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PAPER DA EDUCACAO INFANTIL

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EDUCAÇÃO INFANTIL PARA QUE TE QUERO?
A visão dos pais acerca da creche
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Pedagogia– Prática Módulo II
27/08/2015
RESUMO 
Com o objetivo de fornecer dados para contribuir na iniciação de uma discussão sobre qual é a concepção dos pais em relação à função social da creche, será abordado neste artigo, tanto a importância da Educação Infantil e suas propostas pedagógicas para o desenvolvimento da criança na primeira infância, advindos de dados de uma entrevista. Essas entrevistas foram feitas com pais e professores de crianças que frequentam a Educação Infantil de 0 a 6 anos, escolhidos aleatoriamente, no Município de Gaspar, em duas creches públicas. Os resultados sinalizaram que os pais têm opiniões semelhantes quanto a função das creches e suas expectativas em relação a essas instituições. Foi possível constatar também, a semelhança e o descontentamento dos profissionais da Educação Infantil quando se trata de abordar a visão que os pais têm em relação a creche e ao trabalho dos professores. Em um contexto geral, podemos dizer que a concepção de creche já evoluiu muito perante toda a sociedade. O ambiente, antes considerado apenas de cuidado para com as crianças nos momentos em que seus responsáveis estavam trabalhando, passou a possuir dimensões maiores em relação a sua importância para o desenvolvimento e formação das crianças pequenas. O trabalho dos educadores de creche, oferece às crianças a aprendizagem, afetividade, descobertas e cria possibilidades de autoconhecimento e interações com outras crianças, adultos e até ambientes diversificadas. 
Palavras-chave: Educação Infantil. Práticas Pedagógicas. Concepção dos Pais.
1 INTRODUÇÃO
 A Educação Infantil é a primeira etapa da educação básica oferecida em creches e pré-escolas, as quais se caracterizam como espaços institucionais que envolvem simultaneamente dois processos complementares e indissociáveis: educar e cuidar. O atendimento institucional à criança na primeira infância, apresenta ao longo de sua história concepções bastante divergentes sobre sua finalidade social.
Essa pesquisa permitiu ampliar o conhecimento e compreender a problemática acerca da concepção de Educação Infantil. Foi possível uma maior reflexão sobre vários aspectos desse assunto e principalmente constatar a função real da creche nos dias atuais,que já não é mais só o “cuidar” como acontecia no processo de idustrialização. A Proposta da Educação Infantil passou por diversas mudanças, hoje podemos salientar de forma efetiva o “educar” além do “cuidar” como os princípios que norteiam os trabalhos dessas instituições. Nosso trabalho encontra-se dividido primeiramente em compreender a importância das creches, suas propostas pedagogicas ,pois muitas familias desconhecem as propostas oferecidas na creche,e também descobrir qual é a concepção que os pais e/ou responsáveis tem em relação a função social dessas instituições realizando entrevistas com os familiares e professores.
 Acreditamos que a relação entre pais e creche se constrói em uma dinâmica em que o dialago se faz sempre presente, esta comunicação revela o que está tácito nas ações cotidianas, nas idéias do que seja importante para a criança pequena, para os pais e para o professor, na concepção de educação infantil, de criança, de aprendizagem e desenvolvimento. Investigar o que os pais/responsáveis sabem e entendem sobre a creche pode auxiliar muito no processo de entendimento dos professores sobre suas funções de parceiros na educação das crianças
2 CRECHE E FAMÍLIA
O atendimento em creches é um direito das crianças firmado na constituição de 1988, que reconhece a educação infantil como dever do Estado. É tida como a primeira etapa da educação, que podem ser em estabelecimentos públicos ou privados, que educam e cuidam de crianças de 0 a 6 anos de idade. Não há uma hora exata para a criança ir a creche, depende muito da família e da sua necessidade. A creche vem se constituindo como um espaço de educação coletiva no mundo Contemporâneo, sendo um ambiente criado para oferecer condições que estimulem a criança em seu desenvolvimento e formação. Para Martins, (2009) entende-se por creche:
Um sistema permanente de relações educativas de comunicação, socialização e individualização com a responsabilidade de proteção da saúde física e mental das crianças. Um ambiente criado para dar continuidade de cuidados prestados pela família à criança, favorecendo, entre outras, a satisfação das necessidades emocionais básicas de intimidade, de atenção, de aceitação, de desenvolvimento da autoestima, de descoberta e formação do eu em relação com o outro.
Oliveira; Mello; Vitória; Ferreira (1995) Nos mostra que a creche surgiu perante as modificações do papel da mulher na sociedade, a implantação da industrialização no país, causou a necessidade de contratar um grande número de mulheres para o trabalho nas fábricas.
