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Vibrações Mecânicas Introdução 1 Estudo da vibração • Aplicações na área de engenharia • Projeto de máquinas • Fundações • Estruturas • Motores • Turbinas • Sistemas de controle 2 Estudo da vibração • Aplicações na área de engenharia • Em todas as situações, a estrutura ou componente da máquina sujeito à vibração pode falhar devido à fadiga do material resultante da variação cíclica da tensão induzida. • A vibração causa desgaste mais rápido de peças de máquinas como rolamentos e engrenagens e gera ruído excessivo. • Em máquinas, a vibração pode afrouxar ou soltar elementos de fixação como porcas. • Em processos de corte de metais, a vibração pode causar trepidação, o que resulta em mau acabamento superficial. 3 Estudo da vibração • Frequência natural: é a frequência de oscilação de um sistema que, após uma perturbação inicial, continuar a vibrar por si próprio sem a ação de forças externas. • Ressonância: é o fenômeno que ocorre sempre que a frequência natural de vibração de uma máquina ou estrutura coincidir com a frequência de excitação externa, que resulta em deflexões excessivas e falhas. Ponte Tacoma Narrows durante vibração induzida pelo vento. Foi inaugurada em 1-7-1940 e caiu em 7-11-1940 4 Estudo da vibração • Devido ao efeito devastador que as vibrações podem causar às máquinas e estruturas, o teste de vibrações tornou-se um procedimento padrão no projeto e desenvolvimento da maioria dos sistemas de engenharia. Teste de vibração do ônibus espacial Enterprise (foto NASA) 5 Estudo da vibração • O ser humano age como parte integral do sistema. • A transmissão de vibração a seres humanos resulta em desconforto e perda de eficiência. • A vibração e o ruído gerado por motores causam aborrecimentos às pessoas e, às vezes, danos à propriedade. • A vibração de painéis de instrumentos pode provocar um mau funcionamento ou dificultar a leitura dos medidores. • Uma das finalidades importantes de estudar a vibração é reduzi-la por meio do projeto adequado de máquinas e de seus suportes. • O engenheiro mecânico projeta o motor ou a máquina de modo a minimizar o desbalanceamento. • O engenheiro de estruturas tenta projetar a estrutura de suporte de modo a assegurar que o efeito do desbalanceamento não seja danoso. 6 Estudo da vibração • A vibração pode ser utilizada a favor em várias aplicações industriais e de consumo. Exemplos: • Esteiras transportadoras • Peneiras • Compactadores • Máquinas de lavar • Escovas de dentes elétricas • Brocas odontológicas • Relógios • Unidades de massagem elétrica • Bate-estacas • Testes vibratórios de materiais • Processos vibratórios de acabamento • Processos de usinagem, fundição, forjamento e soldagem • Simulação de terremotos em pesquisas geológicas • Projeto de reatores nucleares 7 Conceitos básicos de vibração • Qualquer movimento que se repita após um intervalo de tempo é denominado vibração ou oscilação. • A teoria de vibração trata do estudo de movimentos oscilatórios e as forças associadas a eles. • Em geral, um sistema vibratório inclui: • Um meio para armazenar energia potencial (mola ou elasticidade). • Um meio para armazenar energia cinética (massa ou inércia). • Um meio de perda gradual de energia (amortecedor). • A vibração de um sistema envolve a transferência alternada de energia potencial para energia cinética, e de energia cinética para energia potencial. • Se o sistema for amortecido, certa quantidade de energia é dissipada em cada ciclo de vibração, e deve ser substituída por uma fonte externa se for preciso manter um regime permanente de vibração. 8 Conceitos básicos de vibração O peso do pendulo de massa m é liberado após a aplicação de um deslocamento angular θ Posição 1: v = 0 Ec = 0 Ep = m.g.l.(1-cosθ) Posição 2: Ep é convertida em Ec Posição 3: Ec é convertida em Ep Ec = energia cinética Ep = energia potencial Movimento oscilatório: A magnitude de oscilação θ diminui gradativamente até a parada do pendulo devido à resistência (amortecimento) do ar, com uma certa quantidade de energia dissipada. 