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ALERGIA ALIMENTAR NA PRÁTICA CLÍNICA Terapia Nutricional Nutricionista: Tatiara Monção Pós Graduada em Nutrição em Pediatria - IPGS Pós Graduanda em Comportamento Alimentar - IPGS Pós Graduanda em Fitoterapia - IPGS RELATO DE CASO • Paciente: ABB, sexo feminino • Idade atual: 6 anos • Antecedentes gestacionais: mãe ralata ter tido uma gravidez não evoluída; • Antecedentes neonatais: sem alterações; • História Pregressa - Parto cesário, 3,5 Kg, apegar 9,9; - LM, primeiras reações com 3 dias (chiado no peito, coriza, manchas na pele, irritabilidade, choro importante); • 1 mês = 5 Kg (em AME), ainda sem diagnóstico RELATO DE CASO • Após 30 dias, choro importante contínuo; • Assadura perianal; • Sangue nas fezes; • Irritabilidade; • Conduta médica: - Assadura = alergia a fralda - Choro = cólica (normal), fome - Observar sangue nas fezes • Mãe suspende leite e derivados por conta própria até o 3º mês do bebê. RELATO DE CASO RELATO DE CASO • Ao 3º mês, mãe vai para um rodízio de massas, amamenta a criança; • Reações 2 horas após a amamentação (choro, cólica, irritabilidade, no dia seguinte sangue nas fezes; • Procura o médico; suspeita de APLV descartada devido ao bom estado nutricional da criança (3 meses = 8 Kg); • Mãe come chocolate para teste = sangue nas fezes; • Confirmada APLV aos 4 meses. RELATO DE CASO RELATO DE CASO • Apresentou reação cruzada a soja, via leite materno; • Reagia a traços via leite materno; • Introdução alimentar - Alimentos reprovados: banana, maçã, maxixe, aveia, frango, espinafre... - Desmame aos 7 meses: sopa de legumes + carne de rã, papinha de frutas + fórmula de aminoácidos livres. RELATO DE CASO RELATO DE CASO • Com 1 ano e 6 meses foi indicado fórmula de soja, apresentando reação severa = 20 dias de diarreia ácida; • Retorno exclusivo a fórmula de aminoácidos livres; • Com 2 anos e 2 meses “cura” APLV; RELATO DE CASO RELATO DE CASO ATUALMENTE Hoje, com 6 anos permanece alérgica a soja e a todas as leguminosas; ALERGIA ALIMENTAR NA PRÁTICA CLÍNICA Terapia Nutricional ALERGIA ALIMENTAR É uma reação anormal do sistema de defesa do organismo às proteínas dos alimentos. Pode ser mediada por anticorpos ou por células. Possíveis causas da alergia Genética Hipótese da HigieneImaturidade da mucosa intestinal ALIMENTOS MAIS ENVOLVIDOS Leite de vaca Ovo Trigo Soja Amendoim (EUA) Peixes Frutos do mar ASBAI, 2007. CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES Segundo os mecanismos imunológicos envolvidos, as AA podem ser classificadas em: • Mediadas pela IgE; • Não mediadas pela IgE (linfócitos T); • E mistas. Guia prático da APLV mediada pela IgE – ASBAI & SBAN, 2012. MEDIADAS POR IgE • São reações mediadas por IgE (exames bioquímicos positivos); • Reações: urticárias, dermatites, coceira, edema de glote, anafilaxia, sintomas respiratórios... • Ausência de dores abdominais, diarreia (manifestações do TGI); • As reações acontecem até duas horas após contato com proteína alergênica; • São mais graves e mais persistentes. Consenso Brasileiro Sobre Alergia Alimentar, 2007. REAÇÕES MEDIADAS POR IgE REAÇÕES NÃO MEDIADAS POR IgE • Reações mediadas por células (não acusa nos exames bioquímicos); • Reações: vômito, diarreia, dores abdominais, presença de sangue nas fezes, sangue oculto nas fezes, proctocolite, enterocolite; • Ausência de sintomas