Pacheco e Dupret (2004) trata do estudo da necessidade das mulheres deixarem seus filhos na creche para poderem trabalhar tranquilas, vendo-se um lugar importante para o desenvolvimento da criança podendo andar, correr, pular, saltar, escorregar, empurrar, puxar, pendurar-se, rolar, engatinhar, deitar, sentar, cair, espiar, trepar, rastejar, pegar, lançar, dançar. Tudo isso faz parte da rotina da creche, permitindo que a criança se expresse e interaja com o mundo ao seu redor. Para as famílias de baixa renda que trabalham fora, a creche passou a ser essencial para a criação dos filhos e para conseguir uma renda familiar. Vale destacar que grande maioria das creches públicas no Brasil tem seu funcionamento precário, com falta de preparo dos funcionários, de infra- estrutura, entre outros.
Criou-se uma oferta de emprego para as mulheres, mas aumentaram os riscos de maus tratos ás crianças, reunidas em maior número, aos cuidados de uma única, pobre e despreparada mulher. Tudo isso, aliado a pouca comida e higiene, gerou um quadro caótico de confusão, que terminou no aumento de castigos e muita pancadaria, a fim de tornar as crianças mais sossegadas e passivas. Mais violência e mortalidade infantil. (RIZZO, 2003, p. 31).
Os cuidados com o desenvolvimento infantil e o bem estar não eram prioridade, as atividades desenvolvidas, muitas vezes eram criadas não a partir das necessidades da criança, mas em função da facilidade e conforto do adulto, um lugar onde ela só dorme, come e brinca, não sendo vista como um ambiente educativo. O atendimento às crianças nas creches, tinha um modo assistencial protetor. A preocupação era alimentar, cuidar da higiene e da segurança física, sendo pouco valorizado o trabalho orientado à educação e ao desenvolvimento intelectual e afetivo das crianças. 
 Segundo Oliveira; Mello; Vitória e Ferreira (1995), cada vez mais a creche é procurada por um número grande de famílias de diferentes classes sociais. Por isso a urgência da instituição em responder as questões e ações envolvidas no desenvolvimento da criança e em como fazer para se tornar um atendimento de qualidade. No entanto o cuidado com a educação infantil deve ter como estratégia o favorecimento da formação das crianças.
	Para Preuss (1986), foi a partir do momento em que as mulheres de classe média e alta começaram a utilizar as creches para a socialização das crianças, que se iniciam estudos sobre o efeito das creches no comportamento infantil.
 
A insuficiência de vagas em creches publicas diante da demanda, ou o elevado custo das creches particulares, não permite, na maioria das vezes, que esse serviço seja escolhido com base em princípios, valores e critérios da família, impossibilidade associada a relação assimétrica, entre usuários e instituição. (MARANHÃO; SARTI, 2008, p 172).
A relação família e escola, se inicia na creche quando a criança deixa de ser cuidado só pela mãe e passa por outros cuidados fora do lar. As relações que se formam entre mães e educadores podem variar muito, dependendo de vários fatores, da qualidadedo atendimento da creche e o nível de participação das famílias. O primeiro encontro entre creche e família é uma das principais causas relata Maranhão e Sarti (2008, p.181).
Os primeiros contatos entre as famílias e os profissionais são decisivos na construção do relacionamento entre ambos. As primeiras impressões dos pais podem ser confirmadas ou modificadas nos primeiros dias como usuários, ainda vulneráveis por estarem no inícios de uma relação com os profissionais.
Ainda como relata Maranhão e Sarti (2008) analisam as relações entre as duas instituições famílias e profissionais que se desenvolvem no cuidado compartilhado das crianças, buscando apreender o ponto de vista dos sujeitos envolvidos no cuidado infantil. Constatou que apesar de esforços de profissionais para interagir com as famílias, há relatos de dificuldades na interação, devido a diferentes pontos de vista. E como mostraram as análises da observação, conflitos não explicitados nem refletidos podem comprometer o cuidado da criança, que vivencia e percebe quando as diferenças entre a creche e a família são focos de tensão.
