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Modelo Japonês de Administração Objetivos Ao terminar o estudo deste capítulo, você deverá estar preparado para explicar e exercitar as seguintes ideias: • Conceitos e ferramentas de adminis tração do Sistema Toyota de Produção. • Componentes da cultura organizacio nal das empresas japonesas e seu papel no modelo japonês de administração. • Componentes da cultura nacional ja ponesa que integram e influenciam a maneira como os japoneses praticam a administração. Introdução Do início do século XX até aproxim ada mente a metade dos anos 1970, o mundo das organizações foi dominado pelos conceitos e técnicas disseminados com a expansão das em presas americanas e europeias. Onde quer que 188 Da Escola Clássica ao Modelo Japonês fabricassem ou vendessem seus produtos e serviços, essas empresas levavam junto sua tecnologia e seu vocabulário de administração. A partir dos anos 70, começaram a tornar-se conhecidas palavras e nomes vindos do Japão. Assim como havia acontecido com os americanos e europeus, chegara a vez de os japoneses ocuparem espaço no mundo das organizações e da administração. Desde então, as ideias vindas do Japão também começaram a fazer parte do vocabulário e do currículo do estudo da administração (Figura 9.1). IDEIAS OCIDENTAIS IDEIAS ORIENTAIS • Linha de montagem móvel, com traba lhadores especializados • Grupos de trabalho autogeridos • V ertica lização , co n tro le de tod as as fontes de suprimentos, adm inistração de estoques, m entalidade ju st in case (por via das dúvidas) • Parcerias com fornecedores dedicados, produção enxuta, m entalidade ju s t in time (somente quando necessário) • Tam anho é docum ento • Guerra ao desperdício • M áquinas e equipam entos dedicados • Produção flexível • Estruturas organizacionais divisionaliza- das e hierárquicas • Administração enxuta, em presa enxuta • Controle da qualidade • Círculos da qualidade, aprim oram ento contínuo • Alto luxo e alto preço • Alta qualidade e baixo preço • Ford, General Motors, General Electric • Toyota, Mitsubishi, Nissan Na transição para o século XXI, o modelo japonês, uma versão sensivelmente melho rada das técnicas e proposições ocidentais sobre a administração, tornou-se um modelo universal, e um dos principais pilares que sustentam a competitividade na economia global. 1 Sistema Toyota de Produção A escola americana da qualidade, da qual Deming foi uma das figuras marcantes, estabeleceu-se solidamente no Japão e influenciou profundamente a filosofia de ad ministração desse país. Uma das empresas que mais aproveitaram os princípios dessa escola foi a Toyota. A contribuição da Toyota para a história da moderna administração, no entanto, foi muito além da simples incorporação e melhoramento da filosofia e das técnicas da qualidade. O Sistema Toyota de Produção vem evoluindo desde a década de 1950 e baseia-se não apenas nos especialistas da qualidade, mas principalmente nas Modelo Japonês de Administração 189 Figura 9.2 Origens do modelo japonês de administração. técnicas de Henry Ford e Frederick Taylor, como procura mostrar a Figura 9.2. O Sistema Toyota de Produção, que é a semente do modelo japonês de administração, foi criado por Eiji Toyoda, da família proprietária da Toyota, e Taiichi Ohno, chefe da engenharia da empresa, como uma versão sintetizada e melhorada das ideias de todos esses pioneiros da administração. Na verdade, o sistema Toyota é um estágio na história das técnicas que vêm evoluindo desde que os primeiros sistemas de produção foram inventados. (Toyoda é o nome da família proprietária da Toyota, palavra que não tem significado e que foi inventada como marca.) Os dois princípios mais importantes do sistema Toyota são: eliminação de desperdí cios e fabricação com qualidade. • O princípio da eliminação de desperdícios, aplicado primeiro à fábrica, baseia-se na produção enxuta (lean production), que consiste em fabricar com o máximo de economia de recursos. • O princípio da fabricação com qualidade tem por objetivo produzir virtualmente sem defeitos (o que também é eliminação de desperdícios). Esses dois princípios possibilitam a fabricação de produtos de alta qualidade de conformidade (produtos que não precisam ser retrabalhados ou descartados) e custo baixo, o que possibilita vendê-los a preço baixo. A combinação de qualidade com preço baixo, aliada ao design dos automóveis, gradativamente levou a Toyota, de empresa in significante, à posição de terceira montadora do mundo, atrás de General Motors e Ford. 190 Da Escola Clássica ao Modelo Japonês Para o bom funcionamento desses dois princípios, o sistema Toyota depende do com prometimento e envolvimento dos funcionários. Por isso, a administração participativa, que promove a participação dos funcionários no processo decisório, tornou-se o terceiro elemento importante do sistema Toyota, ao lado da fabricação com qualidade e da eli minação de desperdícios. A Figura 9.3 apresenta esses três elementos do sistema