa. Se tal fato for ilícito e vexatório ao empregado, sem sua devida comprovação na órbita do Direito, a atitude do empregador ensejará a reparação por dano moral ao empregado" (Santos E. R. "O Dano Moral na Dispensa do Empregado", editora LTr, 1998, pág. 129.) (G.N) 
Finalizando, baseando-se no art. 5.º itens V e X da Constituição Federal combinado com o artigo 159 do Código Civil, a justa causa aplicada de maneira falsa é suficiente para ensejar uma eventual ação de indenização por danos morais, tendo em vista as sérias seqüelas de natureza moral, social e financeira que tal penalidade traz a vida da Reclamante.
Portanto, é evidente que a Reclamante não praticou qualquer ato de insubordinação ou indisciplina (art.482, h, da CLT), restando claro que a dispensa efetivada pela Reclamada foi ilegal e arbitrária.
Ressalte-se, ainda, que a dor, a angústia, a humilhação, a vergonha experimentada pela Reclamante, por envolverem direitos da personalidade, não depende de prova, surgindo à responsabilidade de reparação tão logo verificada o fato da violação. 
Diante do exposto, requer a Reclamante seja condenada a Reclamada nos danos morais causados a mesma, bem como a conversação da dispensa por justa causa efetivada de forma ilegal e arbitrária, com os respectivos direitos.
6. DA JORNADA DE TRABALHO.
A Reclamante laborava em jornada de escala e revezamento de 5/1, ou seja: 5 (cinco) dias de labor, para 1 (um dia) de folga por semana, no seguinte horário: das 10h00 às 19h00, de segunda-feira a domingo, totalizando 9 (nove) horas diárias.
Com tal jornada a Reclamante sempre extrapolava a jornada de 8(oito) horas diárias, além de laborar em todos os feriados civis e santificados.
Todavia, a pesar de sua jornada extrapolar a 8 horas diárias e 44 horas semanais imposta pela Carta Maior (art. 7º, XIII), a Reclamante jamais recebeu a remuneração das horas extras laboradas com sua integração ao salário, além de sua repercussão nas férias com 1/3, nos repousos semanais remunerados, no 13º salário, no FGTS + 40% e no aviso prévio, conforme entendimento pacífico dos Tribunais, em especial, consubstanciado nas Súmulas correlatas do Colendo Tribunal Superior do Trabalho.
No que diz respeito a jornada para descanso e alimentação, esta também era suprimida pela Reclamada, uma vez que a Reclamante só contava com apenas 20 ou 30 minutos para alimentação, sem nada receber à título de horas suplementares com o respectivo adicional, nem tampouco sua integração no salário, para refletir nas férias com 1/3, nos repousos semanais remunerados, no 13º salário, no FGTS + 40% e no aviso prévio, que desde logo REQUER. 
7. DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.
A Reclamante sempre laborou em ambiente insalubre para o tomador de serviços da Reclamada, onde executava a limpeza das aeronaves, percebendo adicional de insalubridade em grau médio – 20% (vinte por cento). Ocorre que tal adicional era pago a menor, ou seja, tomando como base o salário mínimo do governo federal, de acordo com os contracheques em anexo.
Vale informar que o STF – Supremo Tribunal Federal, já se posicionou quanto à inconstitucionalidade do art. 192 da CLT e da Súmula 228, do TST, que vinculava o salário mínimo como base de cálculo para o adicional de insalubridade. 
Súmula Vinculante nº 4, a qual transcrevemos:
SÚMULA VINCULANTE 4. Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
Por força da referida súmula, o Tribunal Superior do Trabalho, reeditou a Súmula 228, nos seguintes termos:
SÚMULA 228. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CALCULO. A partir de 9 de maio de 2008, data da publicação da Súmula Vinculante nº 4 do Supremo Tribunal Federal, o adicional de insalubridade será calculado sobre o salário básico, salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo. (grifos nossos).
A mesma resolução que alterou a Súmula nº 228 ainda cancela a Súmula nº 17 e a Orientação Jurisprudencial nº 02 da Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) e confere nova redação à Orientação Jurisprudencial nº 47 da SDI-1, nos seguintes termos: 
SÚMULA 47. HORA EXTRA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO. A base de cálculo da hora extra é o resultado da soma do salário contratual mais o adicional de insalubridade. (grifos nossos). 