Uma pesquisa feita pelo documento Referencial curricular nacional para educação infantil (1998), constata que em muitas instituições a relação família e creche têm sido conflituosas com base de que as famílias dificultam o processo de socialização e do aprendizado da criança. Muitas creches tem procurado implantar programas que visam a instruir as famílias de como educar seu filho de um modo considerado adequado. Essa ação meche com a moral e tem sido responsável por um afastamento das crianças nas instituições. Uma visão mais recente sobre a família rejeitam a ideia de que exista um único modelo, teóricos procuram entender a família como:
Uma criação humana mutável, sujeita a determinações culturais e históricas que se constitui tanto em espaço de solidariedade, afeto e segurança como em campo de conflitos, lutas e disputa. A valorização e o conhecimento das características étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais que compõem a nossa sociedade, e a crítica ás relações sociais discriminatórias e excludentes indicam que novos caminhos devem ser trilhados na relação entre instituições de educação infantil e as famílias (BRASIL.1998, p.76).
A diversidade de etnias, crenças, costumes, e outros, são valores que formam a população e falar sobre essa questão requer muito cuidado. A creche trabalha com essas diversidades, há famílias que seguem as regras de funcionamento sem questionar, outras já reclamam. Existem aquelas mães mais tranquilas, outras mais ansiosas, e também educadoras mais pacientes e outras mais exigentes. Educar uma criança de forma compartilhada, com culturas e contextos diferentes, casa e creche, fazem surgir dificuldades e conflitos entre pais e educadores. Nesse sentido, as instituições de educação infantil devem desenvolver capacidade de ouvir, observar, servir de apoio real e afetivo respondendo suas necessidades tanto as crianças como para suas famílias.
	A creche trabalha com três sujeitos: a criança, os educadores e a família, por isso a importância de uma relação construtiva entre os pais e a creche, com troca de experiências, ideias e critérios educativos. Cabe a cada um fazer a sua parte. É muito importante que a creche abra espaço para diálogos com a família e compartilhe seus sucessos e dificuldades. Segundo Bhering e Nez (2002, p.71).
As exigências, expectativas e responsabilidades tanto dos pais em relação à creche e vice-versa se desencontram. Enquanto os pais exigem que a creche aceite sua condição (e a da criança) e atenda, acolha e cuide da sua criança; a creche exige a presença e o comprometimento dos pais para com a creche e à criança, cumprindo as regras, sugestões e dinâmicas estabelecidas pela instituição. Enquanto os pais esperam um atendimento integral e individualizado à sua criança, a professora toma o seu trabalho (às vezes não cobrindo até a suas próprias expectativas) como sendo o possível e adequado naquele momento.
A pesquisa feita por Bhering e Nez (2002) mostra sobre o envolvimento dos pais na creche, as diferenças entre ambas, ressalta que os pais tem sim interesse na educação de seus filhos, mais precisam muito ser orientados. A falta de informação faz com que se sintam desconfiados e inseguros. Por outro lado, a creche também é pouco informada sobre comportamentos e situações vividas em casa com seus familiares. As opiniões entre as duas se desencontram, os pais exigem que a creche aceite suas condições e a creche cobra a presença e o comprometimento dos pais, visando as regras estabelecidas. Para os pais a creche é uma instituição que atende as necessidades básicas, sendo vista por alguns como depósito de crianças, contudo a creche e a família são instituições que se completam e assim devem ser compreendidas. 
Segundo Oliveira; Mello; Vitória e Ferreira (1995) a participação da família, tem que ter certos limites com horários e espaços próprios, para o bom atendimento da criança. As instituições que tem uma grande participação da família, necessitam desenvolver um trabalho de preparo entre ambas. Experiências tem mostrado que um grande número de mães, procuram ter controle do trabalho feito na creche, através de exigências e críticas, pois o educador tem que agir compreensivo perante a mãe. É muito importante que o educador se posicione como um profissional, a mãe e a educadora tem suas funções diferentes perante a criança, mas podemos dizer que o profissional se torna uma pessoa muito importante no contexto familiar, faz parte da educação de seu filho pois estão ligados a um afeto comum, a criança.
O bom relacionamento entre educadores e famílias a ser constantemente conquistado contribui muito para o trabalho com as crianças, pois dificuldades surgidas podem se resolver mais rapidamente e a segurança é maior nas decisões tomadas em relação a elas. Cuidados com esta relação podem prevenir alguns problemas que costumam surgir. (OLIVEIRA; MELLO; VITÓRIA; FERREIRA ,1995, p.118).
O que as famílias esperam da educação de seus filhos? Uma pesquisa, feita por Martins (2006) procurou respostas as expectativas das famílias da zona rural em relação à educação antes da escolarização obrigatória e as experiências educativas de crianças no âmbito familiar e social. Os dados encontrados indicaram a presença de uma educação familiar calcada na disciplina para a obediência nos primeiros anos de vida, mostrando que os cuidados e a educação da criança de zero a quatro anos ocorrem exclusivamente no campo das famílias, tendo a mãe como a principal cuidadora. A maioria das famílias, apesar de desconhecerem os direitos legais relativos à educação das crianças antes da escolarização obrigatória, revelou ter conhecimento acerca da existência da alternativa de serviços públicos para compartilhar a educação dos filhos nos primeiros anos de vida, mostram ter perspectivas em relação a serviços de educação pública em creches, como equipamento de liberação da mãe para o trabalho, reconhecendo tais instituições como espaço educativo para as crianças.