Toyota. Figura 9.3 Elementos do Sistema Toyota de Produção. LU O < 9 _i< a LU O < 9 > do O S£a. PARTICIPAÇÃO 1.1 Eliminação de desperdícios O sistema Toyota foi concebido na década de 1950, quando Toyoda e Ohno, visi tando a Ford nos Estados Unidos, concluíram que o principal produto do modelo de Henry Ford era o desperdício de recursos - esforço humano, materiais, espaço e tempo. Fábricas gigantescas, pilhas de materiais em estoque, grandes espaços vazios. O siste ma Ford desperdiçava, inclusive, e talvez principalmente, recursos humanos, por causa da especialização excessiva. Havia muita gente nas fábricas, com especialidades muito limitadas, tais como cuidar exclusivamente de planejamento e controle da produção, compras, controle da qualidade, manutenção ou limpeza. A filosofia do modelo Ford, que havia influenciado toda a indústria ocidental, consistia em dispor de recursos abundantes, de todos os tipos, para enfrentar qualquer eventua lidade. Os recursos deveriam ficar em estado de prontidão, para cumprir o programa de trabalho com segurança e lidar com as emergências. Essa era a filosofia do just in case (expressão que significa por via das dúvidas ou só por precaução) . Até os anos 80, as empresas ocidentais seguiram essa filosofia, acreditando que quanto maior, melhor. O negócio, nessa época, era ser grande. Modelo Japonês de Administração 191 Porém, o que para os ocidentais era precaução e abundância de recursos parecia desperdício para os japoneses, especialmente logo depois da Segunda Guerra Mundial, quando o país enfrentava dramática escassez de recursos. Para ser eficiente e competitiva, a Toyota precisaria modificar e simplificar o sistema de Ford, tornando-o mais racional e econômico. Dessa observação nasceu o elemento básico do Sistema Toyota de Produção: eliminação de desperdícios. Numa fábrica, eliminar desperdícios significa reduzir ao mínimo a atividade que não agrega valor ao produto. Segundo os manuais da Toyota, os desperdícios classificam-se em sete tipos principais: • Tempo perdido em conserto ou refugo. • Produção além do volume necessário ou antes do momento necessário. • Operações desnecessárias no processo de manufatura. • Transporte. • Estoque. • Movimento humano. • Espera. Após eliminados ou reduzidos ao mínimo indispensável os desperdícios, o que resta é atividade ou esforço para agregar valor ao produto que se destina ao cliente. Agregar valor significa realizar operações de transformação de materiais e componentes estri tamente relacionadas com a elaboração do produto. Um produto fabricado ou serviço prestado sem desperdícios tem o máximo de valor agregado para o cliente. Assim, a eliminação de desperdícios diminui os custos de produção, sem que o valor do produtopara o cliente fique comprometido (Figura 9.4). Desperdício é o contrário de agregação de valor, uma ideia fundamental nos sistemas enxutos de produção. Figura 9.4 Desperdícios e agregação de valor. • Espera. • Transporte. • D eslocam entos. • Perdas inevitáveis. • Fabricação de quantidade m aior que a necessária. • Refugos. • Tem po perdido em consertar erros. • Estoque. • Realização de operações e atividades de transform ação estritam ente ligadas ao produto ou serviço. INEFICIENCIAS INEVITÁVEIS DESPERDÍCIOS ATIVIDADES QUE CRIAM VALOR PARA O PRODUTO OU SERVIÇO 192 Da Escola Clássica ao Modelo Japonês Figura 9.5 Três estratégias para eliminar desperdícios. O sistema Toyota aplica três ideias principais para eliminar desperdícios, sintetizados na Figura 9.5 e analisados a seguir: racionalização da força de trabalho, ju s t in tim e e produção flexível. (1) Racionalização da força de trabalho Para racionalizar a utilização da mão de obra, a Toyota agrupou os operários em equipes, com um líder ao invés de um supervisor. As equipes receberam um conjunto de tarefas de montagem e a missão de trabalhar coletivamente de modo a executá-las da melhor maneira possível. O líder deveria trabalhar junto com o grupo e coordená-lo, substituindo qualquer trabalhador que faltasse. Em seguida, esses grupos receberam tarefas simples de manutenção de seus próprios equipamentos, consertos de pequenas ferramentas e controle de qualidade. A ideia da racionalização da força de trabalho está na raiz de conceitos que viriam a ter grande importância na moderna administração: manufatura celular, autogestão e trabalho de equipe. Estes conceitos viriam a ser amplamente empregados em todos os tipos de sistemas de produção. (2) Just in tim e O método ju s t in tim e (expressão que significa bem na hora, no m o m en to certo ou na hora certa) procura reduzir ao mínimo o tempo de fabricação e o volume de estoques. O princípio é estabelecer um fluxo contínuo de materiais, sincronizado com a programação do processo produtivo, para minimizar a necessidade de estoques. Para isso, o fornecedor deve comprometer-se a entregar os suprimentos no momento exato. Isto levou a Toyota, bem como outras empresas que adotaram o ju s t in tim e, a desenvolver as parcerias com poucos