9 Graus de liberdade • O número mínimo de coordenadas independentes requeridas para determinar completamente as posições de todas as partes de um sistema a qualquer instante define o grau de liberdade do sistema. O pendulo simples representa um sistema com 1 grau de liberdade. O movimento pode ser definido pelo ângulo θ. Se as coordenadas x,y forem usadas, deve- se reconhecer que elas não são independentes, estando relacionadas pela equação x² + y² = l² 10 Graus de liberdade • Sistemas com apenas um grau de liberdade: (a) Mecanismo cursor-manivela- mola (b) Sistema massa-mola (c) Sistema torcional 11 Graus de liberdade • Sistemas com 2 graus de liberdade: Sistema de 2 massas e 2 molas descrito por x1,x2 Sistema de 2 rotores especificado por θ1,θ2 Sistema descrito por X,θ ou por x,y,X x,y são limitadas porque: x² + y² = l² 12 Graus de liberdade • Sistemas com 3 graus de liberdade: xi (i=1,2,3) Θi (i=1,2,3) 13 Graus de liberdade • Sistemas com um número infinito de graus de liberdade: • Sistemas elásticos contínuos • Ex: viga em balanço • A viga tem um número infinito de pontos de massa • É necessário um número infinito de coordenadas para especificar sua configuração defletida (curva de deflexão elástica) • Grande parte dos sistemas estruturais e de máquinas tem elementos deformáveis (elásticos), e consequentemente um número infinito de graus de liberdade. 14 Graus de liberdade • Sistemas com um número finito de graus de liberdade: • Sistemas discretos ou de parâmetros concentrados • Na maioria das vezes, sistemas contínuos são aproximados como sistemas discretos, e as soluções são obtidas de uma maneira mais simples. • Em geral, obtém-se resultados mais precisos aumentando-se o número de graus de liberdade. 15 Classificação de vibrações • Vibração livre • Se um sistema, após uma perturbação inicial, continuar a vibrar por conta própria, a vibração resultante é conhecida como vibração livre (ex: pendulo simples). • Vibração forçada • Se um sistema estiver sujeito a uma força externa repetitiva, a vibração resultante é conhecida como vibração forçada (ex: motores a diesel, máquinas, etc.). • Falhas de estruturas como edifícios, pontes, turbinas e asas de aviões foram associadas à ocorrência de ressonância. 16 Classificação de vibrações • Vibração não amortecida • Se nenhuma energia for perdida ou dissipada por atrito ou outra resistência durante a oscilação, a vibração é conhecida como vibração não amortecida. • Vibração amortecida • Se qualquer energia for perdida da maneira citada acima, a vibração é denominada vibração amortecida. • Observações: • Em muitos sistemas, a quantidade de amortecimento é tão pequena que pode ser desconsiderada para a maioria das finalidades de engenharia. • Considerar o amortecimento torna-se extremamente importante na análise de sistemas vibratórios próximos à ressonância. 17 Classificação de vibrações • Vibração linear • Se todos os componentes básicos (mola, massa e amortecedor) comportarem-se linearmente, a vibração resultante é conhecida como vibração linear. • Vibração não linear • Se qualquer dos elementos se comportar não linearmente, a vibração é denominada vibração não linear. • Observação: • Todos os sistemas vibratórios tendem a se comportar não linearmente com o aumento da amplitude de oscilação. 18 Classificação de vibrações • Vibração determinística • Se o valor ou magnitude da excitação (força ou movimento) queestá agindo sobre um sistema vibratório for conhecido a qualquer instante, a vibração resultante é conhecida como vibração determinística. • Vibração aleatória • Em alguns casos, a excitação é não determinística ou aleatória. O valor da excitação em um dado instante não pode ser previsto, e a vibração é denominada vibração aleatória. • Exemplos de excitações aleatórias: • Velocidade do vento • Aspereza de uma estrada • Movimento do solo durante um terremoto 19 Classificação de vibrações (a) Excitação determinística (periódica) (b) Excitação aleatória Força Tempo Tempo Força 20 Procedimento de análise de vibrações • Etapa 1: Modelagem matemática • Representar todos os aspectos importantes do sistema com o propósito de obter as equações matemáticas que governam o comportamento do sistema. Exemplo: Martelo de forjar 21 Procedimento de análise de vibrações • Etapa 1: Modelagem matemática • Para uma primeira aproximação, suporte, bigorna, coxim, bloco de base e solo são modelados como um sistema com um único grau de liberdade. 