Portanto, família e instituição são de grande importância na vida da criança onde uma completa a outra, por isso é fundamental o entendimento entre ambas as partes, pois as duas possuem o mesmo objetivo, o bem estar da criança. Assim a relação entre pais e creche se constrói em uma dinâmica em que a comunicação se faz sempre presente.
2.1 INFLUÊNCIA DA CRECHE NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA.
As creches fazem parte do contexto educacional, é nelas que a criança desenvolverá as primeiras habilidades e capacidades, também preparo para encarar o ensino fundamental da melhor maneira possível. Figueredo e Piovesani (2014) percebe que a relação entre a criança e o professor da creche não move o aluno só à aprendizagem, mas também o emocional e a afetividade. O trabalho dos educadores de creche corresponde à assistência e à educação.
Diante deste pensamento, ao falarmos em afetividade estamos falando de valorizaçãohumana, relação professor e aluno, parceiros instigadores do conhecimento, exigindo do docente paciência na arte de educar, uma vez que ele é o mediador ente as propostas pedagógicas e a criança. É através da afetividade que se criam vínculos de confiança, fazendo com que a criança de desenvolva nas expectativas esperadas. (FIGUEREDO; PIOVESANI.2014, p.2)
No processo de formação do docente, não se aprofunda tanto o aspecto da afetividade para com a criança, no entanto para que tenha um bom desenvolvimento emocional, a criança tem que ser escutada, respeitada, bem acolhida e amada por todos no ambiente onde está inserida.” Na creche o papel do professor precisa ir muito além da teoria, pois o ambiente demanda a esse profissional uma relação entre ele e a criança, que trará possibilidades para realizar suas funções enquanto docente.” (FIGUEREDO; PIOVESANI,2014,p.3). A educação precisa muito de profissionais que estejam preparados para fazer esse trabalho, valorizando a criança e todas as suas competências se dedicando ao máximo. Pois o professor é o responsável pelo saber do aluno:
Portanto os diferentes profissionais envolvidos na educação infantil (tanto os que trocam fraldas, fazem a comida, limpam as salas, quanto os professores) têm uma importante tarefa a cumprir, na tentativa para um desenvolvimento agradável e sadio. São portanto, mediares entre a criança e o meio. (CRAIDY, 1998.p.9).
É nesse comprometimento, dedicação e carinho dos profissionais que emergem os caminhos de uma pedagogia inclusiva na creche;
Os profissionais de creche precisam ter em mente que neste local sempre estarão lidando com questões que envolvem separação, conquistas e progressiva autonomia das crianças. Estas questões giram em torno da inclusão e consequentemente da exclusão. Respostas ou receitas para um trabalho inclusivo na creche não existem, não é somente uma graduação em pedagogia que trará subsídio para tal investida. O que precisa ocorrer é um trabalho efetivamente em grupo com cada membro responsável em fazer a sua parte. Esse trabalho em grupo não envolve somente educadores, mas, toda a instituição e principalmente as famílias. (PINTO; FISCHER,2005).
Destacamos então, que o desenvolvimento da criança está diretamente relacionado à sua experiência proporcionada em seu meio social, pois o educador se constitui como influente fundamental desse processo, desempenhando o papel de mediador dessas experiências, o que requer ainda que ele esteja atento às necessidades e interesses apresentados pela criança, lhes proporcionando segurança e valorizando suas descobertas. Assim a creche além de oferecer um papel de acolhimento e educação pata a criança, ela também oferece ambiente rico em estímulos e integração para sanar dificuldades básicas, desenvolver a funcionalidade escolar e promover a participação social da criança, condições básicas para a aprendizagem de si, do outro e do mundo ao seu redor. Propiciando assim, o contato e o confronto com adultos e crianças de várias origens socioculturais, diferentes religiões, etnias, costumes, hábitos e valores, fazendo dessa diversidade um campo privilegiado da experiência educativa.
	De acordo com Brasil (1998, p.13) a creche tem grande influência no desenvolvimento da criança:
O modo como os traços particulares de cada criança são recebidos pelo professor, e pelo grupo em que se insere tem um grande impacto na formação de sua personalidade e de sua auto - estima, já que sua identidade está em construção.um exemplo particular é o caso das crianças com necessidades especiais. Quando o grupo a aceita em sua diferença está aceitando-a também em sua semelhança, pois, embora com recursos diferenciados, possui, como qualquer criança, competências próprias para interagir como o meio.