fornecedores, para fortalecer a cadeia de suprimentos. As parcerias da Toyota tornaram-se usuais na administração de empresas, substituindo a prática de contar com grande número de fornecedores para os mesmos componentes, que criava grandes pro blemas de coordenação e uniformidade. Na linha de produção, o ju s t in tim e funciona como supermercado. O operador que precisa de peças entrega um cartão especificando o que deseja e leva outro, que Modelo Japonês de Administração 193 acompanha o material que recebeu. O cartão, chamado kanban, é o sinalizador da mo vimentação de suprimentos. (3) Produção flexível O sistema da produção flexível consiste em fabricar produtos, em geral em pequenos lotes, de acordo com as encomendas dos clientes. Para isso, é preciso fazer mudanças constantes nas máquinas da linha de produção. A produção flexível do sistema Toyota contrasta com a filosofia ocidental de fabricar lotes de grandes quantidades utilizando máquinas dedicadas. (Máquinas dedicadas, ou máquinas de finalidade única (single pur- pose), que realizam uma única operação. Na indústria automobilística da era anterior ao sistema Toyota, essas máquinas eram especialmente as prensas que faziam apenas um tipo de peça, como o capô de um único modelo de automóvel.) Ohno treinou os operários para que eles próprios (e não especialistas) fizessem as mudanças, várias vezes ao dia, dos moldes das prensas que fazem a lataria dos veículos. Já no final da década de 50, a Toyota havia conseguido fazer a mudança dos moldes das prensas em três minutos, ao passo que no resto do mundo o processo tomava um dia inteiro. O processo ficou conhecido como produção flexível. Fabricação com qualidade O segundo elemento do sistema Toyota, ao lado da eliminação de desperdícios, é a fabricação com qualidade. A fabricação com qualidade tem por objetivo primordial identificar e corrigir defeitos e eliminar suas causas. É também uma forma de eliminar desperdícios, porque, quanto menor a quantidade de refugos e retrabalho, mais eficien te é o sistema produtivo. A fabricação com qualidade, por sua vez, tem três elementos, sintetizados na Figura 9.6: fazer certo da primeira vez, corrigir os erros em suas causas fundamentais e utilizar círculos da qualidade. (1) Fazer certo da primeira vez A Toyota, assim como praticamente toda a indústria japonesa, foi influenciada pelos professores americanos que trabalharam no Japão nos anos 50, especialmente William Edwards Deming. Uma das ideias mais marcantes de Deming era fazer certo da primeira vez. No manual da Toyota, pode-se notar a influência de Deming: Produzir veículos de boa qualidade dentro do processo de produção é um dos princípios do Sistema Toyota de Produção. As peças que compõem um automóvel atingem a cifra de 20.000. Para que estas peças desempenhem seu papel plenamente, sem que ocorram pro blemas, e para que seja possível oferecer ao mercado um veículo de qualidade assegurada, torna-se importante que a qualidade seja assegurada dentro de cada processo de fabricação. No setor de produção, o funcionário deve desenvolver o trabalho com a absoluta convicção de que ele é o maior responsável, sempre consciente de que a operação posterior é o cliente. Considerar que a operação posterior é o cliente significa que sua operação é o final e que, 194 Da Escola Clássica ao Modelo Japonês como a operação seguinte é o cliente, ele não pode em hipótese alguma entregar peças de feituosas. Ele deve ter sempre em mente que não pode prejudicar seu cliente. Não entregar peças defeituosas para a operação posterior significa que a qualidade deve ser feita em cada operação, uma a uma. Não se pode nem se deve pensar em consertar uma anormalidade após o término da montagem quando se descobriu essa anormalidade durante a operação. O mandamento é: tomar providências assim que surgir a anormalidade, qualquer que seja. Tomar providências imediatamente resulta em descobrir com mais facilidade as causas do defeito e cuidar para que o defeito não ocorra outra vez. Figura 9.6 Três princípios para fabricar com qualidade. FABRICAÇÃO COM QUALIDADE A filosofia de fazer certo da primeira vez torna o trabalhador responsável pela qua lidade de seu trabalho. Consequentemente, o controle da qualidade, feito pelos inspe tores durante e ao final do processo produtivo, torna-se redundante. Portanto, mais um desperdício a ser eliminado. Apesar de a Toyota utilizar este princípio desde os anos 50, apenas nos anos 90 a indústria ocidental conseguiu eliminar os inspetores e tornar os operários responsáveis pela qualidade de seu próprio trabalho. (2) Corrigir os erros em suas causas fundamentais Outra providência da Toyota foi dar aos trabalhadores o poder de parar a linha de produção sempre que encontrassem um problema que não conseguissem resolver. (Apesar de ser frequentemente mencionada como invenção japonesa, o poder de parar a linha de montagem já era praticado na linha de montagem da Ford em São Paulo, nos anos 20. Possivelmente, foi inventado por Henry