22 Procedimento de análise de vibrações • Etapa 1: Modelagem matemática • Para refinar a aproximação, os pesos do suporte e da bigorna e o peso do bloco de base são representados separadamente por um modelo com dois graus de liberdade. 23 Procedimento de análise de vibrações • Etapa 2: Derivação das equações governantes • Uma vez disponível o modelo matemático, usamos os princípios da dinâmica e derivamos as equações que descrevem a vibração do sistema. • Há várias abordagens que costumam ser usadas para derivar as equações governantes, entre elas: • 2ª Lei do Movimento de Newton • Princípio de D’Alembert • Princípio da Conservação de Energia 24 Procedimento de análise de vibrações • Etapa 3: Solução das equações governantes • As equações de movimento devem ser resolvidas para determinar a resposta do sistema vibratório, utilizando-se as seguintes técnicas: • Métodos padronizados para resolver equações diferenciais • Métodos que utilizam transformadas de Laplace • Métodos matriciais • Métodos numéricos • Etapa 4: Interpretação dos resultados • A solução das equações governantes fornece os deslocamentos, velocidades e acelerações das várias massas do sistema. 25 Análise de vibrações • Exemplo 1.1 - Modelo matemático de uma motocicleta • Desenvolver uma sequencia de três modelos matemáticos do sistema para investigar vibrações no sentido vertical. Considerar: • a elasticidade dos pneus • a elasticidade e o amortecimento das suspensões dianteira e traseira (no sentido vertical) • as massas das rodas • A elasticidade, amortecimento e massa do motociclista 26 Análise de vibrações • Exercício 1.1 • O estudo da reação de um corpo humano sujeito à vibração ou choque é importante em muitas aplicações. Quando em pé, as massas da cabeça, parte superior do torso, quadris e pernas e a elasticidade e amortecimento do pescoço, coluna vertebral, abdômen e pernas influenciam a resposta característica. Desenvolva uma sequencia de três aproximações melhoradas para modelar o corpo humano. 27 Análise de vibrações • Exercício 1.2 • A figura abaixo mostra um corpo humano e um sistema de cintos de segurança no momento da colisão de um automóvel. Sugira um modelo matemático simples para uma análise de vibrações do sistema, considerando: • a elasticidade, massa e amortecimento do banco e do corpo humano • a elasticidade do sistema de cintos de segurança 28 Análise de vibrações • Exercício 1.3 • Um motor alternativo está montado sobre uma base , como mostra a figura abaixo. As forças e momentos de desbalanceamentos desenvolvidos no motor são transmitidos ao suporte e à base. Uma proteção elástica é colocada entre o motor e o bloco da base para reduzir a transmissão da vibração. Desenvolva dois modelos matemáticos do sistema usando um refinamento gradual do processo de modelagem. parafuso proteção elástica bloco de base 29 Análise de vibrações • Exercício 1.4 • Um automóvel que trafega por uma estrada em mau estado pode ser modelado considerando: a. Peso da carroceria, passageiros, bancos, rodas dianteiras e traseiras. b. Elasticidade dos pneus, suspensão, molas principais e bancos. c. Amortecimento dos bancos, amortecedores de suspensão e pneus. • Desenvolva três modelos matemáticos do sistema usando um refinamento gradual no processo de modelagem. 30 Análise de vibrações • Exercício 1.5 • As consequências de uma colisão frontal entre dois automóveis podem ser estudadas considerando o impacto do automóvel contra uma barreira, como mostra a figura abaixo. Construa um modelo matemático considerando: • as massas da carroceria, motor, transmissão e suspensão. • a elasticidade dos para-choques, radiador, carroceria, sistema de transmissão e suportes do motor. 