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TRABALHO FARMACOGNOSIA 2 ALCALOIDES

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graduação EM FAMÁCIA 
farmacognosia ii
ATIVIDADE ESTRUTURADA 
Nome ALUNO 1
Nome ALUNO 2
Nom ALUNO 3
Prof. Yara Lúcia Marques Maia 
 
Goiânia 
2017
curso de famácia - FESGO
trabalho
pesquisa de alcalóides
Trabalho de Farmacognosia II FESGO pesquisar Alcalóides Goiânia - Go
Prof. Yara Lúcia Marques Maia
Goiânia
							2017
Alcalóides 
Alcaloide é qualquer componente do grupo de compostos nitrogenados orgânicos derivados das plantas. Os alcalóides possuem diversas propriedades farmacológicas, ou seja, podem ser usados na fabricação de remédios. Grande parte dos alcaloides é usada na medicina como analgésicos e anestésicos.
 Alcalóides mais conhecidos (exemplos)
Os alcaloides mais conhecidos são: atropina, cocaína, morfina, cafeína e quinina. 
Alcalóides venenosos
Alguns tipos de alcaloides são venenosos para os seres humanos como, por exemplo, a colquicina e a estricnina. Estes agem no corpo humano como inibidores da divisão celular. O termo alcalóide foi proposto por W. Meissner no século XIX, aplicando-se a compostos básicos de origem natural que apresentam azoto na sua estrutura. Os alcalóides formam um grupo heterogéneo de compostos naturais que, normalmente, apresentam uma estrutura complexa. São constituídos por carbono, hidrogénio e azoto, o qual, na maioria dos casos, forma parte de um anel heterocíclico, sendo a maioria deles oxigenados. Muitos autores só consideram como verdadeiros alcalóides os compostos com azoto em anéis heterocíclicos e como proto-alcalóides os que o possuem numa cadeia lateral acíclica. A sua origem biogenética é normalmente a partir de aminoácidos mas há vários alcalóides que derivam de terpenos e esteróis. São providos de uma grande actividade farmacológica ou toxicológica. 
CLASSES
ALCALOIDES TROPÂNICOS
Atropa belladonna L.
Da Beladona à atropina (1831) 
Sistemática e taxonomia da beladona 
Designação atribuída às folhas misturadas, ou não, com sumidades floridas e, por vezes, frutíferas de Atropa belladonna L. A A. belladonna pertence à família Solanaceae. 
Alcalóides da beladona 
Alcalóides tropânicos: predomínio de L-hiosciamina na planta fresca e atropina na planta seca, escopolamina e atroscina. 
História da descoberta da atropina 
A planta, na Antiguidade, era usada pelas suas propriedades narcóticas e tóxicas. Os sírios utilizavam-na como estupefaciente para estados depressivos, os egípcios como sonífero, os gregos e os romanos como analgésico. Também na Idade Média a planta foi utilizada por feiticeiros e bruxas, para adivinhar o futuro, aproveitando as alucinações provocadas. A história da descoberta de atropina é um pouco complicada. Em 1809, o químico francês Louis Nicolas Vauquelin (1763-1829) isolou uma forma impura de beladona. Em 1822, Rudolph Brandes (1795-1842), um farmacêutico alemão terá chamado esta molécula activa "atropina". Mas a atropina pura, parece ter sido isolada pela 1ª vez em 1831 pelo químico alemão Heinrich Mein (1799-1864) a partir de raízes secas de beladona. O químico e Prémio Nobel alemão Richard Willstätter (1872-1942), realizou a sua síntese em 1901. 
Etimologia 
O nome do género pertence à classificação de Lineu e o epiteto específico vem do italiano bella donna pelas mulheres usarem um extracto das bagas que dilatava as pupilas, o que, nessa época, era considerado sinal de beleza. 
Esta planta sempre foi conhecida pelos seus efeitos tóxicos, motivo pelo qual o seu género foi designado de Atropa, derivado de Atropos, parca da mitologia grega, que tinha nas suas mãos a possibilidade de terminar a vida. 
Indicações terapêuticas Estes alcalóides possuem ação parassimpaticolítica, o que se reflecte numa actividade midriática e espasmolítica. São utilizados para diminuir espasmos e cólicas gastrointestinais e biliares, bem como excessos de secreções (sudoríficas, nasais, salivares e gástricas). 
Toxicologia 
A beladona é uma das plantas mais tóxicas encontradas no hemisfério ocidental. A ingestão de apenas uma folha pode ser fatal a um adulto. A raiz da planta geralmente é a parte mais tóxica. As bagas possuem perigo maior por serem atractivas, negras, brilhantes e terem sabor adocicado. A ingestão de quantidades superior a cinco bagas pode ser mortal. A planta possui uma margem de segurança muito reduzida. Deste modo é necessário realizar um controlo do teor em alcalóides para proceder ao uso directo das suas folhas. A intoxicação ocasiona sintomas anticolinérgicos, como, por exemplo, secura da boca, taquicardia, midríase acentuada, espasmos, coma, podendo mesmo provocar a morte. 
Medicamentos 
O alcalóide atropina está presente, por exemplo, no colírio “Atropocil”, na dosagem de 10 mg/ml, sendo indicado em midríase e cicloplegia prolongada, uveítes e erites. 
Curiosidades 
Pensa-se que alguns cultos praticados por bruxas na Europa da Idade Média e do Renascimento, estavam intimamente ligados ao consumo de 3 espécies da família Solanaceae: beladona (Atropa belladonna L.), meimendro (Hyoscyamus niger L.) e mandrágora (Mandragora officinarum L.). Esta mistura das três plantas permitia fazer profecias e adivinhações. As três espécies, de composição química semelhante, eram usadas na preparação de unguentos com os quais as bruxas se untavam o que supostamente as fazia voar. Este unguento, conhecido como “fórmula de voo” era passado em várias partes do corpo e esfregado sobre o cabo de uma vassoura, que era depois usada para voar. 
 
