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Educação inclusiva um desafio para todos portfólio A II 2018

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA, UM DESAFIO PARA TODOS
LIMA, Solange de Noronha Silva. RU 2003841.
POLO BRAGANÇA PAULISTA
UNINTER
Resumo
 O presente artigo tem por objetivo refletir sobre questões da educação inclusiva e as políticas públicas, considerando as experiências do docente no contexto escolar. Analisa o cotidiano escolar, confrontando as leis de inclusão da pessoa com deficiência com a realidade vivenciada na escola, em particular na Escola Municipal de Ensino Fundamental Prof.º Dr. Onofre Vargas, do município de Camanducaia – MG. Para a realização do estudo utilizou-se a pesquisa bibliográfica, além de entrevistas com uma professora regente de turma e a família de um educando, o que possibilitou maior compreensão do assunto em questão. Entre os resultados obtidos podemos observar entre outros que o governo necessita ampliar os investimentos, principalmente na especialização dos docentes, e deixar de responsabilizar unicamente a escola e os professores pela inserção de qualidade das pessoas com deficiência nas escolas.
Palavras-chave: Educação. Políticas públicas. Inclusão. Escola.
Introdução
 A Lei Brasileira da Pessoa com Deficiência garante: “assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. ” (BRASIL,2015). Da mesma forma, a Constituição Federal de 1988 assegura os direitos da pessoa com deficiência em todas as esferas, citando em seu texto que é proibido qualquer tipo de discriminação ou distinção pelo fato de ser deficiente, acrescentando que é um dever do Estado com a educação garantir “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 1988, art. 208, inc. III).
 Muito se tem falado em educação inclusiva, porém, existem outros termos associados ao tema, que nos ajudam a entender melhor todo esse panorama. Por exemplo, se hoje falamos tanto em inclusão é porque em um passado não muito distante o que vigorava era a exclusão, que nada mais é do que deixar alguém ou algo de lado, descartar, afastar, negar possibilidades. Essa prática era comum em nosso país, devido à sua formação e cultura, mas, com o passar dos anos, leis começaram a serem criadas em benefício dos portadores de necessidades especiais. No Brasil, surgem as “escolas especiais” ou “centros de convivência”, destinados exclusivamente às “crianças especiais”, criando-se as primeiras APAES nos anos de 1950 (Ferreira, 2004). Surge mais tarde em 1971, com a Lei 5692/71, a “integração escolar”, instituindo-se então as classes especiais, sendo estas, salas de aula dentro de escolas regulares, destinadas às crianças com necessidades especiais (Roriz, 2005). E nos últimos anos, busca-se a “inclusão escolar”, onde as crianças com e sem necessidades especiais devem ocupar uma mesma sala de aula. A “Conferência Mundial de Necessidades Educacionais e Especiais: acesso e qualidade”, organizada pela ONU, em Salamanca (Espanha), em 1994 foi um dos principais marcos para incentivar o discurso sobre a inclusão escolar. O princípio norteador da Declaração é de que as escolas regulares devem acomodar todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais e emocionais (ONU, 1994). No Brasil, a inclusão escolar, constitui parte da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 (Roriz, 2005).
 Estes documentos possibilitaram um grande passo no processo de inclusão escolar, pois, através da lei garantem o acesso destas crianças na rede regular de ensino, porém para transformar a lei em realidade, é preciso que a sociedade faça pressão sobre os órgãos públicos, de modo a concretizar a inclusão de uma maneira satisfatória, disponibilizando não só vagas, como também qualidade de ensino.
 Mészáros (2005) cita em seu livro “A educação para além do capital” que o simples fato da criança ser obrigada a frequentar a escola pelo fato de estar matriculada não é suficiente para a inclusão nem da pessoa com deficiência nem para tantas outras que estão à margem da sociedade, sendo reconhecidas apenas por estatísticas.
 Para Ferreira (2006) “inserir o aluno portador de deficiência em uma escola que não foi redimensionada dentro de um novo paradigma, significa dar prosseguimento ao processo de exclusão...” Não adianta apenas assegurar a presença física da criança com deficiência na escola regular, ela precisa fazer parte efetiva do processo ensino – aprendizagem, para tanto, é necessário que a escola reflita a respeito sobre como incluí-la. Isso gera transformações nas práticas pedagógicas, tão arraigadas das formas tradicionais de ensino.