31 Análise de vibrações • Exercício 1.6 • Desenvolva um modelo matemático para o trator e arado mostrados na figura abaixo, considerando massa, elasticidade e amortecimento dos pneus, absorvedores de choque e arado (laminas). 32 Elementos de mola Sendo: F = força aplicada na mola K = rigidez ou constante elástica da mola x = deformação ou deslocamento Sendo: U = trabalho realizado na deformação da mola Molas reais são não lineares e seguem a equação de Hooke até certa deformação. Quando a deformação ultrapassa certo valor (ponto A), a tensão ultrapassa o limite de escoamento do material e a relação força- deformação torna-se não linear. 33 Elementos de mola Processo de linearização K é a constante elástica linearizada 34 Elementos de mola • Elementos elásticos como vigas também se comportam como molas. • Simplificando, consideramos a massa da viga desprezível em relação à massa “m”. • A deflexão estática da viga na extremidade livre é dada por: Onde: W = m.g (peso) E = módulo de Young I = momento de inércia da seção transversal da viga 35 Associação de molas Molas em paralelo Para “n” molas em paralelo, temos: 36 Associação de molas Molas em série Para “n” molas em série, temos: 37 Associação de molas • Exemplo 1.2 – k equivalente de um sistema de suspensão • A figura abaixo mostra o sistema de suspensão de um vagão ferroviário de carga com um arranjo de molas em paralelo. Determine a constante elástica equivalente da suspensão se cada uma das três molas helicoidais for fabricada em aço com módulo de elasticidade transversal G = 80 x 10⁹ N/m² e tiver 5 espiras ativas, diâmetro médio do enrolamento D = 20 cm, e diâmetro do arame d = 2 cm. 38 Associação de molas • Exemplo 1.3 – Constante elástica torcional de um eixo de hélice • Determinar a constante elástica torcional do eixo de hélice em aço mostrado na figura abaixo. 39 Associação de molas • Exemplo 1.4 – k equivalente de um tambor de içamento • Um tambor de içamento equipado com um cabo de aço é montado na extremidade de uma viga em balanço, como mostrado na figura abaixo. Determinar a constante elástica equivalente do sistema quando o comprimento de suspensão do cabo é “l”. Admitir que o diâmetro efetivo da seção transversal do cabo é “d”, e que o módulo de Young da viga e do cabo é “E”. 40 Associação de molas • Exemplo 1.5 – k equivalente de guindaste • A lança AB do guindaste mostrado na figura abaixo é uma barra de aço uniforme de comprimento 10 m, e área da seção transversal 2500 mm². Um peso W é suspenso enquanto o guindaste permanece estacionário. O cabo CDEBF é feito de aço e tem uma área de seção transversal 100 mm². Desconsiderando o efeito do cabo CDEB, determinar a constante elástica equivalente do sistema na direção vertical.41 Associação de molas • Exercício 1.7 – Determinar a constante elástica equivalente do sistema mostrado na figura abaixo. 42 Associação de molas • Exercício 1.10 • Uma máquina de massa m = 500 kg está montada sobre uma viga de aço simplesmente apoiada de comprimento L = 2m, seção transversal retangular (profundidade = 0,1 m, largura = 1,2 m) e módulo de Young E = 2,06 x 1011 N/m². Para reduzir a deflexão vertical da viga, uma mola de rigidez “k” é acoplada ao ponto central do vão, como mostra a figura. Determine o valor de “k” necessário para reduzir a deflexão da viga em: • 25% do seu valor original • 50% do seu valor original • 75% do seu valor original • Admitir que a massa da viga pode ser desconsiderada. 