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HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO DE ENFERMAGEM Final

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HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO DE ENFERMAGEM
RUTH LIMA
ENFERMAGEM
UNINORTE
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O que significa Humanizar/Humanização?
O denotativo da Humanização significa “ato ou efeito de humanizar” e humanizar significa:
Tornar humano, tornar benévolo, tornar afável, dar a condição de homem.
Humanizar-se, Civilizar.
Podemos Humanizar o que já é humano?
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	O atendimento de enfermagem tem importância vital nos serviços de saúde, sua atuação correta faz a diferença na evolução do enfermo.
	Não basta apenas ser um bom profissional em termos  científicos, dominar os procedimentos de responsabilidade da enfermagem é obrigação profissional, mas os pacientes esperam mais daqueles que o assistem.
	Eles precisam de atenção, respeito, solidariedade, compreensão, paciência, manifestação de afeto, consolo e tudo o mais que um ser humano possa oferecer para atenuar e, se possível, extinguir seu sofrimento.
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	Com a evolução mundial, desde a Revolução Industrial, iniciou-se o processo da busca de tecnologia cada vez mais avançada nos locais de trabalho. Os hospitais não fugiram a essa regra, e hoje, são considerados bons hospitais, de maneira geral, aqueles portadores de tecnologia de ponta no atendimento às patologias das mais variadas etiologia, assim como os bons profissionais são aqueles que sabem manejar essas novas tecnologias do cuidado.
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	Dessa forma , as máquinas vêm invadindo as instituições hospitalares como sinônimo de alta tecnologia e cuidados avançados. 
Mas no que se refere à saúde, não se pode substituir o trabalho humano pelo mecânico.
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PROFISSIONAIS DA SAÚDE OU PROFISSIONAIS DA DOENÇA?
	Os profissionais da saúde se encontram em situações em que podem ser definidos como profissionais da doença, em que a maior preocupação é tratar a sintomatologia do indivíduo, esquecendo-se que por detrás daquela história clínica está um ser humano, que muitas vezes não entende o que ocorre com ele naquele momento e que precisa muito ser ouvido quanto aos seus medos e anseios. Isso é uma forma de desumanização.
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	O paciente fica fragmentado, despersonalizado quando são identificados por sua patologia, pelo número do leito que ocupam.
	 Em nome de um cuidado voltado à ciência e à eficiência, o corpo e o saber sobre o corpo são abandonados, em detrimento de uma alta tecnologia e pouco conhecimento sobre o que sente o ser cuidado.
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	Às vezes, o cuidador não se atenta nem para ele próprio, assim, como alguém que não se importa com ele mesmo vai conseguir ter a percepção das necessidades do outro? 
O autoconhecimento pessoal é ferramenta imprescindível para o cuidado, o imaginar-se no lugar do outro e, pelo menos tentar a implementação de ações que realmente atinjam às necessidades daquele que está sendo cuidado.
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Com o embasamento de profissionais voltados para a doença, espera-se que o cume do atendimento, do cuidado, seja a cura, e quando essa “cura” não é possível, tais profissionais se frustram, mesmo tendo feito tudo o que podiam para aquele momento, pois suas expectativas baseavam-se na ausência da doença e não no acontecimento do melhor para o indivíduo. 
Na verdade, tais sentimentos negativos devem apresentar-se nesse momento, porque o que eles planejaram como ponto máximo do “cuidado” – a cura, não aconteceu.
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 	Segundo (WALDOW, 1998,). a maior ação da enfermagem não é a cura do paciente , e sim uma ação que engloba atitudes e comportamentos que “visem aliviar o sofrimento, manter a dignidade e facilitar meios para manejar com as crises e com as experiências do viver e do morrer, o que nos remete a permanecerem envolvidos mesmo que a cura não venha.
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O cuidado voltado para a enfermagem, segundo Waldow (1998), engloba o processo de saúde, de adoecimento, de invalidez, de empobrecimento, pois ele busca promover, manter ou recuperar a dignidade e a totalidade humana. 