 
E
xemplos de selos alusivos à beladona
 
Ilustração botânica de 
Atropa belladonna
 
Beladona
 
Estrutura química da atropina
 
Exe
mplos de medicamentos
 
ESTRAMÔNIO
Nome cientifico: Datura stramonium L.
Família botânica: Solanaceae
Parte usada: folhas e sumidades floridas
 Monografias farmacopeicas: está inscrita nas Farmacopeias de praticamente todos os países; a Ph. Eur. III e as farmacopeias de países europeus apresentam também monografia para o pó normatizado das folhas.
 Datura é um gênero com cerca de 11 espécies, originárias da América Central. Algumas espécies são utilizadas como alucinógenas, especialmente em ritos mágicos e religosos, por indígenas americanos.
Datura stramonium é um arbusto ruderal anual, crescendo em solos ricos em nitrogênio, atingindo uma altura de até 2 m, originário da América Central, provavelmente do México, encontrando-se assilvestrado na Europa e nas Américas. No Brasil recebe as denominações populares estramônio, figueira-do-inferno, erva-do-diabo e figueira-brava. A maioria da droga vem hoje da Rússia e dos países balcânicos. São utilizadas as seguintes variedades, consideradas de teor equivalente em alcaloides:
 Datura stramonium var. stramonium, de flor branca e fruto espinhoso;
 Datura stramonium var. tatula (L.) Torr, de flor violeta e fruto espinhoso;
 Datura stramonium var. inermis (Jacq.) Timm, de flor branca e fruto liso;
  Datura stramonium var. godroni Danert, de flor violeta e fruto liso. A droga possui odor fraco, desagradável e sabor amargo.
Dados químicos:
  A droga (folhas de estramônio) não deve conter menos de 0,25% de alcaloides, calculados em hiosciamina.
O estramônio contém, em média, o,2 a 0,6% de alcaloides, sendo que a proporção entre os principais alcaloides hiosciamina e hioscina (escopolamina). Os caules maiores contêm pequena quantidade de alcaloides, sendo que a droga oficial não deve conter mais de 3% de caules com mais de 5 mm de diâmetro. Sementes de estramônio contêm cerca de 0,2% de alcaloides tropânicos e aproximadamente 15 a 30% de óleo fixo. De acordo com Ph.Eur.III, o pó final deve ser ajustado para um teor de alcaloides de 0,23 a 0,27%.
Dados farmacológicos e toxicológicos:
            Em função da presença dos mesmos alcaloides, hiosciamina e escopolamina, as ações da droga são semelhantes ás referidas para a beladona.
            Intoxicações acidentais são de ocorrência rara, por não serem osfrutos e folhas de aspecto atraente, ocorrendo, no entanto, pelo uso intencional para suicídio ou envenenamentos ou ainda como alucinógenos. Em função das presença dos alcaloides hiosciamina e escopolamina, os sintomas de intoxicação.
MEIMENDRO
Nome científico: Hyoscyamus niger L.
Família botânica: Solanaceae
Parte usada: folhas e sumidades floridas
            O meimendro já era conhecido por Dioscórides e utilizado pelo antigos. A espécie era empregada contra dores do trato gastrintestinal e na antiga Babilônia. Depois de um período de esquecimento, no século XVIII a droga foi reintroduzida na London farmacopeia, de 1809. No Brasil, recebe as denominações populares meimendro-negro e erva-dos-cavalos. A espécie é uma erva anual ou bianual, nativa na Europa, Ásia e Norte da África; Também largamente cultivada e naturalizada em partes da América do Norte é empregada principalmente em espasmos do trato gastrintestinal, sendo os efeitos indesejados e precauções semelhantes aos apontados para a beladona.
Dados químicos:
            De acordo com a Ph. Eur. III, folhas do meimendro devem conter no mínimo 0,05%, e o pó normatizado entre 0,05 e 0,07% de alcaloides totais, predominando hiosciamina e escopolamina. Presentes flavonoides, principalmente rutina e cerca de 8% de taninos.
Dados farmacológicos e toxicológicos:
            O Meimendro é semelhante a beladona e o estramônio em sua ação, porém mais tênue, devido ao menor teor de alcaloides tropânico. Intoxicações são relatadas, em crianças, mais menor frequência em relação a á beladona, porque a planta é, em geral, evitada pelo seu odor e consistência desagradável.
COCA
Nome científico: Erythroxylon coca Lam. 
Família botânica: Erythroxylaceae
Parte usada: folha
            Erythroxylon coca Lam. É a fonte da folhas de coca comercial de onde toda cocaína é derivada. O cultivo ocorre nas zonas montanhosas do leste dos Andes, praticamente não existindo fora dessa região, em um ambiente tropical favorável, com alto índice pluviométrico, clima ameno e solo rico em minerais e muito bem drenado. A coca andina é cultivada a partir de sementes e as folhas são coletadas a pós dois a três anos. As folhas contêm entre 0,23 e 0,96% de cocaína. A coca colombiana, Erythroxylon novogranatense, adapta-se a locais quentes e secos e de menor altitude. O teor médio de cocaína de coca colombiana é de 0,47%. A sua variedade constitui a coca-de-trijillo, existente no comércio, e está bem adaptada a condições de deserto. Suas folhas contêm até 1% de cocaína, sendo ricas em salicílato de metila, o que torna essa variedade muito agradável em bebidas. A coca-da-Amazônia, Erythroxylon cocaLam, ocorre no Oeste da Amazônia, sendo cultivada e utilizada por grupos nativos do Peru, Brasil e Colômbia.
            A importância dessas espécies e variedades está relacionada com a presença da cocaína a qual foi isolada pela primeira vez por Niemann em 1860, que notou um sabor amargo e um efeito particular na língua tornando-a insensível e quase destituída de sensação. E de se registrar que a Coca-Cola e algumas outras bebidas continham cocaína até 1904, quando o uso da mesma foi proibido
Dados químicos:
             A espécie Erythroxylon coca Lam, contêm 0,2 a 0,8% de alcaloides sendo 90% cocaína. Esses alcaloides podem ser subdivididos em três, destes, somente a ecgonina possui importância comercial.
            A extração da cocaína segue basicamente os métodos de extração dos alcaloides. Obtêm-se a pasta de coca e a cocaína pura, através de etapas subsequentes de purificação. Para identificação da cocaína pode ser utilizada a reação de tiocianato de cobalto e a hidrólise me meio ácido, quando ocorre a formação de ácido benzoico, comprovado após sua cristalização em meio aquoso e benzoato de metila, detectado pelo odor. Como ensaio de pureza, as farmacopeia preconizam a verificação da presença do enantiômero levogiro, através da determinação da rotação específica e verificação da presença de cinamoilcocaína, através de teste para compostos redutores (solução de permanganato de potássio). Este permite detectar, também, anestésicos locais sintéticos derivados do ácido 4-aminobenzóico, eventualmente utilizados como adulterantes da cocaína.
 Dados farmacológicos:
            A cocaína é absorvida de todas as membranas e mucosas. A meia vida da cocaína no plasma é de, aproximadamente 1 hora. Aplicada localmente localmente, bloqueia o início da condução do impulso nervoso. A diminuição do apetite também se deve a ação anestésica local.
             A cocaína é um estimulante potente do sistema nervoso central, os seus efeitos estimulantes estão relacionados a sua habilidade de inibir o transportador da dopamina, ligado a membrana (DAT). Ela inibe a monoaminoxidase (MAO), aumentando a noradrenalina e a serotonina, causando, portanto midríase e vasoconstrição periférica, mantendo o anestésico mais tempo no local.     
            Além das ações citadas, a cocaína inibe a recaptura de catecolaminas nas terminações adrenérgicas; Esse processo é o principal responsável pela estimulação do sistema cardiovascular e do SNC. No início ocorre uma sensação de bem estar e euforia. Após pequenas quantidades de cocaínas, a atividade motora é bem coordenada; com o aumento da dose podem ocorrer tremores e crises convulsivas. O centros vasomotor e do vômito podem também participar da estimulação. Dose de 50mg de cocaína, por via oral, já provoca alucinações que rapidamente é seguida por depressão. Os centros medulares vitais são deprimidos, resultando em morte por insuficiência respiratória
 Dados toxicológicos e outras informações:
            A cocaína por via endovenosa pode causar morte imediata por insuficiência cardíaca, devido a ação tóxica direta sobre o músculo cardíaco.
A absorção da cocaína aumenta na presença de processos inflamatórios, havendo uma acentuação dos efeitos sistêmicos do fármacos. Após a absorção a cocaína é degradada pelas esterases plasmáticas e, em alguns animais, pelas enzimas hepáticas. Pequenas quantidades são excretadas inalteradas na urina em doses elevadas ocorre paranoia, ansiedade, comportamento estereotipado, alucinações visuais, auditivas e táteis.
            A par da importância cultura e como droga de abuso neste século, historicamente a cocaína exerceu papel decisivo para o desenvolvimento dos medicamentos anestésicos locais, constituindo-se em protótipo dessa classes de fármacos. Atualmente, o uso da cocaína e seus sais, devido á potencial toxicidade e à disponibilidade de anestésicos locais de menor risco, está quase que completamente restrito à cirurgia oftálmica, de ouvido, nariz e garganta, e ainda assim, restrito devido ao potencial de abuso.
ALCALOIDES PIRROLIZIDÍNICOS
CONFREI 
Nome botânico: Symphytum officinale L.
 Família: Boraginaceae 
Nomes vulgares: Confrei, consolida, consolida-maior, consolida-do-Cáucaso, erva-do cardeal, língua-de-vaca, orelha-de-vaca, orelha-de-burro, orelha-de-asno, Leite vegetal-da-Rússia, confrei-russo, leite-vegetal, capim-roxo da-Rússia, erva-encanadeira-de-osso.
 Parte utilizada: Folha e raiz
 Histórico O confrei é uma planta conhecida desde a antiga Grécia. Seu nome botânico Symphytum, deriva do grego Symphuô=eu reúno, e alude a propriedade de consolidar e soldar os ossos fraturados e cicatrizar as feridas, o que já era conhecido 20 séculos antes de Cristo. É originária da Rússia onde foi utilizada pelos atletas sendo denominada de leite vegetal. Foi levada para a Inglaterra por um jardineiro inglês da Czarina Katharina II, onde ficou conhecida como planta milagrosa. O mesmo ocorreu na Alemanha alguns anos depois e logo foi difundida por toda Europa, Austrália e Japão. Entre todas as plantas do reino vegetal, o confrei é a que contém maior teor de proteína, conhecido como o “mais rápido produtor de proteínas do mundo”. 
Composição química: Contém carotenos, vitaminas A, B1, B2, B6, B9, B12, C, taninos (4-7%), açúcares saponinas esterólicase triterpênicas, esteróis e triterpenos livres, os ácidos clorogênico e cafêico, mucilagem (29%), alantoína (0,6-2%), asparagina (1-3%) e mais de uma dúzia de alcalóides pirrolizidínicos (0,02-0,7%), principalmente sinfitina, equimidina e elicopsamina em concentração maior nas raízes. Atividades farmacológicas: Os altos níveis de alantoína e mucilagens permitem efeito a nível de pele e mucosas, exercendo um efeito tampão neutralizante em processos ulcerosos, analgésico e reepitalizante por estimulação fibroblástica. Essa droga tem sido empregada na proliferação celular de feridas de lenta cicatrização. O ácido litospérmico é um depósito proveniente do ácido dihidrocafeico, que tem demonstrado uma interessante ação antigonadotrópica, inibindo a secreção dos hormônios FSH e LH.
Contra indicações: evitar utilizar internamente, pois é hepatotóxico. Dosagem/modo de usar: • fitoterápico uso externo: - infuso a 5%: para gargarejos 2 a 3 vezes ao dia; - cataplasmas: 6 g da erva em água, 2 vezes ao dia; - decocto: 4-5 g de chá em 250 ml de água, para lavar feridas; - suco fresco: psoríase. - fito cosmético: - extrato: utilizar de 10-15% em cremes. 
Duração da administração: em uso externo pode ser utilizado pelo tempo que se fizer necessário. Recomenda-se 30 dias de tratamento. Experimentos e eficácia clínica possui alcaloides pirrolizidínicos, os quais são comprovadamente hepatotóxicos e carcinogênicos. Após diversos casos de morte ocasionados por cirrose resultante de doença hepática venooclusiva, desencadeadas por estes alcalóides, o uso do confrei foi condenado pela OMS. Toxicidade Relacionados fundamentalmente com os alcalóides pirrolizidínicos, os quais podem causar, a longo prazo, enfermidade venooclusiva hepática e induzir degeneração do hepatócito e cirrose.Os sintomas mais importantes por intoxicação incluem dores abdominais, hepatomegalia, aumento dos níveis plasmáticos de transaminases. Seu uso interno, em doses altas ou por tempo prolongado, pode ocasionar o aparecimento de tumores malignos no fígado, brônquios e bexiga. O mecanismo de ação da intoxicação por estes alcalóides tem sido bem observado em animais, este deve-se à metabolização hepática do núcleo pirrolizidínico insaturado, gerando um metabólito tóxico. Por que motivo, é recomendado somente seu uso externo. 
ALCALOIDES PIPERIDÍNICO
ROMÃ
Nome científico :Punicagranatum L.  
Família:Punicaceae.  
Nomes populares: Romã, Romeira, Romanzeira,). 
 Constituintes químicos: alcalóides (peretierina, isoperetierina, metil-isoperetierina, pseudo-peretierina), taninos, Vitamina B1 (tiamina), Vitamina B2 (riboflavina), sais minerais (fósforo, potássio, sódio, cálcio, ferro). Casca do fruto: taninos, resina, açucares, pigmentos(antocianinas). Flores:taninos,pigmentosantocianinas).Sementes:ácidosorgânicos (cítrico, málicoetartárico) vitaminaC, água,açucares. 
 Propriedades medicinais:adstringente, antidiarréica,antidisentérica,antiinflamatório, antiséptico, antitérmica, antivirótica diuréticoeupéptica,mineralizante,tônico,vermífuga.
 Indicações: aftas, amigdalite, angina da garganta, blenorréia, chagas na boca, cólica intestinal, diarréia, difteria, disenteria amebiana, dispepsia, doenças gastrintestinais, doenças do aparelho genito-urinário, dores de garganta, espasmo, desinfetar ferida, febre, fortalece as gengivas, garganta, gases, gengiva, hemorragia do útero, hemorroidas, inflamação, lavagem dos olhos, lavagem vaginal, leucorréia, tênia (vermes), metrorragia, prolapso do útero, solitária (teníase), verminoses, úlceras da boca.
 Parte utilizada: sementes, casca do fruto e do tronco, casca da raiz. 
Contra-indicações/cuidados: os alcalóides são muito tóxicos e pode provocar náuseas, vômitos e até a morte. A toxicidade em extratos é reduzida pois há a formação de um complexo entre os alcalóides e os taninos. Em alguns países, seu uso é proibido devido à concentração de alcalóides. Há registros de intoxicações seguidos de morte, pela ingestão de 150g de pó da casca da raiz. Efeitos colaterais: em excesso náuseas, vômitos e até a morte. 
CICUTA
Conium maculatum
Descrição: Planta da família das Apiaceae, também conhecida como cicuta-verdadeira. Planta glabra verde escura, crescendo até 2m de altura, sua raiz é napiforme, da grossura de um dedo, porém atinge de 20 a 25cm de comprimento, branco amarelada com estrias circulares, caule ereto, forte, cilíndrico, fistuloso, nodoso, ramoso no ápice, estriado, salpicado de manchas vermelho violáceo, mais numerosas na parte inferior. O suco fresco desta planta tem mau cheiro, só comparável ao da urina de rato.Origem: Originária da Europa, espalhou-se por todo o mundo. No Brasil cresce espontaneamente nas hortas, nos muros e junto às paredes das habitações. É conhecida também como funcho-selvagem.
Princípios ativos: Contém fécula, albumina, goma, sais, resina, metilconicina, conidrina e o alcaloide conicina, sendo que os frutos contêm um óleo volátil, muito perfumado, que se torna escuro e sólido ao contato com o ar.A conicina, também chamada "cicutina", é um líquido oleaginoso, amarelado, mais leve que a água, de gosto acre e mau cheiro, constituindo o veneno enérgico tão conhecido no mundo inteiro.
Propriedades medicinais: Analgésico. É empregado na medicina e sua dosagem é feita aos miligramas para combater o tétano
Indicações: Aliviar dores da próstata, de tumor, de afecção nervosas, de nervos sensoriais e muscular de todos os órgãos; asma.
Contraindicações/cuidados: Doses excessivas podem provocar dor de cabeça e até envenenamentos mortais. O envenenamento pela cicutina é tremendo, constituindo-se o mais enérgico veneno que existe depois do ácido cianídrico. Mesmo com uma pequena dose o paciente sente ligeiras vertigens, náuseas, mal-estar, dor de cabeça, desfalecimento, a vista obscurece, a língua embaraça-se, coceira na pele toda a erupção eritematosa, urinas abundantes, diminuição de calorias e das forças musculares, a pupila dilata-se, os membros agitam-se em movimentos convulsivos, paralisia nos membros e nas vias respiratórias; a seguir no coração e a morte sobrevêm por asfixia, precedida de cianose, de estupor e de delírio.Antigamente usavam o vinagre e o suco de limão como contraveneno, sendo que hoje usa-se o tanino e o iodureto de potássio ou então a estricnina ou o ópio.Na Grécia usavam-no como veneno para os condenados à morte. Uso idêntico fizeram os Espanhóis e os Marselheses. Na ilha de Ceos davam-na aos velhos julgados inúteis.
 Existem várias teorias, mas suspeita-se que Sócrates (sec. V a.C.) foi condenado à morte por supostamente "atentar contra a democracia ateniense", transmitindo as suas ideias e pensamentos aos jovens. No entanto, foi-lhe concedido um direito de escolha: ser exilado ou ter a língua cortada, para que não pudesse mais ensinar. Caso não aceitasse uma das opções, Sócrates deveria beber cicuta, ou seja, cometer suicídio. Sócrates morreu por ingestão de chá de cicuta. Foi-lhe recomendado que após ingerir a cicuta desse voltas pelo quarto, até que sentisse as pernas pesadas. Assim, em intervalos, eram examinados os pés e as pernas, até que Sócrates deixou de as sentir. Finalmente começou a ficar frio e enrijecido, até que o veneno chegou no coração do filósofo e sucedeu a morte. Na Idade Média achava-se que o Conium maculatum com mandrágora, jusquiame negro e beladona, formavam uma pomada secreta que permitia às bruxas voar. A sua toxicidade delimitou notavelmente o seu uso ao longo dos anos. Já foram detetadas algumas intoxicações graves com cicuta, por esta ser confundida com o Cerefólio.
 A terapia Homeopática recolocou este medicamento no seu devido lugar, sendo que esta planta além de ser tóxica possui propriedades medicinais, quando utilizada em doses e situações corretas. 