A Realidade da Inclusão no Contexto Escolar
 Para que pudéssemos entender a realidade da inclusão de crianças com deficiências no ambiente escolar entrevistamos uma professora regente de turma, para que ela dissesse com suas próprias palavras se a inclusão realmente funciona, se as famílias colaboram no aprendizado do educando, se a direção escolar auxilia o professor nessa integração e se o Estado contribui, oferece e fornece os meios necessários para que se possa realizar um trabalho decente com essas crianças. 
 A professora chama-se Thais Januaria, leciona em uma sala de segundo ano de período integral, no período da tarde. Nessa sala há seis crianças com algum tipo de deficiência, mas somente quatro delas têm laudo. 
 Em conversa com a professora ela me disse que não teve preparação nenhuma para trabalhar a inclusão de crianças com deficiência em sala de aula, acha o trabalho interessante, mas, tem vários pontos que ela não concorda, como por exemplo a falta de regras e limites para certas crianças “especiais”. Se inclusão é considerar todos iguais, porque essas crianças podem fazer o que querem? As regras são para todos, porém, isso não acontece; ela percebeu que para a antiga diretora da escola não ter trabalho com um menino que tem Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), ela simplesmente deixava ele ficar fora da sala de aula, jogando bola no pátio, no refeitório ou aonde ele quisesse. Atualmente ele está no sexto ano, porque foi empurrado pelo sistema, contudo, continua fora da sala de aula. A inclusão é muito bonita no papel, entretanto não funciona na prática, visto que fica tudo por conta do professor, ele tem que se virar praticamente sozinho, tem muita cobrança e pouca colaboração, apesar de que no local onde ela trabalha o pessoal é bastante colaborativo, uma sempre ajuda a outra no que puder. Em geral, as famílias também não cooperam com a escola, pois quando são chamadas por conta de alguma coisa além do limite que o filho aprontou, ficam contra a direção e o professor e apoiam o estudante em tudo, dizendo que ele tem laudo, que ele é assim mesmo, que tem que ter paciência, que é a professora que não sabe lidar com a criança e que eles não sabem mais o que fazer com o pequeno. Quer dizer, o governo não oferece condições para o professor realizar um bom trabalho, porque não capacita, nem exige da família compromisso nenhum com a escola, a escola, muitas vezes, não impõe limites e não ensina que existem regras para serem cumpridas por todos, independente da sua condição, e as famílias acham que a escola tem obrigação de aceitar seus filhos sem regras, sem limites, sem educação, usam o problema da criança como desculpas para encobrir as coisas erradas que ela faz. Falta um entrosamento entre todas as partes, para que essa inclusão comece a funcionar de verdade. Inclusão não é só inserir o deficiente no mundo dos outros, mas levar os outros a entenderem o mundo do deficiente também.
A Realidade Da Inclusão No Âmbito Familiar
 Para uma maior compreensão do assunto e, consequentemente, realizarmos uma avaliação imparcial sobre o assunto, entrevistamos a família de um educando. A mãe foi quem conversou comigo e preferiu não se identificar, portanto a chamarei de Mariae o menino de Pedro, para evitar constrangimentos. O jovem tem oito anos de idade, frequenta uma sala de segundo ano na referida escola; foi diagnosticado com Transtorno Hiperativo Impulsivo, faz acompanhamento regular com o psicólogo e com o neurologista, além de, tomar medicação controlada. A mãe contou que quando percebeu que o menino tinha problemas de socialização e agressividade procurou tratamento, mas foi demorado e complicado até descobrirem o tipo de deficiência que a criança tinha, porém, quando conseguiram o laudo e ele começou a tomar a medicação a melhora foi significativa, ele começou a interagir com as outras crianças e se tornou menos agressivo. Apesar do transtorno a mãe o considera inteligente porque percebe que ele assimila as coisas com rapidez, entretanto, acha que o acompanhamento na escola deveria ser diferente, visto que, ele estuda em período integral, no entanto, só tem professora de apoio na parte da manhã, à tarde só tem a professora regente de turma, que não dispõe de tempo para acompanhá-lo de perto e nem lhe dar mais atenção porque precisa cuidar de outras vinte e cinco crianças. Pelo que pude perceber, esse garoto é bem mais esperto do que a família acha, e mesmo tendo esse tipo de transtorno, ele manda nos pais, os quais por não quererem que ele se irrite e tenha um surto de violência, o deixam à vontade para fazer o que quiser e acabam realizando todos os seus desejos. A mãe culpa a escola pelo fato de o menino não ter evoluído como deveria nas atividades pedagógicas e põe a culpa da agressividade da criança nos outros que convivem com ele no ambiente escolar.	Comment by Solange de Noronha Silva Lima: 
Conclusão
 Educação Inclusiva é uma educação voltada para a cidadania global, plena, livre de preconceitos e que reconhece e valoriza as diferenças. Como disse Marsha Forest: “acolher pessoas com diferenças desafiantes em nossas escolas e comunidades não é simplesmente para o bem delas; é antes para o bem de nossa própria saúde e de nossa própria sobrevivência”. O que será de mim quando eu estiver velho? Se eu, agora, não ensinar as crianças a serem inclusivas, acolhedoras, quando chegar a minha velhice, provavelmente, elas me esquecerão.