de pele e respiratórios; • As reações geralmente não são imediatas, pode-se levar vários dias para surgirem as reações; • São menos graves e menos persistentes. Consenso Brasileiro Sobre Alergia Alimentar, 2007. REAÇÕES NÃO MEDIADAS POR IgE REAÇÕES MISTAS • Envolve os dois mecanismos, decorrentes por IgE com participação de linfócitos T e de citocinas pró- inflamatórias; • Reações: diarreia, urticária, IgEs positivos, presença de sangue oculto positivo... • Exemplos clínicos: esofagite eosinofílica, gastrite eosinofílica, gastroenterite eosonofílica, dermatite atópica... Consenso Brasileiro Sobre Alergia Alimentar, 2007. INTOLERÂNCIA À LACTOSE TIPOS • Deficiência congênita – por um problema genético, a criança nasce sem condições de produzir lactase (forma rara, mas crônica); • Deficiência primária – diminuição natural e progressiva na produção de lactase a partir da adolescência e até o fim da vida (forma mais comum); • Deficiência secundária – a produção de lactase é afetada por doenças intestinais, como diarreias, síndrome do intestino irritável, doença de Crohn, doença celíaca, ou alergia à proteína do leite, por exemplo. Nesses casos, a intolerância pode ser temporária e desaparecer com o controle da doença de base. MATTAR, 2012. APLV x INTOLERÂNCIA À LACTOSE Alergia à Proteína do Leite de Vaca Intolerância à Lactose Componente envolvido Proteína Carboidrato Mecanismo Imunológico Sim Não Atravessa barreira da mucosa Sim (alérgenos) Não Dose – dependente Não Sim Clínica Anemia, emagrecimento, déficit no crescimento, irritabilidade, recusa alimentar, náuseas, vômitos, diarreia, sangramento. Distensão abdominal, dor (cólica), diarreia, dermatite perianal, vômitos, acidose metabólica. SBP, 2010. Cuidado com Produtos SEM LACTOSE COM PROTEÍNAS DO LEITE LEITE Alergia à proteína do leite de vaca pode manifestar- se através de lesões na pele com coceira (urticária), diarreia, vômitos, sangue nas fezes, sintomas respiratórios como chiado no peito e espirros. Em torno de 1 em cada 20 lactantes têm alergia ao leite de vaca, sendo que o risco desta doença aumenta em até 40% quando um familiar de primeiro grau (pai ou irmão) são alérgicos. Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de alergia e imunologia, 2010. EPIDEMIOLOGIA DA APLV Em crianças, nos primeiros anos de vida, a incidência de APLV tem sido referida oscilar entre 0,3% e 7,5%. Por outro lado, empregando-se o critério de autorrelato, tais índices são apontados variar entre 5% e 15%. Dificuldades: metodologia heterogênea dos estudos; Sintomas gastrintestinais 32 – 60%, sintomas de pele 5 – 90% e anafilaxia 0,8 – 9%. DRACMA, 2010; ESPGHAN, 2012; Guia prático da APLV mediada pela IgE – ASBAI & SBAN, 2012. PROGNÓSTICO DA APLV Desenvolvimento da tolerância • 50% com 1 ano de idade • > 75% até 3 anos • > 90% até 6 anos de idade FIOCCHI e cols., 2010; KOLETSKO, 2012. TERMOS SINÔNIMOS E NÃO SINÔNIMOS SINÔNIMO DE LEITE Caseína Caneinato de Sódio Proteína do Soro Manteiga Ghee (Manteiga Indiana) Proteína Láctea Whey Protein MORAIS, 2013. NÃO SINÔNIMOS DE LEITE Lactato de Sódio e de Cálcio Leite de Coco Manteiga de Cacau Ácido Lático Conservador Propionato de Cálcio Gordura Vegetal Hidrogenada Cremor de Tártato TERMOS SINÔNIMOS E NÃO SINÔNIMOS MORAIS, 2013. INFORMAÇÃO AOS PAIS A proteína do leite de vaca e a de cabra tem muita semelhança podendo ter 80% de proteína e similares. Portanto, a grande maioria dos casos quem é alérgico ao leite de vaca também será ao leite de cabra. Na alergia ao leite de vaca as manifestações ocorre mesmo quando a ingestão é em quantidade mínima. É uma das poucas alergias onde ocorre a remissão completa do quadro, e desta forma a maioria dos alérgicos ao leite adquirem intolerância a este alimento e seus derivados. Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de alergia e imunologia, 2010. SOJA EPIDEMIOLOGIA “A FDA (Federação de Drogas e Medicamentos) isenta o óleo de soja altamente refinado de ser rotulado como um alérgeno. A maioria dos indivíduos alérgicos à soja pode comer com segurança lecitina de soja”.Até 50% das crianças com APLV podem ser alérgicas à soja. Reações não mediadas por IgE em crianças < 6 meses = 30 a 64% FARE, 2014. OVO A ocorrência da alergia ao ovo é mais frequente nos primeiros anos de vida, geralmente devido às proteínas da clara; A alergia ao ovo afeta 0,5% das crianças saudáveis, até 5% dos bebês atópicos e 50 % das crianças com dermatite atópica. OVO A alergia ao ovo pode ser classificada como imediata ou tardia. Entre os principais alérgenos salientam-se a ovoalbumina, o ovomucoide e a conalbumina; EXAMES BIOQUÍMICOS Tratamento AA = Planejamento nutricional: faixa etária + mecanismo envolvido Lactentes < 1 ano AM (restrição materna) Fórmula substituta adequada ASBAI & SBAN, 2007. INTRODUÇÃO ALIMENTAR DO BEBÊ SEM ALERGIA ALIMENTAR INTRODUÇÃO ALIMENTAR DO BEBÊ COM ALERGIA ALIMENTAR INTRODUÇÃO ALIMENTAR CAUTELOSA • A papa salgada inicial deve conter alimentos menos alergênicos, por exemplo, arroz, batata, chuchu e frango; • Novos alimentos devem ser introduzidos gradativamente de acordo com o tipo de reação que a criança apresenta; • Criança com reação imediata (mediadas por IgE), podem receber um alimento novo por dia; • Crianças com reações tardias (não mediadas por IgE e mistas), devem esperar um tempo maior, entre 3 a 7 dias para oferta de um novo alimento. Guia do bebê e da criança com alergia ao leite de vaca, 2013. Tratamento AA = Planejamento nutricional: faixa etária + mecanismo envolvido Lactentes 1 a 2 anos Avaliação individual status nutricional Exclusão proteínas alergênicas Fórmula para complementação nutricional? ASBAI & SBAN, 2007. Tratamento AA = Planejamento nutricional: faixa etária + mecanismo envolvido > 2 anos Exclusão proteínas dos alérgenos Orientação nutricional ASBAI & SBAN, 2007. DESCOBERTA TARDIA DA APLV O QUE FAZER? • Exclusão de leite e derivados e observar tolerância para traços; • Incluir soja dependendo do tipo de reação alérgica; • Indicar fórmula “especial” de acordo com a idade, inserir leite de arroz, aveia, sucos... • Fazer suplementação de cálcio; • A cada seis meses verificar se já houve tolerância do LV (para alérgicos não mediados); • Para alérgicos mediados o TPO deverá ser feito pelo médico. ORIENTAÇÃO AOS PAIS RÓTULOS: • Ler sempre: compra; armazenamento; consumo. • “traços de...” “produzido em equipamento que processa...” • Serviço de atendimento ao consumidor. PIERETTI e cols., 2009. ORIENTAÇÃO DIETA MATERNA • Exclusão de leite, derivados e traços por 4 a 8 semanas; • Inserir leite de arroz, leite de aveia, sucos de naturais de frutas, geleias, margarina (indicada), cuscuz, tapioca... + suplementação de cálcio; • Orientação para troca de utensílios, leitura de