43 Associação de molas • Exercício 1.18 • Elabore o projeto de uma mola a ar usando um recipiente cilíndrico e um pistão para conseguir uma constante elástica de 75 lb/in. Admita que a máxima pressão de ar disponível seja 200 PSI. 44 Associação de molas • Exercício 1.21 • Projete uma mola helicoidal de compressão em aço que satisfaça os seguintes requisitos: • Rigidez da mola (k) ≥ 8.000 N/mm. • Frequência natural fundamental de vibração (f1) ≥ 0,4 Hz. • Índice da mola (D/d) ≥ 6. • Numero de espiras ativas (N) ≥ 10. • A rigidez e a frequência natural fundamental da mola são dadas por: Sendo: G = módulo de elasticidade transversal d = diâmetro do arame D = diâmetro do enrolamento W = peso da mola g = aceleração devido à gravidade 45 Elementos de amortecimento • O mecanismo pelo qual a energia de vibração é gradativamente convertida em calor ou som é conhecido como amortecimento. • Em virtude da redução da energia, o deslocamento do sistema diminui gradativamente. • Admite-se que um amortecedor não tem massa e nem elasticidade, e que a força de amortecimento só existe se houver uma velocidade relativa entre as suas duas extremidades. 46 Amortecimento viscoso • É o mecanismo de amortecimento mais comum. • Quando sistemas mecânicos vibram em um meio fluido como ar, gás, água ou óleo, a resistência oferecida pelo fluido ao corpo em movimento faz com que a energia seja dissipada. • A quantidade de energia dissipada depende de fatores como o tamanho e a forma do corpo em vibração, a viscosidade do fluído, a frequência de vibração e a velocidade do corpo em vibração. • A força de amortecimento é proporcional à velocidade do corpo vibratório. 47 Amortecimento Coulomb ou por atrito seco • A magnitude da força de amortecimento é constante, mas no sentido oposto ao movimento do corpo vibratório. • O amortecimento neste caso é causado pelo atrito entre superfícies em contato que estejam secas, ou que não tenham lubrificação suficiente. 48 Amortecimento sólido ou por histerese Exemplos de diversos tipos de coxins de motor e transmissão 49 Amortecimento sólido ou por histerese • Quando um material é deformado, ele absorve e dissipa energia. • O efeito deve-se ao atrito entre os planos internos, que deslizam ou escorregam enquanto as deformações ocorrem. • Quando um corpo com amortecimento material é sujeito à vibração, o diagrama tensão-deformação mostra um ciclo de histerese como indicado na figura. • A área desse ciclo denota a energia perdida por unidade de volume do corpo por ciclo, devido ao amortecimento. 50 Construção de amortecedores viscosos • Um amortecedor viscoso pode ser construído usando-se duas placas paralelas separadas por uma distancia “h”, com um fluido de viscosidade μ entre as placas. • Uma das placas é fixa e a outra se movimenta com velocidade “v” em seu próprio plano. • As camadas de fluido em contato com a placa em movimento movem-se com uma velocidade “v”, enquanto as que estão em contato com a placa fixa não se movem. 51 Construção de amortecedores viscosos • Segundo a lei de Newton de fluxo viscoso, a força de cisalhamento (ou de resistência) “F” desenvolvida na superfície inferior da placa em movimento é: Sendo: τ = tensão de cisalhamento na camada de fluido μ = viscosidade do fluido entre as placas v = velocidade da placa móvel A = área da superfície da placa em movimento c = constante de amortecimento 52 Construção de amortecedores viscosos Amortecedor a êmbolo (pistão-cilindro) D = diâmetro do pistão l = comprimento do pistão V0 = velocidade do pistão μ = viscosidade do liquido d = folga entre o pistão e o cilindro P = força de atuação c = constante de amortecimento Expressando a força como P = c.v0, temos: 53 Associação de amortecedores Quando amortecedores aparecem em associação, eles podem ser substituídos por um amortecedor equivalente, adotando-se um procedimento semelhante ao descrito para molas. 54 Associação de amortecedores • Exercício 1.35 • Determine uma única constante de amortecimento equivalente para os seguintes casos: • Quando três amortecedores estão em paralelo. • Quando três amortecedores estão em série. 