Portando o meio social é de suma importância para o desenvolvimento da criança, pois a interação com o meio pode trazer benefícios para seu desempenho pessoal.
3 PROPOSTAS PEDAGÓGICAS
A Proposta Pedagógica da Creche possibilitará introduzir mudanças planejadas e compartilhadas que pressupõem um compromisso com a aprendizagem da criança, orientar ações da instituição, definir metas para aprendizagem, oferecendo uma educação de qualidade, para que as crianças e suas famílias sejam incluídas em uma vida de cidadania plena. Sobre suas propostas, deve considerar:
O conjunto de fatores interagindo na creche e definindo a atuação: as concepções da creche dos funcionários e das famílias, as condições do espaço físico, o tamanho do grupo e a razão adulto-criança, as atividades que implementa e os recursos que para tanto utiliza, os critérios de admissão das crianças, o número e o tipo de funcionários de que dispõe, os processos de seleção e treinamento dos mesmos e as suas condições de trabalho. (OLIVEIRA; MELLO; VITÓRIA; FERREIRA ,1995, p.64).
	Segundo as Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil (2010) as propostas pedagógicas oferecida pela educação infantil devem seguir os princípios éticos, políticos e estéticos, também garantir que cumpram sua função sociopolítica e pedagógica. Devem oferecer condições para que as crianças desfrutem de seus direitos; assumir a responsabilidade da educação e do cuidado; promover igualdade entre crianças de diferentes classes sociais; possibilitar a ampliação de conhecimentos de diferentes naturezas; prever condições para o trabalho coletivo; organização de materiais acessibilidade de espaços, objetos, instruções para criança com alguma deficiência; combate ao racismo; participação da família; etc.
	O objetivo maior das instituições de educação infantil é:” Garantir à criança acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagem de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças”. (BRASIL,2010, p. 18).
	Os eixos norteadores que completa as práticas pedagógicas da educação infantil é as interações e a brincadeira:
Promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança; favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagem e o progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical; ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades individuais e coletivas; possibilitem vivencias éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais, que alarguem seus padrões de referência e de identidades no diálogo e conhecimento da diversidade; possibilitem a utilização de gravadores, projetos, computadores, máquinas fotográficas outros recursos tecnológicos e mediáticos.(BRASIL,2010,p.26).
	Destaca sobre a implantação de uma proposta curricular de qualidade, o Referencial curricular nacional para educação infantil (BRASIL, 1998, p.41) 
 
Depende principalmente dos professores que trabalham nas instituições. Por meio de suas ações que devem ser planejadas e compartilhadas com seus pares e outros profissionais da instituição. Pode-se construir projetos educativos de qualidade juntos aos familiares e ás crianças. A idéia que preside a construção de um projeto educativo é a de que se trata de um processo sempre inacabado, provisório e historicamente contextualizado que demanda reflexão e debates com todas as pessoas envolvidas e interessadas.
Enfim, a Proposta Pedagógica da Creche, será um instrumento de grande validade, pois, evidenciará a importância do trabalho executado, onde a brincadeira, o lúdico, o artístico e o científico se completam formando um contexto em que a criança construirá os seus conhecimentos de maneira correta, porque conhecimento não se constitui em cópia da realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de criação, envolvendo todos os profissionais e a família.
 4 METODOLOGIA
Em nossapesquisa utilizamos uma metodologia real e documental, com base em um estudo sobre a creche e a visão dos pais sobre ela, analisamos vários materiais de estudo como, livros,revistas, pesquisas na internet, depoimento de alguns autores importantes,uma boa conversa em grupo sobre o tema a ser abordado e principalmente a observação do cotidiano da creche com entrevistas em campo com quatro professores da Educação Infantil que trabalham em uma creche pública, na cidade de Gaspar/SC e quatro pais de crianças com idade entre 1 e 6 anos, que frequentam a mesma instituição. 
Em nossa análise foi articulado diferentes falas coletadas nas entrevistas, os dados da observação e os da pesquisa documental, buscando entender o ponto de vista dos pais e professores sobre o tema em questão: a visão dos pais acerca da creche. A entrevista aconteceu em forma de diálogo do pesquisador com os sujeitos pesquisados, tendo apoio em um questionário composto por 10 questões elaboradas, e que referiam ao objetivo dessa pesquisa. Antes do início da entrevista foi explicado aos pais o objetivo da pesquisa e sua intenção. No termino das entrevistas, foi a análise das informações adquiridas e a partir destas é que se chegou a determinados resultados. 