rótulos, não comer fora de casa, até estabilização do bebê; • No caso dos sintomas persistirem, reavaliar a dieta e procurar possíveis “furos”, caso não tenha, excluir outro alimento, exemplo, (soja), trigo, ovo, carne bovina, oleaginosas... Observação: muita cautela para não fazer restrições desnecessárias. SUPLEMENTAÇÃO DE CÁLCIO NA PEDIATRIA MINERAL/IDADE CÁLCIO (mg/dia) 0 – 6 meses 200 6 – 12 meses 260 1 – 3 anos 700 4 – 8 anos 1000 Feminino (9 – 13 anos) 1300 Masculino (9 – 13 anos) 1300 Feminino (14 – 18 anos) 1300 Masculino (14 – 18 anos) 1300 Guia ambulatorial de nutrição materno-infantil, 2013. SUPLEMENTAÇÃO DE CÁLCIO EM LACTANTES GRUPO INGESTÃO ADEQUADA (mg/dia) UL ≤ 18 anos 1.300 2.500 > 19 anos 1.000 2.500 Guia ambulatorial de nutrição materno-infantil, 2013. FONTES ALIMENTARES RICAS EM CÁLCIO Derivados do leite Alimento Porção Cálcio (mg) Leite integral 1 xíc chá 290 Leite semi-des 1 xíc chá 297 Leite desnatado 1 xíc chá 302 Queijo branco Fatia (30 g) 205 Queijo mozarela Fatia (20 g) 120 Requeijão Col sopa (15 g) 84,75 Iogurte natural Pote (200 g) 228 Coalhada Pote (200 g) 130 Não derivados do leite Alimento Porção Cálcio (mg) Sardinha em conserva 100 g 402 Peixe Filé ou posta 50-60 Brócolis cozido 100 g 113 Couve cozida 1 xícara 148 Repolho picado 1 xícara 94 Batata assada 1 und média 115 Laranja 1 und 96 Mamão 1 und média 62 Melancia 1 ft grande 22 SUGESTÃO DE SUPLEMENTAÇÃO Os alimentos podem provocar reações cruzadas, ou seja, alimentos diferentes podem induzir respostas alérgicas semelhantes no mesmo indivíduo. O paciente alérgico ao camarão pode não tolerar outros crustáceos, da mesma forma que o paciente alérgico ao amendoim pode não tolerar a soja e o feijão. REAÇÕES CRUZADAS ASBAI, 2007. REAÇÕES CRUZADAS BREITENEDER, 2004; SICHERER, 2001. SÍNDROME LÁTEX FRUTA Ensaio Randomizado do Consumo de Amendoim em lactentes em Risco de Alergia a Amendoim Síndrome da Enterocolite Induzida por Proteína Alimentar Food Protein-Induced Enterocolitis Syndrome - FPIES O que é? Um tipo de alergia alimentar que afeta o trato gastrintestinal e não está associada a IgE. Normalmente a FPIES aparece na infância. Como é diagnosticada? • Pelo histórico e exame clínico do paciente; • Pode requerer testes de provocação oral supervisionados por um médico (em ambiente hospitalar); • Não existem exames de sangue para identificar os alérgenos ou a resolução da doença; • Testes sanguíneos IgE e testes cutâneos normalmente são negativos. Síndrome da Enterocolite Induzida por Proteína Alimentar Food Protein-Induced Enterocolitis Syndrome - FPIES RUFFNER, 2013. Alimentos envolvidos • Leite de vaca e soja (25 – 50% das crianças que reagem a leite de vaca também reagem a soja); • Arroz e aveia; • Ovos, aves, amendoins, frutas, vegetais e outros alimentos (menos comuns); • A maioria das crianças são alérgicas a 1 ou 2 alimentos. Síndrome da Enterocolite Induzida por Proteína Alimentar Food Protein-Induced Enterocolitis Syndrome - FPIES RUFFNER, 2013. Síndrome da Enterocolite Induzida por Proteína Alimentar Food Protein-Induced Enterocolitis Syndrome - FPIES FPIES Aguda • Vômitos repetidos (≈ 2 horas após a ingestão); • Diarreia (≈ 5 horas após a ingestão); • Letargia; • Desidratração; • Quedas na pressão sanguínea e na temperatura. Fpiesbrasil.com.br Síndrome da Enterocolite Induzida por Proteína Alimentar Food Protein-Induced