ALCALOIDES DERIVADO DA L-FENILALANINA E L-TIROSINA 
PEIOTE 
Nome científico: Lophophora williamsii
O peiote é o nome dado a um gênero de pequenos e redondos cactos, como o Lopophora williansi, encontrados no sudeste dos Estados Unidos até a região central do México. Contendo diversas substâncias alcaloides, como a loforina e a anhalonina, confere efeitos alucinógenos a quem ingere, tendo como principal componente psicoativo a mescalina. 
Integrante de rituais religiosos destes povos desde o ano 1000 a.C.; também foi usado pelos astecas. Até hoje é considerado um amuleto, a emanação da divindade, um protetor espiritual, por alguns grupos da América Central, como os índios huichols; e integrantes da Igreja Nativo Americana - NAC (Native American Church). Os efeitos psicoativos se iniciam aproximadamente uma hora após a ingestão do peiote, cru, seco, em pasta ou sua infusão; e duram aproximadamente dez horas. As alucinações envolvem alterações visuais, auditivas, táteis, olfativas e gustativas; sinestesias e percepção distorcida de espaço e do corpo. Estas vêm, geralmente, acompanhadas de dilatação da pupila, suor excessivo, taquicardia e, em alguns casos, náuseas e vômitos. Em pessoas pré-dispostas, há o risco de seu uso desencadear em surtos psicóticos e de pânico. 
Estudos feitos a partir do século XIX apontam que o peiote não causa dependência crônica, nem crise de abstinência; além disso, este cacto possui propriedades contra a cegueira, febre e alcoolismo; podendo também ser utilizado para tratamento de problemas respiratórios, problemas cardíacos, surtos histéricos e infecções bacterianas. 
PAPOULA
Papaver somniferum L
Da papoula dormideira à morfina (1816), à codeína (1832), e a papaverina (1848) 
 