55 Construção de amortecedores • Exercício 1.36 • Elabore o projeto de um amortecedor viscoso do tipo pistão-cilindro para conseguir uma constante de amortecimento de 1 lb-s/in, usando um fluido de viscosidade 4μ reyn. • Obs: 1 reyn = 1 lb-s/in² 56 Construção de amortecedores • Exercício 1.37 • Elabore o projeto de um amortecedor viscoso do tipo pistão-cilindro para obter uma constante de amortecimento de 10⁵ lb-s/in, usando óleo SAE30 a 21,1 °C. O diâmetro do pistão tem que ser menor que 2,5 in. 57 Construção de amortecedores • Exercício 1.41 • A constante de amortecimento (c) do amortecedor pistão-cilindro mostrado na figura é dada pela fórmula descrita abaixo. Determine a constante de amortecimento do amortecedor para os seguintes dados: • μ = 0,3445 Pa-s • l = 10 cm • h = 0,1 cm • a = 2 cm • r = 0,5 cm 58 Construção de amortecedores • Exercício 1.42 • Para o amortecedor do problema anterior, usando os dados apresentados como referencia, determine a variação da constante de amortecimento (c) quando: • r = 1,0 cm • h = 0,05 cm • a = 4 cm 59 Movimento harmônico • Movimento oscilatório • Regular: pendulo simples • Irregular: movimento do solo em um terremoto • Movimento periódico • Movimento repetido a intervalos de tempo iguais • Ex: movimento harmônico 60 Movimento harmônico Mecanismo Scotch Yoke (jugo escocês) Quando a manivela de raio “A” gira a uma velocidade angular ω, o ponto “S” na extremidade da haste entalhada e a massa “m” do sistema massa-mola são deslocados de suas posições centrais por uma quantidade “x” no tempo “t” dada por: A velocidade da massa “m” no tempo “t” é dada por: E a aceleração por: 61 Movimento harmônico A projeção da extremidade do vetor girante OP de magnitude “A” sobre o eixo vertical é dada por: Projeção sobre o eixo horizontal: 62 Movimento harmônico Funções harmônicas podem ser somadas vetorialmente. Na figura temos: Re(X1) = A1 cos ωt Re(X2) = A2.cos(ωt + θ) A magnitude do vetor resultante X e o ângulo α são dados por: Re(X) = A.cos(ωt + α) 63 Movimento harmônico • Exemplo 1.11 – Adição de movimentos harmônicos • Determinar a soma de dois movimentos harmônicos: • X1(t) = 10.cosωt • X2(t) = 15.cos(ωt + 114,6) 64 Movimento harmônico • Definições e terminologia • Ciclo – movimento de um corpo vibratório de sua posição de repouso ou equilíbrio até sua posição extrema em um sentido; então até a posição de equilíbrio, daí até sua posição extrema no outro sentido e de volta à posição de equilíbrio. Exemplo: um deslocamento angular de 2π radianos do pino mostradono mecanismo tipo jugo escocês. • Amplitude – máximo deslocamento de um corpo vibratório em relação à sua posição de equilíbrio. • Período de oscilação – tempo que leva para concluir um ciclo de movimento • Sendo ω a frequência circular, ou velocidade angular (rad/s) • Frequência de oscilação – número de ciclos por unidade de tempo • A frequência de oscilação f é também denominada frequência linear (Hz), ou (ciclos/s) 65 Movimento harmônico • Definições e terminologia • Ângulo de fase – pode ser demonstrado através de dois movimentos harmônicos síncronos (isto é, que possuem a mesma frequência ou velocidade angular “ω”): • X1 = A1.sen ωt • X2 = A2.sen (ωt + Ф) • O segundo vetor OP2 está à frente do primeiro vetor OP1 pelo ângulo de fase Ф. • Isso significa que o máximo do segundo vetor ocorre Ф radianos antes do que o primeiro vetor. 66 Movimento harmônico • Definições e terminologia • Frequência natural – se após uma perturbação inicial um sistema continuar a vibrar por si próprio sem a ação de forças externas, a frequência com ele oscila é conhecida como sua frequência natural. • Obs.: um sistema vibratório com n graus de liberdade terá n frequências naturais de vibração distintas. 67 Movimento harmônico • Definições e terminologia • Batimentos – é um fenômeno que ocorre quando são somados dois movimentos harmônicos cujas frequências estão próximas uma da outra. • X1(t) = X . cos ωt • X2(t) = X . cos (ω + δ) • O movimento resultante x(t) representa uma onda co-senoidal, sendo: • Frequência = ω + δ/2 • Amplitude (variável) = 2X . cos δt/2 • Sempre que a amplitude alcançar um máximo, é denominada um batimento Frequência de batimento O fenômeno do batimento em máquinas e estruturas ocorre quando a frequência excitadora está próxima da frequência natural do sistema. 