5 ANÁLISE DOS DADOS
 Esse capítulo abordará a análise de dados das entrevistas feitas com quatro pais de crianças com idade entre 1 e 6 anos, que frequentam creches públicas na cidade de Gaspar/SC. Os pais das crianças responderam uma entrevista composta por dez perguntas que objetivavam conhecer a visão que eles tem a respeito da creche e sua importância para as crianças e sua família.
 Foram entrevistados também quatro professores da Educação Infantil que trabalham em uma creche pública, também na cidade de Gaspar. Esses professores responderam apenas uma pergunta onde puderam expressar sua opinião sobre a concepção que os pais tem a respeito da creche e professores. Na análise das respostas diferenciaremos cada pai como, P1, P2, P3 e P4, e os educadores como E1, E2, E3 e E4. 
 Quando foram questionados sobre quais os motivos que os levaram a colocar seus filhos na creche, todos os pais foram objetivos em declarar a necessidade de ir trabalhar como principal motivo, o pai P4 acrescentou também que visava o desenvolvimento de seu filho. Podemos perceber então que, para os pais pesquisados, a visão inicial que eles tem a respeito da creche, é de um lugar para deixarem seus filhos para que assim possam ir trabalhar com tranquilidade, sendo que o pai P4 também salientou a importância dessa instituição para o desenvolvimento de seu filho.É por tais razões que:
As instituições de educação infantil são hoje indispensáveis na sociedade. Elas tanto constituem o resultado de uma forma moderna de ver o sujeito infantil quanto solução para um problema de administração social, criado a partir de novas formas de organização da família e de participação das mulheres na sociedade e no mundo do trabalho. (CRAIDY, KAERCHER, 2001, p.21)
 	Muitos pais ainda carregam a visão de que a criança só deve frequentar a creche em caso de não ter ninguém da família para cuidar. Porém, alguns pais já se deram conta de que a creche não é apenas um local onde podem deixar seus filhos em segurança enquanto estão no trabalho, e sim uma instituição que além do cuidado, visa também o aprendizado e o desenvolvimento tanto intelectual quanto social das crianças. 
 Esse aspecto ficou evidente quando questionamos sobre qual era a função social da creche, pois, os pais P2 e P4, além do cuidado, citaram a socialização de seus filhos com outras crianças. O pai P1 considera o conforto, cuidado e fala ainda de preparo de seu filho para o futuro. O pai P3 também cita o cuidado, mas acrescenta os ensinamentos básicos ao seu filho como função social da creche. 
 Essas falam deixam transparecer que o “cuidar” é na visão dos pais, a principal função da creche. Eles se preocupam com a educação e desenvolvimento de seus filhos, mas o cuidado com alimentação, higiene e segurança ainda tem peso maior do que o desenvolvimento cognitivo e sócio-cultural. Essa afirmação vem de encontro ao que diz o Referencial curricular nacional para a educação infantil (1998, p.25), onde diz “o cuidado precisa considerar, principalmente, as necessidades das crianças, que quando observadas, ouvidas e respeitadas, podem dar pistas importantes sobre a qualidade do que estão recebendo”. 
 Uma outra questão apresentada aos pais, foi sobre qual é o papel da família perante a creche. O pai P1 respondeu que a família tem que ter envolvimento total com a rotina da creche, já o pai P2 e P3, entendem que a função da família perante a creche é ajudar na instituição atendendo aos pedidos da creche quando solicitados. O pai P4, afirma que é necessário a família participar do dia a dia da creche, se comunicar sempre com a instituição e saber de tudo que acontece com seu filho durante o período em que está lá. A creche e a família devem manter vínculos constantes, pois uma completa a outra, devendo assim manter um relacionamento de companheirismo e respeito. De acordo com Leite (2012):
 A creche deve ser reconhecida como um dos contextos de desenvolvimento da criança, compartilhando sua educação com a respectiva família. Isso implica compartilhar os sucessos e as dificuldades que se apresentam e, acima de tudo, transformar esse trabalho em colaboração mútua.
 	Quando os pais foram questionados quanto a proposta pedagógica, se conheciam e o que pensavam dela, todos os pais responderam não conhecer a proposta em si. Estas propostas é a tradução dos anseios de toda comunidade escolar, a participação de pais, alunos, professores e funcionários para sua construção é muito importante. É nesse ponto de vista que destaca o Referencial curricular nacional para a educação infantil (1998) na construção de projetos educativos de qualidade junto aos familiares e às crianças: 
A ideia que preside a construção de um projeto educativo é a de que se trata de um processo sempre inacabado, provisório e historicamente contextualizado que demanda reflexão e debates constantes com todas as pessoas envolvidas e interessadas.