Ford e copiado pelos japoneses, mas esta origem perdeu-se.) Em segundo lugar, os trabalhadores deveriam analisar sistematicamente cada erro, perguntando sucessivamente “por quê?” até chegar à causa fundamental. Esta metodo logia foi chamada de “5 whys”, os “cinco por quês”. Em conseqüência, os problemas caíram dramaticamente, a ponto de a proporção de veículos fabricados em relação à produção prevista aproximar-se de 100 por cento. Os problemasforam virtualmente eliminados. (3) Círculos da qualidade Os japoneses não se limitaram a aplicar e copiar as lições dos especialistas ociden tais, mas criaram suas próprias soluções no campo da administração da qualidade. Uma Modelo Japonês de Administração 195 dessas, que despertou grande interesse em outros países, é a metodologia de trabalho dos círculos de qualidade. A ideia dos círculos da qualidade, ou círculos de controle da qualidade, CCQ, foi desenvolvida por Kaoru Ishikawa e aplicada pioneiramente pela Toyota. No formato ori ginal, o círculo da qualidade é um grupo de voluntários de um mesmo setor ou área de trabalho que se reúnem regularmente para estudar e propor a solução de problemas que estejam comprometendo a qualidade e a eficiência dos produtos. Essa ideia disseminou-se rapidamente. No começo da década de 1970, começaram no Brasil as primeiras expe riências com a implantação de círculos da qualidade. Johnson & Johnson, Volkswagen, Metal Leve, Artex, Hering e Fundição Tupy foram algumas empresas que introduziram a técnica neste país. O formato original foi adaptado e modificado conforme a ideia se disseminou. Por exemplo, algumas empresas formaram círculos com pessoas de diferentes áreas de trabalho. Há diferentes tipos de problemas de qualidade e eficiência que podem ser atacados pelos círculos da qualidade: qualidade dos produtos, produtividade dos recursos, cus tos, condições do ambiente físico de trabalho, racionalização dos processos produtivos, condições e segurança do trabalho, análise de refugos e reclamações de clientes. Ao mesmo tempo, os círculos de qualidade atacam problemas do ambiente de trabalho, re lacionados com a segurança, higiene, limpeza, ruído e iluminação, que frequentemente são causadores de insatisfação e reclamações. Por causa disso, os círculos de qualidade são entendidos também como técnica de administração participativa. O objetivo imediato do círculo da qualidade - resolver problemas de qualidade e eficiência - é complementado por uma série de outros objetivos explícitos e implícitos. Por exemplo: • Envolver os funcionários no processo de análise e resolução de problemas, alargando seu campo de visão, suas responsabilidades e, consequentemente, seu sentido de realização. • Melhorar a comunicação dentro do próprio grupo de trabalho, que fica preju dicada no sistema tradicional do trabalho isolado da linha de montagem. • Estimular um clima de criatividade, mentalidade da qualidade, autocontrole e prevenção de falhas. 2 Metodologia dos círculos da qualidade O funcionamento dos círculos baseia-se na metodologia criada por Ishikawa. A me todologia consiste em (1) identificar os problemas na qualidade que causam prejuízos, (2) identificar os problemas prioritários e (3) propor soluções e formas de implementá- -las, para corrigir os problemas. Duas técnicas principais fazem parte da metodologia: princípio de Pareto e diagrama da espinha de peixe (ou diagrama de Ishikawa). 196 Da Escola Clássica ao Modelo Japonês 2.1 Princípio de Pareto O princípio de Pareto (ou análise de Pareto) é uma técnica que permite à empresa selecionar prioridades quando há um grande número de problemas. Segundo o princípio de Pareto, os itens significativos de um grupo normalmente representam uma pequena proporção do total de itens desse mesmo grupo. Na administração da qualidade, esse princípio estabelece que a maior parte dos prejuízos é causada por um número relati vamente pequeno de defeitos (Figura 9.7). (Originalmente, o princípio do economista Vilfredo Pareto aplicava-se à análise da distribuição da renda: a menor parte da população tem a maior parte da riqueza.) Figura 9.7 O princípio de Pareto ilustrado. Poucas causas significativas Muitas causas insignificantes 80% DOS EFEITOS 20% DOS EFEITOS CAUSAS EFEITOS Figura 9.8 Tabela de defeitos e prejuízos. DEFEITOS PREJUÍZOS PARTICIPAÇÃO PARTICIPAÇÃO ACUMULADA IMPORTÂNCIA Montagem 450.000,00 50% 50% 1Q Pintura 225.000,00 25% 75% 2° Parte elétrica 117.000,00 13% 88% 32 Forração 54.000,00 6% 94% 40 Acessórios 27.000,00 3% 97% 52 Rodas 18.000,00 2% 99% 6S Pneus 9.000,00 1% 100% 7a TOTAL 900.000,00 100% Modelo Japonês de Administração 197 O princípio de Pareto é utilizado para definir prioridades na correção de defeitos. As informações sobre as causas e efeitos são pesquisadas, e dispostas em tabelas que mostram a participação de cada causa no total de efeitos (Figura 9.8). Finalmente, as informações são apresentadas num gráfico, chamado gráfico de Pareto, que é dividido em classes (Figura 9.9). A classe A compreende os problemas prioritários, porque provocam a maior parte dos prejuízos. Figura 9.9 Gráfico de Pareto (ou curva ABC) fe ito com base na tabela da Figura 9.8: a parte A do gráfico indica a menor parte dos problemas e a maior parte dos prejuízos. 