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GEX158 – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS PARCIAIS TurmaA 03A 15A 19A 22A - Aulas 1 a 4 – 14 e 15/05/2013 Avaliação: Prova 1 - 26/06/2013 45 % Prova 2 - 28/08/2013 45 % Listas de Exercícios: 10 % Prova substitutiva 04/09/2013 (Toda a matéria; substitui a menor nota; média máxima=60) Livros 1. Santos, Reginaldo J. Equações Diferenciais Parciais: Uma indrodução. Belo Horizonte – Imprensa Universitária da UFMG, 2011. http://www.mat.ufmg.br/~regi 2. Thomas, George B.; Finney, Ross L. Cálculo Diferencial e Integral. Vol. 4. Livros Técnicos e Científicos Editora, Rio de Janeiro, 1983. 3. Figueiredo, Djairo G. Análise de Fourier e Equações Diferenciais Parciais. Projeto Euclides. Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, Rio de Janeiro, 2009. 18.1 INTRODUÇÃO Uma equação diferencial ordinária (EDO) é qualquer relação envolvendo uma variável independente, t por exemplo, uma variável dependente, u por exemplo, que, por hipótese, é uma função de t, e algumas das derivadas de u em relação a t: ( )( ), , ', '',..., 0nD t u u u u = . em que ( ) n n n d uu dt = . Caso u seja função de mais de uma variável independente, tem-se uma equação diferencial parcial. É muito comum que fenômenos físicos sejam descritos por ED’s. Alguns exemplos: Exemplo 1.1 (Reginaldo – pg. 2) Pêndulo Simples (Figura 1.1) O ângulo entre um pêndulo simples de massa m e comprimento l é descrito por uma função ( )tθ que satisfaz a equação diferencial 1 ( ) 2 2 sin 0 d g dt l θ θ+ = em que g é a aceleração da gravidade. Nessa ED, ( )tθ é a incógnita e t (tempo) é a variável independente. Exemplo 1.2 (Reginaldo – pg. 4) Sistema massa-mola (Figura 1.2) Considere um corpo de massa m preso a uma mola com constante elástica k, sujeita a uma força de resistência dxF v dtγ γ γ= − = − e uma força externa ( ) ( )0 cosextF t F wt= . A posição ( )x t da massa satisfaz a equação diferencial 2 ( ) 2 02 cos d x dxm kx F wt dt dt γ+ + = . Nessa ED, ( )x t é a incógnita e t (tempo) é a variável independente. Exemplo 1.3 (Reginaldo – pg. 5) O potencial elétrico ( ),u x y no ponto ( ),x y de um plano carregado com cargas elétricas, satisfaz a ED 2 2 2 2 0 u u x y ∂ ∂ + = ∂ ∂ Nessa ED, x e y são as variáveis independentes e ( ),u x y é a incógnita. Exemplo 1.4 (Reginaldo – pg. 6) Circuito RC Se um resistor R, um capacitor C e uma fonte de tensão ( )V t são ligados em série, a carga ( )Q t do capacitor é dada pela ED ( )1dQR Q V t dt C + = 3 CLASSIFICAÇÃO DAS ED’s - Quanto ao tipo: Ordinárias (EDO) – Se a incógnita é função de uma única variável independente Parcial (EDP) - Se a incógnita é função de mais de uma variável independente As equações dos exemplos 1.1, 1.2 e 1.4 são EDO’s. A equação do exemplo 1.3 é uma EDP. - Quanto à ordem: A ordem de uma ED é a ordem da derivada de maior ordem presente na equação. As equações dos exemplos 1.1, 1.2 e 1.3 são de segunda ordem. A equação do exemplo 1.4 é de primeira ordem. - Quanto à linearidade: Uma ED é dita linear se sua expressão é uma combinação linear da incógnita e suas derivadas, cujos coeficientes são funções da variável independente. Caso contrário a ED é dita não linear. No caso de EDO’s, a expressão geral de uma EDO linear de ordem n é: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 1 1 01 ... n n n nn n d u d u dua t a t a t a t u f t dt dt dt − − −+ + + + = As equações dos exemplos 1.2, 1.3 e 1.4 são lineares. A equação do exemplo 1.1 é não linear. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS SOLUÇÃO DE UMA EDO SOLUÇÃO EXPLÍCITA Uma função ( )u f t= é uma solução explícita da EDO ( )( ), , ', '',..., 0nD t u u u u = se, e somente se, ( ) ( ) ( ) ( ) ( )( ), , ' , '' ,..., 0nD t f t f t f t f t = . Caso a solução envolva algum parâmetro que possa assumir mais de um valor tem-se uma família de soluções. Se qualquer solução particular é caso particular de uma família de soluções, então essa família é chamada de solução geral da EDO. Exemplo: 2 2 0 d y y dt + = Soluções: ( )seny t= ( )cosy t= t∈ 4 Famílias de soluções ( )1seny c t= ( )2cosy c t= A solução geral: ( ) ( )1 2sen cosy c t c t= + SOLUÇÃO IMPLÍCITA Uma relação ( ), u 0H t = é uma solução implícita de uma EDO ( )( ), , ', '',..., 0nD t u u u u = se existe algum intervalo ( ): ,I a b tal que, para todo t I∈ , ( ), 0H t u = define a função ( )u f t= e ( ) ( ) ( ) ( ) ( )( ), , ' , '' ,..., 0nD t f t f t f t f t = . Exemplo: Verifique que ( ) 2 2, 25 0D x y x y= + − = é solução implícita da EDO ' 0yy x+ = no intervalo : 5 5I x− < < . Resolução: Observe que ( ) 2 2, 25 0D x y x y= + − = define implicitamente as funções 225y x= − e 225y x= − − para todo [ ]: 5,5x I∈ − . Verificando se essas funções são solução da EDO: Para ( ): 5,5x I∈ − 225y x= − ⇒ 2 ' 25 xy x − = − ⇒ 'yy x+ 2 2 25 25 xx x x − = − + − 0x x= − + = é solução! 225y x= − − ⇒ 2 ' 25 xy x = − ⇒ 'yy x+ 2 2 25 0 25 xx x x = − − + = − Verificando diretamente na solução implícita: ( )2 2 25 0d x ydx + − = ⇒ 2 2 ' 0x yy+ = ⇒ ' 0yy x+ = 5 18.3 EDO DE PRIMEIRA ORDEM COM VARIÁVEIS SEPARÁVEIS (Thomas- pg. 989) Definição: Uma EDO de primeira ordem é dita de variáveis separáveis se pode ser escrita como ( ) ( ) 0P y dy Q x dx+ = . A resolução: ( ) ( )P y dy Q x dx C+ =∫ ∫ em que C é uma constante arbitrária. Exemplo: Determinar uma família de soluções para a EDO 22 9 0x dx y dy− = Resolução: 22 9 0x dx y dy− = ⇒ 22 9x dx y dy C− =∫ ∫ ⇒ 2 33x y C− = A solução implícita. ⇒ ( ) 1 3 21 3 y x C = − A solução explícita. Verificando: ( ) 2 3 21 1 2 3 3 3 dy x C x dx − = − ⇒ ( ) 2 3 21 1 2 3 3 3 dy x C xdx − = − Substituindo na EDO: ( ) ( ) 2 3 2 3 2 21 1 1 22 9 3 3 3 3 x dx x C x C xdx − − − − = ( ) ( ) 2 3 2 3 2 21 1 12 9 2 3 9 3 x dx x C x C xdx − = − − − 2 2 0x dx xdx= − = para todo x∈ . Verificando na solução implícita: ( )2 33d dx y Cdx dx− = ⇒ 22 9 0dyx y dx − = ⇒ 22 9 0x dx y dy− = # Exemplo: Dada a EDO 21 1 0x y dx x dy− − − = determinar: ( )a uma família de soluções; ( )b uma solução particular fora da família. 