Sistemática e taxonomia das dormideiras 
Designação atribuída às cápsulas da papoila dormideira Papaver somniferum L. Por incisão, nas cápsulas ainda verdes, obtém-se um látex que seca ao ar e origina o ópio. A espécie P. somniferum pertence à família Papaveraceae. 
Alcalóides das dormideiras 
Alcalóides isoquinoleicos (morfina, codeína, papaverina, tebaína, noscapina, narceína). O ópio farmacêutico, inscrito nas Farmacopeias, deve possuir segundo a Farmacopeia Portuguesa (a F.P.VIII), 10% de morfina e 2% de codeína. Pode conter cerca de 1% de papaverina, mas a maior parte da papaverina usada na preparação de medicamentos é obtida por síntese química. 
História da descoberta da morfina, da codeína e da papaverina 
O ópio é bem conhecido desde a antiguidade. Dioscórides (c. 40-90 d.C.) referiu o seu uso. Terá sido na segunda metade do século XVIII que fumar ópio se tornou uma prática corrente na China, mas as consequências do seu uso eram muito nefastas. Conscientes das suas características os cientistas quiseram preservar as propriedades medicinais do ópio (como, por exemplo, o alívio da dor e supressão da tosse) mas queriam também modificá-lo no sentido de torná-lo menos aditivo. Desta forma, o farmacêutico alemão Friedrich Wilhelm Sertürner (1783-1841) conseguiu isolar um cristal amarelo/branco do ópio. Inicialmente o produto foi testado em cães, tendo resultado a sua morte. Depois o cientista testou, nele próprio o produto em doses menores e concluiu que havia alívio da dor e, também, euforia. Assim, substâncias de natureza alcalina, isto é bases fortes, altamente tóxicas, como a morfina e a codeína foram descobertas: a primeira em 1816 por Sertürner e a segunda pelo químico francês Pierre Robiquet (1780-1840) em 1832. A papaverina, uma base moderada, ligeiramente tóxica foi descoberta em 1848 pelo químico alemão Georg Merck (1825-1873). 
 
Etimologia 
Sertürner atribui ao alcalóide que sintetizou o nome de morfina relacionando-o com o deus grego Morfeu, o deus dos sonhos. O nome codeína vem do grego “Kodeia” que significa cápsula/fruto da dormideira. O nome papaverina deriva do epiteto específico da espécie Papaver sommiferum. 
Indicações terapêuticas 
O uso do ópio e do seu principal alcalóide, a morfina, são de exclusiva prescrição e vigilância médica. A morfina é o protótipo dos analgésicos opiáceos actuando em diversos receptores do sistema nervoso central, originando facilmente dependência. A codeína integra numerosos medicamentos para o tratamento da tosse e a papaverina é utilizada como espasmolítico. 
Toxicologia 
A sobredosagem destas substâncias ocasiona efeitos tóxicos como depressão respiratória intensa, sonolência intensa, incluindo coma, normalmente relacionado com miose e frequentemente acompanhada de vómitos, cefaleias e retenção urinária e fecal. Cianose, hipoxia, pele fria, atonia dos músculos esqueléticos e arreflexia foram também observados. Em alguns casos também se verifica bradicardia e uma queda brusca da tensão arterial. Também se encontram assinalados em crianças, embora raramente, casos de ataques de apoplexia. 
Medicamentos 
A utilização de morfina na terapêutica tem de ser cuidadosamente controlada, pois facilmente origina dependência. Facilmente se compreende que esteja na lista dos estupefacientes. Também por esse motivo, a maioria dos fármacos que possuem morfina como substância activa são de uso restrito em meio hospitalar. É o caso da “Morfina Basi”, uma solução injectável de 10 mg/ml usada por via epidural, intratecal, intravenosa ou subcutânea. No que respeita à codeína, medicamentos como o “Dol-u-ron Forte” em cápsulas com 500 mg de paracetamol e 30 mg de codeína são muito usados como analgésicos e antipiréticos. Em relação à papaverina é de destacar a “Papaverina Labesfal”, uma solução injectável de 150 mg/ 5 ml usada como vasodilatador. 
Curiosidades. A diacetilmorfina ou heroína é um derivado semi-sintético da morfina. Apesar do seu uso ser interdito ela aparece no mercado ilícito. Esta situação constitui actualmente um grande problema social. Assinalese que este fármaco cria mais facilmente dependência e é mais potente que a morfina. 
As duas conhecidas Guerras do Ópio foram conflitos armados ocorridos entre a Grã-Bretanha e a China entre 1839 e 1842 e entre 1856 e 1860 devido aos interesses e desentendimentos dos dois países por causa da comercialização do ópio. 
 
	
Ilustração botânica de Papaver somniferum 	Cápsula com látex de Papaver somniferum 
Estruturas químicas: a) morfina; b) codeína; c) papaverina
 
E
xemplos de selos alusivos à papoila dormideira
 
a
 
b
 
c
 
Exemplos de medicamentos
 
BOLDO 
Plectranthus barbatus
O boldo é uma planta utilizada na medicina popular para problemas relacionados ao estômago e ao fígado.
 