Waldow (2004) lembra ainda que a enfermagem é cuidadora em sua essência e foi a primeira a profissionalizar o cuidado.
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A enfermagem é uma profissão que se desenvolveu através dos séculos, mantendo uma estreita relação com a história da civilização. Neste contexto, tem um papel preponderante por ser uma profissão que busca promover o bem estar do ser humano, considerando sua liberdade, unicidade e dignidade, atuando na promoção da saúde, prevenção de enfermidades, no transcurso de doenças e agravos, nas incapacidades e no processo de morrer.
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Passamos por uma imensa crise de humanismo. O que está acontecendo com as pessoas? Onde está o humano? Certos valores passaram a ser descartáveis.....Não se olha mais para a dor do outro, o que importa mesmo são as nossas próprias dores.....
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HUMANIZAÇÃO NAS PRÁTICAS DE ENFERMAGEM
	Humanizar o cuidar é dar qualidade à relação profissional da saúde-paciente. É acolher as angústias do ser humano diante da fragilidade de corpo, mente e espírito.
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Humanizar o cuidar é dar qualidade à relação profissional da saúde-paciente. É acolher as angústias do ser humano diante da fragilidade de corpo, mente e espírito. Destaca-se nesse contexto a presença solidária do profissional com habilidade humana e científica. Diante de um cotidiano desafiador pela indiferença crescente, a solidariedade e o atendimento digno com calor humano são imprescindíveis. Ser sensível à situação do outro, criando um vínculo, graças a uma relação dialogal, para perceber o querer ser atendido com respeito, numa relação de diálogo e de necessidades compartilhadas (PESSINI;BERTACHINI, p.4, 2004).
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Quando se fala em atendimento humanizado, pensa-se em um processo para facilitar que a pessoa vulnerabilizada enfrente positivamente os desafios pelos quais está vivenciando naquele dado momento.
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	Para que o cuidado humanizado seja possível, faz-se necessário olhar para si e para o outro, na tentativa de que o autoconhecimento colabore positivamente no cuidado de cada ser. É o encontro entre cuidador e o ser cuidado, na intenção da criação de um elo empático que norteará as ações para o cuidado.
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	À medida que nos aproximamos das relações do cuidado para verificar as suas dimensões/significados, nos deparamos com o sentido de que se existe um ser a ser cuidado existirá um indivíduo que cuida.
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	É válido lembrar que numa relação de cuidado, além da sua prática efetiva, do contato profissional, tem-se o contato com a própria consciência, o que traz a reflexão ética do cuidado na enfermagem, não apenas na aplicação de técnicas sob a visão das necessidades de determinadas patologias, mas embasados nos princípios de beneficência e não-maleficência, ou seja, não basta praticar o bem, mas sim, evitar que aconteça algo de ruim.
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 Para que haja um avanço nas discussões sobre o cuidado, faz-se necessário que o trabalhador adote a postura de colocar-se no lugar do ser que é cuidado para poder vislumbrar de uma forma mais aproximada quais são suas reais necessidades, e que o contexto familiar e institucional sejam reorganizados, garantindo conforto, resolutividade e atendimento humanizado para os protagonistas do cuidado, seres que cuidam e seres que são cuidados.
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A semente da confiança entre o paciente e o enfermeiro/equipe de saúde deve ser semeada e regada a cada momento, pois uma relação de cuidado sem confiança deixa de ter o seu valor.
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	Ainda há uma outra face, a do esquecimento do fato de quem cuida também precisa ser cuidado, receber apoio no local de trabalho, expressar seus sentimentos, sua vivência e dificuldades diárias. Esses profissionais lidam com as mais diversas situações, seja de perdas, envolvimento, deformidades e não tem ajuda profissional dada pela instituição na qual faz parte, e isso pode afetá-los diretamente na sua vida pessoal e desempenho profissional.