6 Resolução: Observe que a expressão da EDO só faz sentido se 1y ≤ e 1 1x− ≤ ≤ . Para 1y ≠ e 1x ≠ ± , 21 1 0x y dx x dy− − − = ⇒ 21 1x y dx x dy− = − ⇒ 2 1 11 x dx dy yx = −− ⇒ 2 1 11 x dx dy C yx − + = −− ∫ ∫ A resolução implícita: ⇒ 21 2 1x y C− − + − = , com 1y < e 1 1x− < < Verificando: ( )21 2 1d dx y Cdx dx− − + − = ⇒ 2 2 12 0 2 12 1 x dy dxyx − − − + = −− ⇒ 21 1 0dyx y x dx − − − = ⇒ 21 1 0x y dx x dy− − − = Observe que ( ) 1y f x= = , excluído na resolução algébrica, também é solução. # Exemplo: Determinar uma família de soluções para a EDO ( ) ( )21 1dyx x ydx+ = + . Resolução: ( ) ( )21 1dyx x ydx+ = + ⇒ 2 1 1 dy x dx y x = + + ( )1x ≠ − ⇒ ( )arctg ln 1y x x C= − + + # A LEI DO CRESCIMENTO EXPONENCIAL Um modelo simples para crescimento populacional supõe que a taxa de crescimento em relação ao tempo é proporcional ao número de indivíduos presentesna população. Isto leva à equação dy ky dt = ( )0k > . Resolvendo: dy k dt y = ⇒ ( )ln *y k t C= + ⇒ *k t Cy e += ⇒ k ty Ce= ⇒ 0 k ty y e= 7 18.4 EDO DE PRIMEIRA ORDEM HOMOGÊNEA Definição: Uma EDO de primeira ordem é dita homogênea se pode ser escrita como dy yF dx x = . Toda EDO homogênea pode ser transformada em uma EDO de variáveis separáveis pela transformação yv x = ⇒ y vx= dy v dx x dv= + Resolvida a EDO de variáveis separáveis, a substituição yv x = leva à resolução da EDO original. Exemplo: Mostre que a EDO ( )2 2 2 0x y dx xy dy+ + = é homogênea e resolva-a. Resolução: ( )2 2 2 0x y dx xy dy+ + = ⇒ ( )2 22xy dy x y dx= − + ⇒ 2 2 2 2 2 1 1 2 2 yx xdy x y ydx xy x x + + = − = − É homogênea: ⇒ ( )211 2 y xdy dx y x + = − Fazendo yv x = ⇒ y vx= dy dvv x dx dx = + ⇒ 2 21 1 3 2 2 dv v vx v dx v v + + = − + = − ⇒ 2 2 1 3 v dxdv v x = − + ⇒ 2 2 0 1 3 dx v dv x v + = + ⇒ ( )21ln ln 1 3 *3x v C+ + = Substituindo yv x = ⇒ 2 3ln ln 1 3 3 *yx C x + + = 8 ⇒ ( ) 2 2 3 2 3ln ln lnx yx C x + + = ( )0C > ⇒ 2 2 3 2 3x yx C x + = ⇒ ( )2 23x x y C+ = ( )0x > Conferindo: ( )2 23 0d dx x y Cdx dx + = = ⇒ ( )2 23 2 6 0dyx y x x y dx + + + = ⇒ 2 23 3 6 0dyx y xy dx + + = ⇒ ( )2 2 2 0x y dx xy dy+ + = OUTRA DEFINIÇÃO DE EDO HOMOGÊNEA Função homogênea – Uma função ( ),F x y é dita homogênea de grau n se ( ) ( ), ,nF tx ty t F x y= . EDO homogênea – Uma EDO do tipo ( ) ( ), , 0P x y dx Q x y dy+ = é definida como homogênea se as funções ( ),P x y e ( ),Q x y são, ambas, homogêneas de mesmo grau. Exemplo: ( )2 2 2 0x y dx xy dy+ + = ( ) ( )2 2,P x y x y= + ⇒ ( ),P tx ty ( ) ( ) ( )2 2 2 2 2 2tx ty t x t y = + = + ( ) ( )2 2 2 2 ,t x y t P x y= + = ( ), 2Q x y xy= ⇒ ( ),Q tx ty ( )( ) ( ) ( )2 22 2 ,tx ty t xy t Q x y= = = Então, ( ),P x y e a ( ),Q x y são, ambas, funções homogêneas de grau 2 e, portanto, a EDO é homogênea. Fazendo a transformação yv x = : 9 ( )( ) ( )( )22 2 0x vx dx x vx vdx xdv+ + + = ⇒ ( )2 2 2 2 31 2 2 0x v dx x v dx x vdv+ + + = ⇒ ( )2 2 31 3 2 0x v dx x vdv+ + = ⇒ 21 3 2 dv vx dx v + = − # Observe que: ( ) ( ), , 0P x y dx Q x y dy+ = ⇒ ( )( ) ( ) , , , P x ydy F x y dx Q x y = − = Se ( ),P x y e a ( ),Q x y são, ambas, funções homogêneas de mesmo grau, então ( ),F x y é homogênea de grau 0, pois, ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) , , , , , , n n P tx ty t P x y F tx ty F x y Q tx ty t Q x y = − = − = Fazendo 1t x = , ( ) ( ) 1 1, , , 1, y yF x y F tx ty F x y F G x x x x = = = = Lista 1 pg. 992 Exercícios 1 a 5 Pg. 993 Exercícios 1 a 9 pg. 996 Exercícios 1 a 6, e mais: 10
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