Destaca também Barbosa e Horn (2008, p. 90) sobre a parceria entre ambas em favor as propostas pedagógicas: 
[...] torna-se uma parceria valiosa em todos os sentidos. Para que eles possam acompanhar os trabalhos escolares, é importante que a escola os mantenha informados sobre os projetos que estão sendo realizados pela crianças e o temas estudados para que possam participar na seleção e envio de materiais, proposição de experiências, na partilha dos saberes.
 Ao serem questionados sobre sua opinião a respeito da creche que seus filhos frequentam e se havia alguma sugestão sobre algo que fosse necessário melhorar nessa instituição, todos os pais entrevistados caracterizaram a creche como boa ou ótima, não sugerindo nenhuma mudança. Nesse sentido, podemos entender que as creches estão atendendo as necessidades dos pais e que essas instituições estão cada dia mais se capacitando para melhor atender as necessidades das famílias e principalmente das crianças.
 Os pais também foram questionados sobre a rotina da creche, perguntamos se eles sabiam o que seus filhos faziam durante o período em que estão nessa instituição. Todos os pais pesquisados foram categóricos em suas resposta, dizendo conhecer a rotina e saber do dia a dia do seu filho na creche. Perguntamos então se eles costumavam conversar com os professores de seus filhos e com que frequência. Os pais P1, P2 e P4 afirmaram que sim, que costumam conversar com os professores diariamente, o pai P4 até conta entre risos que as vezes se sente chata de tanto perguntar e contar coisas sobre seu filho diariamente para a professora. Já o pai P3, diz conversar com a professora apenas uma vez por semana, devido a falta de tempo, e diz ainda que costuma se comunicar mais com a creche através da agenda escolar e por telefone.
 Podemos observar, que os pais demonstram bastanteinteresse em saber do seu filho ao ver do professor. É importante lembrar que grande parte das crianças passam mais tempo com as professoras da creche do que em casa com os pais, por isso o que elas têm a dizer a respeito da criança é muito precioso e pode servir como alicerce para entendê-la e complementar todo o processo de desenvolvimento e aprendizado pelo qual ela está passando.
 Outra questão que abordamos aos pais, foi sobre como é o relacionamento que eles tem com os funcionários da creche e se eles e seus filhos são bem recebidos por esses funcionários. O pai P1, P2 e P4, se limitaram a caracterizar o relacionamento com os funcionários da creche como bom, afirmando serem sempre bem recebidos por todos dessa instituição. O pai P3, diz ter um relacionamento mais distante, com pouca abertura para diálogos e que se sente bem recebido apenas pela diretora da creche. 
Como já falamos antes, é muito importante que a família esteja integrada no processo de ensino e aprendizado de seu filho na creche, conhecendo a rotina, participando sempre e mantendo um diálogo constante com os educadores de seus filhos. Mas, assim como os pais têm suas obrigações para com a creche, é fundamental que eles se sintam bem recebidos nesse ambiente, sintam que fazem parte da instituição e são indispensáveis para o bom funcionamento de um todo.
Tudo o que acontece com a criança no espaço da escola infantil deve ser comunicado aos responsáveis. Estes devem ser chamados a uma maior participação, sempre que necessário. Porém é preciso estabelecer limites quanto à intervenção dos pais no espaço escolar, pois alguns deles pensam poder mandar em tudo na escola, desrespeitando muitas vezes o trabalho que ali é desenvolvido. Cabe a escola infantil conquistar a confiança e o respeito dos pais, através de um trabalho competente e bem fundamentado pedagogicamente. (KRAIDY, KAERCHER, 2001, P.33)
 Perguntamos também aos pais, se eles achavam que seus filhos gostavam de frequentar a creche, todos responderam sem sombra de dúvidas que sim. Perguntamos então, do que eles percebiam que seus filhos mais gostam de fazer enquanto estão nessa instituição. Os pais P1 e P3 responderam que na creche, o que seus filhos mais gostam e sempre comentam é sobre brincar no parque. Percebemos que nessa instituição que usamos para fazer a entrevista, há um belo parque, bem estruturado, amplo e que permite que as crianças corram, pulem e interajam entre si e com as professoras de forma muita divertida. O pai P2, disse que seu filho adora ir a creche, e que o que ele mais gosta é de estar com os amigos. Essa criança referida pelo pai P2, está frequentando seu último ano na creche, ou seja, tem um vínculo muito grande com seus amigos já que estão juntos desde o primeiro ano na instituição. O pai P4, nos disse que seu filho adora brincar na área externa que têm junto a sala, é um espaço designado as crianças menores, da turma de 1 a 2 anos, que serve como parque também, mas com brinquedos cuidadosamente selecionados para aquela idade. O pai P4 também citou a animação visível em seu filho nos dias em que têm aniversário na turma e que as crianças cantam com bolo para comemorar. 