O boldo é uma planta medicinal Frequentemente ouvimos alguém dizer que uma determinada planta pode ser usada como remédio e que, por ser um produto natural, não possui contraindicações. Entretanto, isso não é bem verdade. Sabemos que diversas plantas possuem sim substâncias que podem fazer bem à nossa saúde, porém o uso em excesso ou a falta de conhecimento a respeito das características morfológicas da planta, dificultando sua identificação, podem levar a sérios riscos. O boldo é uma planta muito usada em todo o mundo na medicina popular como remédio contra má digestão e doenças no fígado. É frequentemente indicada para pessoas que ingerem bebidas alcoólicas em grande quantidade. A ação do boldo é comprovada e acredita-se que a substância responsável pelos seus benefícios é o alcaloide boldina. Além da presença desse alcaloide, as folhas apresentam taninos, óleos essenciais e flavonoides estudos comprovam que a maioria das espécies utilizadas pode causar irritação gástrica e problemas na gestação. Estudos comprovam que o chá de boldo em grandes quantidades pode apresentar certa hepatotoxicidade. Além disso, foi comprovado também o seu efeito teratogênico, ou seja, ele causa má formação do feto. O uso de boldo por grávidas também pode levar ao aborto. 
BERBERIS
Berberis vulgaris 
Família: Berberidaceae. Sinonímia: Berberis. Uva espim. 
Partes usadas: Usa-se a casca que tem um leve odor e sabor amargo e tinge a saliva de amarelo e a casca da raizque tem as mesmas propriedades que a casca. Usam-se os frutos. Arbusto de espinhos tríplices ou múltiplos; as folhas primárias reduzem-se a três espinhos nos brotos lenhosos, tendo uma base larga, as folhas secundárias são em fascículos que saem das axilas dos espinhos e são pecioladas, agrupadas, obovais oblongas, ciliado serreadas, terminando em pequenos espinhos, às vezes roxas; flores pequenas, bracteadas, amarelas, dispostas em racemos, odor não é muito agradável quando próximo; insetos de várias espécies procuram as flores do Berberis; fruto(baga) de um vermelho vivo, com suco ácido comestível. As folhas são ácidas e podem ser empregadas da mesma forma que os frutos. A ferrugem do trigo (Puccinia graminis) tem um ciclo vegetativo que compreende uma fase sobre as folhas desta berberidacea, que é muito combatida nos países triticultores. Natural da Europa, Norte da África, Ásia temperada e Grã bretanha. Gerard recomendava as folhas para temperar a carne ou como salada. O gado, os carneiros e bodes comem o arbusto, enquanto que os cavalos e os porcos o evitam, os pássaros raramente comem o fruto devido sua acidez. A fruta era usada para guarnecer pratos. Fazia-se geleias com o fruto maduro adicionados à mesma quantidade de açucar. Enfeitam-se confeitos com os frutos em Rouen. Na Polônia usa-se a casca da raiz fervida para tingir lã ou couro de amarelo. A Casca interna dos caules também são usadas para tingir o linho de um amarelo fino quando associado ao Alúmen. Berberis é o nome árabe da fruta que significa concha porque as folhas são polidas como o interior de uma concha. Entre os italianos tem o nome de espinheiro sagrado porque pensava-se que fazia parte da coroa de espinhos de Cristo. Constituintes: Berberina, um alcalóide amarelo cristalino e amargo; oxyacantina; berbamina, jatrorrizina, columbamina, palmatina, isotetrandina, bervulcina e magnoflorina, tanino, cera, resina, gordura, albumina, gomas e amido. Os alcalóides berberina, oxyacantina e columbamina são fortemente anti bacterianos. A berberina é anti viral e amebicida e colagogo, alem de ser hipotensor e anti convulsivante. Foi usado com sucesso no tratamento de Leishmaniose. Muitos dos alcalóides estão sendo experimentados na inibição do câncer. Em inglês é chamado Barberry. 
Ação medicinal e usos: Empregam-se folhas, flores e frutos. Depurativo, mineralizante, diurético, em cólicas renais(E), cálculos renais e biliares, calmante, estimulante do apetite, tônico, aperitivo, febrífugo, refrescante, adstringente e digestivo, purgativo(raiz), anti-séptico, estomáquico amargo para dispepsia e problemas hepáticos, regulando a digestão, em icterícia, hepatite, debilidade geral, biliosidade e diarréia. Em gargarejos em bocas sensíveis. Como loção em erupções cutâneas. Eczemas e Psoríasis. Pode ser usado como extrato líquido, em decocção, infusão ou tintura. As bagas contém ácido cítrico e málico e tem propriedades antiescorbúticas e adstringentes. Atuam no tifo. Hemorróidas. Atua no baço. Em infecções por protozoários nos intestinos. A decocção pode ser um excelente lava olhos
   História Natural. Vellozo encontrou na província do Rio de Janeiro, nas matas da fazenda Parição, planta que C. Linneo chamou de Beberis vulgaris, a qual pertence à família das berberideas. Esta faz parte das Dicotyledoneas polypetalas, cujos estames são permanentes sobre o ovário ou hypogynos. O Berberis vulgaris é arbusto espinhoso que lança vários troncos retos, tem folhas alternas, ciliadas, flores amarelas dispostas em racimo, corola com 6 pétalas. Quando se toca um só estame da planta com a ponta de uma agulha, todos se agitam rapidamente inclinado-se para o pistilo, ao qual aderem por muito tempo. A cor das flores é amarela viva. Os sépalos são muitas vezes manchados de vermelho por baixo, tem os três exteriores mínimos, desiguais, de cor amarela esverdeada, ovais e triangulares, pontudos, os três outros elípticos. Pétalas mais curtas que os sépalos interiores, glandulosas, pequenas de cor laranja. Bagas de ordinário vermelhas, compridas de três a quatro linhas, da grossura de uma semente de trigo, em geral monospermas de sabor ácido. Sementes obovais ou subfusiformes, obtusas nas extremidades, achatadas de um lado, convexas do outro, de cor castanha ou amarelada. Embrião amarelado do comprimento do perispérmio, cotyledons elípticos quase tão longos como a radícula. As bagas da Berberis vulgaris variam de cor segundo a cultura e podem ser vermelhas, amareladas, denegridas, brancas, * e de um sabor adocicado.
HIDRASTE
Hydrastis canadensis L
Nome Popular: Hidraste, Cânhamo do Canadá, Hidrastis, Hidrasto e Raiz Amarela, no Brasil; Golden Seal, Orange Root.
Família Botânica: Ranunculaceae.
Parte Utilizada: Rizoma e raízes. 
 Oriunda do Canadá, o Hidraste é uma planta já descrita em pelo menos uma edição de quase todas as Farmacopéias existentes no mundo. Possui caule aéreo com 12-30 centímetros; folhas alternas, lobadas, nervação palmada, denteadas, de 10-20 centímetros de diâmetro; inflorescência terminal uniflora; flores hermafroditas, branco-esverdeadas, regulares, de receptáculo convexo, com três sépalas; estames numerosos, fixados em espiral sobre o receptáculo; carpelos em número indefinido; fruto múltiplo. A importância terapêutica do Hidraste está em suas raízes e rizomas, descritos nas três primeiras edições da Farmacopéia Brasileira. Os rizomas e as raízes são apresentados da seguinte forma na Farmacopéia dos Estados Unidos do Brasil 2ª Edição (1959) e na Farmacopéia Brasileira 3ª Edição (1977): “O rizoma, de 2 a 6 cm de comprimento e 4 a 10 mm de diâmetro, apresenta-se, muitas vezes dilatado, de cor pardo-escura e com rugas longitudinais, com largas cicatrizes deprimidas no centro, provenientes da queda dos caules e outras menores originadas da queda dos brotos e raízes. Suas partes laterais e inferiores possuem amiúde numerosas raízes, longas, filiformes, quebradiças e facilmente separáveis. Fratura curta, córnea e amarela. Sua secção transversal apresenta: uma casca amarelo-parda clara, um tanto espessa, uma zona lenhosa representada por um círculo formado de 10 a 20, ordinariamente formado de 14 feixes cuneiformes, esbranquiçados e uma medula volumosa.” Segundo a Pharmacopéia dos Estados Unidos do Brasil (1926): “Seu cheiro é aromático e nauseoso e seu sabor muito amargo. 
COLCHICO 
Colchicum.
Colchicina ou colquicina é uma alcaloide altamente venenoso, originalmente extraído das plantas Colchicum. É usada para tratamento de gota. [Vem sendo investigado o seu uso potencial como uma droga anticancerígena. Pode ser usada como tratamento inicial para pericardite e para prevenção de recorrência desta doença. É também usada para se determinar o cariótipo de uma espécie.
Função biológica
É uma substância que inibe a polimerização das proteínas do fuso mitótico, parando a divisão celular na metáfase. Ela é usada principalmente para se fazer o cariótipo da célula que se quer estudar, pois na metáfase os cromossomos se encontram no maior grau de condensação, facilitando a observação ao microscópio.
A colchicina é um agente antimitótico utilizado amplamente como substância experimental para estudar a divisão e a função celular. Ela não influencia a excreção renal de ácido úrico ou a sua concentração no sangue. Em virtude de se ligar à tubulina, a colchicina interfere com a função dos fusos mitóticos e causa a despolimerização e desaparecimento dos microtúbulos fibrilares dos granulócitos e outras células móveis, fazendo com que a migração dos granulócitos para a região inflamada seja inibida e haja redução das atividades metabólica e fagocitária dessas células. Isso reduz a liberação do ácido láctico e de enzimas pró-inflamatórias, que ocorre durante a fagocitose, rompendo o ciclo que resulta na resposta inflamatória.
A cochicina é importante no estudo dos cromossomos pois ela facilita a visão mais detalhada dos cromossomos gigantes o que acarreta no seu estudo mais detalhado.Ela é muito utilizada em preparações citogéneticaspara interromper as divisões celulares.Sua atuação consiste em impedir a organização dos microtúbulos.
Como medicamento: 
A colchicina é utilizada no tratamento da gota, amiloidose e escleroderma. Também pode ser usada, combinada a outros medicamentos, na síndrome do cólon irritável.
Trata-se de um agente antiinflamatório único porque é muito eficaz apenas na artrite gotosa. Esse medicamento está indicado nas crises agudas de gota. Pode também ser usado como agente profilático.O efeito anti-inflamatório da colchicina na artrite gotosa aguda é relativamente seletivo para esta doença e é eficaz apenas em alguns casos nos outros tipos de artrite.
Os neutrófilos expostos aos cristais de urato os ingerem e produzem uma glicoproteína que pode ser o agente etiológico da artrite gotosa aguda. Quando injetada nas articulações, essa substância produz artrite profunda que, sob o ponto de vista histológico, não se diferencia daquela causada pela injeção direta dos cristais de urato. A colchicina parece impedir a produção dessa glicoproteína pelos leucócitos.
Efeitos colaterais 
Incluem problemas gastro-intestinais e neutropenia. Altas doses podem também lesar a medula óssea e levar a uma anemia aplásica. Todos estes efeitos colaterais podem resultar da hiper-inibição da mitose.
Toxicidade 
O envenenamento por colchicina foi comparado ao envenenamento por arsênico. Os sintomas iniciam de 2 a 5 horas após a ingestão da dose tóxica, e incluem: sensação de queimadura na boca e garganta, febre, vômitos, diarreia, dor abdominal e falência renal. Estes sintomas podem iniciar-se em qualquer momento dentro das primeiras 24 horas após ingestão. Entre 24 e 72 horas ocorre falência múltipla sistêmica, incluindo choque hipovolêmico devido ao extremo dano vascular e perda de líquido pelo trato gastrointestinal, o que pode levar ao óbito. Além disso, pode haver dano renal, resultando em anúria e hematúria. Ocorre ainda anemia, queda nos níveis de leucócitos (persistindo por vários dias), fraqueza muscular e falência respiratória. A recuperação pode ocorrer em 6 ou 8 dias. Não há antídoto específico para a colchicina, apesar de existiram vários tratamentos.
EFEDRA 
Ephedra sínica
Da Efedra à efedrina (1887) 
Sistemática e taxonomia da efedra 
Designação atribuída às partes áreas de várias espécies do género Ephedra L. As espécies do género Ephedra pertencem à família Ephedraceae. 
Alcalóides da efedra 
Contém cerca de 0.5% a 2.0% de alcalóides nos entrenós dos ramos. Dos quais 30 a 90% são a efedrina e o seu isómero, pseudoefederina. Em menor quantidade encontra-se a nor-efedrina e a nor-pseudoefedrina. 
História da descoberta do efedrina 
A Efedra (Ma-huang) é usada na medicina tradicional chinesa há mais de 5000 anos no tratamento de problemas de asma e infecções respiratórias. 
A efedrina, foi isolada em 1887, por Nagayoshi Nagai da Ephedra sinica Stapf. Em 1919, usando a efedrina como precursor, foi sintetizada pela primeira vez a metanfetamina, uma variante da anfetamina. 
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Adolf Hitler terá distribuído metanfetamina aos seus soldados. O objectivo era aumentar a moral das tropas e manter os soldados sempre em vigilância. 
Etimologia 
Do grego, ephedra, decompõe-se em epi "sobre" + hedra "assento". A razão do nome não é conhecida. O nome efedrina deriva do género Ephedra. 
Indicações terapêuticas 
A efedrina pelo seu efeito broncodilatador e descongestionante, é usada para o alívio da asma, rinites, tosse e síndromas gripais e bronquites. Prefere-se no entanto o emprego da pseudo-efedrina em rinites. A efedrina é normalmente incluída em suplementos de perda de peso, devido aos seus efeitos estimulantes. A efedrina tem uma acção idêntica à adrenalina, uma hormona estimulante produzida naturalmente pelo corpo. Este efeito estimulante provoca um aumento na taxa metabólica basal, que contribui para a perda de peso, mas também é fonte de efeitos colaterais potencialmente graves. 
 