2.2 Diagrama de Ishikawa Criado por Kaoru Ishikawa, o diagrama que tem a forma de uma espinha de peixe é um gráfico cuja finalidade é organizar o raciocínio e a discussão sobre as causas de um problema prioritário de qualidade. Também chamada de diagrama de Ishikawa ou diagrama 4M, a espinha de peixe foi desenvolvida para ser usada pelos círculos de qualidade, para estudar aqueles problemas identificados como prioritários pela análise de Pareto. Os problemas estudados por meio do diagrama são enunciados como uma pergunta que tem a seguinte estrutura: “por que ocorre este problema?” ou “quais as causas deste problema?”. Por exemplo: • Quais as causas das reclamações dos passageiros da Air Pindorama? Como mostra a Figura 9.10, cada uma das causas identificadas é então classificada de acordo com as categorias representadas pelas linhas inclinadas. Problemas de fábrica, de forma geral, têm quatro tipos de causas, das quais saiu a designação 4M: mão de obra, método, materiais e máquinas. Outros critérios de organização podem ser usados, dependendo do tipo de problema e empresa. 198 Da Escola Clássica ao Modelo Japonês Figura 9.10 Exemplo do diagrama de Ishikawa ou diagrama “espinha de peixe”. CHECK IN EQUIPAMENTOS Atendentes \ Aviões velhos e mal desinformados \co n se rv ad o s Pouco espaço para Overbooking \ os passageiros OUTRAS Reclam ações dos passageiros da AIR PINDORAMA 3 O fator cultural na administração japonesa Não é difícil encontrar a influência do pensamento ocidental no sistema Toyota e no modelo japonês. Sua origem está nas proposições de Taylor, Ford, Shewhart, Deming, Feigenbaum e outros autores, que encontraram terreno fértil naquele país. O capítulo anterior mencionou a surpresa provocada pela descoberta de que o “segredo japonês da qualidade” eram as lições de um americano, Deming. Uma das grandes contribuições do Japão à moderna história da administração foi precisamente aprimorar e demonstrar a solidez dos princípios propostos por essas pessoas. A partir dessa base, os japoneses desenvolveram seu próprio sistema ou modelo de administração, compreendendo uma doutrina e um conjunto ordenado de técnicas. Porém, outro componente do modelo deve ser analisado: a cultura japonesa. 3.1 Cultura nacional Certos elementos do sistema Toyota e modelo japonês de administração são forte mente influenciados pelos valores da cultura nacional do Japão. Combate ao desperdício e trabalho de grupo são dois desses elementos. (1) Combate ao desperdício Por que ocorre este problem a? Bagagem extraviada Comida ruim Atrasos constantes CAUSAS SERVIÇOS O hábito de combater o desperdício é exemplo de traço cultural muito antigo. País pequeno, com poucos recursos naturais, o Japão estimulou em seus habitantes o espírito Modelo Japonês de Administração 199 de economia e eficiência, a combatividadee a capacidade de cooperação para sobrevi ver num ambiente hostil. Depois da guerra, a escassez de recursos tornou-se dramática, provocando dificuldades que só se amenizaram como resultado de um longo período de trabalho duro e metódico. É natural que os japoneses tenham adotado seriamente a doutrina de aprimorar continuamente a utilização de recursos na administração de suas empresas. (2) Trabalho de grupo À eliminação do desperdício, os japoneses aliaram outro ingrediente importante do modelo de administração: o trabalho de grupo, que está enraizado em seus valores e hábitos desde tempos imemoriais. A necessidade de cooperar e o sistema feudal, que vigorou no Japão até a era Meiji, no final do século XIX, tiveram forte influência sobre a capacidade de trabalhar em grupo. Os senhores feudais tinham ao redor de si os samu- rais, que eram cercados pelos demais guerreiros e outros servidores. Era essencial fazer parte de um desses círculos para manter a identidade e o amor próprio. O guerreiro que, por qualquer motivo, não estivesse associado a um senhor ou samurai tornava-se uma pessoa insegura e sem perspectivas, o equivalente a um desempregado da atualidade. A cultura do arroz, que requer a colaboração, a vida familiar e a própria arquitetura residencial japonesa, que dificulta o isolamento e desenvolve a sensibilidade em relação à presença alheia, são outros fatores que ajudaram a criar e fortalecer um sentido de in terdependência entre pessoas. A organização da sociedade em círculos interdependentes de pessoas reforçou o hábito da vinculação a um grupo específico imediato e ao grande grupo da própria sociedade. Um desdobramento importante dessa tradição é o espírito da lealdade ao grupo, que se reflete numa ética de responsabilidade social: o indivíduo acostuma-se a pensar antes nos outros que em si próprio. A responsabilidade perante os outros é um traço sabidamente marcante no comportamento