Enterocolitis Syndrome - FPIES FPIES Crônica • Vômitos intermitentes / Crônicos; • Diarreia (as vezes com sangue e / ou muco; • Perda de peso; • Dificuldades de crescimento. Fpiesbrasil.com.br FÓRMULAS INFANTIS Indicação – Galactosemia, alergia alimentar mediada por IgE > 6 meses (sem comprometimento no TGI). Nomes comerciais: • NAN Soy (Nestlé) • Aptamil ProExpert Soja (Danone) • Isomil Advance (Abbott) • Infamil Prosobee Premium (Mead Johnson) FÓRMULAS COM PROTEÍNA DE SOJA DRACMA GUIDELINES, 2010; ESPGHAN GUIDELINES, 2012. FÓRMULAS COM PROTEÍNA DE SOJA ATENÇÃO Preparadas a base de soja não indicados para menores de 1 ano Nomes comerciais: • Soymilke (Olvebra) • Suprasoy (Josapar) • ADES (Unillever) DRACMA GUIDELINES, 2010; ESPGHAN GUIDELINES, 2012. PREPARADOS A BASE DE SOJA Indicação – Na prevenção de alergia alimentar em pacientes com história importante de alergia na família. Contém lactose. Nomes comerciais: • Aptamil ProExpert HA (Danone) • NAN HÁ (Nestlé) FÓRMULA COM PROTEÍNA DO LEITE PARCIALMENTE HIDROLISADA Obs.: Não indicadas para pacientes com diagnóstico de APLV. DRACMA GUIDELINES, 2010; ESPGHAN GUIDELINES, 2012. FÓRMULA COM PROTEÍNA DO LEITE PARCIALMENTE HIDROLISADA FÓRMULAS COM PROTEÍNAS DO LEITE EXTENSAMENTE HIDROLISADASem lactose Com lactose Indicação APLV com comprometimento da digestão e absorção APLV sem comprometimento da digestão e absorção Nomes Comerciais Alfaré (Nestlé) Pregomin Pepti (Danone) Enfamil Pregestimil (M Jonhson) Nutramigen (M Jonhson) Althéra (Nestlé) Aptamil Pepti (Danone) FÓRMULAS COM PROTEÍNAS DO LEITE EXTENSAMENTE HIDROLISADA SEM LACTOSE FÓRMULAS COM PROTEÍNAS DO LEITE EXTENSAMENTE HIDROLISADA COM LACTOSE Indicação – Deficiência digestiva – absortivas graves, alergia alimentar que não responde ao hidrolisado, paciente com histórico de anafilaxia, esofagite eosinofílica. Nomes comerciais: • Neocate LCP (Support) • Alfamino (Nestlé) • Puramino (Mead Jonhson) FÓRMULA DE AMINOÁCIDOS DRACMA GUIDELINES, 2010; ESPGHAN GUIDELINES, 2012. FÓRMULA DE AMINOÁCIDOS PROBIÓTICOS NA ALERGIA ALIMENTAR Atualmente, sugere-se que as doenças alérgicas ocorrem em consequência de um desequilíbrio do sistema imunológico. Este, por sua vez, é prioritariamente estimulado pela exposição a microrganismos, sendo que a flora intestinal consiste na maior fonte de exposição a esses agentes durante o período de desenvolvimento deste sistema, na infância. PRESCOTT, 2007. PREBIÓTICO Substâncias não digeríveis que fornecem um efeito fisiológico benéfico sobre o consumidor por servir como substrato para microrganismos benéficos (FAO/WHO, 2001). PROBIÓTICOS Microrganismo vivos que, quando administrados em quantidade adequadas conferem benefícios à saúde do consumidor (FAO/WHO, 2001). SIMBIÓTICO Simbióticos são compostos por micro-organismos vivos que, quando administrados em doses adequadas, podem trazer benefícios à saúde do hospedeiro. São formados pela associação de um ou mais probióticos com um ou mais prebióticos (BENGMARG, 2005). A L. rhamnosus HN001 mostrou‐se eficaz contra a alergia nos primeiros dois anos de vida e persistiu aos quatro, ao passo que a B. animalis subsp. lactis HN019 não apresentou efeito. PROBIÓTICOS NA ALERGIA ALIMENTAR Portanto, não apenas o momento da administração parece ser importante, mas também a especificidade da cepa. K. Wickens, P. Black, T.V. Stanley, E. Mitchell, C. Barthow, P. Fitzharris, et