Toxicologia 
Em doses muito elevadas verificam-se efeitos simpaticomiméticos, que incluem agitação, hiperactividade, midríase, taquicardia, hipertensão, arritmia, ansiedade e vómitos. 
Medicamentos 
Fármacos com efedrina incluem "Spinefe Basi" em solução injectável de 30 mg/ml usado para a prevenção da hipotensão durante a anestesia e "Mebocatuss Novartis" em xarope de 0,5 mg/ml (juntamente com dextrometorfano) com propriedades antitússicas e broncoespasmolíticas. A pseudo-efedrina entra na constituição de medicamentos como o "Sinutab II" em comprimidos de 30 mg (juntamente com paracetamol) para o alívio da drenagem nasal e sinusítica. 
Curiosidades 
Nas Múmias de Tarim, que constituem um ponto altamente misterioso na história da Humanidade, foram encontrados corpos descobertos que se pensa serem de 1800 a.C. até 400 d.C. As múmias parecem apresentar traços bem europeus e de várias tribos caucasianas e não orientais. Segundo se relata, foi encontrada uma múmia feminina embrulhada num cobertor de lã e com um chapéu de feltro e sapatos de couro. Teria sido sepultada com vários ornamentos como uma máscara, uma bracelete com uma pedra de jade, uma bolsa de couro, uma tanga de lã e, ainda, ramos de efedra. 
Ma-huang, é o nome da planta em chinês, e que significa “adstringente amarelo”. A efedra foi muito utilizada por guardas do exército mongol do general Ghengis Kahn com o objectivo de os manter vigilantes, para que não adormecessem. 
A efedra é usada por fisioculturistas e indivíduos que querem perder peso numa mistura com cafeína e aspirina, apelidada de ECA. Esta mistura sinérgica pode aumentar o metabolismo em 5%. 
Ilustração botânica de Ephedra distachya 
ALCALOIDES INDÓLICOS
CAAPI 
Banisteriopsis caapi
também conhecido como Jagube, liana, Mariri, Yagé ou Caapi, é um cipó nativo da região amazônica, tem sua maior importância no uso religioso. Juntamente com o arbusto Psychotria viridis conhecida como Chacrona, a espécie é matéria-prima na produção de uma bebida conhecida por pelo menos, oitenta nomes diferentes, como, por exemplo, nixi honi xuma (pela tribo dos huni kui)[2], Yagé, Kamarampi, Caapi, Natema, Pindé, Kahi, Mihi, Dápa, Nixi pae, Cipó dos espíritos, Santo Daime, Vegetal, Hoasca, ou mais comumente Ayahuasca.
O Banisteriopsis caapi e a bebida ayahuasca são também conhecidas por seus nomes indígenas: caapi, yagé (Tukano, Brasana); kapi (Guahibo); kahi (Yekuanas); kahi ide(Makunas); kamarampi (Ashaninka); nixi honi xuma (Amahuaca); mihi (Cubeo); nixi pae (Kaxinaua); nepê/nepi (Colorado); mahí (Cubeo); Ondi (Sharanawa); pildé (Emberá), natema (Jivaro), pindé/pinde (Kaiapa); dápa/dapa (Noanamá); uko (Zaparos)[3] , uni (yawanawás),.
O Banisteriopsis caapi foi descoberto, descrito e classificado como membro da família das Malpighiaceae pelo botânico inglês Richard Spruce, que, entre 1849 a 1864, viajou intensamente através da Amazônia brasileira, venezuelana e equatoriana, para montar um inventário da variedade de espécies de plantas lá encontradas na companhia de Alfred Russel Wallace e Henry Walter Bates. Ele conduziu um trabalho que reuniu mais de 30 000 espécimes vegetais da Amazônia e dos Andes, incluindo além do caapi os gêneros da seringueira ( Hevea ) e cinchona, da qual o quinino é derivado. Quanto às Malpighiaceae, esse estudo não só procedeu a descrição botânica da espécie como também sua utilização ritual (Dabocuri) pelos índios do Rio Uapés. Segundo ele, os nomes indígenas dessa espécie são caapi no Brasil e Venezuela, cadaná entre os índios Tukano do Uapés e Aia-huasca no Equador. 
Hoene (o.c) descreve ainda o encontro e identificação do Banisteriopsis inebrians (Morton); B. rusbyana (Ndz.) Morton; B. quitensis (Ndz.) Morton, todas elas identificadas nas regiões setentrionais na América do Sul por e com ação semelhante à B. caapi.  
Descrição[editar | editar código-fonte] Existem diversos nomes para as duas variedades de Mariri conhecidas, o Tucunacá, Caupuri,tais como Quebrador, Ourinho e Pajezinho. Não há estudos científicos queidentifiquem essas variedades diferenciando-as. Sendo assim, é comum tratar essas variedades como sendo a Banisteriopsis caapi. Sem dúvida, dentre as espécies mais utilizadas para o preparo do chá religioso, todas são do gênero Banisteriopsis Dentre as entidades religiosas que tem como base de seus rituais o uso da Ayahuasca, o Centro Espírita Beneficente União do Vegetal, conhecido mais como União do Vegetal ou UDV, fundada e recriada pelo baiano José Gabriel da Costa, o Mestre Gabriel em Rondônia. A entidade ayahuasqueira mais antiga da idade contemporânea é o Centro de Iluminação Cristã Luz Universal, conhecido como Alto Santo ou CICLU, fundado pelo maranhense Raimundo Irineu Serra, o Mestre Irineu em meados de 1930 no estado do Acre. Juntamente com essas duas primeiras, a Barquinha, fundada no estado do Acre pelo também maranhense Daniel Pereira de Matos, formam linhas de uso da Ayahuasca em contexto urbano. Outra linha ayahuasqueira de grande importância é a linha fundada pelo amazonense Sebastião Mota, a qual é conhecida como Cefluris.Seu uso religioso é legalizado em todo território brasileiro e em mais alguns países, como Estados Unidos e Espanha
ESPORÃO-DO-CENTEIO
Claviceps purpurea
O esporão-do-centeio, cravagem, grão-de-corvo, cornizó, cornelho ou dente-de-cão (Claviceps purpúrea) é um fungo parasita que ataca o centeio, e do qual se extraem vários alcaloides e substâncias de uso medicinal. É um fungo conhecido por ser alucinógeno, e usado para fabricar LSD. Quem ingerir o fungo pode desenvolver uma doença atualmente denominada de ergotismo. 
Devido aos numerosos e tóxicos alcaloides encontrados nesta cravagem, durante a antiguidade e na Idade Média, os alcaloides deste fungo causaram uma doença denominada "ergotismo". Na época conhecida como Fogo de Santo Antônio, esta doença surgiu por volta do ano de 1095, por consequência da ingestão de alimentos derivados de farinha misturada com o fungo, tais como pães (bastante consumidos na época), cervejas, vinhos e queijos.
No século XVII, este fungo foi utilizado através do seu extrato juntamente com ergotamina para o tratamento de dores de cabeça fortes ou enxaquecas, e até hoje é utilizado através da extração de alcaloides e preparos utilizados na medicina, sob diversos usos.
Também a partir do estudo do esporão do centeio, em 1943, foi descoberta a substância dietilamida de ácido lisérgico, popularmente conhecido como LSD que é um poderoso alucinógeno.
QUINA: 
Cinchona calisaya
Das quinas à quinina (1820) 
Sistemática e taxonomia das quinas 
Designação atribuída à casca seca, inteira ou fragmentada, de Cinchona pubescens Vahl ou de Cinchona calisaya 
Wedd. Ou das suas variedades ou híbridos. A quineira, de onde se retira a quina, é originária da cordilheira dos Andes, sendo hoje obtida por cultura em diversos países da América do Sul, no sudoeste asiático e na África Meridional. O género Cinchona pertence à família Rubiaceae. 
Alcalóides das quinas 
Alcalóides quinoleicos (quinina, a quinidina, a cinchonina e a cinchonidina). A planta deve ter um teor, no mínimo, de 6,5% de alcalóides totais, dos quais 30 a 60% são constituídos por alcalóides do tipo quinina. 
História da descoberta da quinina 
A chegada dos espanhóis aos Andes e a observação de que o uso das cascas da quineira tratava o paludismo (malária) fez com que os colonizadores espanhóis começassem a utilizá-las. A quina foi, provavelmente, a droga americana com maior impacto na terapêutica europeia ocidental a nível científico, clínico e comercial. Foi decisiva para a divulgação na Europa das propriedades antifebris da quina a cura da vice-rainha do Peru, a condessa de Chinchón em 1639. No início da chegada à Europa foram os padres da Companhia de Jesus que controlaram o seu comércio que depois deixou de estar sob a sua responsabilidade. Europa passou a usar o pó das cascas, conhecido, entre outros nomes, como o “pó dos Jesuítas”. A Farmacopeia de Londres, de 1677, incluiu já o novo fármaco. Em 1820, os cientistas Pierre-Joseph Pelletier (1788-1842) e Joseph Caventou (1795-1877) isolaram o alcalóide quinina. Refira-se que em 1810, o médico e cientista português Bernardino António Gomes (1768-1823) havia isolado a cinchonina, outro alcalóide das quineiras, facto que os investigadores franceses referem no trabalho de descoberta da quinina. As cascas da quineira ou quina, foram o primeiro tratamento eficaz do paludismo, depois substituído pela quinina, o principal alcalóide das cascas. 
Etimologia 
O nome do género Cinchona foi estabelecido em homenagem à cura da Condessa de Chinchón. A quinina deve o seu nome ao facto de ser um alcalóide com núcleo quinoleína. 
Indicações terapêuticas 
Usada para estimular o apetite, em casos de enfartamento e dispepsia. É também utilizada popularmente nas síndromas febris e gripais e topicamente para o tratamento das afecções do couro cabeludo que originam descamação. A quinina, isolada da quina, é muito usada como profiláctico e no tratamento da malária. A planta foi muito utilizada para a extracção dos alcalóides até à obtenção de derivados sintéticos. Actualmente, embora os fármacos de síntese tipo cloroquina sejam mais usados, a quinina é considerada muito eficaz contra o Plasmodium falciparum, sobretudo nas formas assexuadas cloroquino-resistentes. 
Toxicologia 
A dose fatal de quinina nos adultos tem sido referida entre 2-8 g. A sobredosagem por quinina produz sintomas de cinchonismo (nome deriva da planta de onde se extrai a quinina) que podem incluir zumbidos, vertigens, efeitos cardiovasculares, dor de cabeça, febre, cólicas intestinais, entre outros. Uma sobredosagem grave pode resultar em depressão respiratória ou colapso circulatório. 
Medicamentos 
Destacam-se como anti-maláricos, o “Quinina Labesfal” em comprimidos de dosagem 300 mg e o “Quinina Labesfal” em solução injectável de 250 mg/ml que é usada por administração via intramuscular ou via intravenosa. 
Curiosidades 
A quinina é também usada em tratamentos capilares anti-queda, de conhecidas marcas como a Klorane em forma de champô fortificante para cabelos fracos, sem tónus e desvitalizados, com tendência para queda. 
Extractos de quina entram também na constituição da água tónica, conferindo-lhe o sabor amargo característico. 	 
	