japonês. (3) Consenso no processo decisório Outro reflexo desse traço cultural é o processo decisório, que se baseia mais no consenso que na autoridade gerencial. Um estudo procurou fazer a comparação entre a cultura japonesa e a cultura latina, no processo de negociação, em que esse aspecto foi analisado. As conclusões mostram que o consenso é o valor cultivado pelos japoneses, ao passo que os latinos parecem preferir os mecanismos da autoridade centrada no chefe: O nível hierárquico mais alto num a negociação japonesa tem a responsabilidade de estabe lecer e m anter a harmonia entre as partes. Essa e a responsabilidade pela relação de longo prazo. Para os latinos, tanto a decisão fin a l quanto o processo de negociação ficam nas mãos dos chefes. Portanto, os latinos procuram chegar ao nível mais alto possível de seu parceiro japonês, porque presum em que o processo é semelhante e esperam um a decisão rápida “de quem m anda”. Os latinos acham decepcionante e até hum ilhante que o grande chefe do outro lado os atenda de maneira amável, mas não queira discutir a negociação e leve um grupo de pessoas de nível mais baixo às reuniões. Os japoneses negociam em grupo e as decisões se tom am por consenso, todos têm que estar de acordo. Para evitar confrontos 200 Da Escola Clássica ao Modelo Japonês e conflitos, discutem antes de um a reunião e fa zem consultas com todos os interessados, até obter unanimidade. Este processo, chamado nem aw ashi, começa nos níveis operacionais e vai subindo pela hierarquia acima. A negociação latina, baseada na decisão do indivíduo de nível mais alto, é mais rápida, porém pode deixar problemas sem resolver e despertar a oposição nos níveis inferiores. A cultura nacional japonesa, como acontece em qualquer outro país, influencia forte mente os hábitos e valores dos gerentes de suas organizações e a maneira como elas são administradas. Este é o terreno da cultura organizacional que se desenvolveu no Japão. 3.2 Cultura organizacional As empresas japonesas motivaram muitos pesquisadores a procurar entender as razões de seu sucesso. William Ouchi é um desses pesquisadores. Num estudo publicado no início dos anos 80, ele identificou diversas características específicas das empresas japonesas: • Emprego vitalício • Carreira lenta • Carreira generalista • Controle implícito (disciplina interior) • Decisão por consenso • Responsabilidade coletiva • Orientação sistêmica Para Ouchi, essas características criam um espírito de família dentro da empresa, marcado pela confiança mútua. Os empregados retribuem a segurança no emprego com lealdade, obediência e trabalho esforçado. O resultado final é maior produtividade, de corrente do sentido de autonomia e satisfação do empregado, por trabalhar dentro de um ambiente amigável. A esse conjunto de ideias Ouchi chamou Teoria Z. A origem desse comportamento na sociedade industrial japonesa moderna, segundo Ouchi, está no “imperativo cultural”: os valores e hábitos herdados do período feudal, que acostumaram empregados e empregadores a desenvolver relações de forte interde pendência. Diversas observações das empresas japonesas e documentários mostram chefe e subordinados reunindo-se depois das horas de trabalho e convivendo em situações próprias de famílias, confirmando essa tendência de comportamento. As organizações ocidentais, especialmente as americanas, em contraste, têm outras bases culturais. Outros costumes, valores e atitudes em relação à empresa e ao chefe. Há diferença marcante entre a vida pessoal e a vida profissional, e as horas de lazer pertencem à pessoa, não à empresa ou ao chefe. De forma geral, as relações são mais profissionais e menos familiares que nas empresas japonesas e, portanto, o compromis so mútuo é mais frágil. A pessoa sente-se livre para procurar outras oportunidades e as empresas não se comprometem com o emprego vitalício. Essa diferença, de acordo com Ouchi, não impediu que algumas empresas ocidentais bem-sucedidas, como IBM, Modelo Japonês de Administração 201 Hewlett-Packard e Eastman-Kodak, desenvolvessem características semelhantes às japo nesas. A essas empresas ocidentais Ouchi deu o nome de Organizações Z, sugerindo que não havia necessidade de imitar as empresas japonesas, porque, na média, as organiza ções de sucesso são parecidas. Além disso, os ocidentais deveriam estudar as empresas japonesas e selecionar cuidadosamente e adaptar ao seu próprio contexto cultural aquilo que parecesse útil. Não há unanimidade quanto às conclusões de Ouchi e seu trabalho recebeu algumas críticas: • A descrição das características das empresas japonesas pode ter sido imprecisa. Nem todas as empresas apresentam as características selecionadas. Além disso, a filosofia de criar ambiente familiar parece ser mais verdadeira para executivos e pessoal de escritório do que para trabalhadores da linha de produção. • As empresas japonesas não parecem ser tão complacentes como Ouchi suge riu. Outras análises as mostram autoritárias, especializadas e