al. A protective effect of Lactobacillus rhamnosus HN001 against eczema in the first 2 years of life persists to age 4 years Clin Exp Allergy, 42 (2012), pp. 1071–1079. Lactobacillus (L.) rhamnosus GG previne infecções no trato respiratório, além da proteção convencional contra infecções gastrointestinais. PROBIÓTICOS NA ALERGIA ALIMENTAR I. Hojsak, S. Abdovid, H. Szajewska, M. Milosevid, Z. Krznarid, S. Kolacek Lactobacillus G.G. in the prevention of nosocomial gastrointestinal and respiratory tract infections Pediatrics, 125 (2010), pp. e1171–e1177. DIARREIA L. rhamnosus GG, L. reuteri e medicamentos alimentares (por exemplo, Saccharomyces (S.) boulardii) probióticos quase se tornaram padrão no tratamento de gastroenterite pediátrica. I. Hojsak, S. Abdovid, H. Szajewska, M. Milosevid, Z. Krznarid, S. Kolacek Lactobacillus G.G. in the prevention of nosocomial gastrointestinal and respiratory tract infections Pediatrics, 125 (2010), pp. e1171–e1177. bifidum, B. infantis, B. longum, L. casei, L. plantarum e L. rhamnosus mostrou efeitos positivos sobre os sintomas da constipação. L. rhamnosus Lcr35 foi eficaz no tratamento de crianças com constipação crônica. PROBIÓTICOS N.L. Bekkali, M.E. Bongers, M.M. Van den Berg, O. Liem, M.A. Benninga. The role of a probiotics mixture in the treatment of childhood constipation: a pilot study Nutr J., 6 (2007), p. 17 PROBIÓTICOS NA ALERGIA ALIMENTAR Hoje, a L. rhamnosus GG e S. boulardii são as melhores cepas estudadas, apesar de a literatura recente fornecer muitas informações positivas sobre a L. reuteri. ATENÇÃO Apesar de efeitos adversos terem sido esporadicamente relatados, os probióticos podem ser considerados seguros. O uso inadequado e produtos não validados não constituem possíveis desvantagens. SUGESTÕES ESTUDO CASO 1 • Paciente: ACMS, sexo masculino • Idade: 5 meses • Em AM exclusivo • Queixa principal: suspeita de APLV • Antecedentes gestacionais e neonatais sem alterações • Nega qualquer sintoma anterior relacionado à APLV • Peso e Estatura adequado para Idade ESTUDO CASO 1 1º Contato com fórmula infantil (leite de vaca): Leite de vaca em contato com a pele: ESTUDO CASO 1 Reação via leite materno, após a ingestão de leite pela mãe: Reação a caqui na introdução alimentar: 1. Qual tipo de alergia? a) IgE mediada b) IgE não mediada c) Mista 2. Na impossibilidade de amamentação, qual a fórmula indicada? a) Aminoácidos b) Proteína extensamente hidrolisada com lactose c) Proteína extensamente hidrolisada sem lactose d) Soja ESTUDO CASO 1 CONDUTA NUTRICIONAL 1ª Exclusão de leite de vaca, derivados e TRAÇOS da dieta materna; 2ª Manutenção do AME até o sexto mês; 3ª Após estabilizar os sintomas, liberar soja para mãe; 4ª Introdução alimentar cautelosa (6º mês); 5ª Introdução do leite de vaca na dieta materna (7º mês); 6ª Introduzir todas as verduras, legumes e frutas. Os últimos alimentos a serem introduzidos serão: trigo, peixe e ovo (tentar introduzir o mais cedo possível). ATUALMENTE ESTUDO DE CASO 2 • Paciente: LSM, sexo feminino • Idade: 4 meses • Em LM + LA + suplemento • Queixa principal: diarreia, choro importante, baixo peso, baixa estatura, suspeita de APLV • Antecedentes gestacionais e neonatais sem alterações • Mãe relata sempre ter sintomas de APLV desde o nascimento • Conduta do pediatra: 1 – LM + LA = sem resultados 2 – LM + LA + suplemento = sem