Ilustração botânica de Chinchona succirubra Quina Casca da quina 
 
E
xemplos de selos alusivos à quina
 
	
Estrutura química da quinina 	Champô e água tónica com quinina 
NOZ VÔNICA
Nome científico: Strychnos nux-vomica
É uma fonte importante dos alcaloides estricnina e brucina, altamente venenosos, extraídos das sementes dos frutos arredondados, verdes a alaranjados, da árvore. 
As sementes contém aproximadamente 1,5% de estricnina e as extremidades florais dessecadas contém por volta de 1,0%. O caule é também utilizado para extrair brucina, além de outros compostos venenosos, tais como a vomicina e a colubrina.A estricnina é tóxica e a sua ingestão provoca vertigens, contração muscular generalizada e trismos, espasmos e depois a morte, a consciência permanece lúcida até o fim
As principais propriedades são: cardiotônica, antidispéptica, excitante do sistema nervoso, aperiente, estomacal, central, neurotônica. Por isso é indicado para astenia nervosa, ansiedade, depressão, dispepsia, dor-de-cabeça com perturbação gástrica, enxaqueca, gastrite crônica com dilatação do estômago, insônia, insuficiência cardíaca, neurastenia, paralisias, problemas gastro-intestinais tóxico-infecciosas, sintomas de uso abusivo de entorpecentes.
Sintomas :Sensação de cansaço, ganho de reflexos, desordens de equilíbrio, dores musculares no pescoço e nas costas, cãibras, espasmos musculares e convulsões dolorosas. 
Em grandes quantidades provoca depressão no centro respiratório.Pode levar à morte.
Contra-indicação: Gestantes e lactantes.
Uso medicinal :As sementes contêm a estricnina e brucina, dois alcalóides extremamente tóxicos que em pequenas doses são tônicos eficazes e em altas doses passaa ser letal.
É o mais ativo dos medicamentos tetanizantes e sua ação ocorre sobre a medula espinhal e nervos motores.É recomendada para ser usada em certas paralisias.
Origem :É originária da Índia.
Esta árvore foi introduzida na Europa e em países tropicais pelos Jesuítas.
É usada pelos índios da Amazônia para paralisar suas presas, levando então ao isolamento do Curare nos anos 40 
Rauvofia
Rauvolfia (às vezes soletrado Rauwolfia)
 É um gênero de árvores e arbustos de folhas perenes na família dogbane, Apocynaceae. O gênero é nomeado para homenagear Rudolf. O gênero pode ser encontrado principalmente em regiões tropicais da África, Ásia, América Latina e várias ilhas oceânicas.
Alcalóides indólicos como a ajmalina, reserpina, yohimbina entre outros são encontrados em plantas do gênero Rauvolfia1 (família Apocynaceae). Este gênero é fonte de importantes agentes terapêuticos. A planta indiana Rauvolfia serpentina Benth. é utilizada há várias décadas como uma fonte rica em drogas medicinais2 . Particularmente, temos a reserpina, incluída no “WHO Model List Of Essential Drugs”, (OMS - Lista Modelo de Drogas Essênciais) como um agente antihipertensivo. No Brasil existem 17 espécies de Rauvolfia, segundo o último trabalho de revisão taxonômica realizado por Rao3. Destas, 14 ainda não foram quimicamente estudadas.
VINCA
Catharanthus roseus
Da vinca de Madagáscar à vincristina e à vimblastina (anos 50) 
Sistemática e taxonomia da vinca de Madagáscar 
Designação atribuída às folhas da espécie Catharanthus roseus (L.) G. Don, em tempos designada por Vinca rosea L. Atenção: Planta nativa de Madagáscar, não confundir com a pervinca (Vinca minor L.), espécie muito próxima botanicamente. A espécie C. roseus pertence à família Apocynaceae. 
Alcalóides da vinca de Madagáscar 
Já foram isolados cerca de 150 alcalóides de C. roseus, predominando na raíz a ajmalicina, alcalóide também presente nas rauvófilas. Nas partes aéreas da planta, embora em baixa quantidade (0,2-1%), destacam-se alcalóides com uma estrutura indólica ou di-hidroindólica, tendo os alcalóides com maior interesse farmacológico uma estrutura formada pela junção de um alcalóide indólico com um di-hidroindólico, designados também alcalóides bisindólicos. De entre estes destacam-se a vincristina e a vimblastina. 
História da descoberta da vincristina e da vimblastina 
Apesar de no passado está planta ser popularmente usada no tratamento da diabetes, ainda não foi confirmada essa propriedade. Entre 1955 e 1960, os investigadores canadianos Noble, Beer e Cutts descobriram que fracções de extractos obtidos das partes aéreas da planta produziam granulocitopenia. Verificaram que o produto causava depressão da medula óssea em ratos. Com base nos resultados verificados investigadores da indústria farmacêutica “Lilly” (Estados Unidos da América) investiram, nos anos 50, no isolamento de numerosos alcalóides da vinca de Madagáscar, dos quais a vimblastina, a vinleurosina, a vinrosina e a vincristina demonstraram ter actividade anticancerígena. A vimblastina e a vincristina foram aprovadas como agentes anticancerígenos, pelo FDA (Food and Drug Administration) em 1963 e 1965, respectivamente. 
 