Percebemos assim, o quanto é importante proporcionar momentos de brincadeiras livres para as crianças, pois são nesses momentos em que brincam de forma espontânea com outras crianças, que eles usam sua imaginação, liberam sentimentos, constroem possibilidades.
 O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais (BRASIL, 1998, p. 22).
Com o objetivo de complementar essa análise de dados a respeito das creches, questionamos os professores da Educação Infantil com a seguinte pergunta: Ao seu ver, qual é a visão dos pais a respeito da creche e professores? A professora E1 respondeu “A maioria dos pais ainda veem a creche como uma unidade de cuidado para seus filhos, um lugar para deixar enquanto trabalham, tendo assim a visão dos professores apenas como cuidadores”. Já a Professora da turma de 1 a 2 anos respondeu: “A grande maioria dos pais veem a creche como depósito de crianças, entendem que as professoras estão ali só para cuidar e olhar seus filhos enquanto trabalham. São poucos que respeitam os professores como profissionais e se preocupam com o pedagógico”. Professora E3 da turma de 3 a 5 anos respondeu: “Alguns pais levam os trabalhos dos professores a sério em termos pedagógicos para ampliar o repertório cultural da criança, outros infelizmente ainda nos tem como cuidadores e assistencialistas”. Professora E4 da turma de 4 a 5 anos respondeu: “Assistencialismo, um lugar para deixar seus filhos em segurança enquanto trabalham”.
 	 Podemos perceber, através dessa falas, que os professores de educação infantil não se sentem valorizados como profissionais pelos pais das crianças. No momento das entrevistas, foi visível suas frustrações quanto a esse assunto. Eles até afirmam que alguns pais se interessam pelo pedagógico, mas, sentem que as raízes da concepção sobre a creche estão ancorados em conceitos antepassados, fortemente vinculados ao cuidado para com as crianças e nada mais. 
Modificar essa concepção de educação assistencialista significa atentar para várias questões que vão muito além dos aspectos legais. Envolve, principalmente, assumir as especificidades da educação infantil e rever concepções sobre a infância, as relações entre classes sociais, as responsabilidades da sociedade e o papel do Estado diante das crianças pequenas. (BRASIL, 1998, P.17).
Por meio dessa análise de dados, foi possível constatar que os pais consideram sim a creche muito importante, visando um lugar seguro para seus filhos enquanto estão no trabalho. Ainda que tenham uma concepção mais assistencialista em relação a essa instituição, alguns pais têm consciência do quanto seu filho se desenvolve e se sente feliz frequentando a creche. Sabemos que os professores são peças fundamentais em todo esse processo, e que sua formação e trabalho nem sempre são valorizados como devido. Contudo, em um contexto geral, podemos dizer que muito já se evoluiu no entendimento de educação infantil, ainda que exista uma grande necessidade de reforçar a importância da interação entre família e creche.
CONSIDERAÇÕES FINAIS (Maria Elis dos Santos)
 As creches desenvolvem um amplo trabalho que visa o cuidado e educação para as crianças pequenas. A rotina nela estabelecida é toda pensada para estimular suas capacidades e possibilitar momentos de interações com outras crianças e adultos, ampliando assim seu repertório sócio-cultural, motor, cognitivo e afetivo. 
 Através dessa prática foi possível conhecer um pouco da percepção que os pais têm a respeito da creche, que já evoluiu bastante, deixando de ser vista somente como um lugar de cuidado e assistencialismo para as crianças, passando a ser reconhecida também por suas propostas pedagógicas e atividades rotineiras que auxiliam no desenvolvimento das crianças. Foi possível também conhecer um pouco sobre a visão que alguns educadores da educação infantil têm sobre a concepção dos pais a respeito das creches e do trabalho dos professores.
 As instituições de educação infantil e toda sua prática pedagógica são essenciais para as crianças e suas famílias, devendo assim ser valorizada por toda sociedade e merecendo mais atenção dos poderes públicos para suas manutenções e aperfeiçoamentos. Pensar em creches de qualidade é pensar em um futuro educacional melhor e valorizar os direitos de nossas crianças.
REFERÊNCIAS
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