burocráticas, ao contrário da imagem benevolente e consensual que ele pintou. De fato, a cultura feudal é muito mais orientada para a autoridade do chefe que para a participação do subordinado. • Não há evidência de que as “empresas Z” sejam mais bem-sucedidas do que as demais. Em resumo, é arriscado e enganoso tentar explicar o sucesso japonês de maneira simplista, fazendo-o depender apenas da base cultural. Além disso, em meados da década de 1990 os japoneses perderam a dianteira, que foi tomada novamente pela indústria automobilística ocidental, que aprendeu a lidar com o conceito de produção enxuta sem alterar sua própria base cultural. Por fim, a crise econômica do final do século XX provocou a mudança da cultura organizacional no Japão. Precisando manter a competitividade, e precisando lidar com um ambiente de incerteza, as empresas japonesas começarama seguir o caminho de suas concorrentes ocidentais, abandonando as práticas de em prego seguro e vitalício. Isso rompeu o espírito de lealdade do empregado em relação à empresa, descaracterizando uma das premissas mais importantes da base cultural do modelo japonês. 4 Universalização do modelo japonês Até meados da década de 1970, pouco se ouvia falar do sistema japonês no Ociden te, sendo conhecidos apenas os círculos de controle da qualidade. O modelo americano dominava a prática e o ensino da administração em todo o mundo. A única novidade estranha a esse monopólio era o sistema Volvo, de trabalho em grupo na linha de mon tagem. Desconhecia-se, nessa época, que os japoneses já aplicavam o mesmo princípio desde o início da década de 1950. Quando os produtos japoneses adquiriram a reputação de alta qualidade e baixo preço, e começaram a dominar os mercados em todo o mundo, seus métodos de administração começaram a tornar-se conhecidos. 202 Da Escola Clássica ao Modelo Japonês Figura 9.11 Evolução e universalização do modelo japonês. O interesse pelo sistema japonês intensificou-se na década de 1980, quando empresas como Toyota, Honda e Nissan instalaram-se nos Estados Unidos e na Europa, impressio nando as empresas locais com a superioridade de seus métodos de produção eficiente e sua maneira participativa e igualitária de tratar os funcionários. Os americanos obser varam com surpresa a estratégia de envolver os funcionários no processo decisório, a técnica do just in time e a abolição das distinções hierárquicas. Em 1986, a revista Business Week mostrou o presidente da Honda americana e seus funcionários compartilhando o mesmo escritório, o que contrariava radicalmente a antiga prática de isolar os executivos e atribuir-lhes símbolos de importância, para diferenciá-los dos demais funcionários. Na mesma década, as empresas ocidentais começaram a sentir-se pressionadas pela competição dos japoneses. Surgiram daí as experiências para copiá-los, associar-se a eles ou adaptar e implantar seus métodos, em todo o mundo. No Brasil, já no final da década de 1970, haviam começado as primeiras experiências com círculos da qualidade. Algumas empresas produziram manuais para treinar seus funcionários com as técnicas de Ishikawa. Na década seguinte, outras empresas fizeram modificações mais profundas, de natureza estrutural, introduzindo as técnicas da produção enxuta, just in time e kaizen, iniciando um processo que inúmeras outras viriam a seguir. Quanto mais se tornava conhecido, mais o modelo japonês revelava a simplicidade de seus componentes: eficiência, qualidade e participação dos funcionários nas decisões. A receita era simples, e, na verdade, era ocidental. O modelo japonês era o modelo ame ricano, que, por sua vez, tinha suas origens no sistema fabril da Revolução Industrial. Com o tempo, os ocidentais aprenderam a colocar em prática a versão oriental de seu próprio modelo. Nos anos 90, o modelo japonês já havia deixado de ser exclusivamente japonês, tornando-se o padrão universal das empresas que pretendem alcançar e manter a capacidade de competir em escala global, conforme mostra a Figura 9.11. Modelo Japonês de Administração 203 Contribuiu muito para a disseminação dos métodos japoneses a disposição da Toyota e de outras empresas japonesas em auxiliar as empresas interessadas. Em resumo, os japoneses mostraram a mesma disposição, ao disseminar a produção enxuta, que Henry Ford havia mostrado, ao disseminar a linha de montagem móvel. Estudo de caso: Ohno-San vai ao supermercado Por volta de 1950, a economia japonesa estava debilitada. A Toyota tinha um progra ma de produção de menos de 1.000 carros por mês. Se fabricasse mais, não conseguiria vendê-los. Bem diferente da situação no final dos anos 80, quando a Toyota fabricava 1.000 carros em poucos minutos. Em 1956, Taiichi Ohno, criador do Sistema Toyota de produção, foi aos Estados Uni dos visitar fábricas de automóvel. “Finalmente”, ele escreveu, “pude realizar o desejo de conhecer um supermercado de perto”. Ohno conhecia o supermercado por referência e já havia observado que é a loja onde, em geral, se compra de acordo