68 Movimento harmônico • Definições e terminologia • Oitava – quando o valor máximo de uma faixa de frequência é duas vezes seu valor mínimo, ela é conhecida como uma faixa de oitava. • Exemplos de faixas de oitavas: • 75 – 150 Hz • 150 – 300 Hz • 300 – 600 Hz • Em cada caso, os valores máximo e mínimo da frequência (cuja razão é 2:1) diferem por uma oitava. 69 Movimento harmônico • Definições e terminologia • Decibel – as várias grandezas encontradas na área da vibração e do som são frequentemente representadas usando a notação de decibel. • Um decibel (dB) pode ser expresso como: • Sendo X0 um valor de referencia especificado, como por exemplo: • 2/10⁵ N/m² para pressão • 1 μg = 9,81/10⁶ m/s² para aceleração • Na prática, a equação acima é utilizada para expressar as razões entre grandezas como deslocamento, velocidade, aceleração, pressão e força. 70 Movimento harmônico • Exercício 1.50 • Uma máquina está sujeita ao movimento : • X(t) = A . cos (50t + α) mm • As condições iniciais são dadas por: • X(0) = 3 mm • V(0) = 1,0 m/s • Determinar as constantes A e α. • Expressar o movimento na forma x(t) = A1.cosωt + A2.senωt, e identificar as constantes A1 e A2. 71 Movimento harmônico • Exercício 1.51 • Demonstrar que qualquer associação linear de senωt e cosωt tal que x(t) = A1.cosωt + A2.senωt (A1, A2 = constantes) representa um movimento harmônico simples. 72 Movimento harmônico • Exercício 1.52 • Determinar a soma de dois movimentos harmônicos: • X1(t) = 5.cos(3t + 1) • X2(t) = 10.cos(3t + 2) 73 Movimento harmônico • Exercício 1.53 • Se um dos componentes do movimento harmônico x(t) = 10.sen(ωt + 60°) for x1(t) = 5.sen(ωt + 30°), determinar o outro componente. 74 Movimento harmônico • Exercício 1.54 • Considere os dois movimentos harmônicos: • X1(t) = (1/2).cos[(π/2).t] • X2(t) = sen πt • Verificar se a soma X1(t) + X2(t) é um movimento periódico. Caso afirmativo, determinar o período. 75 Movimento harmônico • Exercício 1.55 • Considere dois movimentos harmônicos de frequências diferentes: • X1(t) = cos 2t • X2(t) = cos 3t • Verificar se a soma X1(t) + X2(t) é um movimento harmônico. Caso afirmativo, determinar o período. 76 Movimento harmônico • Exercício 1.56 • Considere os dois movimentos harmônicos: • X1(t) = (1/2).cos[(π/2).t] • X2(t) = cos πt • Verificar se a diferença X1(t) - X2(t) é um movimento harmônico. Caso afirmativo, determinar o período. 77 Movimento harmônico • Exercício 1.57 • Determinar as amplitudes máxima e mínima do movimento combinado X(t) = X1(t) + X2(t) quando: • X1(t) = 3 . sen 30t • X2(t) = 3 . sen 29t • Determinar também a frequência de batimentos correspondente a x(t). 78 Movimento harmônico • Exercício 1.58 • Uma máquina está sujeita a dois movimentos harmônicos, e o movimento resultante apresentado na tela de um osciloscópio é mostrado na figura abaixo. Determinar as amplitudes e frequências dos dois movimentos. 79 Movimento harmônico • Exercício 1.59 • Um movimento harmônico tem uma amplitude de 0,05 m e uma frequência de oscilação f = 10 Hz. • X(t) = A . sen ωt • Determinar seu período, velocidade máxima e aceleração máxima. 80 Movimento harmônico • Exercício 1.60 • Um acelerômetro montado na estrutura de um veículo indica que ela está vibrando harmonicamente com uma frequência linear de 15 ciclos por segundo, e com uma aceleração máxima de 0,5 g. Determinar a amplitude e a velocidade máxima da estrutura nesta região. • X(t) = A . sen ωt 81 Movimento harmônico • Exercício 1.61 • Os resultados da medição de amplitude máxima e de aceleração máxima da base de uma bomba centrífuga são xmax = 0,25 mm e amax = 0,4 g. Determinar a velocidade angular (frequência circular). • X(t) = A . cos ωt 82 Apêndice 1 • Exercício – Um volante de direção possui massa de 5 kg, e rigidez no sentido vertical de 200 N/mm. Adicionando um sistema de air bag no volante, há um aumento de massa de 4,5 kg. • Calcular a frequência natural do volante nas versões sem air bag e com air bag. • Considerando que a frequência do pulso de torque do motor é 23,3 Hz, verificar se poderá ocorrer ressonância em ambas as versões. 