Etimologia 
O prefixo “vin/vim” dos dois alcalóides tem origem no facto de ambos terem sido isolados da planta vinca (planta antiga de 5 pétalas). Vincristina deriva de “crist”, do latim, que significa crista por ser extraída das partes aéreas da planta. A palavra vimblastina provém de “blast” que deriva de leucoblasto que é o percursor dos leucócitos. 
Indicações terapêuticas 
Os dois alcaloides através de processos específicos para a divisão celular em metáfase. A vimblastina associada, muitas vezes, a outros agentes quimioterápicos é usada no tratamento de alguns linfomas, como o de Hodgkin e o sarcoma de Kaposi. A vincristina é mais utilizada no tratamento da leucemia e de linfomas. Ambos os alcalóides têm como principais efeitos secundários leucopenia e trombocitopenia. Pode, também, originar náuseas, vómitos e obstipação. De destacar ainda o uso terapêutico dos derivados semi-sintéticos, vindesina e vinorrelbina, usados em certos tipos de cancro do pulmão. 
Toxicologia 
Os efeitos de toxicidade tanto do alcalóide vincristina como da vimblastina são similares. Consoante casos reportados de sobredosagem, os sinais iniciais de toxicidade são de dor musculo-esquelética aguda e grave e febre, seguidos de hipotónia intestinal, esofagite grave, e neuropatia periférica. Um dos principais efeitos resultante de uma sobredosagem verifica-se ao nível da granulocitopénia, podendo ser fatal. 
Medicamentos 
No caso da vincristina destaca-se a “Vincristina Teva” solução injectável de 1 mg/ml usada como citotóxico que interfere com a tubulina. Em relação à vimblastina e, também usada para o mesmo efeito, destaca-se o “Solblastin”, solução injectável de 1 mg/ml, muitas vezes associado com outros agentes antineoplásicos em várias doenças malignas, como por exemplo a doença de Hodgkin generalizada (estadio III e IV). 
 
Curiosidades 
A vinca de Madagáscar possui um vasto leque de nomes populares que inclui designações como: vinca-de-gato, boa-noite, beijo da mulata e maria-sem-vergonha. Apesar de um crescente uso da vincristina na terapêutica, a planta produz maior quantidade de vimblastina. Actualmente a vincristina é obtida a partir da vimblastina por oxidação crómica controlada, ou por via microbiológica (N-dimetilação por Streptomyces albogriseolus). 
 
 
 
Ilustração botânica de 
Catharanthus roseus
 
Vinca de Madagáscar
 
E
xemplos de selos alusivos à vinca de Madagáscar
 
Estruturas químicas: a) 
vincristina;
 
b) 
vimblastina
 
a
 
b
 
Exemplos de medicamentos
 
ALCALOIDES IMIDAZÓLICOS
JABORANDI
Pilocarpus 
Do jaborandi à pilocarpina (1875) 
Sistemática e taxonomia do jaborandi 
Designação atribuída às folhas de várias espécies do género Pilocarpus Vahl: jaborandi do maranhão (P. microphyllus Stapf ex Wardleworth); jaborandi do Pernambuco (P. jaborandi Holmes); jaborandi do Ceará (P. trachylophus Holmes); jaborandi do Paraguai ou do Rio (P. pennatifolius Lem.); jaborandi da Guatemala (P. 
racemosus Vahl). O género Pilocarpus pertence à família Rutaceae. 
Alcalóides do jaborandi 
Alcalóides imidazólicos (pilocarpina, isopilocarpina, pilosina, isopilosina). 
História da descoberta da pilocarpina 
O yaborã-di (planta que faz salivar) era utilizado há vários séculos pelos índios tupi-guarani que mascavam as folhas deste arbusto. O uso dessa planta para fins medicinais foi introduzido em Paris pelo engenheiro militar pernambucano João Martins da Silva Coutinho, em 1874. O isolamento do princípio activo pilocarpina das folhas do jaborandi foi efectuada simultaneamente, em 1875, em França por E. Hardy e em Inglaterra, por A.W. Gerrard. 
Etimologia Jaborandi vem do termo yaborã-di usado pelos índios tupi-guarani que significa planta que faz babar. O nome do alcalóide pilocarpina deriva do género Pilocarpus, ao qual pertencem as espécies de onde está é extraída. Pilocarpus deriva do grego, pīlos (pêlos) e karpos (fruto). 
Indicações terapêuticas A pilocarpina é uma droga parassimpatomimética, isto é, imita o sistema nervoso parassimpático, com acção colinérgica directa sobre os receptores neuro-muscarínicos e musculatura lisa da íris e glândulas de secreção. A sua acção estimulante da salivação tem sido usada no tratamento da xerostomia “secura da boca”, muito comum em pacientes que se encontram a realizar tratamento de rádio ou quimioterapia do cancro de garganta. Quando empregada em oftalmologia na forma de colírio, exerce acção como miótico controlando a pressão intra-ocular elevada (glaucoma). 
Toxicologia Doses elevadas podem levar a espasmo ciliar, irritação ocular, congestão vascular conjuntival e indução de miopia. O uso prolongado pode causar opacificação do cristalino. 
Medicamentos 
O Infarmed apresenta 22 registos de medicamentos com pilocarpina,contudo neste momento apenas um deles se encontra autorizado, o "Salagen", comprimidos revestidos por película de dosagem 5 mg. É usado como parasimpaticomimético. 
Curiosidades 
Nas décadas de 60 e 70 do século XX, devido ao elevado interesse em obter o alcalóide, o jaborandi quase que se extinguiu. 
Em cosmética, nomeadamente em produtos capilares como champôs e condicionadores usam-se tinturas e extractos de jaborandi devido à sua acção tónica e estimulante, mas também pelas propriedades adstringentes, anti-oleosas e anti-sépticas. Um dos principais objectivos é atenuar a queda do cabelo. Esta actividade pode ficar a dever-se à acção dos alcaloides do jaborandi, sobretudo a pilocarpina e a pilosina. 
 	 
 
Jaborandi
 	 
Ilustração botânica de Pillocarpus pinnatifolius 
Exemplos de pro
dutos brasileiros de tratamento 
anti
-
queda com jaborandi
 
 
Referência
https://www.uc.pt/ffuc/patrimonio_historico_farmaceutico/publicacoes/catalogosdeexposicoes/catalogo_1exp.pdf 26/10/2017
http://farmacognosia-febac.blogspot.com.br/2014/12/alcaloide-tropanicos.html 26/10/2017
http://acorral.es/malpiweb/florayfauna/estramonio.html 26/10/2017
http://www.uepg.br/fitofar/dados/confrei.pdf 26/10/2017
http://www.tudosobreplantas.com.br/asp/plantas/ficha.asp?id_planta=2415 26/10/2017
 FARMACOPÉIA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL 2ª edição, 1959.