com a necessidade. Do supermercado, Ohno havia tirado a ideia de enxergar cada processo de uma linha de produção como uma espécie de loja que fornece peças para o processo seguinte. No entanto, a linha como um todo é administrada do fim para o começo. O processo seguinte (cliente) vai ao processo anterior (supermercado) para obter as peças necessárias (mer cadorias) na hora certa e na quantidade necessária. O processo anterior imediatamente produz a quantidade que acabou de sair (reposição de mercadoria nas prateleiras). Escreveu ele mais tarde: - Nós esperávamos que essa ideia nos ajudasse a realizar o objetivo do just in time, de fabricar apenas o necessário. Em 1953, nós de fato aplicamos o sistema em nossa oficina de máquina da fábrica principal. Para fazer funcionar o sistema do supermerca do, usamos pedaços de papel em que escrevíamos informações sobre o trabalho a ser realizado. Nós chamávamos isso de kanban. - O kanban, um cartão envelopado em plástico, tornou-se a ferramenta que faz funcionar o sistema Toyota. - Suponham que levássemos o kanban ao supermercado. Como funcionaria? As mercadorias compradas pelos clientes passam pelo caixa. Cartões contendo informações sobre essas mercadorias seriam então enviados ao departamento de compras. Com essa informação, as mercadorias que saíam seriam imediatamente repostas. Esses cartões cor respondem ao kanban de retirada do sistema Toyota. No supermercado, as mercadorias expostas correspondem ao estoque da fábrica. Se o supermercado tivesse sua fábrica de mercadorias, enviaria para ela um kanban de produção. Com as informações deste kanban, a fábrica produziria as mercadorias para repor as que tivessem sido vendidas. Nos anos 80, quando funcionários da Daihatsu procuraram a Toyota para aprender seus métodos de eficiência, Ohno recomendou-lhes que fabricassem apenas o necessário. - Mas não é melhor ideia continuar produzindo, enquanto houver tempo e materiais? perguntou um dos visitantes. 204 Da Escola Clássica ao Modelo Japonês - Acho que não - respondeu Ohno. Façam apenas o que for necessário. Pode ser que vocês fiquem com materiais sobrando, mas a empresa não ganha nada se fizer 120 itens quando precisa apenas de 100. Se você precisa de 100, faça apenas 100. Ohno também recomendou que o ritmo de trabalho fosse calibrado para que a pro dução dos 100 itens ocupasse o dia todo. - A fórmula básica da Toyota, de fazer o que for necessário, apenas na quantidade necessária, no momento necessário, tem outro elemento: tão eficientemente quanto pos sível. Ou seja, gastando o mínimo. Há muitas formas de gastar o mínimo para produzir. Uma delas é produzir apenas 100 se você precisa apenas de 100, mesmo que você possa produzir 110 antes do final do expediente. Continuou Ohno: - A parte mais difícil do Sistema Toyota de Produção é aprender a fazer os 100 itens gastando o mínimo. Para isso, todos devem aprender o just in time. Se a prioridade for dada apenas para a minimização dos gastos, podem-se obter diversos resultados indesejáveis. Porém, se esse objetivo for negligenciado, o produto poderá custar terrivelmente caro. Essa ideia tem seus adversários. Eles dizem que não se deve restringir a produção. E melhor tentar reduzir os preços por meio da produção em massa. Ou então, se você tiver cinco trabalhadores disponíveis, é melhor fazer 200 itens ao invés de 100. 1. Qual a relação entre o funcionamento do supermercado e o Sistema Toyota de Pro dução? 2. Quais as diferenças entre o sistema Toyota de produção e o sistema tradicional? 3. Quais as vantagens de fabricar apenas o necessário? Há desvantagens? 4. Considere os argumentosdos adversários do sistema Toyota. Você concorda? Se tivesse que escolher entre o sistema Toyota e seus adversários, qual escolheria? Por quê? 5. Você já viu o pátio de uma fábrica de veículos em períodos de recessão? Se o diretor da fábrica lhe mostrasse o pátio cheio de veículos não vendidos e lhe pedisse uma solução, o que você recomendaria? 6. Quais os resultados indesejáveis de se pensar apenas na minimização dos gastos? 7. Quais os resultados indesejáveis de não se pensar na minimização dos gastos? 8. Quais as diferenças e semelhanças entre as proposições de Taiichi Ohno e Frederick Winslow Taylor? Referências e leituras complementares HAMPTON, David R. M anagement. New York: McGraw-Hill, 1986. OGLIASTRI, Enrique. Las negociaciones de latinoamericanos y japoneses. M imeo, 1991. Modelo Japonês de Administração 205 OHNO, Taiichi. Toyota production system. Cam bridge, M assachusetts: Productivity Press, 1988. ________ Workplace management. Cam bridge, M assachusetts: Productivity Press, 1988. OUCHI, William. Teoria Z. São Paulo: Nobel, 1989. PROKOPENKO, Joseph. Productivity managem ent. Gênova: In ternational Labour Office, 1987. Sistema Toyota de Produção, m im eo, Inglês/Português, sem data. STANFORD UNIVERSITY. Forming the fu ture: the m arriage of people and technology a t Saturn. M imeo, 1990. 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