 Transformar todas as escolas em escola inclusiva é um grande desafio que teremos que enfrentar, pois, de acordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência, art. 28º, as alterações a serem realizadas vão muito além da acessibilidade, são necessárias alterações de caráter pedagógico e a disponibilização de profissionais de apoio, sala de recursos, material adaptado, ensino da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e também do sistema BRAILLE.
 De acordo com Esteban Reyes Celeron em seu artigo “Inclusão escolar: um desafio”, no campo pedagógico, que é onde o professor pode atuar com mais independência, existem algumas propostas, que visam o educar para a diversidade, entre elas valorização do que o aluno já sabe e de sua realidade; centrar a aprendizagem nas possibilidades e não dificuldades; saber respeitar o ritmo do aluno mais do que o calendário. Tais propostas são muito interessantes porque desvinculam esses alunos do modelo de ensino tradicional, onde tudo é centrado no professor, considerado o único fornecedor de conhecimento. É necessário que aprendamos com as diferenças, com as trocas de informações para que a escola se torne um lugar de aprendizagem prazeroso, onde a criança tenha vontade de estar, tanto para absorver quanto compartilhar conhecimento. É essencial que os professores adequadamente capacitados, não sejam os mestres, mas os amigos dessas crianças, e aprendam a ouvi-las e entende-las, para que a partir daí o planejamento possa ser elaborado de acordo com essas necessidades.
Referências Bibliográficas
Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-018/2015/Lei/L13146.htm.
Acesso em 15/06/2018.
MÉSZÁROS, ISTVÁN. A Educação para além do Capital. Trad. TAVARES, Isa. São Paulo ,Boitempo, 2005
A pessoa com deficiência na Constituição Brasileira de 1988. Disponível em https://fegest.wordpress.com/2011/10/29/a-pessoa-com-deficiencia-na-constituicao-brasileira-de-1988/ Acesso em 14.06.2018
PRADO, ELIANE DO; SILVA, MARIA CRISTINA DA ROSA FONSECA DA, Das leis de inclusão social à conclusão de direitos: Dilemas vivenciados numa escola pública de educação básica. Revista Artes, Educação e Inclusão ISSN 1984-317 (218).Disponível em www.revistas.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/download/9553/pdf. Acesso em 13.06.2018
SARTORETTO, MARA LÚCIA Artigo: inclusão escolar, um direito de todos alunos, com e sem deficiência
Disponível em http://www.fmss.org.br/artigo-inclusao-escolar-um-direito-de-todos-alunos-com-e-sem-deficiencia/ Acesso em 15.06.2018
RODRIGUES, LEANDRO, O que é Educação Inclusiva? Um Passo a Passo para a Inclusão Escolar. Disponível em http://institutoitard.com.br/o-que-e-educacao-inclusiva/ Acesso em 14.06.2018
MANTOAN, Maria Tereza Egler, Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? SP: Moderna, 2003.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial (SEESP). Convenção da Organização dos Estados Americanos. Brasília, 2001. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/guatemala.pdf Acesso em: 13.06.2018.
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BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial (SEESP). Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Brasília, 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm Acesso em: 05 jul. 2011.
CELEDÓN, ESTEBAN REYES, Artigo Inclusão escolar: um desafio. Disponível em https://groups.google.com/d/topic/gt-terminologia/5vU9R7FALuA. Acesso em 12.06.2018

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