resultados 1. Qual tipo de alergia? a) IgE mediada b) IgE não mediada c) Mista 2. Na impossibilidade de amamentação, qual a fórmula indicada? a) Aminoácidos b) Proteína extensamente hidrolisada com lactose c) Proteína extensamente hidrolisada sem lactose d) Soja ESTUDO DE CASO 2 1ª Retirar a suplementação e deixar em AME até o 6º mês; 2ª Dieta materna de restrição de LV, soja e traços; 3ª Introdução alimentar cautelosa (6º mês); 4ª Não inserir na dieta materna leite e soja até o 1º ano de vida da criança; 5ª Liberar traços na dieta materna (observar), liberar leite de vaca e observar; 6ª Introduzir todos os alimentos e observar. CONDUTA NUTRICIONAL 5º mês: ganho de peso de 800 g; 6º mês: ganho de peso de 800 g; ATUALMENTE ESTUDO DE CASO 3 • Paciente: MABS, sexo feminino • Idade: 3 anos • Em fórmula de aminoácido exclusiva • Queixa principal: baixo peso, baixa estatura para idade, sem vínculo com o alimento, alergia alimentar múltipla, suspeita de FPIES • Histórico: - LA + LM, refluxo, vômitos e falta de apetite - 8º mês = IA piora vômitos, abdomên protuso, manchas na pele, apetite quase zerado; - Pneumonias de repetição (pediatria suspeitou IL = exame negativo). - Com 1 ano e 6 meses parou de crescer e estava muito magra e ainda sem diagnóstico; - Com 1 ano e 8 meses, gastro suspeita APLV, indica fórmula de proteína extensamente hidrolisada com lactose, continuava os vômitos; - Exames específicos, IgEs, LV, ovo, soja, milho (negativo), mas teste cutâneo positivo para os mesmos alimentos; - Exclusão desses alimentos e inicia o Pregomin, melhora por 20 dias; - 2 anos e 3 meses exclusiva Neocate, melhora absurda, ganho de peso, estatura e cessa reações; ESTUDO DE CASO 3 - Introdução de sólidos = reações severas (pele, vômitos e tosses); - 3 anos procura de atendimento nutricional; - Mãe pede ajuda psicológica para ela e para a criança; Conduta Nutricional - Fazer ligação da criança com o alimento;- Inserir alimentos mais aceitáveis para a criança nessa faixa etária (batata frita e pipoca); - Foi orientado introdução alimentar cautelosa com alimentos menos alergênicos. ESTUDO DE CASO 3 - Come quase tudo: arroz, trigo, milho, carne, frango, peixe, verduras e frutas; - Apresenta reações a feijão, leite, ovo e soja; - Ainda apresenta “neofobia alimentar”. ATUALMENTE ATUALMENTE • Paciente: SV, sexo masculino • Idade: 5 anos • Queixa principal: abdômen protuso, dores abdominais, gases, diarreia, perda de peso; • Encaminhado pelo médico para dieta de restrição de leite e derivados; ESTUDO DE CASO 4 • Qual possível diagnóstico? - Intolerância à lactose; - Doença celíaca; - Alergia alimentar (leite, trigo, soja). ESTUDO DE CASO 4 • Conduta nutricional: - Dieta de exclusão de trigo, leite e derivados, até estabilizar; - Inclusão de glúten = sem reação; - Inclusão de leite e derivados com lactose = reação; - Inclusão de leite e derivados sem lactose = estabilização. ESTUDO DE CASO 4 • Conduta nutricional: - Paciente encaminhado para gastropediatra; - IgEs específicos para leite, soja e trigo = negativo; - Exames bioquímicos e biopsia do intestino para doença celíaca = negativo; - Exame de intolerância à lactose = positivo. ESTUDO DE CASO 4 Obrigada! CONTATOS: Facebook: Tatiara Monção Insta: @tatiaramoncaonutri Site: nutriinfantil.com.br E-mail: contato@nutriinfantil.com.br
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