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	Outro fator importante é que a convivência em ambientes estressantes como aqueles observados nos hospitais,
não raras vezes faz com que o enfermeiro se torne indiferente aos problemas e necessidades dos pacientes e seus familiares. Em que pese às diversas razões para que tal fato ocorra, as informações pertinentes à manutenção da saúde e cuidados devem ser fornecidas sempre que possível e necessárias, desempenhando o papel de cuidador, de gerenciador, de educador ou exercendo alguma competência técnica.
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A humanização dos cuidados em saúde pressupõe considerar a essência do ser, o respeito à individualidade e a necessidade da construção de um espaço concreto nas instituições de saúde que legitime o humano das pessoas envolvidas.
Quando se fala em atendimento humanizado, pensa-se em um processo para facilitar que a pessoa vulnerável enfrente positivamente os desafios pelos quais está vivenciando naquele dado momento.
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Com o avanço científico, tecnológico e a modernização de procedimentos, vinculados à necessidade de se estabelecer controle, o enfermeiro passou a assumir cada vez mais encargos administrativos, afastando-se gradualmente do cuidado ao paciente, surgindo com isso a necessidade de resgatar os valores humanísticos da assistência de enfermagem.
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Para OLIVEIRA (2001, p.104), “humanizar, caracteriza-se em colocar a cabeça e o coração na tarefa a ser desenvolvida, entregar-se de maneira sincera e leal ao outro e saber ouvir com ciência e paciência as palavras e os silêncios. O relacionamento e o contato direto fazem crescer, e é neste momento de troca, que humanizo, porque assim posso me reconhecer e me identificar como gente, como ser humano.”
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Ainda VILA & ROSSI (2002, p.17) referem que a “humanização deve fazer parte da filosofia de enfermagem. O ambiente físico, os recursos materiais e tecnológicos não são mais significativos do que a essência humana. Esta sim irá conduzir o pensamento e as ações da equipe de enfermagem, principalmente do enfermeiro, tornando-o capaz de criticar e construir uma realidade mais humana (...)”. Não é apenas uma questão de mudança do espaço físico, mas principalmente uma mudança nas ações e comportamento dos profissionais frente ao paciente e seus familiares.
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Constantemente faz-se necessário trazer o tema da humanização à tona, como forma de reciclar, de renovar os conhecimentos de cada um, de cada ser que cuida e dos que são cuidados. È um momento que se traz à reflexão introspectiva sobre “que tipo de cuidado estamos prestando”. Por isso é tão importante conhecermos a nós mesmos, sabermos o que é bom e o que não é bom, aprender a respeitar a individualidade, a saber reconhecer-se na situação do outro. Dar o melhor de nós é uma das formas de obtermos o melhor resultado, a certeza do dever cumprido.
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Para que haja um avanço nas discussões sobre o cuidado, é necessário que o trabalhador adote a postura de colocar-se no lugar do ser que é cuidado para sentir quais são suas reais necessidades, e que o contexto familiar e institucional sejam reorganizados, garantindo conforto, resolutividade e atendimento humanizado para os protagonistas do cuidado, seres que cuidam e seres que são cuidados.
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Assim, acontece o “cuidado humanizado” ou seja, o cuidado propriamente dito, a criação da empatia entre cuidador e ser cuidado, cada um colocando-se no lugar do outro e pelo menos, tentando entender o que se passa naquele momento na vida daquele indivíduo. È realizar a reflexão de que se deve cuidar do outro como se o cuidado fosse para ele próprio. “Não faça ao outro aquilo que você não gostaria que fosse feito a você”, é uma frase bastante conhecida, mas muitas vezes, pouco praticada..
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Muitas vezes a saúde, a cura, a prevenção, depende de tantos fatores, que não estarão em nossas mãos, porém o acolhimento e o cuidado – estes sim, sempre possíveis – mesmo que não possam curar a patologia, poderão, antes de tudo, “curar” a desumanidade, uma doença que está nos matando a todos”.
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Há muito que se pensar, eis aqui mais um desafio a ser enfrentado pelos “profissionais da saúde” em busca de deixar para trás qualquer vestígio da presença dos “profissionais da doença”
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Não se deve desistir de cuidar só porque o curar tornou-se impossível.......
Reflexão
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Boa Noite.....

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