Portanto. Requer a Reclamante a diferença do valor percebido á título de adicional de insalubridade, por ter recebido a menor, ou seja, com base no salário mínimo, devendo incidir sobre o salário base a partir de 9 de maio de 2008 até sua demissão ocorrida em 21 de outubro de 2010, devendo integrar no seu salário, para refletir nas férias com 1/3, nos repousos semanais remunerados, no 13º salário, no FGTS + 40% e no aviso prévio, bem no cálculo das horas extras, que desde logo REQUER. 
8. DA MULTA DO ARTIGO 467, DA CLT.
Pleiteia a Reclamante o recebimento da multa do art. 467, da CLT, caso a Reclamada não quite na primeira audiência que deverá comparecer as verbas incontroversas, no percentual de 50% (cinqüenta por cento), que desde logo requer de Vossa Excelência.
9. DOS PEDIDOS:
Ex positis, requer a Reclamante o seguinte:
a) a conversão da dispensa por justa causa efetivada de forma ilegal e abusiva pela Reclamada em dispensa imotivada, com a conseqüente condenação da Reclamada ao pagamento das seguintes verbas: aviso prévio indenizado e sua integração para todos os fins (art. 487, § 4º, da CLT); férias proporcionais +1/3; 13º salário; levantamento do FGTS e multa de 40% ;
b) Liberação das guias do seguro-desemprego, sob pena de pagamento de indenização substitutiva, de acordo com Súmula 389, do TST, bem como liberação das guias para saque do FGTS;
c) Fixação de indenização pelos danos morais experimentados pela autora em função da imputação injusta que ensejasse a justa causa, no importe de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
d) Diferença de horas-extras de todo o período laborado, acrescidas do adicional de 50%, sobre o valor da hora normal, somado ao adicional de insalubre, com sua integração ao salário da Reclamante para todos os efeitos legais;
e) Repercussões sobre as horas-extras: RSRs; Férias + 1/3 constitucional; 13º salários; FGTS + multa de 40%; aviso prévio;
f) Dobras dos domingos e feriados laborados, levando-se em consideração o salário contratual e a insalubridade percebida, bem como os reflexos: nos RSRs; Férias + 1/3 constitucional; 13º salários; FGTS + multa de 40%; aviso prévio;
g) Horas-extras do intervalo intrajornada não concedido, com acréscimo de 50% em consideração o salário contratual e a insalubridade percebida, bem seus reflexos: nos RSRs; Férias + 1/3 constitucional; 13º salários; FGTS + multa de 40%; aviso prévio;
h) Diferença do adicional de insalubridade percebido a menor, a partir de 9 de maio de 2008, data da publicação da Súmula Vinculante nº 4 do Supremo Tribunal Federal, bem como a teor da Súmula 228, devendo incidir sobre o salário básico e não sobre o salário mínimo; 
i) Reflexos sobre a diferença do adicionalde insalubridade: nos RSRs; Férias + 1/3 constitucional; 13º salários; FGTS + multa de 40%; aviso prévio.
j) Multa do art. 467 da CLT;
o) Da justiça gratuita, conforme a Lei n° 1.060/50, por ser a Reclamante pobre na forma da lei, encontrando-se desempregada.
10. CONCLUSÃO
REQUER a Reclamante que Vossa Excelência julgue procedente esta Reclamatória em todos os seus pedidos, intimando a Reclamada principal e a litisconsorte para que estas, querendo, compareçam à audiência e venha a contestar a presente ação, sob pena de incorrer em revelia e confissão sobre matéria de fato nos termos do artigo 844 da CLT. REQUER que ao final, a Reclamada seja condenada ao pagamento de todos os pedidos supra-relacionados.
Por fim, protesta a Reclamante pela produção de todos os tipos de provas admissíveis em direito, sobretudo as documentais, testemunhais e depoimento pessoal, tudo com vistas na boa fluidez do processo.
Dá-se à causa o valor de R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais).
Nestes termos,
Pede deferimento.
Maceió (AL), 10 de novembro de 2010.
MARIA JOSÉ VASCONCELOS TORRES.
ADVOGADA – OAB/AL 5.543.
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