83 Vibração com amortecimento viscoso • Em um sistema com massa, mola e amortecedor existem 3 forças que controlam o comportamento dinâmico: 1) Força inercial: devido à aceleração da massa. 2) Força de amortecimento: é uma função da velocidade (v) sobre o amortecedor, e do coeficiente de amortecimento (c). 3) Força da mola: é uma função do deslocamento da mola (x), e da constante elástica da mola (k). • Essas 3 forças podem ser expressas de forma matemática; a aplicação da Lei de Newton fornece a equação de movimento: 84 m.a = - (c.v) – (k.x) F = m.a FA = c.v FM = k.x Vibração com amortecimento viscoso • A massa (m), o coeficiente de amortecimento (c) e a constante elástica da mola (k) definem dois parâmetros importantes: 1) A frequência de ressonância do sistema, que é expressa por: 85 fN 2) A constante de amortecimento crítico – é o nível de amortecimento que permite que a massa deslocada retorne à posição de equilíbrio o mais rápido possível, e sem oscilações. (rad/s) Unidades: k (N/m) m (kg) Cc (N.s/m) Vibração com amortecimento viscoso • Fator de amortecimento – é definido como a razão entre a constante de amortecimento (c) e a constante de amortecimento crítico (cc): 86 • Frequência de vibração amortecida (ωd) – presente em um sistema que possui amortecimento, é sempre menor do que a frequência natural não amortecida (ωn). • Razão de frequências (r) – é a relação entre a frequência de excitação de um sistema e a sua frequência natural. r = ω ωn Vibração com amortecimentoviscoso 87 Exemplos de diferentes níveis de fator de amortecimento Vibração com amortecimento viscoso 88 Exemplos de diferentes níveis de fator de amortecimento Vibração com amortecimento viscoso • Transmissibilidade de deslocamento – é a razão entre a amplitude de resposta x(t) de um sistema e a amplitude da sua base y(t). 89 Vibração com amortecimento viscoso • Transmissibilidade de força – é a razão entre a força atuante no sistema e a força atuante na sua base. 90 FT = força transmitida F = k.Y = força atuante na base Movimento harmônico Comprimento de onda • É a distância entre valores repetidos sucessivos num padrão de onda. É usualmente representado pela letra grega lambda (λ). • Em uma onda senoidal, o comprimento de onda é a distância (paralela à direção de propagação da onda) entre repetições da forma de onda. Pode, então, ser representada pela distância entre picos (máximos), vales (mínimos), ou duas vezes a distância entre nós. • O comprimento de onda λ tem uma relação inversa com a frequência f, a velocidade de repetição de qualquer fenômeno periódico. O comprimento de onda é igual à velocidade da onda dividida pela frequência da onda. 91 V = ƛ T V = ƛ . f Sendo: V = velocidade de onda λ = comprimento de onda T = período f = frequência de onda ω = 2π . f ω = 2π . V ƛ Frequência circular: Movimento harmônico Comprimento de onda 92 V = ƛ T V = ƛ . f Sendo: V = velocidade de onda λ = comprimento de onda T = período f = frequência de onda ω = 2π . f ω = 2π . V ƛ Frequência circular: Vibração com amortecimento viscoso • O movimento de um veículo em uma estrada irregular pode ser estudado de forma simplificada, utilizando um modelo de um grau de liberdade e considerando que o perfil da estrada possui variação senoidal. 93 Vibração com amortecimento viscoso Exemplo 3.3 – Veículo em movimento em uma estrada irregular • A figura mostra um modelo simples de um veículo com 1200 kg de massa, que pode vibrar no sentido vertical quando percorre uma estrada irregular. O sistema de suspensão tem constante elástica de 400 kN/m, e fator de amortecimento de 0,5. Considerando que o veículo está com uma velocidade de 20 km/h, determine a sua amplitude de deslocamento. O perfil da estrada apresenta variação senoidal com uma amplitude Y = 0,05 m, e comprimento de onda de 6 m. 94
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