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Enfrentando obstáculos na transposição didática da história da ciência para a sala de aula

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Nome do Aluno: Marcelo Cunha R.A. 131.610.164 turma 2016-1
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
FORATO, T. C.M; MARTINS, R. A; PIETROCOLA, M. Enfrentando obstáculos na transposição didática da história da ciência para a sala de aula. In: PEDUZZI, L. O. Q.; MARTINS, A. F. P; FERREIRA, J.M.H. Temas de história e filosofia da ciência no ensino. Natal: EdUFRN, 2012. Cap. 5, pg 123 a 154. Disponível em : http://ppgect.ufsc.br/files/2012/11/Temas-de-Historia-e-Filosofia-da-Ciencia-no-Ensino1.pdf , acesso em 21/02/2016.
OBJETIVOS DO AUTOR:
Apontar possibilidades de transposição do conhecimento desenvolvido por especialistas da História da Ciência para a realidade didática do Ensino Básico. Descrever a importância dos aspectos interdisciplinares da História da Ciência.
 RESUMO DO TEXTO:
O trabalho discute as dificuldades encontradas para implementar os estudos da História e Filosofia da Ciência no Ensino Médio, enfatiza a necessidade de adaptar, ou transpor didaticamente, o conhecimento de História da Ciência elaborado por especialistas para a sala de aula.
Demonstra os benefícios que o ensino de História e Filosofia da Ciência tem a oferecer no letramento científico dos alunos. Questiona a postura compartimentada do conhecimento, uma tendência da especialização típica dos dias atuais e propõe o foco histórico e filosófico como uma forma de romper com esta postura. Levantando algumas questões entre elas: O preparo do professor com a interdisciplinaridade, bem como o domínio dos conteúdos, para a criação e uso de materiais pedagógicos adequados, questiona ainda qual seria a pedagogia adequada a ser aplicada em História da Ciência. 
O autor discute a comum forma de encarar a Ciência como uma atividade apenas empírica-indutiva. Aponta que a História da Ciência facilita conhecer diferentes metodologias de produção científica. Reconhecer assim os limites e interações Ciência-Tecnologia-Sociedade. 
Discute a disseminação de pseudo-história no ensino de Ciência. Aponta para a necessidade de permanecer com os olhos voltados para a necessidade de transpor didaticamente, adaptando as narrativas para ir de encontro a realidade da sala de aula. Para tanto recomenda valer-se dos conhecimentos desenvolvidos por especialistas adaptando-os para a sala de aula. O mesmo preceito valendo para textos originais históricos. O autor descreve uma experiência na qual foi aplicado um minicurso usando História da Ciência para trabalhar conteúdos de óptica, ele aponta os obstáculos e soluções para o mesmo.
ANÁLISE CRÍTICA:
Os autores fazem exposição bastante objetiva, eles demonstram a importância da transposição dos conhecimentos desenvolvidos pelos especialistas para a uma forma mais didática para a sala de aula. Esta tarefa não é simples, porém fica muito bem evidenciado a sua urgência. Apenas por meio desta transposição podemos evitar o uso equivocado da História da Ciência, estas distorções são caracterizadas pela existência de trabalhos desconectados com seus contextos históricos.
 Uma característica bastante interessante desta pesquisa foi seu pragmatismo, característica esta que creio ser consequência em parte por tratar-se de uma pesquisa-ação. A narrativa de como se deu a realização do minicurso é bastante esclarecedora, principalmente pelo fato usar esta narrativa para trazer obstáculos cujas origens são tão diversas. Os autores conseguem apontar dificuldades que vão da formação dos professores, percorrendo as questões metodológicas, discute a qualidade de materiais pedagógicos. Esta característica do texto torna a sua leitura muito enriquecedora.
Parcela significativa do texto é dedicada para apontar soluções didáticas aos obstáculos encontrados, este fato torna a sua leitura bastante produtiva, os autores não resumem o trabalho apenas a críticas, este engajamento além de trazer elementos técnicos importantes, servem de estímulo para busca de caminhos apropriados para a transposição e implementação da interdisciplinaridade.
Ao classificar os obstáculos em superáveis e contornáveis, há uma evidente preocupação em hierarquizar os problemas observados, esta hierarquização é muito útil para criar-se estratégias, conhecer quão delicada é a superação do obstáculo é fundamental. Esta característica faz com a pesquisa não se feche em torno de si mesma, quando aponta para a necessidade de intervir na formação de professores, ou quando informa a necessidade de aprimorar e criar materiais didáticos, os autores estão pontuando os problemas, o que permite focar esforços em campos específicos. Tal procedimento levanta pistas para futuras investigações.
O trabalho aponta dois obstáculos de resolução complexa, um deles, os obstáculos epistemológicos, o outro, a transposição didática, descreve a necessidade de discutir o processo dialógico da construção da Ciência.
O texto finaliza de modo bastante apropriado, ele oferece parâmetros para elaboração de cursos envolvendo História e Filosofia das Ciências , estes parâmetros também são bastante úteis para o desenvolvimento de materiais didáticos.

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